Conheça o Budismo
Brasil Seikyo
Discurso do presidente da Soka Gakkai
BS
Lancemo-nos à criação de “valores humanos” e aos diálogos da expansão
Presidente da organização, Minoru Harada, discursa durante o encontro (Tóquio, Japão, 11 jan. 2025)Congratulações pela realização da 6ª Reunião de Líderes da Soka Gakkai que anuncia o descortinar do “Ano do Alçar Voo da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”! Felicito também pela nova partida, repleta de esperança, da Divisão das Mulheres. Meus sinceros parabéns! E, ainda, no dia de hoje, estão participando 99 pessoas, integrantes da SGI, de catorze países e territórios. Sejam bem-vindos de tão longe. Manifesto-lhes as mais sinceras boas-vindas! Nem é preciso dizer novamente que as publicações de Ikeda sensei se baseiam no princípio da “revolução humana” herdado do seu mestre, Josei Toda, e revivesceram o Budismo de Nichiren Daishonin para a atualidade, do ponto de vista da filosofia de vida. É um legado espiritual para toda a humanidade, que ilumina o futuro da paz, cultura e educação. Além disso, as orientações do Mestre indicam o método universal dos movimentos de revolução humana e do kosen-rufu, e são os eternos princípios básicos e fundamentais para a Soka Gakkai. Sensei nos orientou: O kosen-rufu se propaga em dois sentidos: horizontal e vertical. O sentido horizontal é o laço de compreensão do budismo que ampliamos entre nossos amigos, e o vertical é a transmissão do budismo de pais para filhos, para netos e para as sucessivas gerações.1 Considerando essa orientação, o sentido horizontal corresponde a propagar o pensamento e a filosofia do presidente Ikeda para todo o mundo. E o sentido vertical refere-se a transmitir as orientações do Mestre para as gerações futuras. Essa é a missão confiada pelo Mestre a nós, discípulos. Além disso, na recente Conferência Executiva da Soka Gakkai, os componentes da Divisão dos Jovens falaram sobre a necessidade de ter mecanismos que possibilitem atender às significativas mudanças na forma com que as gerações mais jovens coletam informações, para que as pessoas possam acessar e pôr em prática os princípios básicos e fundamentais deixados pelo Mestre. Foto comemorativa com representantes da Soka Gakkai de diversos países em curso de aprimoramento promovido no Japão (jun. 2024) Levantou-se a questão de que, ao se pensar no rápido desenvolvimento do kosen-rufu mundial daqui em diante, o estabelecimento de um serviço de busca fácil da vasta coleção de obras e de orientações de Ikeda sensei se torna uma exigência da época. Atualmente, com o desenvolvimento da tecnologia de inteligência artificial (IA) generativa, os serviços de busca possibilitam encontrar respostas para as perguntas facilmente, como se estivessem conversando com a pessoa. Houve também esse tipo de sugestão para ser utilizada na Gakkai. Nesse sentido, decidimos iniciar o desenvolvimento de serviços de busca das obras e das orientações de Ikeda sensei utilizando a tecnologia de IA generativa. Acreditamos que, para evitar ataques de terceiros mal-intencionados e, considerando os custos operacionais, provavelmente o serviço será oferecido mediante plano de assinatura. Forneceremos mais informações assim que os detalhes forem definidos. Quando se fala em inteligência artificial (IA), talvez haja pessoas que imaginem a existência de algo que replique a voz de Ikeda sensei com o qual consigam conversar com ele. Porém, o serviço de busca a que nos referimos não é nada disso. Trata-se de mera utilização da tecnologia de IA generativa para serviços de busca. Portanto, os resultados da busca não serão palavras criadas automaticamente por inteligência artificial. Acreditamos que deva ser um serviço de busca amigável capaz de apresentar as obras e as orientações de Ikeda sensei na forma de citações. De todo modo, nossa IA será uma simples ferramenta, isto é, um meio, e não um fim. No romance Nova Revolução Humana consta uma cena em que um membro fica admirado ao presenciar o aspecto de Shin’ichi Yamamoto dedicando-se a uma orientação individual: Orientação é compaixão; consiste em compartilhar do sofrimento dos outros. É convicção. Essa energia vital comove as pessoas e desperta a coragem interior delas.2 A IA generativa é algo que processa o histórico de buscas, para chegar estatisticamente às palavras e às frases mais usuais que estejam contextualmente alinhadas com a pergunta do usuário, oferecendo respostas em ordem de relevância. A IA não possui emoção nem vontade própria. Ela não passa de uma escolha de palavras baseada em reconhecimento de padrões e probabilidades. Por isso mesmo, há até o perigo inerente de trazer mentiras como se fossem verdades. É desprovida de características humanas como “compaixão”, “empatia” e “convicção”. Em essência, na IA generativa, não há possibilidade de realizar orientações e incentivos no verdadeiro sentido. Ikeda sensei leu com a própria vida os ditos dourados dos escritos: Se em um único momento de vida esgotarmos as dores e aflições de milhões de kalpa, então instante após instante surgirão em nós os três corpos do buda com os quais somos eternamente dotados. Nam-myoho-renge-kyo é apenas essa prática diligente.3 Ele incorporou em sua vida o espírito de mestre e discípulo. A postura de se satisfazer com a resposta fornecida pela IA, considerando-a verdadeira, não é adequada em termos de fé. Algumas vezes, pode haver orientações que pareçam ser frontalmente opostas entre si para um mesmo assunto. Nessas ocasiões, é preciso pensar e refletir, orando e pondo-as em prática, sobre qual é a essência dessas orientações, quais as diferenças e quais os pontos em comum. É somente com a “prática diligente” de procurar se aproximar do coração de Ikeda sensei que existem a quintessência da fé e a pulsação do espírito de mestre e discípulo. De toda maneira, daqui para a frente, não somente nessa questão, vamos pôr em ação os projetos e as reformas necessárias, revisando de forma abrangente e radical das mais variadas perspectivas, para que a organização possa se reinventar como a “Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”. Por favor, conto com o apoio de todos. No dia 26 deste mês [janeiro de 2025], receberemos os cinquenta anos de fundação da SGI. Naquele ano de 1975, Ikeda sensei realizou o primeiro encontro com o Dr. Aurelio Peccei, cofundador do Clube de Roma, internacionalmente famoso grupo de pensadores. A partir de então, ele aprofundou o intercâmbio de amizade com ele. Em uma entrevista publicada na edição de Ano-Novo do Seikyo Shimbun, o secretário-geral do Clube de Roma, Carlos Alvarez Pereira, expressa-se sobre a importância da filosofia da revolução humana: O que quero enfatizar em especial é que o conceito de revolução humana amplia o significado de “o que é uma existência correta”. Uma vida verdadeiramente correta é estabelecer relações positivas com as outras pessoas e com o ambiente natural. Dessa perspectiva, é algo diretamente ligado ao objetivo de um futuro sustentável do planeta. Penso que aí se encontra o significado atual da “revolução humana”. Ikeda sensei descreveu o período do 90º ao 100º aniversário da Soka Gakkai: “Este é o momento decisivo para mudar resolutamente o ‘destino da humanidade’”. Agora que estamos na metade desta “década decisiva”, a humanidade enfrenta o risco do uso de armas nucleares e a iminente crise climática. Não é exagero afirmar que a filosofia da revolução humana detém a chave do destino da humanidade. De nossa parte, comprovando, cada um de nós, a vitória da nossa própria revolução humana, gostaria que falássemos sobre a importância da “revolução humana” nos diversos níveis. Dessa maneira, vamos iniciar o voo da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial com o impulso dos nossos próprios pés. Todos concordam? E, também, objetivando inicialmente o dia 16 de março, lancemo-nos corajosamente com o coração de um jovem à criação de “valores humanos” e aos diálogos da expansão, enfrentando os ventos gélidos com orgulho. Coral Fuji, formado por estudantes do ensino fundamental 2, canta a canção da DE do Japão, Yuuki no Ippo [“Um Passo de Coragem”] Durante a Reunião de Líderes da Soka Gakkai realizada em janeiro de 2025, representantes da nova geração de jovens expressam sua decisão de avançar, vencendo os desafios. Durante a Reunião de Líderes da Soka Gakkai realizada em janeiro de 2025, representantes da nova geração de jovens expressam sua decisão de avançar, vencendo os desafios. Performance de música eletrônica contagia os participantesMuito obrigado! MINORU HARADA PRESIDENTE DA SOKA GAKKAI Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Esplendor. Nova Revolução Humana, v. 6. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 147. 2. IKEDA, Daisaku. Brisa Suave. Nova Revolução Humana, v. 25. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 231-232. 3. The Record of the Orally Transmited Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai,
06/02/2025
Aprender com a Nova Revolução Humana
BS
Viver com o Gosho: volume 25 (parte 3)
Ensinar algo a outra pessoa é como lubrificar as rodas de uma carruagem a fim de que girem, ainda que esta seja pesada, ou como pôr um barco na água para que navegue sem dificuldade. O Rico Sudatta1 Nutrir e incentivar os jovens por meio do nosso próprio exemplo Em 11 de março de 1977, Shin’ichi Yamamoto visitou a província de Fukushima e falou detalhadamente aos líderes sobre os fundamentos do incentivo e treinamento aos jovens para o bem do futuro. Desenvolver jovens resulta em um futuro radiante e dourado. Esse foi o motivo pelo qual Shin’ichi abordou a questão em detalhes com os líderes de província. — Não somente nos esforços de propagação, mas também em todas as atividades, é importante deixar bem claro o propósito e confirmá-lo com os envolvidos. Isso permite que todos evidenciem seu potencial pleno e avancem sem se desviar do caminho. Seria pertinente lembrar, contudo, que não podemos simplesmente explicar aos jovens, os quais não possuem experiência prévia em divulgar os ensinamentos de Nichiren Daishonin, sobre o significado da propagação, incentivá-los a se esforçar ao máximo e esperar que obtenham êxito. (...) Precisamos lhes mostrar, com o nosso próprio exemplo, como apresentar o budismo a outras pessoas. Uma maneira eficaz seria os veteranos na fé, membros da Divisão Sênior e da Divisão Feminina que tiveram êxito em explicar o Budismo Nichiren aos outros, relatarem suas experiências. Também é necessário levar os jovens conosco, por vezes, quando formos falar sobre o budismo com os outros, ensinando-lhes em meio à prática budista real, um exemplo de como fazê-lo. Proporcionando-lhes a oportunidade de nos observar em ação, eles pensarão: “Entendi. É assim que se faz. Consigo fazer isso. Quero tentar!”. Quando as pessoas julgam que algo está além de sua capacidade, hesitam em agir. Mas se pensarem que são capazes de realizar, elas agirão. (...) Incentivos e orientações servem para identificar o que está nos detendo, remover o obstáculo e despertar nossa coragem. (Capítulo “Luz da Felicidade”) Aceitar é fácil; manter é difícil. Porém, para se atingir o estado de buda é necessário manter a fé. A Dificuldade de Manter a Fé2 Levando uma vida exemplar dedicada ao kosen-rufu Em 5 de janeiro de 1977, a terceira parte da explanação de Shin’ichi sobre O Verdadeiro Aspecto de Todos os Fenômenos foi publicada no Seikyo Shimbun. — O princípio essencial e imutável do kosen-rufu sempre será o espírito de levantar-se só. Nichiren Daishonin, Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda levantaram-se sós bravamente. (...) Falando mais claramente, o espírito de levantar-se só significa cada um de nós assumir total responsabilidade pela propagação da Lei Mística na família, na comunidade e em todos os ambientes. Todos nós possuímos um relacionamento com familiares, parentes e amigos que é particular a cada um de nós. Da perspectiva da Lei Mística, esses vínculos são a órbita da nossa missão, e são laços profundos que ligam nossa vida com a dos outros. (...) É o que torna o princípio de levantar-se só tão relevante. Devemos ter em mente que nos encontramos neste local e neste momento como emissários do buda Nichiren Daishonin. Como bodisatvas da terra, devemos nos levantar, cada qual onde estiver, e agir. Jamais se esqueçam de que essa é a única maneira de se realizar o kosen-rufu. Em nossa vida cotidiana, apresentar o budismo às pessoas representa uma atividade comum e, ao mesmo tempo, extremamente desafiadora. Pelo fato de as pessoas à nossa volta nos conhecerem tão bem, fingimento ou simulação não funcionam. Só nos resta nos empenhar diligentemente com honestidade, sinceridade, perseverança e intensa paixão, demonstrando provas reais. Nesses esforços reside o verdadeiro significado da nossa prática budista. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 353, 2020. 2. Ibidem, v. I, p. 492, 2017. Assista Se você é assinante digital, veja o vídeo da série “Aprender com a Nova Revolução Humana”, volume 25, Ilustração: Kenichiro Uchida Traduzido da edição de 17 de novembro de 2020 do Seikyo Shimbun, jornal diário da Soka Gakkai.
06/02/2025
Livros
BS
Luta de contínuas vitórias ao lado do Mestre
REDAÇÃO Se fôssemos resumir os eventos narrados no décimo volume da série Revolução Humana em uma única frase, esta poderia muito bem ser: “tornar possível o impossível”. O volume a ser lançado pela Editora Brasil Seikyo e disponibilizado aos assinantes do Clube de Incentivo à Leitura (CILE) em março descreve os bastidores de uma das mais importantes movimentações de propagação do Budismo Nichiren nos primórdios da Soka Gakkai. Ao ser enviado por seu mestre a Osaka, região de Kansai, Shin’ichi Yamamoto (pseudônimo do autor, Daisaku Ikeda, na obra) abraça com todo o seu ser a tarefa de impulsionar o kosen-rufu e promover a “pacificação da terra” na localidade. Para isso, ele se dedica incansavelmente à orientação aos líderes e membros para a realização do shakubuku, ao despertar da consciência dos novos membros e ao estabelecimento do estudo do budismo como base para a vida diária. O ano é 1956, e a Soka Gakkai, após a sua decisão de apresentar seis candidatos às eleições para a Câmara Alta no Japão, lança-se à campanha com esforços coordenados para divulgar os valores de paz, cultura e educação na sociedade e levar ao Parlamento do Japão pessoas que, de fato, representassem os interesses do povo. A grande vitória do movimento de propagação que culmina na designação de “Kansai de Contínuas Vitórias” e a eleição de três dos seis candidatos membros da Soka Gakkai, duas vitórias até então inimagináveis, colocam a organização em posição de destaque na sociedade. Ao atrair essa atenção, a Soka Gakkai também começa a enfrentar perseguições e a ameaça da opressão, trazendo à tona a discussão sobre a transformação do carma de um país e questões como justiça, dignidade da vida e mudança social. A série Revolução Humana precede cronologicamente a Nova Revolução Humana e terá, ao todo, doze volumes. Enquanto a Nova Revolução Humana narra a trajetória de Daisaku Ikeda a partir de sua posse como terceiro presidente da Soka Gakkai e sua partida rumo à realização do kosen-rufu mundial, a Revolução Humana traz um rico registro da luta de Ikeda sensei ao lado do seu mestre desde o período pós-guerra no Japão visando à reconstrução e ao estabelecimento da organização até a posse do jovem presidente em 1960. Para receber o livro físico em casa (plano Ouro ou Diamante) ou ter acesso à versão digital pelo CILE Digital antecipadamente, assine o CILE até 28 de fevereiro. Veja aqui os kits de março para cada plano do CILE PLANO DIAMANTE Livros são joias preciosas. O Diamante é o plano de assinatura do CILE perfeito para você que gosta de uma experiência completa de leitura no formato físico. Nele você recebe mensalmente: 1 livro lançamento 1 card colecionável 1 brinde especial 1 marcador de página Resenha digital e conteúdos extras 59,00/mês + Taxa de entrega PLANO OURO O Ouro é o plano de assinatura do CILE ideal para os leitores que estão iniciando a jornada de incentivo à leitura. Nele você recebe mensalmente: 1 livro lançamento 1 marcador de página 39,00/mês + Taxa de entrega Assista ao vídeo sobre o livro Revolução Humana, volume 10. Confira no Instagram o vídeo spoiler do lançamento de março Quer fazer parte do CILE? Para garantir a sua leitura e receber essa obra no mês de março de 2025, assine o CILE até 28/02/2025. Acesse o site: www.cile.com.br Para os assinantes do CILE Digital, a obra ficará disponível a partir do dia 01/03/2025 em www.ciledigital.com.br Fotos: BS | Reprodução
06/02/2025
Notícias
BS
Regional Taubaté de união e vigor
No dia 19 de janeiro, o Centro Cultural Campestre (CCCamp) da BSGI, em Itapevi, SP, foi palco de revigorante atividade para os 170 integrantes da Regional Taubaté, localizada no interior de São Paulo, que iniciaram o ano 2025 com energia e união. O evento começou com uma reunião animada pela manhã, na qual foram compartilhadas expectativas vislumbrando o maravilhoso caminho de luta a ser realizado neste ano. Com o lema “Cinquenta anos em cinco”, a nova estrutura da regional foi apresentada com 36 novos líderes que conduzirão Taubaté e região para a vitória. As palavras do presidente da BSGI, Miguel Shiratori, motivaram a todos. Ele parabenizou os novos líderes e discorreu sobre o significado dos “Cinquenta anos em cinco”. Também destacou o fato de o Brasil Seikyo ter conquistado importante premiação no mercado editorial e se tornar um jornal de referência para a sociedade. Houve momentos de descontração, com apresentação do grupo Taiyo Ongakutai e exercícios de alongamento com o grupo de dança Vitória-Régia da localidade. Após a atividade, os participantes realizaram visitação no Palácio Memorial, renovando assim seus objetivos e espírito de luta, e no lago das flores de lótus. A expectativa de todos é que o “Ano do Alçar Voo da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial” de Taubaté já começou alavancado pelo profundo comprome-timento dos discípulos Ikeda. Apresentação Juventude Soka Regional Taubaté Foto: Colaboração local
06/02/2025
Relato
BS
A gratidão é contagiante
Sou Vinícius Zanardo e conheci o budismo aos 21 anos. Já se passou mais de uma década desde que fui acolhido na Soka Gakkai em Campo Grande (MS) onde resido. Construí um forte alicerce de vida, assumindo com alegria e gratidão o aprendizado desse ambiente de criação de valor. Naquela época, em 2013, cursava engenharia ambiental na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). O início da minha graduação foi muito difícil, pois além da distância dos meus familiares, no primeiro ano da faculdade minha avó materna faleceu de forma repentina. Fiquei bem triste. Com tudo isso, atrasei-me nos estudos, ficando com algumas pendências de matérias. Por ter um tempo vago, fui em busca de ser bolsista em algum projeto da universidade, o que muito me ajudaria. Foi participando de um projeto de extensão que conheci um membro da Soka Gakkai. Ficamos amigos e ele me apresentou ao budismo. Participava das reuniões na sede regional. Ele pertencia ao Gajokai, grupo horizontal de bastidores da Divisão Masculina de Jovens (DMJ), e me chamava para ajudá-lo na atuação voluntária (keibi). Tudo isso antes de me converter. O que mais me fascinou foi a organização. Saber que todos contribuem para que as atividades aconteçam e que cada um possui uma responsabilidade reforçou minha admiração. Decidi receber meu Gohonzon e iniciei a prática. Na Academia dos Sucessores Ikeda 2030 da Sub. Mato Grosso do Sul, realizada em 2023, tendo ao fundo o Bioparque Pantanal, o maior aquário de água doce do mundoEm meios aos estudos, dediquei-me com seriedade. O ambiente Soka nos proporciona diversas oportunidades; agarrei todas. Queria vencer. Participava de uma localidade bastante acolhedora, com várias atividades para os jovens, que ficava distante uns 9 quilômetros da minha casa. Não perdia nenhuma chance, indo muitas vezes para as reuniões com o dinheiro contado. Fui me desenvolvendo na organização. Entregava o Brasil Seikyo para os assinantes e cuidava das atividades para convidados. Com isso, notei que meus estudos na universidade também foram melhorando. Ainda no início da prática, fui treinado por meus líderes nas mais diversas situações, incluindo a atuação como responsável pelos rapazes da Comunidade Corumbá, distante mais de 400 quilômetros da capital, no meio do Pantanal. Acredito que, com essa luta, tenha acumulado grande boa sorte que se manifestou em 2018, quando fiz uma entrevista para uma vaga de emprego na Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano. Fui selecionado para a vaga e, antes mesmo de me formar, já estava trabalhando e criando condições para me desafiar mais na prática do budismo. Ainda no campo profissional, em 2021, fui promovido, assessorando diretamente a diretora-presidente e a diretora-adjunta. Ao lado das diretoras, participo de reuniões com os demais secretários municipais e com a prefeita. Meu salário hoje também aumentou, recebendo quase cinco vezes o que ganhava quando entrei no emprego. Inspirar os amigos Tenho onze anos de prática e, em meio a essa grandiosa luta, compartilhei o budismo com quinze pessoas, todas atuantes. E tem sido assim de forma muito natural. Foram surgindo pessoas interessadas em conhecer o budismo, principalmente por conta das atividades culturais que realizávamos no Distrito Bandeirantes, bastante criativas. Um caso específico é o de um jovem que conheci ainda na universidade. Ele era de outra instituição de ensino, mas participou da semana acadêmica que organizei. Ficamos amigos e, ao longo da amizade, ele se interessou em conhecer o budismo. Ingressou na família Soka e participa das atividades e do grupo horizontal. Encontro com integrantes da Comunidade Corumbá, distante a 430 quilômetros de Campo Grande A vitória é certa Sou muito feliz no meu trabalho, que conquistei à base de dedicação e a boa sorte acumulada em crescer e me desenvolver no ambiente Soka. Também me desafiei no estudo do budismo e hoje sou Grau Superior. Sinto quanto o treinamento da atuação no grupo horizontal e nas reuniões de base foram essenciais para meu desenvolvimento acadêmico e profissional. Aprendi a me organizar, a saber atuar em equipe e a ter muita responsabilidade, habilidades e competências que o mercado tanto exige; e que foram certeiras para eu ser escolhido no meu atual emprego. Em paralelo à luta na organização, conheci meu atual companheiro, Luiz Antônio. Ele não é praticante, mas me apoia em tudo. Assim também é com minha família, que entende a minha decisão. Sou da Juventude Soka com muito orgulho, atuando como vice-responsável pela Sub. A luta no interior é desafiadora. Mato Grosso do Sul é um estado grande e possui cidades com extensas distâncias entre si. Por estarmos em uma capital, Campo Grande fica responsável por algumas localidades no interior. Seguimos firmes, em união, conscientes de que “O Nam-myoho-renge-kyo é a maior das alegrias”.1 Diálogo com jovens da localidadeEncerro meu relato com este incentivo do Dr. Daisaku Ikeda, meu mestre eterno, que, em momentos desafiadores, acendeu a esperança em meu coração. Compartilho com os demais jovens leitores. Amigo, seja forte e levante-se com coragem! Acredito em você, em sua sincera devoção. Seus árduos esforços no trabalho e seus estudos noite adentro são também um treinamento para a sua vida. Transforme todas as dificuldades em fonte de alegria. Sua convicção e paixão são observadas pelo Buda.2 Vinícius Vitiritti Ferreira Zanardo, 32 anos. Engenheiro ambiental. Na BSGI, é vice-responsável pela Juventude Soka da Sub. Mato Grosso do Sul, CRE Oeste, CGRE. Notas: 1. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 212. 2. Terceira Civilização, ed. 596, abr. 2028, p. 40-46. Fotos: Arquivo pessoal
06/02/2025
Liga Monarca
BS
Não existe limite para ser vitorioso
A cada edição do Brasil Seikyo, apresentamos histórias dos distritos que conquistaram o objetivo da Liga Monarca. Apesar de suas características próprias, os distritos possuíam algumas semelhanças, por exemplo, não terem quadro de líderes completo, não realizarem reuniões em formato híbrido ou presencial. No entanto, o que os fizeram ultrapassar questões desafiadoras como essas foi a decisão de uma única pessoa, que impulsionou a próxima e cativou toda a organização. Ikeda sensei incentivou certa vez: “Não existe distância no mundo do coração. A oração sincera sempre chega. Expanda a condição de vida e o kosen-rufu com daimoku para si e para os outros pela felicidade daquele amigo”.1 Hoje, compartilhamos a história da Área Acre, CRE Oeste, e a do Distrito Sol Poente, CRE Leste. Com esse espírito de superar as distâncias, as localidades celebram a conquista na primeira fase da Liga Monarca com dinamismo e decisão de jamais serem derrotadas. Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.343, 15 out. 2016, p. A1. Área Acre de união e persistência Os dois distritos que compõem a organização local, Correnteza e Vitória-Régia, demonstraram grande dedicação e trabalho em união, cumprindo com êxito os objetivos traçados para a Liga Monarca. A vitória se tornou ainda mais significativa considerando-se os esforços realizados pelos membros. Destaque para a Sra. Joana, de Mâncio Lima, cidade localizada a 670 km da capital do estado, Acre. Ela conseguiu realizar a conversão de seus filhos, fechando o total de conversões e contribuindo decisivamente para o sucesso da etapa. Essa vitória é fruto do empenho coletivo e da determinação de todos. “Mostramos que, quando trabalhamos juntos, conseguimos alcançar grandes resultados”, afirmou Clara Pimentel, responsável pela Juventude Soka da Área Acre. Para as próximas etapas da Liga Monarca, a área lançou novos objetivos de daimoku e de visitas semanais às quintas-feiras, reforçando o espírito de união que marcaram a primeira etapa. Distrito Sol Poente de força e paixão Pertencente à RM Ceará, o Distrito Sol Poente abrange a maioria dos municípios do interior do estado. Nessa vasta extensão, o Bloco Crateus, por exemplo, fica quase a 600 quilômetros do Bloco Jericoacoara. O distrito é composto por localidades completamente diferentes umas da outras, do profundo interior isolado às praias renomadas pelo turismo. Concessão de Gohonzon realizada no Distrito Sol PoenteExemplo de superação vem da responsável pelo Bloco Crateus, Sra. Hildenise da Silva: “Eu me converti em 27 de novembro de 2022 e já tinha três anos que acompanhava as reuniões de palestra. E, em menos de um ano, após a minha conversão, fui convidada a ser líder de bloco. Na época, ainda estávamos em período de pandemia. Decidi enfrentar e aprender junto com meus companheiros da Soka Gakkai. A transformação veio para mim e minha família, pois agora conseguimos manter um diálogo melhor em casa e venho alcançando muitos benefícios. Gratidão”. Mesmo estando em uma região de grande extensão territorial, o Distrito Sol Poente não perde as características da hospitalidade, da generosidade, criando assim um ambiente forte e unido: “A distância entre cada localidade é considerável. Mas nada impede de nos aproximarmos de coração a coração. De forma dinâmica, podemos nos encontrar virtualmente e dialogar, recitar daimoku e aprender os conceitos budistas e as orientações de Ikeda sensei. Eu me sinto muito mais animado. Agora, mais que nunca, é hora de alçar voo. Minha decisão é poder evidenciar na prática o poder do daimoku junto com os companheiros das Divisões Sênior e Feminina do Sol Poente”, compartilha Jânio Liomar, responsável pela Juventude Soka do distrito. Membros do Distrito Sol Poente desafiam as longas distâncias com otimismo e alegria Na localidade, os líderes promovem reuniões de estudo, fazem a recepção do Kofu, conduzem um conselho mensal com os líderes de distrito e da RM e realizam visitas. “Apesar de a crise da Covid-19 ser águas passadas, ainda há muito a ser realizado e reativado. Há muita luta para resgatar aqueles que se afastaram, além das distâncias e das fortes limitações dos meios de transporte. Estamos cientes de que a chave para a vitória consiste em agradecer tamanho desafio, determinados a vencer a todo custo e a concretizar os objetivos da Liga Monarca, ao momento positivo de realizar os shakubuku objetivados”, assegura Giovanni Tom Sambonet, responsável pelo distrito. Basta apenas uma única pessoa Um texto budista registra um diálogo entre Shakyamuni e seu discípulo Ananda. Certo dia, Ananda pergunta a Shakyamuni: “Tenho a impressão de que ter bons amigos e avançar ao lado deles já é meio caminho andado para atingir o caminho do buda. Esse modo de pensar está correto?”. Shakyamuni responde categoricamente: “Ananda, essa forma de pensar não é correta. Ter bons amigos e avançar ao lado deles não é meio caminho para a iluminação, mas o caminho inteiro”. Com relação ao episódio acima, Ikeda sensei incentiva: Isso descreve, de forma concisa, a essência da prática budista. Para permanecermos no caminho correto da fé e conduzirmos uma vida de genuína vitória, é imprescindível termos bons amigos que nos apoiem, ou seja, a figura de “bons amigos” do conceito budista.1 Ananda foi um dos principais discípulos de Shakyamuni. Por muitos anos, acompanhou-o como assistente pessoal e, assim, ouviu mais seus ensinamentos que qualquer outro discípulo. Também ficou conhecido, portanto, como o mais notável em ouvir os ensinamentos do Buda. Além disso, afirma-se que possuía excelente memória, a qual permitiu que desempenhasse papel fundamental na compilação dos ensinamentos de Shakyamuni. Uma grande onda vem sendo criada nas localidades com a Liga Monarca cujo principal objetivo é criar um movimento em que todas as divisões, unidas, contribuam com o avanço da organização, baseando-se na vitória no Kofu, nos periódicos e no shakubuku com o aumento de um membro em cada etapa. Cada organização possui uma característica, mas o mais importante é o levantar de uma única pessoa que incentiva a outra e juntas transformam o ambiente. Esse levantar está fundamentado na oração sincera e resoluta. “O ímpeto para a vitória sempre começa com um único indivíduo comprometido, uma única pessoa que se empenha para a causa com abnegada dedicação. Essa é uma regra eterna”.2 Podemos, a cada edição do Brasil Seikyo, ler os exemplos de superação das organizações que desafiaram suas circunstâncias. O que parecia impossível se tornou possível com a união de todos. Nós somos bodisatvas da terra que juramos, no remoto passado, promover o progresso do kosen-rufu. Se hoje algumas questões atrapalham o desenvolvimento, renovemos nossa decisão. Vamos sintonizar nosso coração ao ritmo constante da vitória. Quebrando todos os limites, que possamos vencer e viver da forma mais valorosa possível no grande movimento pelo kosen-rufu! Façamos da Liga Monarca a bússola que direciona nossa vida como digno discípulo Ikeda que vence diariamente. Basta uma única pessoa, e essa pessoa é você. Ricardo Miyamoto Coordenador da Divisão Sênior da BSGI Notas: 1. Cf. Terceira Civilização, ed. 640, dez. 2021, p. 48-63. 2. Brasil Seikyo, ed. 1.730, 10 jan. 2004, p. A3. Saiba mais Para acessar o site da Liga Monarca, clique aqui. Veja também Cartaz da Liga Monarca, clique aqui. Fotos: Colaboração local
06/02/2025
Editorial
BS
Marcos históricos do kosen-rufu — as visitas de Ikeda sensei ao Brasil
Fevereiro reserva datas significativas para a história do kosen-rufu no Brasil e do mundo. Em 1984, Ikeda sensei visitava o Brasil pela terceira vez. Sua última estada no país, antes dessa data, havia ocorrido em 1966, início do regime militar brasileiro. A segunda visita do presidente Ikeda foi marcada por intensa vigilância policial, em consequência de informações distorcidas sobre a Soka Gakkai. Todavia, após dezoito anos, no dia 19 de fevereiro de 1984, Ikeda sensei desembarcou em São Paulo para sua terceira visita ao Brasil. Durante a sua permanência em solo brasileiro, ele viajou para Brasília, DF, onde se encontrou com o presidente da República, visitou a Universidade de Brasília e fez doação de mil livros à instituição. Esse cenário era completamente diferente de sua última passagem pelo país, com um reconhecimento crescente de autoridades nacionais. Após a terceira visita, a BSGI alçou grande voo. Centros culturais e sedes regionais foram inaugurados, e a sociedade brasileira prestou homenagens ao presidente Ikeda e à organização. Além disso, novas famílias começaram a praticar o budismo e a propagar a filosofia da esperança em todo território nacional. Foi no dia 9 de fevereiro de 1993, no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, que Ikeda sensei foi recepcionado por diversas personalidades, entre elas o então presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), Austregésilo de Athayde, em sua quarta presença ao país. No encontro, Ikeda sensei expressou: “O senhor é o maior tesouro da humanidade. Deixarei registrado seu nome para toda a posteridade”, afirmou o presidente Ikeda. O Dr. Athayde respondeu: “Finalmente eu me encontrei com a pessoa que mais desejava. O senhor é o marco deste século. Vamos lutar juntos. Vamos unir nossas forças para mudar a história da humanidade!”.1 Além disso, aconteceram outros encontros inesquecíveis com os membros. Como ponto alto, o presidente Ikeda foi agraciado como sócio correspondente da ABL e homenageado com o título de doutor honoris causa da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Para mais detalhes sobre os acontecimentos marcantes da terceira e quarta visitas de Ikeda sensei ao Brasil, leia as páginas 8 e 9 desta edição. Como vimos, a determinação firmada pelo Dr. Athayde no encontro com Ikeda sensei foi a de unir forças para mudar a história da humanidade. Neste fevereiro, repleto de marcos tão importantes, nossa expectativa é de que, juntos, possamos contribuir de forma efetiva para a construção de um mundo melhor. Boa leitura! Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.197, 28 set. 2013, p. B2.
06/02/2025
Matéria do Grupo Coração do Rei Leão
BS
Fé, prática e estudo
“Fé, prática e estudo são a força propulsora do crescimento e da vitória de todos os membros da Soka Gakkai. São diretrizes eternas para nossos esforços no cumprimento da missão que nos foi confiada pelo próprio Buda.” Com essas palavras, Ikeda sensei destaca a importância desse princípio básico do budismo para nossa vida pessoal e para nossa missão como budistas. Qual é a importância de cada um dos elementos que formam esse princípio e como aplicá-los em nossa vida diária? É o que veremos na matéria deste mês. Fé O presidente Ikeda diz: Fé nada mais é que ter o coração do rei leão, que nos permite superar quaisquer adversidades. Para pessoas de forte fé, jamais haverá um impasse. Aqueles que perseveram na fé poderão experimentar dentro da própria vida o mesmo grandioso estado de buda alcançado por Nichiren Daishonin e serão capazes de direcionar tudo à felicidade. Como podemos manifestar essa fé? O presidente Ikeda orienta da seguinte forma: A fé sempre deve ser honesta e despretensiosa. Nos momentos de sofrimento ou de alegria, devemos simplesmente levar tudo ao Gohonzon, expressando, ao orar, aquilo que estiver em nosso coração. Com base em minha experiência, a fé se aprofunda mediante o esclarecimento de questionamentos e dúvidas e a reflexão contínua e intensa sobre tais indagações no curso da prática budista, até finalmente obtermos uma resposta satisfatória que possamos aceitar de todo o coração. Assim, o ponto de partida é a fé, mas ela está estreitamente ligada à prática e ao estudo, o que nos leva ao próximo ponto. Prática Sobre a prática no Budismo Nichiren, o aspecto mais importante a se compreender é que ela tem dois lados que se complementam: a prática para si e a prática para os outros. Conforme Ikeda sensei explica, a prática para si é aquela que realizamos para superar nossas dificuldades e obter benefícios, enquanto a prática para os outros consiste em ajudar outras pessoas a obterem benefícios também — ou seja, significa propagar o budismo. A prática só está completa quando envolve esses dois lados, conforme o presidente Ikeda aponta ao citar as palavras de Tsunesaburo Makiguchi: Embora uma pessoa seguramente obtenha benefícios pelo simples fato de ter fé e oferecer orações, isso, por si só, não constitui a prática do bodisatva. Não é possível haver um buda egoísta, que só acumule benefícios pessoais e não trabalhe pelo bem-estar dos outros. A não ser que realizemos a prática do bodisatva, não poderemos atingir o estado de buda. Felizmente, temos a Soka Gakkai e o exemplo de nossos mestres para realizar essa prática completa, sempre alicerçada na fé. Mas como podemos incentivar uma pessoa que está sofrendo? E como podemos compreender os desafios da nossa vida? Estudo Quando estamos mergulhados nas profundezas do desespero, ler o Gosho faz o sol da esperança nascer em nosso coração. Ao nos depararmos com um impasse, isso nos ajuda a reunir o destemido coração do rei leão. E quando a doença nos aflige, ler o Gosho faz nossa vida se encher de revigorante vitalidade. Ao lermos o Gosho repetidas vezes em meio a nossas lutas, gravamos na vida as ações corajosas e justas de Daishonin, sua infinita compaixão pelos discípulos e, acima de tudo, sua ardente paixão pela propagação da Lei Mística. Conforme essa orientação de Ikeda sensei, o estudo fortalece nossa fé, que, por sua vez, revigora continuamente nossas orações. E qual é a forma correta de estudar o Budismo Nichiren? Ikeda sensei cita a seguinte orientação de Josei Toda: O estudo do budismo na Soka Gakkai significa ler o Gosho com nossos pensamentos, palavras e ações. Falem aos outros, livremente e sem hesitação, sobre o que aprenderam com o Budismo de Nichiren Daishonin. Agindo assim, com o tempo isso se tornará parte da sua vida. Fé, prática e estudo são aspectos interdependentes — ou seja, não podemos deixar nenhum de lado, por isso, ao falarmos desse princípio, muitas vezes usamos a -analogia do tripé. Veja mais sobre isso na editoria Você Sabia? (p. 20).
16/12/2024
Conheça o Budismo
BS
Tripé da felicidade
A prática do Budismo de Nichiren Daishonin, que visa à transformação da própria vida, é embasada no exercício da fé, da prática e do estudo (em japonês, shin-gyo-gaku). “Fé” corresponde a acreditar no Budismo de Nichiren Daishonin, em especial no supremo objeto de devoção, o Gohonzon. Essa “fé” é o ponto de partida e de chegada do exercício budista. O segundo item, “prática”, indica a ação concreta para transformar a vida, aplicando os ensinamentos budistas na vida diária. Por fim, o “estudo” é a busca pelos ensinamentos budistas de forma a obter uma diretriz para a correta prática da fé, apoiando a “prática” e fortalecendo ainda mais a “fé”. Se carecer de qualquer um desses três itens, o exercício budista deixará de ser uma prática correta. “A fé, a prática e o estudo são preceitos básicos para um praticante budista. (...) O estudo é uma base indispensável que nos permite discernir se uma religião é profunda ou superficial e obter clara compreensão sobre quais constituem os verdadeiros ensinamentos e o espírito de Daishonin. O presidente Josei Toda declarou: “A razão origina a fé, e a fé busca a razão”. Se a sua compreensão sobre a “razão”, ou seja, sobre os princípios budistas se aprofundar, sua fé também irá se aprofundar. Se sua fé se aprofundar, sua compreensão acerca dos princípios budistas também se aprofundará”1 Dr. Daisaku Ikeda Fé Significa “acreditar e abraçar”, isto é, acreditar e abraçar os ensinamentos do buda. A fé é o ponto fundamental para ingressar na condição de vida do Buda. Para evidenciarem na própria vida a extraordinária sabedoria e a condição iluminada do Buda, não há outro meio senão pela fé. Ao abraçar os ensinamentos do Buda com fé, pode compreender a verdade dos princípios de vida expostos no budismo. Nichiren Daishonin materializou o Nam-myoho-renge-kyo, a Lei fundamental do universo para a qual ele próprio despertou, na forma de Gohonzon. Em outras palavras, o Gohonzon é o objeto de devoção no qual Daishonin inscreveu o próprio estado de vida do Buda em prol de todas as pessoas dos Últimos Dias da Lei. Portanto, o ponto fundamental da prática do Budismo de Nichiren Daishonin está em acreditar profundamente que este Gohonzon é o único objeto de devoção para manifestar o estado de buda em nossa vida. Quando nos dedicamos intensamente à recitação do daimoku com fé no Gohonzon, podemos manifestar o poder benéfico da Lei Mística e consolidar a condição de buda em nossa vida. “Creia no Gohonzon, o supremo objeto de devoção de todo o Jambudvipa. Fortaleça ainda mais sua fé e receba a proteção de Shakyamuni, de Muitos Tesouros e dos budas das dez direções. Empenhe-se nos dois caminhos da prática e do estudo. Sem prática e estudo não pode haver budismo. Deve não só perseverar como também ensinar aos outros. Tanto a prática como o estudo surgem da fé. Empregue o máximo de sua capacidade ao ensinar os outros, mesmo que seja uma única sentença ou frase”2 Nichiren Daishonin Prática Corresponde à ação concreta da prática budista abraçando a fé no Gohonzon. O budismo explica que a condição de vida do Buda, repleta de compaixão e sabedoria, isto é, o estado de buda, é originalmente inerente à própria vida do ser humano. O objetivo da prática budista consiste em evidenciar essa condição de buda, oculta no interior da própria vida, e conquistar a felicidade absoluta. Porém, para que essa força, inerente à vida, seja manifestada na existência real da pessoa, é necessário um trabalho concreto para desbravar e transformar essa condição de vida. Em outras palavras, para manifestar a condição de buda, são necessárias contínuas ações centradas na razão. Essas ações correspondem à “prática”. Dois tipos de prática Há dois aspectos na “prática”: a individual, ou para si próprio; e a altruística, voltada para os outros. Assim como as rodas de um carro, a falta de qualquer um desses dois aspectos não conduz a uma prática completa. A “prática individual” refere-se ao exercício budista visando à conquista dos benefícios da Lei para si mesmo. E a “prática altruística” corresponde à ação de ensinar o budismo às outras pessoas para elas obterem benefícios. Nos Últimos Dias da Lei, tanto a prática individual, que objetiva atingir seu estado de buda, como a prática altruística, de ensinar e conduzir outras pessoas à felicidade, são essencialmente, a prática do Nam-myoho-renge-kyo, a lei fundamental para se tornar Buda. Assim, o exercício budista correto no Budismo de Nichiren Daishonin consiste nas práticas individual e altruística, isto é, a recitação do daimoku com fé no Gohonzon e a ação de ensinar sobre seus benefícios às outras pessoas, recomendando-lhes a prática budista. De forma concreta, a “prática individual” é composta pela recitação do gongyo e do daimoku; e a “prática altruística”, pelo shakubuku e pela propagação dos ensinamentos. As diversas atividades da Soka Gakkai em prol do kosen-rufu também são exercícios que correspondem à “prática altruística”. Compartilhar a felicidade A prática altruística consiste basicamente em ensinar sobre o Gohonzon aos outros (shakubuku) e as atividades e visitas para incentivar alguém a aprofundar a fé no budismo. O shakubuku é o exercício budista que possibilita cumprir a missão como bodisatva da terra. Ikeda sensei nos incentiva: Ao ajudar outras pessoas a se tornarem felizes, nós também nos tornamos felizes. (...) O simples ato de louvar a Lei Mística quando estamos dialogando com os outros é o próprio ato de realizar um esplêndido shakubuku. Se a pessoa decidirá ou não se converter é outra questão. O simples ato de falarmos às pessoas sobre a Lei Mística já é uma causa para infalivelmente recebermos benefícios.3 Esse princípio nos ensina não somente a lutar pela própria felicidade, mas também conduzir outras pessoas ao mesmo caminho. Estudo Refere-se ao estudo dos ensinamentos budistas, buscando o correto aprendizado dos princípios do budismo, tendo como base a leitura respeitosa do Gosho deixado por Nichiren Daishonin. Com o correto aprendizado dos princípios do budismo, podemos aprofundar ainda mais a fé e desenvolver uma verdadeira prática. Sem o estudo do budismo, corre-se o risco de fazer interpretações com base no próprio pensamento ou ser enganado por pessoas que expõem ensinamentos errôneos. Estudar o budismo não é acumular teorias. Ele serve para esclarecer as dúvidas, aprofundar a convicção e ensinar o caminho de esperança a outras pessoas. O budismo não está contido unicamente nos sutras, livros ou ideogramas com que são escritos. Ele existe e se manifesta somente na vida de cada uma das pessoas que estudam os escritos e praticam a fé estritamente de acordo com os ensinamentos de Nichiren Daishonin. O presidente Ikeda sintetizou a finalidade do estudo do budismo nos seguintes itens: 1. Estuda-se o budismo para adquirir uma correta visão da vida, da sociedade e dos objetivos. 2. Estuda-se o budismo para nutrir a prática da fé e o empenho nas atividades. 3. Estuda-se o budismo para avançar e crescer dia após dia. 4. Estuda-se o budismo para cultivar a capacidade de orientação e para prestar incentivos a todos os companheiros.4 Dica de leitura Veja sobre o tema “Fé, Prática e Estudo” no Guia para a Vitória que acompanha esta edição do Brasil Seikyo. Ouça Podcast da série Conheça o Budismo com o tema “Fé, Prática e Estudo”. Acesse clicando aqui. No topo: Getty Images Fontes: Os Fundamentos do Budismo Nichiren para a Nova Era do Kosen-rufu Mundial. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2016. 78 p. Brasil Seikyo, ed. 2.025, 6 mar. 2020, p. A8. Idem, ed. 2.026, 13 mar. 2010, p. A8. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Vanguarda. Nova Revolução Humana, v. 2. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 25-26. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 405-406, 2017. 3. Brasil Seikyo, ed. 1.549, 25 mar. 2000, p. A3. 4. Idem, ed. 1.610, 7 jul. 2001, p. A5.
14/12/2024
Conheça o Budismo
BS
Gratidão, o caminho para a verdadeira felicidade
Nichiren Daishonin explica as quatro dívidas de gratidão como: 1) a todos os seres vivos, 2) aos pais, 3) ao soberano e 4) aos três tesouros.1 Estar vivo é a maior felicidade. Como a vida nos foi dada pelos pais, seremos tão humanos quanto mais retribuirmos a eles por esse presente. Sentimento semelhante devemos ter pelos outros seres humanos e pela natureza que, de alguma forma, permitiram e contribuíram para que chegássemos até aqui seguros e vivos. Um autêntico ser humano sente infinita gratidão por tudo o que lhe foi feito e age por toda a vida para retribuir. Dentre as formas de gratidão, a dedicada ao mestre é a mais profunda e a que mais produz alegria e transformação em si e na sociedade. Uma pessoa dedicada a saldar sua gratidão com o mestre transforma o mundo. Vencer o egoísmo Vamos ponderar sobre o porquê a gratidão é tão importante: ela pode ser um trampolim para nos ajudar a superar nosso ego e os estreitos limites dos nossos interesses pessoais. Nos ensinamentos expostos antes do Sutra do Lótus, Shakyamuni citou a falta de gratidão como a razão pela qual as pessoas dos dois veículos2 não atingiam a iluminação. Sem esse espírito de gratidão, elas não eram capazes de superar seu egocentrismo nem podiam reconhecer que todas as pessoas possuíam a natureza de buda. Consequentemente, não eram capazes de revelar o próprio estado de buda inato nem experimentar a alegria de ajudar os outros a fazer o mesmo. Situação semelhante sucedeu com Shariputra, discípulo de Shakyamuni, que, em uma existência passada, abandonou a prática do bodisatva porque foi incapaz de suportar a rancorosa atitude do brâmane a quem ele ofereceu seu olho. Quando seu ato altruísta foi rejeitado e ridicularizado, Shariputra viu-se incapaz de manter sua dedicação em ajudar os outros e caiu na armadilha de buscar a iluminação somente para si. Em Carta para Horen, Daishonin escreve: Entre os seres vivos dos seis caminhos e das quatro formas de nascimento, há tanto homens quanto mulheres. E todos esses homens e todas essas mulheres foram nossos pais em algum momento de nossas existências anteriores.3 Todo indivíduo que encontramos nesta vida é alguém com quem temos uma dívida de gratidão de existências anteriores. Retribuição No romance Nova Revolução Humana, Ikeda sensei afirma: Josei Toda havia ensinado que era natural um budista querer bem às pessoas e amar seus pais. Dizia ele: “Como podem os jovens amar os outros se nem ao menos amam seus próprios pais?”. Por outro lado, Nichiren Daishonin ensinou que saldar as dívidas de gratidão com os pais e com as pessoas era o caminho de vida dos seres humanos. O conceito de quitar as dívidas com quem temos gratidão é um pensamento típico do budismo. Em sua raiz, existe o princípio da origem dependente, isto é, a ideia de que nada existe só, de que todas as coisas estão intrinsecamente relacionadas e influem umas nas outras. Segundo essa perspectiva, cada indivíduo existe graças ao apoio direto e indireto de inúmeras pessoas. Por essa razão, todos devem se relacionar com o sentimento de gratidão e de retribuição uns com os outros, não se limitando apenas aos pais.5 Como praticantes do Budismo de Nichiren Daishonin, nós nos esforçamos para apoiar os companheiros e ajudá-los a se tornar felizes, pois temos com eles enorme dívida de gratidão. Se perdermos de vista esse importante espírito de “prática para os outros”, nós nos fecharemos em nosso mundo repleto de interesses próprios. Nossa prática budista é, em certo sentido, uma luta para superar tal egocentrismo. Sem nutrir gratidão aos outros, não podemos esperar concretizar nossa revolução humana. Jornada da transformação Outro aspecto prático é a compreensão sobre a gratidão ser o reconhecimento de que o caminho do estado de buda com base na fé na Lei Mística é verdadeiro — um caminho de benefícios e de construção da felicidade. Quem não o reconhece como verdadeiro acaba abandonando-o por ingratidão, tal qual as pessoas dos dois veículos assim o fizeram. Empenhar-se ainda mais no caminho da fé budista por meio das ações em prol do kosen-rufu e pela felicidade das pessoas é ter gratidão, é ter fé na Lei Mística, em si próprio e nos outros. Uma existência de compaixão dedicada a encorajar indivíduo por indivíduo e manifestar em cada um a felicidade plena é uma vida na qual se paga as dívidas de gratidão. Ações humanísticas Fazer shakubuku em alguém é um sublime ato no qual lhe “devolvemos” a vida. Saldamos o que recebemos devolvendo a vida (o estado de buda) a cada ser humano. Kosen-rufu significa também propagar amplamente (de pessoa para pessoa, até chegar a todas) a Lei Mística sobre a qual aprendemos com nosso mestre. Dedicar-se ao kosen-rufu é quitar totalmente a dívida com todos os seres. A gratidão ao mestre que nos ensina essa forma genial de retribuição aos nossos pais e aos seres é, portanto, infinita. A maior alegria é nos levantar com essa convicção e nos unir aos demais companheiros em torno da meta de eternizar o “Buda Soka Gakkai”. Viver a cada momento o juramento de retribuir ao mestre produz a maior força humana. A vida flui de forma completa e, por mais terríveis que sejam os obstáculos, tudo se transforma, a exemplo da vida épica e vitoriosa de Ikeda sensei. No topo: Getty Images Fontes: Brasil Seikyo, ed. 2.264, 28 fev. 2015, D5. Idem, ed. 2.385, 26 ago. 2017, p. C2-C3. Notas: 1. Os três tesouros do budismo são o Buda, a Lei (os ensinamentos do Buda) e a Ordem budista (a comunidade de praticantes). Em termos atuais, no âmbito do Budismo de Nichiren Daishonin, o tesouro da Ordem budista não é outro senão a reunião dos membros da SGI — um corpo harmonioso de praticantes que luta com o espírito de unicidade de mestre e discípulo pelo kosen-rufu, tal como Daishonin ensina. 2. Dois veículos: De acordo com a teoria budista dos “dez mundos”, os dois veículos correspondem ao mundo dos ouvintes da voz e ao mundo dos que despertaram para a causa e se referem, respectivamente, aos estados de erudição e de autorrealização. Do ponto de vista da iluminação do Buda, a percepção alcançada pelas pessoas dos dois veículos é apenas parcial. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 536, 2020. 4. Idem, p. 44. 5. IKEDA, Daisaku. Abrindo Caminho. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 5, p. 52, 2019. Leia mais Matéria da revista Terceira Civilização com o tema Gratidão — Muito Mais que Obrigado, ed. 542, nov. 2013. Acesse clicando aqui. Ouça Podcast da série Incentivo do Dia sobre gratidão. Acesse clicando aqui.
24/10/2024
Conheça o Budismo
BS
Fazer brilhar o sol do estado de buda
Pode-se afirmar que o objetivo da prática do Budismo de Nichiren Daishonin é a vitória da fé e da natureza iluminada de buda sobre a ilusão e a escuridão. Essa vitória da fé — a revelação do estado de buda na própria vida — pode ser interpretada como hosshaku-kempon, ou seja, “abandonar o transitório e revelar o verdadeiro”. Hosshaku-kempon também significa o despertar para a missão do bodisatva da terra — abandonar os desejos egoístas e adotar uma postura benevolente orientada para a felicidade de si próprio e dos demais como missão de vida. Não duvidar de si mesmo Em certa ocasião, Ikeda sensei discorreu sobre hosshaku-kempon: O termo traduzido como “abandonar” também significa “abrir”. Poderíamos comparar “abrir o transitório” a remover as nuvens que bloqueiam os raios de sol. Quando as nuvens se dispersam, a “verdadeira identidade” aparece, assim como a brilhante luz do sol. O simples fato de haver nuvens no céu não significa que se deve procurar pelo sol em outro lugar. As pessoas não deixam de olhar para o céu em busca do sol; por isso, é o lugar onde se encontra a verdadeira identidade.1 Convertendo a analogia para o cotidiano, o céu nublado equivale aos momentos repletos de problemas. Naquele período carregado de nuvens de dificuldades, a tendência é duvidar de que a solução existe em si e não acreditar na própria capacidade para vencer. Aplicar o hosshaku-kempon nos momentos de adversidades significa abrir ou dispersar as nuvens das dificuldades do céu de sua mente e revelar o sol do estado de buda que existe dentro de si. Significa não duvidar de si mesmo nem se entregar à escuridão. A Lei Mística ou a natureza do estado de buda existe em você e não conhece limites. A força dessa Lei transcende o tempo, o espaço e até a morte. Uma vez ativada essa força na vida da pessoa, o ambiente se transforma no mesmo ritmo iluminado do seu estado de vida interior. O significado de hosshaku-kempon Esse conceito indica o ato de um buda descartar a posição transitória ou provisória e revelar sua verdadeira identidade. No capítulo 16, “A Extensão da Vida”, do Sutra do Lótus, Shakyamuni descarta sua identidade provisória de um buda que atingiu a iluminação em sua existência na Índia sob a árvore bodhi, revelando seu aspecto verdadeiro alcançado no longínquo passado, há incontáveis existências. Com relação ao buda Nichiren Daishonin, o conceito de hosshaku-kempon também tem um profundo significado. Em 1271, o Japão foi assolado por uma terrível seca. O governo ordenou a Ryokan, famoso e respeitado prior de um templo budista, que orasse por chuva. Quando Nichiren Daishonin soube disso, ele o desafiou por meio de uma carta, declarando estar disposto a ser seu discípulo caso fosse bem-sucedido em fazer chover. Contudo, se falhasse, Ryokan deveria se tornar seu discípulo. Ele aceitou o desafio, mas, apesar de suas orações e de centenas de sacerdotes assistentes, nenhuma chuva caiu. Ao contrário, Kamakura foi assolada por fortes vendavais. No final, Ryokan não só se recusou a seguir Daishonin, como também começou a tramar contra ele em conluio com uma autoridade local chamada Hei no Saemon-no-jo. Como consequência, no décimo dia do nono mês de 1271, Nichiren Daishonin foi intimado a comparecer à corte para responder a uma série de acusações infundadas. Dois dias depois, no décimo segundo dia do nono mês de 1271, Daishonin foi levado para a localidade de Tatsunokuchi, próxima a Kamakura, onde seria decapitado conforme a determinação de Hei no Saemon-no-jo. Entretanto, no último momento, um objeto esférico luminoso surgiu repentinamente no céu aterrorizando os soldados que, então, desistiram da execução. Após isso, Daishonin declarou ter nascido de novo, agora como Buda dos Últimos Dias da Lei. O espírito de Nichiren Daishonin Em sua série de ensaios Reflexões sobre a Nova Revolução Humana, o presidente Ikeda afirma: Naquela manhã, a luz resplandecente da aurora iluminou Tatsunokuchi. O alvorecer da verdade e da justiça rasgou o escuro véu da conspiração. Foi o triunfo da benevolência pelas pessoas sobre o aspecto demoníaco do poder; o triunfo da iluminação fundamental sobre a escuridão fundamental. O estado de buda venceu, fazendo o demônio do sexto céu tremer de medo. Foi a vitória sobre os vis assassinos, que tencionavam matar o devoto do Sutra do Lótus.2 Esse acontecimento da Perseguição de Tatsunokuchi nos faz entender o verdadeiro espírito de Nichiren Daishonin, que, suportando todas as formas de perseguições, continuou a lutar com imensa benevolência para conduzir as pessoas à felicidade. Nos dias atuais, o eterno caminho da Soka Gakkai baseia-se exatamente nesse espírito de Nichiren Daishonin, herdando seu legado. Em outras palavras, é o espírito benevolente de revelar e comprovar a verdade e a justiça, conduzindo as pessoas à felicidade, mesmo diante de inúmeras perseguições, obstáculos e calúnias. Pôr em prática em nossa vida O Mestre ressalta: “Abandonar o transitório e revelar o verdadeiro” significa “revelar a verdade” para todas as pessoas — ou seja, evidenciar uma condição de vida suprema e nobre inerente a nós e ajudar os demais a fazer o mesmo. Somos budas, e os outros também. “Abandonar o transitório e revelar o verdadeiro” compõe a base fundamental de nossas ações assentadas no respeito a todos os seres humanos. Consequentemente, no que se refere a Daishonin “abandonar o transitório e revelar o verdadeiro”, isso não representa apenas um ato pessoal, mas uma demonstração de que todos podem revelar plenamente em sua vida o inexaurível repositório de tesouros que existe dentro de si. Como meio para atingi-lo, ele ensina a importância de se empenhar na fé com o espírito de “verdadeira causa” — de sempre avançar a partir deste momento — um modo de prática em que nos dispomos a enfrentar bravamente os mais duros desafios da realidade com base no juramento de unicidade de mestre e discípulo de lutar pela iluminação de toda a humanidade.3 De forma geral, observamos que muitos seres humanos vivem em uma “condição transitória de vida”, influenciados, positiva ou negativamente, pelas circunstâncias individuais e sociais, imersos em sua escuridão fundamental, que o budismo considera como um mundo dominado pelas ilusões. Sol interior Então, o que seria exatamente “abandonar o transitório”? Não seria, por exemplo, nenhuma forma de mudança apenas no mundo exterior. Antes, seria essencialmente uma transformação interior, uma sábia e profunda alteração de postura em relação às circunstâncias externas. O exemplo de Nichiren Daishonin mostra que um grande desenvolvimento ou grandes realizações quase sempre são alcançados em meio a difíceis situações. O presidente Ikeda complementa: As grandes adversidades nos levam a manifestar a iluminação. As grandes perseguições nos asseguram que manifestaremos imediatamente o estado de buda. (...) O “transitório” que se deve descartar é a fraqueza, a covardia. Ao manifestar sua “verdadeira identidade’, a coragem, Daishonin demonstrou a todas as pessoas o princípio de “abandonar o transitório e revelar o verdadeiro”. Podemos comprovar esse mesmo princípio enfrentando todas as dificuldades com determinação e fazendo do espírito destemido de Daishonin o nosso próprio espírito. Portanto, “descartar o transitório e revelar o verdadeiro” não se refere, de forma alguma, à manifestação de um poder sobrenatural. É, antes de tudo, manifestar, com base na Lei Mística, virtudes existentes na própria vida, como coragem, persistência, esperança e sabedoria. É manifestar o melhor que há em si e, a partir disso, consolidar uma mudança fundamental no âmago de sua existência como base para o cumprimento da própria missão como bodisatva da terra, para a construção da felicidade absoluta e para a criação de um mundo de paz.4 Dica de leitura Veja sobre o tema “Estado de Buda” no Guia para a Vitória que acompanha esta edição do Brasil Seikyo. Leia mais Matéria de capa da revista Terceira Civilização, ed. 554, out. 2014, com o tema “Revele seu Verdadeiro Potencial”. Acesse: https://www.brasilseikyo.com.br/home/terceira-civilizacao/edicao/554/artigo/revele-seu-verdadeiro-potencial/9849 Fontes:Terceira Civilização, ed. 554, out. 2014, p. 16-23.Idem, ed. 553, set. 2014, p. 10.Brasil Seikyo, ed. 1.736, 21 fev. 2004, p. A5.Idem, ed. 2.195, 7 set. 2013. p. A2. Notas:1. Brasil Seikyo, ed. 1.478, 26 set. 1998, p. 3.2. Terceira Civilização, ed. 396, ago. 2001, p. 37.3. Brasil Seikyo, ed. 2.340, 17 set. 2016, p. B2.4. Terceira Civilização, ed. 553, set. 2014, p. 10.
22/08/2024
Editorial
BS
Encontro transformador
Agosto reserva acontecimentos importantes e que não podem ser deixados apenas como registros da humanidade e da Soka Gakkai. Em 6 de agosto de 1945, a primeira bomba atômica foi lançada no fim da Segunda Guerra Mundial. A cidade japonesa de Hiroshima foi o alvo. Dias depois desse trágico episódio, em 9 de agosto, Nagasaki também sofreu um ataque nuclear. O número real de perdas não é conhecido, mas estima-se que a explosão teria causado, de imediato, mais de 200 mil mortes. Apenas dois anos após esse terrível acontecimento, a sociedade japonesa se encontrava mergulhada na descrença, desesperança e inteiramente aflita em busca da própria subsistência. No entanto, em 14 de agosto de 1947, uma reunião de budismo acontecia no bairro de Kamata, Tóquio. A pessoa que ministrava a explanação dos escritos de Nichiren Daishonin no encontro era Josei Toda, sobrevivente das agruras da guerra. Seu intuito era imprimir novo vigor às pessoas, a partir da luz do humanismo budista. Nesse dia, um jovem esteve nessa atividade a convite de dois amigos. Seu nome era Daisaku Ikeda. Ao ouvir as explanações de Toda sensei, ele se sentiu acolhido pelo olhar e pelas explicações benevolentes sobre a dignidade da vida humana. Por fim, o jovem declamou um poema em agradecimento à atenção desprendida por todos, especialmente por Toda sensei. No trecho final dos versos, as palavras deixaram todos extasiados, uma vez que era o primeiro contato de Daisaku Ikeda com o Budismo de Nichiren Daishonin. As palavras eram: Neste encontro ideal, sou eu quem surge da terra!.1 De certo modo, esse “encontro” foi determinante para que a relação entre Josei Toda e Daisaku Ikeda como mestre e discípulo fosse firmada, e uma etapa de consolidação e propagação dos ensinamentos de Nichiren Daishonin, estabelecida. A partir dessa ocasião, milhares de pessoas ao redor do mundo puderam constituir vínculo com a Soka Gakkai e o budismo e ter a existência verdadeiramente transformada de modo positivo. Embora os fatos trazidos no início do texto sejam sensíveis e taciturnos, foram eles que resultaram na construção da Soka Gakkai, uma instituição comprometida com a paz e a felicidade de todas as pessoas. Assim como descrito por Nichiren Daishonin, “Um grande mal prenuncia a chegada de um grande bem”.2 Acompanhe o Especial nas p. 8 e 9 da edição com detalhes do dia 14 e 24 de agosto, datas memoráveis para a organização. Ótima leitura! Notas:1. IKEDA, Daisaku. Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 206, 2022.2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 390, 2017.
08/08/2024
Curtas
BS
Badalem altivamente o segundo ciclo dos “Sete Sinos” da paz mundial
A 3a Reunião de Líderes da Soka Gakkai foi realizada no dia 29 de junho no Auditório Memorial Toda de Tóquio e contou com a participação dos jovens do Japão e de outros sessenta países e territórios. Os retratos do primeiro presidente da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi; do segundo presidente, Josei Toda; e do terceiro presidente, Daisaku Ikeda, recentemente instalado, pareciam observar, de forma carinhosa, a alegria dos jovens emergidos da terra de todo o mundo. Cerca de 70% dos membros da SGI que se reuniram nessa oportunidade participavam pela primeira vez do Curso de Aprimoramento da SGI no Japão. No encontro, houve relatos e palavras de decisão de representantes dos países. E, também, os líderes das Divisões Masculina, Feminina de Jovens e dos Universitários do Japão expressaram sua determinação dando uma nova partida rumo a 2030. Representantes dos países expressam sua decisão de atuação pelo kosen-rufu O presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, falou sobre o seu encontro com o papa Francisco no mês de maio e enfatizou que o desejo da Soka Gakkai é concretizar o ideal do novo ciclo dos “Sete Sinos” indicado por Ikeda sensei em prol da paz mundial. Discurso na íntegra, cllque aqui . Na ocasião, foi exibido um vídeo do discurso do presidente Ikeda proferido no Gongyo pela Paz Mundial realizado em setembro de 2002. Leia mais Matéria sobre o encontro do presidente Minoru Harada com o papa Francisco no BS+ e no site da Editora Brasil Seikyo. Acesse: https://www.brasilseikyo.com.br/central-de-noticias/noticia/999562537 Fonte: Texto traduzido e adaptado do Seikyo Shimbun do dia 30 de junho de 2024. Fotos: Seikyo Press No topo: Presidente Minoru Harada incentiva participantes da Reunião de Líderes
11/07/2024
Editorial
BS
O vigor da juventude
No dia 13 de julho de 1958, foi realizada a 1ª Convenção da Divisão dos Jovens de Kansai. Era um domingo de céu claro. Compareceram 7 mil integrantes da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) no horário do almoço e, à tarde, 8 mil integrantes da Divisão Masculina de Jovens (DMJ). Ao observar o aspecto de todos, Ikeda sensei registrou: Foi uma atividade magnífica! Excelente! Kansai empreendeu extraordinários esforços! [...] Quero viver de forma ativa, com o vigor da juventude.1 Essa foi a primeira celebração pela passagem do mês das Divisões Feminina e Masculina de Jovens pós-falecimento de Josei Toda. Daisaku Ikeda era um jovem de 30 anos. Sem jamais perder esse vigor da juventude, Ikeda sensei edificou um magnífico legado. Essa herança do Mestre inclui a diretriz para que o Centro Cultural Campestre (CCCamp), em Itapevi, SP, seja um centro de aprimoramento de “valores humanos” e a denominação de Monarca do Mundo com base no poema escrito após a sua visita ao Brasil e estada no CCCamp. Esta edição traz o Especial com trechos do poema Brasil, Seja Monarca do Mundo!, no qual pulsa eternamente o coração do Mestre. Leia mais, clique aqui. O Encontro com o Mestre compila incentivos de Ikeda sensei sobre missão, temática para o mês de agosto que guiará a jornada da vitória de 2024. Antecedendo esse tema, a BSGI recebeu os amigos do México e de El Salvador para um animado e significativo intercâmbio. Numa mística sintonia, esse evento aconteceu no momento em que jovens do mundo se reuniam no Japão para um curso de aprimoramento. Assim, os jovens da América Latina iniciaram um novo fluxo de treinamento e intercâmbio, ratificando a diretriz do CCCamp e da denominação “Monarca”. Confira cobertura . Desejamos que o conteúdo deste jornal o inspire a “viver de forma ativa, com o vigor da juventude”. Ótima leitura! Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 480-481.
11/07/2024
Conheça o Budismo
BS
Missão: paz e felicidade de todos
Poderia me explicar a respeito do conceito budista de ganken ogo? Ganken ogo significa “carma adotado por desejo próprio”. Explicando melhor, representa o fato de nascer em um mundo de impurezas, como consequência do forte desejo de salvar a humanidade por meio da propagação da Lei Mística. Em outras palavras, indica o desejo da própria pessoa de nascer em uma circunstância desfavorável para transformar sua vida e comprovar os benefícios da prática budista para as demais pessoas. Então, eu mesmo optei nascer aqui no Brasil e passar pelas circunstâncias que encontro? De fato, por meio do conceito de ganken ogo, o budismo ensina que as pessoas, conscientes de sua missão como bodisatvas da terra, manifestaram o desejo de nascer exatamente neste local e nesta situação com o intuito de ultrapassarem suas dificuldades com base na prática da fé para comprovar a grandiosidade do Budismo de Nichiren Daishonin. E assim, por meio dessa comprovação real, poderiam incentivar outras pessoas a praticar também o budismo e a desfrutar benefícios. Em outro sentido, todos os seres humanos nascem com uma missão que somente eles podem concretizar. Portanto, o nascimento de uma pessoa não é mera circunstância do acaso. Mas eu já não poderia ter nascido em uma condição de felicidade? Por exemplo, se uma pessoa que não enfrentou problemas ou dificuldades lhe dissesse que se tornou feliz por meio da prática do budismo, provavelmente suas palavras não tocariam de forma profunda a sua vida. Ao contrário, uma pessoa que enfrentou sérias dificuldades, como problemas financeiros, e as superou por meio da prática budista, transformando a situação e alcançando a felicidade, isso certamente despertaria a curiosidade em todos de saber como ela conseguiu essa mudança em sua vida. Assim, ela comprovaria a veracidade desse ensinamento e incentivaria muitos outros a ultrapassar suas dificuldades com base em seu exemplo. De forma semelhante, quando alguém consegue vencer uma grave doença tornando-se saudável, isso leva coragem e esperança às pessoas. Então, minha transformação pode ajudar outras pessoas? Correto. A transformação da vida de uma pessoa é motivo de grande alegria para as demais, além de encorajar e dar esperança para quem estiver passando pelos mesmos problemas. Não é maravilhoso quando vemos uma família feliz que ultrapassou problemas de desarmonia familiar e se tornou modelo para outras famílias que ainda enfrentam as mesmas aflições? E aqueles que não praticam o budismo acompanham nosso desenvolvimento, e todas as transformações são observadas por eles. Sua vitória será motivo de alegria para todos. Quanto maiores forem as dificuldades enfrentadas na vida, maior será a comprovação dos benefícios da prática da fé. Há alguma passagem das escrituras budistas que menciona o conceito de ganken ogo? No próprio Sutra do Lótus, há citações que ilustram esse princípio. O buda Nichiren Daishonin o cita no escrito Abertura dos Olhos: Com este meu corpo, tenho cumprido as predições do sutra. Quanto mais as autoridades do governo me atacam, maior é a minha alegria. Por exemplo, há certos bodisatvas do Hinayana, ainda não libertos da ilusão, que adotam um carma negativo motivados pelo próprio juramento [ganken ogo]. Se souberem que seu pai ou sua mãe caíram no inferno e estão agonizando, esses bodisatvas voluntariamente criarão o carma apropriado para que também caiam no inferno a fim de compartilhar e tomar para si próprios os sofrimentos dos pais. Nesse sentido, o sofrimento é uma alegria para eles. O mesmo ocorre comigo [ao cumprir as predições].1 Daishonin também enfrentou dificuldades? O buda Nichiren Daishonin nasceu com a missão de revelar a Lei fundamental da vida para a felicidade de toda a humanidade. Durante a sua existência, enfrentou inúmeras adversidades. Ele foi perseguido e atacado, culminando com a Perseguição de Tatsunokuchi, em 12 de setembro de 1271, na qual as autoridades tentaram decapitá-lo. E foi nessa ocasião que ele revelou sua verdadeira identidade de Buda dos Últimos Dias da Lei, conforme consta em outra passagem do escrito Abertura dos Olhos: No décimo segundo dia do nono mês do ano passado, entre as horas do rato e do boi [entre 23 horas e 3 horas], esta pessoa chamada Nichiren foi decapitada. Foi sua alma que chegou a esta Ilha de Sado e, no segundo mês do ano seguinte, cercado pela neve, escreve esta carta para enviá-la aos seus discípulos mais próximos.2 Os membros da Soka Gakkai, desde a sua fundação, vêm se empenhando intensamente em prol da felicidade das pessoas. Porém, ao longo desses anos, também vêm ultrapassando, em torno dos três primeiros presidentes — Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e Daisaku Ikeda —, diversas adversidades, como críticas, difamações e injustiças, comprovando a grande vitória e direcionando as pessoas ao verdadeiro caminho da felicidade. Hoje, com Ikeda sensei como eterno mestre da vida, todos estamos nos empenhando com a grande missão de transformarmos as condições adversas da nossa vida para comprovar a grandiosidade do budismo. Então, vamos nos esforçar para pôr em prática o princípio de ganken ogo, buscando a comprovação real da mudança das circunstâncias adversas, contribuindo assim para a felicidade de muitas outras pessoas. Fonte: Brasil Seikyo, ed. 1.705, 28 jun. 2003, p. A5. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 253, 2020. 2. Ibidem, p. 281-282. *** A pessoa mais feliz do Brasil Veja, a seguir, trechos do capítulo “Desbravadores” do romance Nova Revolução Humana, v. 1, no qual Ikeda sensei incentiva os participantes na fundação do Distrito Brasil durante a sua primeira visita ao Brasil, em 1960, ressaltando a sua missão à luz do princípio de ganken ogo. O budismo elucida um princípio chamado ganken ogo [carma adotado por desejo próprio]. Segundo esse princípio, os praticantes do budismo escolhem, por vontade própria, nascer em circunstâncias desfavoráveis para que possam ajudar os outros. Isso significa que, embora tenhamos acumulado benefícios por meio da prática budista para renascer em circunstâncias favoráveis, escolhemos propositadamente renascer em meio aos que sofrem para propagar a Lei Mística. (...) Por exemplo, se alguém que sempre viveu como uma rainha, sem grandes dificuldades ou problemas, dissesse que se tornou feliz graças à prática do budismo, ninguém lhe daria ouvidos. Contudo, se uma pessoa doente, de família pobre, menosprezada pelos outros, consegue transformar a vida por meio da prática budista, tornando-se feliz e ainda uma líder na sociedade, isso será uma esplêndida prova da grandiosidade do budismo. (...) Ao vencer a situação de grande pobreza, o praticante consegue transmitir esperança a outras pessoas que enfrentam dificuldades financeiras. Ao adquirir boa saúde e vitalidade, alguém que sempre lutou contra a doença consegue acender a chama da coragem no coração daqueles que enfrentam circunstâncias similares. Ao construir um ambiente familiar feliz e harmonioso, alguém que sofreu com desentendimentos no lar se tornará um líder para outros afligidos por problemas de relacionamento familiar. (...) Pode-se dizer que carma é outro nome para missão. Eu sou filho de um pobre beneficiador de algas marinhas. Trabalhei ao lado do Sr. [Josei] Toda durante as amargas provações resultantes da falência da empresa, apesar de estar com a saúde frágil devido à tuberculose. Por ter experimentado dificuldades e sofrimentos como todo mundo, pude assumir a liderança do movimento do kosen-rufu como representante das pessoas comuns. (...) Talvez os senhores estejam pensando que vieram para o Brasil por causa das circunstâncias de cada um. No entanto, a razão não é bem essa. Os senhores nasceram como bodisatvas da terra para realizar o kosen-rufu do Brasil, para conduzir as pessoas deste país à felicidade e para construir aqui a terra da eterna paz e tranquilidade. Ou melhor, os senhores foram escolhidos por Nichiren Daishonin para estarem aqui. Quando se conscientizarem de sua sublime missão como bodisatvas da terra e dedicarem a vida ao kosen-rufu, o sol que existe dentro dos senhores desde o tempo sem início começará a brilhar. Todas as ofensas que cometeram em vidas passadas serão dissipadas como a bruma e os senhores iniciarão uma vida maravilhosa permeada pela profunda alegria e felicidade. (...) Dessa forma, cabe apenas a cada um de nós cultivar e desenvolver a própria vida. É preciso empunhar a enxada da esperança, plantar as sementes da felicidade e perseverar com tenacidade na prática da fé. As gotas de suor derramadas em prol do kosen-rufu vão se tornar gemas de boa sorte que haverão de dignificar a sua vida para sempre. Por favor, torne-se a pessoa mais feliz do Brasil! Fonte: IKEDA, Daisaku. Desbravadores. Nova Revolução Humana, v. 1. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 240-242. Dicas de leitura Veja sobre o tema “Missão” no Guia para a Vitória que acompanha esta edição do Brasil Seikyo. Saiba mais sobre a fundação do Distrito Brasil no capítulo “Desbravadores” da Nova Revolução Humana, v. 1. Acesse: https://cile.brasilseikyo.com.br/livro-nrh-um Matéria Carma é Missão publicada na revista Terceira Civilização, ed. 546, fev. 2014, no BS+ ou acessando: https://www.brasilseikyo.com.br/home/terceira-civilizacao/edicao/546/artigo/carma-e-missao/17157 Ilustração: GETTY IMAGES
11/07/2024
Especial
BS
Farol da humanidade
Em 1993, o Dr. Daisaku Ikeda mergulhou na árdua e grandiosa tarefa de começar a escrever os trinta volumes do romance Nova Revolução Humana (NRH), com o desejo de deixar para a posteridade o desenvolvimento da organização e fundamentar a pura relação de mestre e discípulo. Na obra, ele narra fatos marcantes vividos ao lado dos discípulos e as vitórias alcançadas por meio da prática da fé. O Mestre iniciou oficialmente esse gigantesco empreendimento literário no dia 6 de agosto desse mesmo ano, data que marcou os 48 anos do lançamento da bomba atômica em Hiroshima no fim da Segunda Guerra Mundial. Ele tinha 65 anos, estava no Japão, em Karuizawa, Nagano, local de grandes recordações do seu mestre, Josei Toda. Ikeda sensei diz que assumiu esse empreendimento com sincera oração e fazendo um juramento em prol da paz. No prefácio, ele já anunciava quão árdua seria essa tarefa: Se considerarmos o limite de tempo que tenho nesta existência, este trabalho será certamente o maior desafio. No entanto, viver no sentido verdadeiro somente tem significado quando cumprimos a nossa missão.1 Ele salientou que grandes autores como Goethe, Hugo e Tolstói continuaram a escrever vigorosamente mesmo após os 80 anos. Aos 65, quando iniciou o romance, considerou-se ainda bastante jovem para se lançar a tamanha empreitada. Revolução Humana e Nova Revolução Humana Ikeda sensei iniciou a escrita da Nova Revolução Humana no mesmo ano em que terminou de escrever o romance precursor Revolução Humana. Ele narra: Em 1957, o último verão do meu mestre [Josei Toda], decidi que escreveria um romance biográfico sobre a sua vida. A ideia amadureceu quando me pediu para se encontrar com ele em Karuizawa, província de Nagano, onde se recuperava de uma enfermidade. Era 14 de agosto, décimo aniversário do nosso primeiro encontro. Embora estivesse se recuperando nessa tranquila cidade turística, sua mente não descansava. Ele se mantinha constantemente ocupado, planejando o futuro da Soka Gakkai, dialogando, orientando e incentivando os líderes da Comunidade Karuizawa. Nesses momentos, pensava muito sobre o que iria escrever em sua Declaração pela Abolição das Armas Nucleares, que pretendia proferir aos jovens no dia 8 de setembro como o primeiro de seus preceitos finais. (...) Foi então que perguntei a mim mesmo “quem irá preservar a história deste grande homem por toda a eternidade? Não seria minha esta nobre missão, uma vez que tenho a imensa boa sorte de estar ao seu lado, como se fosse sua sombra?”. A ideia de escrever Revolução Humana havia passado pela minha cabeça muitas vezes, porém nesse momento decidi que faria sem falta.2 Em 3 de maio de 1960, o jovem Daisaku Ikeda se torna terceiro presidente da Soka Gakkai e, em 1962, concretiza o desejo do seu mestre de integrar 3 milhões de famílias à organização. Durante a cerimônia do sétimo aniversário de falecimento do presidente Josei Toda, em abril de 1964, ele anuncia que escreveria o romance biográfico do seu venerado mestre, intitulado Revolução Humana, iniciando-o em 2 de dezembro daquele ano, em Okinawa. A publicação em série no Seikyo Shimbun começou em 1o de janeiro de 1965. Em meio às intensas atividades no Japão e no exterior, além de diversos outros compromissos e trabalhos, Ikeda sensei travou uma verdadeira batalha para redigir as partes da obra. Contudo, a série que vinha sendo continuada com tanto esforço e tenacidade precisou ser interrompida por um tempo. Em abril de 1979, sensei teve de renunciar ao cargo de presidente da Soka Gakkai para proteger os membros ante as maldades que surgiram com a ação de clérigos e traidores da organização. Seus artigos não puderam mais ser publicados nas páginas do Seikyo Shimbun. Pelo bem dos companheiros, Ikeda sensei desafiou todas as circunstâncias e, em julho do ano seguinte, 1980, decide reiniciar a publicação da Revolução Humana e começa a escrever o volume 11. Houve ocasiões em que, devido a uma forte indisposição, para dar continuidade à série, ele ditou o conteúdo para um jornalista responsável enquanto permanecia deitado. O romance Revolução Humana foi concluído em 11 de fevereiro de 1993, data em que se comemorava o 93o aniversário de nascimento de Josei Toda. A sequência da obra, Nova Revolução Humana, passou a ser publicada em série no Seikyo Shimbun a partir do dia 18 de novembro desse mesmo ano. O Brasil na NRH Logo no primeiro volume do livro Nova Revolução Humana (NRH), no capítulo “Desbravadores”, o autor, Daisaku Ikeda, relata a primeira visita de Shin’ichi Yamamoto (pseudônimo do Dr. Ikeda no romance) ao Brasil em 1960. Essa visita aconteceu quando ele alçou voo para iniciar a empreitada do kosen-rufu mundial. Nesse episódio consta a famosa frase “Contudo, eu irei...” que até hoje inspira os membros brasileiros. O segundo momento em que o país é citado na obra encontra-se no volume 11. No capítulo “Luzes do Alvorecer”, quase todo dedicado ao Brasil, o autor conta sobre o período em que o personagem principal fez sua segunda visita ao país em 1966, relata também o cancelamento da visita em 1974 e sua gloriosa vinda às terras brasileiras em 1984. Conteúdo e estilo Utilizando o pseudônimo de Ho Goku, como autor, e Shin’ichi Yamamoto, como personagem, o presidente Ikeda tem uma forma bem particular de narrar a história da Soka Gakkai em seu romance. Ele mescla histórias vivenciadas por ele ao mesmo tempo em que descreve a trajetória vitoriosa dos membros. O Dr. Ikeda intercala incentivos sobre diversos aspectos, trechos do Gosho, histórias de diferentes civilizações e de vários países, bem como diálogos memoráveis que teve com personalidades. É um romance em que muitos leitores se deliciam e aprendem com cada episódio relatado. A relação com os membros surge com calorosos diálogos realizados nas dezenas de reuniões de palestra abordadas na obra, nas visitas ou na fundação dos grupos de aprimoramento e nos históricos festivais culturais da Soka Gakkai. Em cada capítulo, ele se aproxima cada vez mais das pessoas, deixando gravado o seu legado. Faz das alianças diplomáticas a oportunidade de estreitar os laços de amizade. Encontra-se com líderes mundiais como Aleksey Nikolayevich Kosygin e Zhou Enlai; com ativistas dos direitos humanos, como Nelson Mandela, Rosa Parks, dentre outros; e grandes pensadores como o renomado historiador britânico Arnold J. Toynbee ou ativistas como Wangari Maathai — diálogos distintos, repletos de calor humano. A NRH é um romance épico e de encorajamento no qual sensei deixa incutidos o humanismo Soka e a essência da unicidade de mestre e discípulo. Jornada de mestre e discípulo No dia 6 de agosto de 2018, Ikeda sensei repousou a caneta depois de terminar de escrever o romance Nova Revolução Humana. Em 8 de setembro, a série de trinta volumes teve sua veiculação concluída no Seikyo Shimbun. O número total de partes da Revolução Humana e da Nova Revolução Humana publicadas no jornal foi de 7.978. Foram mais de 20 mil folhas de papel manuscritas, cada uma delas com quatrocentos caracteres em média, que registraram o marco dourado do mais longo romance, divulgado em série num jornal, da história do Japão. A NRH é a obra de maior tempo lançada em partes em um jornal diário no Japão. O Fórum Mundial de Escritores considerou o título como uma das maiores obras-primas da literatura do século. Junto com a Revolução Humana, já foram vendidos milhões de exemplares em diversos idiomas. Ikeda sensei encerrou sua nobre existência em 15 de novembro de 2023 e, atualmente, milhões de pessoas ao redor do mundo leem e estudam os trinta volumes da Nova Revolução Humana, aplicando na própria vida os incentivos e direcionamentos do Mestre. Essa pessoas se dedicam para se tornar os “Shin’ichi Yamamoto” de sua localidade, comprovando a força do budismo e os valores da Soka Gakkai na sociedade e perpetuando os ideais de Ikeda sensei para as futuras gerações em prol da paz no mundo. Fontes: Brasil Seikyo, ed. 2.191, 17 ago. 2013, p. A6. Idem, ed. 2.434, 8 set. 2018, p. C1-C8. Idem, ed. 2.653, 24 fev. 2024, p. 6-9. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Prefácio. Nova Revolução Humana, v. 1. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 7. 2. Terceira Civilização, ed. 582, fev. 2017. Cronologia Revolução Humana (escrita pelo presidente Josei Toda) 20 de abril de 1951 Revolução Humana, obra de autoria do segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, com o pseudônimo de Myo Goku, é publicada pela primeira vez na edição inaugural do jornal Seikyo Shimbun do Japão e veiculada em série por três anos. 3 de julho de 1957 Lançado o primeiro volume da Revolução Humana em livro, de autoria de Josei Toda. Revolução Humana (escrita pelo presidente Ikeda) 2 de dezembro de 1964 Presidente Ikeda passa a escrever a Revolução Humana nas terras de Okinawa, com o pseudônimo de Ho Goku. Julho de 1965 Sua publicação em série iniciou a partir da edição de Ano-Novo de 1965 do jornal Seikyo Shimbun. No mesmo ano, foi publicado o primeiro volume do romance Revolução Humana de autoria do presidente Ikeda. Agosto de 1978 Daisaku Ikeda conclui o volume 10 e, inevitavelmente, suspende a escrita do romance por dois anos, em razão da primeira problemática do clero. Ele teve de renunciar ao posto de terceiro presidente da Soka Gakkai em abril de 1979. A publicação foi retomada a partir do capítulo “A Virada” do volume 11, em agosto de 1980. 24 de novembro de 1992 Fim do manuscrito do 12º volume. A obra encerra com a cena na qual o discípulo Shin’ichi Yamamoto toma posse como o terceiro presidente da Soka Gakkai. Os doze volumes da Revolução Humana foram publicados em série num total de 1.509 partes. Nova Revolução Humana (escrita pelo presidente Ikeda) 6 de agosto de 1993 Na data em que se relembra o lançamento da bomba atômica em Hiroshima, Ikeda sensei começa a escrever a obra Nova Revolução Humana, em Karuizawa. A publicação no jornal Seikyo Shimbun inicia-se no dia 18 de novembro desse ano. 8 de setembro de 2018 Publicada no Seikyo Shimbun a última parte do capítulo “Juramento Seigan”, concluindo os trinta volumes do romance Nova Revolução Humana, que já foi lançado em treze idiomas em 23 países. E sua conclusão passou a marca de 6 mil partes veiculadas. Dica de leitura Trinta volumes do romance Nova Revolução Humana. Mais informações no site do Clube de Incentivo à Leitura (CILE): www.cile.com.br Leia mais Membros da Soka Gakkai em diversos países dedicam-se à leitura e à aplicação do conteúdo da Nova Revolução Humana na própria vida. Integrantes da Área Acre, Sub. Amazônia Ocidental, participantes de atividade de estudo da obra Sobre os encontros de estudo da NRH da Área Acre https://www.brasilseikyo.com.br/home/bs-digital/edicao/2658/artigo/curtas/999562517 No topo: Manuscrito do primeiro volume da Nova Revolução Humana de Ikeda sensei. Ao fundo, exemplares do romance publicados em diversos idiomas Fotos: Seikyo Press | Colaboração local
11/07/2024
Caderno Nova Revolução Humana
BS
Nobreza do ser humano
PARTE 45 Os membros chegavam um após o outro lotando o recinto principal das ruínas do Castelo de Oka. Um sênior subia galantemente as escadarias de pedra vestido de terno. Um jovem caminhava com toda a disposição carregando uma pessoa idosa nas costas. Uma senhora caminhava a passos rápidos com suor brotando na testa. Os sorrisos trocados uns com os outros também eram radiantes. Shin’ichi Yamamoto desceu do carro no meio do caminho, e ao começar a subir para a cidadela externa da ruína do castelo, cerca de uma dezena de membros da Divisão Masculina de Jovens o aguardava. Eram os bravos jovens que lutaram até o fim para proteger os companheiros durante as investidas dos clérigos maldosos. Shin’ichi apertou firmemente as mãos de cada um e lhes transmitiu incentivos. Ao chegar ao recito principal da ruína, aproximadamente trezentas pessoas estavam reunidas. Quando viram Shin’ichi, irrompeu uma grande salva de palmas e ovações. — Vim aqui para me encontrar com os senhores. E vim para dar a partida rumo ao século 21 junto com os nobres e preciosos companheiros. Então, vamos tirar juntos uma foto comemorativa. Será a foto comemorativa da grande vitória dos membros de Takeda que ficará registrada na história do kosen-rufu. Dentre as pessoas reunidas, havia também algumas crianças. Na primeira fila, um menino de cerca de 2 anos estava no colo da avó. Shin’ichi pensou: “Não há dúvida de que essa cena é como a obra-prima da alma da canção do triunfo do povo, que ficará gravada para sempre nesse pequeno coração”. O fotógrafo do Seikyo Shimbun olhou pelo visor da câmera. Havia pessoas demais e não cabiam na foto. Sem alternativa, ele tirou a foto subindo nos ombros de outro fotógrafo. O semblante de todos os companheiros, que ultrapassaram as nuvens escuras das árduas e sofridas batalhas, estava radiante e iluminado. O céu azul se estendia tanto sobre a cabeça como no coração deles. O fotógrafo apertou o botão. Shin’ichi falou: — Já que viemos até aqui nas ruínas do Castelo de Oka, que tal cantarmos todos juntos a música Kojo no Tsuki [A Lua sobre o Castelo em Ruínas]! Com a regência do secretário da província Takeo Yamaoka, o grande coro começou a cantar. Shin’ichi também cantou com toda a sua força. Na primavera, festival das flores, no interior do castelo E no copo de saquê que circula entre as pessoas está refletido o brilho da lua... Ondas de emoção envolviam o coração dos companheiros. Desde que se mantenha a fé, sem falta despontará o sol da vitória. PARTE 46 Takeo Yamaoka, que regia a música Kojo no Tsuki [A Lua sobre o Castelo em Ruínas], tinha ido diversas vezes às terras de Takeda para protestar resolutamente contra a desumanidade dos sacerdotes e para percorrer a região a fim de incentivar os membros. Ele se recordou dos tempos difíceis em que teve de se manter firme e inabalável e também dos incentivos dedicados de corpo e alma por Shin’ichi Yamamoto, e não conseguia conter a ardente emoção que emanava de dentro de si. Budismo é vitória ou derrota. E o princípio místico de causa e efeito também é claro e rigoroso. Os nobres filhos do Buda que vieram avançando rumo ao kosen-rufu suportando e resistindo às tempestades de obstáculos e de maldades estufaram o peito de orgulho e cantaram entusiasticamente com o rosto corado. Cantando junto com todos, Shin’ichi conclamou em seu coração: “Vocês venceram! Como bravos generais do kosen-rufu, protegeram muito bem o castelo da justiça. Agora, é hora da nova partida! Vamos iniciar, juntos, a nova jornada. Rumo àquele cume do século 21!”. A canção se encerrou. — Muito obrigado! Ao dizer isso e elevar os braços formando um “v” como se louvasse a vitória dos companheiros de Takeda, ouviu-se em resposta o brado de Banzai! [“Viva!”]. — Banzai! Banzai! Banzai! Todos bradaram levantando as mãos com vigor. As vozes, em uníssono, propagaram-se pelo grande céu. Foi verdadeiramente o brado de vitória que anunciava o amanhecer da era do povo. — Jamais me esquecerei do dia de hoje, por toda a minha vida. Por favor, cuidem da saúde! Quando Shin’ichi começou a caminhar, a multidão de membros o seguiu conversando alegremente. O sol do inverno parecia sorrir no alto do céu. Após caminhar um pouco, ele reteve os passos e disse: — Hoje, eu também tirarei fotos dos senhores, que são os bravos generais de Takeda. E vou gravar o rosto de cada um dos senhores em minha vida, para sempre. Por favor, alinhem-se na escadaria. Shin’ichi direcionou a câmera que portava, pensando em fotografar a paisagem, e pressionou o disparador. O semblante de todos continha sorriso de plena satisfação. As ruínas do castelo sob o luar vieram observando continuamente a efemeridade do mundo que repete o ciclo da prosperidade e do declínio. E agora, essas ruínas, resplandecendo sob os raios do sol e com o sopro dos ventos da felicidade e da eternidade, tornou-se o castelo da alegria e da esperança onde retumba a canção da vitória. PARTE 47 Após registrar a imagem dos membros na câmera, Shin’ichi Yamamoto retornou para o estacionamento onde havia o restaurante. Era para mudar de ônibus e seguir para Kumamoto. O entorno do ônibus foi se enchendo de pessoas que vinham descendo das ruínas do castelo. Shin’ichi entrou em meio às pessoas e lhes dirigiu palavras: — Tenham vida longa! Tornem-se felizes sem falta! Incentivou cada pessoa, trocou apertos de mãos e entrou no ônibus. Então, o veículo começou a se mover. — Boa viagem, sensei! — Muito obrigado por tudo! — Oita não será derrotada! Todos bradavam enquanto acenavam para Shin’ichi. Shin’ichi também acenou vigorosamente de dentro do coletivo que balançava. O ônibus foi se distanciando e chegou a uma curva. Shin’ichi mudou para a janela do lado oposto, e continuou a acenar. Embora não fosse visível aos olhos, entre ele e os companheiros existia forte ligação. Era um laço de confiança, um laço de juramento do remoto passado e o laço de mestre e discípulo do kosen-rufu. Shin’ichi seguiu viagem visando a primeira visita ao Auditório Shiragiku, situado em Asomachi (posteriormente, parte da cidade de Aso), província de Kumamoto. O ônibus atravessou a fronteira da província com Oita, e avançou pelo sopé do Monte Aso. Passado um tempo, avistou três pipas bailando no céu. Conforme se aproximava, viu que nelas estavam escritas respectivamente: “Alvorecer”, “Leão” e “Jovem Águia”. Shin’ichi disse: — Com certeza eles estão empinando aquelas pipas do Auditório Shiragiku. O veículo passou pela entrada principal do auditório às 14 horas. Da janela se podia ver os jovens que empinavam as pipas do terreno vazio localizado em frente ao portão. Um deles vestia uniforme escolar. Deveria ser aluno do ensino médio. Ao descer do ônibus, Shin’ichi disse aos líderes que o recepcionaram: — Desculpe-me por todas as preocupações e sofrimentos que causei. Mas agora é hora de iniciar o combate! Em Kumamoto também, os membros da Soka Gakkai vieram lutando incansavelmente, mesmo sendo expostos às tempestades de calúnias e de difamações lançadas pelos clérigos maldosos e às perseguições totalmente injustas. A velocidade do avanço do kosen-rufu aumenta ainda mais quando se supera e vence as batalhas contra as tropas do mal que tentam destruir o kosen-rufu. PARTE 48 Sem entrar imediatamente no Auditório Shiragiku, Shin’ichi Yamamoto posou para fotos com os membros locais, agradeceu pelos seus dedicados esforços e conversou brevemente com eles. Também chamou o estudante do ensino médio que empinava pipa e incentivou-o do fundo do coração. Era aluno do terceiro ano de uma escola de ensino médio mantida pela província, e se chamava Yuto Honma. — Vi as pipas! Estavam bem visíveis mesmo de longe. Deve ter passado frio. Obrigado! Peço que você também baile serenamente pelo grande céu do futuro. Assim dizendo, entrou no auditório. A reunião de gongyo com participação livre estava sendo conduzida com a presença do presidente Eisuke Akizuki. Ao entrar na sala durante a reunião, Shin’ichi avistou um jovem numa cadeira de rodas e, antes de tudo, foi ao seu encontro. Ele era Hironori Nonaka, estudante do primeiro ano do ensino médio, que estava internado em uma casa de repouso devido à distrofia muscular. Por conta da doença, ele não tinha esperanças e levava dias de angústia e de sofrimento, mas ao ouvir um relato de um membro da Divisão Masculina de Jovens que havia superado a meningite purulenta, ele se levantou decididamente e começara a se empenhar com seriedade na prática budista. Sua mãe, Fumino, ao ver o filho recitar firmemente daimoku, decidiu: “Eu também vou receber o Yamamoto sensei em Kumamoto com resultado de shakubuku”. Até então, Fumino evitava falar sobre o budismo para pessoas que sabiam que ela tinha um filho com distrofia muscular. Ela pensava que não conseguiria convencer essas pessoas sobre os benefícios do Gohonzon. Porém, incentivada pelo aspecto do filho, acompanhada da filha, ela falou com coragem sobre o budismo a uma mulher que também tinha o filho com a mesma doença internado em uma clínica. Então, ela obteve uma resposta inusitada. A mulher lhe disse: “Fiquei emocionada com o seu jeito de falar com entusiasmo, alegria e convicção a respeito da grandiosidade da fé, apoiando o filho que luta contra a doença sem nunca se deixar abater”. E então ela decidiu se converter. Não existe vida sem problemas. Pode-se dizer que viver significa travar uma “batalha contra as preocupações ou o carma”. O importante é, independentemente do que aconteça, não se afastar jamais do Gohonzon. É ter coragem, esperança, orar resolutamente e continuar a lutar. As pessoas veem nessa postura a força, o brilho e a nobreza como ser humano, e sentem empatia e são tocadas por esse modo de viver. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Ilustrações: Kenichiro Uchida
11/07/2024
Minha Localidade
BS
Semeando esperança rumo a 2030
“Londrina! / Cidade de braços abertos /A todos os filhos do nosso Brasil! / E a todos aqueles de pátrias distantes / Que aqui, confiantes, / Sob um pálio anil, / Seu lar construíram / E aos filhos se uniram / E aos filhos se uniram / Do nosso Brasil!” Essa é a primeira estrofe do Hino a Londrina, dedicado à cidade do norte do Paraná, fundada em 10 de dezembro de 1934 por colonizadores ingleses, sendo, por isso, conhecida como Pequena Londres. O cultivo do café, conhecido como “ouro verde”, trouxe riqueza para a região, que teve o povoamento intensificado na década de 1940 com a chegada de migrantes de São Paulo e de imigrantes europeus e asiáticos, atraídos pela fértil terra roxa, ideal para a produção do grão. Eles estabeleceram raízes e construíram suas propriedades, contribuindo para que Londrina ostentasse o título de “capital mundial do café”. Entretanto, uma forte geada em 1975 arruinou as plantações e mudou os rumos da cidade. Investidores foram forçados a aplicar capital em outros negócios, o que movimentou o desenvolvimento da cidade e a transformou no polo comercial e cultural que conhecemos hoje. A organização da BSGI em Londrina foi fundada em 12 de junho de 1966. Os pioneiros eram imigrantes japoneses que, apesar das dificuldades na língua, não mediram esforços para propagar o Budismo de Nichiren Daishonin. Em um trecho da mensagem que enviou por ocasião da inauguração do Centro Cultural Norte do Paraná, em 1997, o presidente Ikeda declara: No meio do turbilhão de ambição e desconfiança que agita a sociedade atual, o movimento da nossa SGI visa enriquecer a vida interior das pessoas banhando-a com as águas benevolentes de amizade, da sinceridade e da lealdade a fim de construir uma sociedade em que frutificam a confiança, a coexistência e a disciplina. Nutrindo esse espírito, ao longo dos anos, seus integrantes estreitaram os elos de amizade com os concidadãos contribuindo para a promoção de diversos eventos na cidade e região, como a mostra Desenhos das Crianças do Brasil e do Mundo e a Exposição sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, além da participação nas comemorações dos 80, 90, 100 e 110 anos da imigração japonesa no Brasil. Comemorações do centenário da imigração japonesa no Brasil, que ocorreram na cidade de Rolândia, PR, distante cerca de 15 quilômetros de Londrina com a participação da BSGI (22 jun. 2008) Com a comprovação dos membros em meio à comunidade, o reconhecimento pelos ideais e esforços do presidente Ikeda e de sua esposa, Kaneko, floresceu na forma de várias homenagens locais, dentre as quais os títulos de doutor honoris causa da Universidade Norte do Paraná (Unopar) [1998], da Universidade Estadual de Londrina [2004] e da Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Cornélio Procópio (Faficop) [2005]; e a criação do Parque Ecológico Dr. Daisaku Ikeda [2000] e do Espaço Ecológico Kaneko Ikeda [2010]. A organização se desenvolveu, superando diversos desafios, entre eles a pandemia da Covid-19, e hoje a Subcoordenadoria Norte do Paraná conta com mais de 2,2 mil membros e 1,4 mil famílias, atuando em três regiões metropolitanas. Encorajando cada indivíduo a romper seus limites, tornando-se um ser humano vitorioso e consciente de seu infinito potencial, a Sub. atualmente visa o ano 2030 com a concretização de 4 mil famílias praticantes, inspirada pelo slogan: “Com base no meu daimoku e na união harmoniosa, nós vencemos com o Mestre”. Para impulsionar esse movimento, seus jovens criaram a linda Canção da Esperança, em 2022, que tem despertado alegria, coragem e determinação nos encontros das comunidades e dos blocos. Em um trecho, ela traz: “O Sol vem surgindo e um novo tempo irá brilhar. / Sub. Norte [do Paraná], sempre vamos avançar, / semeando no coração a esperança e a união, / rumo a 2030 com meu mestre vou lutar”. Participantes da 14a Academia dos Sucessores Ikeda 2030, realizada em Londrina, PR (jan. 2024) Com os jovens na vanguarda, todos avançam apoiando iniciativas como a Academia dos Sucessores Ikeda 2030, da CRE Paraná, realizada em janeiro deste ano na cidade, e a cerimônia de lançamento da pedra fundamental do Centro Cultural da Juventude Soka de Londrina, o primeiro do Brasil, em 2 de março Recentemente, 112 jovens da Sub. participaram da Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo, realizada no dia 26 de maio, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, SP, e retornaram com a firme decisão de concretizar o kosen-rufu do norte do Paraná, construindo uma nova era de vitórias com o Mestre no coração, sentimento que contagia a todos a se dedicar com base na recitação do daimoku e na união harmoniosa, semeando esperança e seguindo em frente a cada dia rumo a um futuro de brilhantes vitórias. Integrantes da BSGI de Londrina contam suas vitórias ao lado do Mestre “Vou vencer, vou ser feliz!” Pratico o Budismo de Nichiren Daishonin desde 1989 e gostaria de agradecer aos meus pais, que já encerraram a sua missão e que realizaram grandes esforços na jornada pelo kosen-rufu. Mesmo sem muito estudo escolar e do budismo, sempre incentivaram a mim e aos meus três irmãos, e hoje nossa família está na terceira geração de praticantes. Antes de conhecer o budismo, éramos uma família mergulhada em sofrimentos devido à desarmonia, às dificuldades financeiras e às doenças. Sem perspectivas, minha infância e adolescência foram marcadas por um comportamento depressivo. Mas, logo nos primeiros anos de prática budista, na jovem, antes tímida e retraída que eu era, começou a nascer a vontade de viver, de sorrir para a vida. As atividades da organização nos proporcionam diversas oportunidades de desenvolvimento e não perdi nenhuma. Guardo no coração o aprimoramento recebido na banda feminina Asas da Paz Kotekitai do Brasil, numa época dourada em que entendi que o maior benefício da vida é ter um mestre. Após alguns anos, casei-me com o jovem Paulinho, como carinhosamente todos o chamavam, e realizamos uma grande luta na Divisão dos Jovens (DJ). Infelizmente, ele encerrou sua existência de forma precoce. Na época, tinha meu filho com 3 anos e estava grávida de sete meses. Confesso que a dor e o medo me paralisaram. Foram muitos obstáculos enfrentados, porém, a recitação do daimoku e as palavras do nosso amado mestre me enchiam de coragem para continuar. Aprendi a caminhar novamente e a superar minhas fraquezas. Quando olhava para meus filhos, eu me lembrava da postura do Paulo, que era exemplo de dedicação ao kosen-rufu. Orava daimoku e decidia: “Vou vencer, vou ser feliz!”. Nessa época, tive a grande boa sorte de atuar no grupo Zenshin da Divisão Feminina (DF), no qual aprendi a avançar com esperança e determinação. Atualmente, atuo como vice-responsável pela DF de RM. Com a sabedoria proveniente do daimoku, venho entendendo quanta boa sorte tenho por me desenvolver e por ajudar na criação de “valores humanos”. Com as atividades, consigo compreender o sofrimento das outras pessoas e abraçar o propósito do meu mestre. Minha luta é de gratidão por toda a transformação de vida. Encontrei um companheiro de grande valor e compartilhamos o mesmo objetivo: dedicarmo-nos ao kosen-rufu. Meus filhos estão atuando na Divisão dos Jovens em nossa cidade e somos muito felizes. Meu juramento é de jamais me afastar da prática da fé por mais dificuldades que enfrente, e continuar trilhando o caminho da minha revolução humana. Estamos iniciando a construção do Centro Cultural da Juventude Soka de Londrina, e meu objetivo, até a conclusão da obra, é retribuir a dedicação dos nossos mestres Soka, apoiando os jovens a herdar seus ideais por meio da nossa comprovação. Vamos fazer da nossa localidade a mais feliz do mundo! Minha sincera gratidão a todos os amigos que têm me apoiado até agora e ao meu mestre da vida. Muito obrigada, sensei! VIVIANE ALVES MARTINS CORREA Vice-responsável pela Divisão Feminina de RM Família de Viviane em frente ao busto de Ikeda sensei no Centro Cultural Norte do Paraná: à esq., o filho Igor; ao centro, o marido, Joilson; à dir., a filha, Vitória Caroline Assista: Vídeo com depoimento do filho da Viviane, Igor, na seção Vidas que Inspiram do BS+ ou do site: *** Juventude de coragemNasci em uma família praticante desse maravilhoso budismo e cresci observando o esforço dos meus pais para nos sustentar em meio às dificuldades, principalmente as financeiras e de relacionamento. Quando estava com 16 anos, meu pai foi morar na Austrália. Tempos depois, minha mãe se juntou a ele a fim de nos dar uma vida melhor. Aos 18, eu me vi sozinha cuidando do meu irmão, Italo, de 9 anos. Confesso que não foi fácil assumir essa responsabilidade e ficar longe dos meus pais. Além disso, minha mãe sofreu um grave acidente na Austrália, mas, com a boa sorte acumulada ao praticarmos o budismo, ela foi protegida e se recuperou. Foi uma fase muito difícil. Contudo, o apoio dos membros da organização foi fundamental para vencermos. Quando meus pais retornaram para o Brasil, minha mãe sofria de depressão e apresentava lapsos de memória. Com o daimoku que recitamos, ela foi melhorando. Nessa época, também nos confrontamos com a adaptação à nova realidade e às condições de nossa moradia: chão de terra e janelas sem vidros. Eu recitava cerca de quatro horas de daimoku diariamente e, aos poucos, conseguimos transformar essa situação. Cursei faculdade de direito e, para exercer a advocacia, tinha de prestar o Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Fui reprovada várias vezes, chegando a ponto de quase desistir. Contando com os preciosos incentivos de uma companheira da organização, continuei me empenhando e consegui ser aprovada. Uma grandiosa vitória! Participei por 24 anos das atividades da banda feminina Asas da Paz Kotekitai do Brasil e por mais três no grupo Cerejeira, polindo minha vida e aprendendo o verdadeiro significado da relação de mestre e discípulo. Com o passar dos anos, concretizamos muitos objetivos, como o fato de minha mãe voltar a participar das atividades da organização depois de um período afastada. Além disso, meu irmão passou por momentos muito difíceis, mas que oportunizaram a toda a família desafiar na prática da fé. Atualmente ele superou suas questões pessoais e está trabalhando como chef de cozinha. Outra comprovação marcante foi quando tive de deixar a advocacia após nove anos de exercício em consequência do desenvolvimento de uma síndrome psicológica. Mudei completamente de área, cursando nova faculdade na qual me graduarei em alguns meses. Hoje, estou atuando como professora de história no ensino estadual do Paraná e digo que nunca estive tão feliz profissionalmente. Meu companheiro, Eduardo, e eu estamos juntos há mais de onze anos e, em 2022, nos casamos. Sou muito grata por ter uma pessoa que me apoia em todos os aspectos e que luta ao meu lado pelo kosen-rufu. Na Soka Gakkai, aprendi o significado de companheirismo, pois, em todos os momentos, sempre tive o apoio das minhas responsáveis. Aprendi a importância de recitar daimoku, de polir o coração e de ter um mestre da vida. Com profunda gratidão, participei do Curso de Aprimoramento dos Jovens da SGI, realizado há alguns dias no Japão e no qual reconfirmei meu juramento ao Mestre de me dedicar ao kosen-rufu. Contem comigo! Muito obrigada! PRISCYLA JULLI DE OLIVEIRA MATTAS Responsável pela Divisão Feminina de Jovens de subcoordenadoria Com os companheiros do grupo da Juventude Soka do Brasil, participantes do recente Curso de Aprimoramento da SGI no Japão Leia mais: Sobre o Curso de Aprimoramento dos Jovens da SGI na Central de Notícias do BS+ ou do site: https://www.brasilseikyo.com.br/central-de-noticias/noticia/999562718 Dica O projeto “Vamos Pintar Londrina”, em comemoração dos 90 anos de fundação da cidade, incentivou as pessoas a pintar um mapa com seus principais pontos turísticos, entre eles o Parque Ecológico Dr. Daisaku Ikeda. A ilustração do mapa foi feita por um cartunista membro da BSGI. Confira em: https://www.vamospintarlondrina.com/ No topo: Integrantes da Sub. Norte do Paraná na atividade de transmissão da Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo (26 maio 2024)Fotos: BS | Colaboração local | Arquivo pessoal | Reprodução
04/07/2024
Relato
BS
Harmonia e avanço
Encontrar-se com o mestre da vida é uma oportunidade única, capaz de transformar o destino das pessoas. Eu me chamo Diego Capelli da Silva, tenho 36 anos e sou da terceira geração de praticantes do Budismo Nichiren na família. Meu primeiro grande desafio foi lutar pela vida, pois minha mãe, Cida, era considerada clinicamente estéril. A notícia da gravidez causou uma profunda preocupação, uma vez que, segundo os médicos, sua condição de saúde não permitiria a continuidade da gestação. Após intensa recitação do Nam-myoho-renge-kyo, ela venceu, trazendo-me ao mundo. Meus pais se separaram um ano depois do meu nascimento. Chegamos a morar de favor na casa de parentes e amigos. Nessa época, além do seu trabalho principal, minha mãe complementava a renda com faxinas e produção caseira de chocolates em datas festivas. Apesar de muito pequeno, lembro-me de vê-la nas madrugadas recitando daimoku. Mesmo tendo esses problemas financeiros, com as orientações do presidente Ikeda sobre a educação como valor maior e com os esforços dos meus pais, pude frequentar bons colégios e estudar idiomas. Cresci participando das atividades da Gakkai, o que fez com que eu cultivasse sonhos e esperança de avançar, independentemente das circunstâncias. Desde os 11 anos, comecei a ter crises de pânico e de ansiedade, desenvolvendo um quadro de transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e comportamento hipocondríaco. Essa situação evoluiu com o tempo e, aos 17 anos, uma psicóloga recomendou que eu fosse internado em uma clínica se não melhorasse. Nesse período, incentivado pelo meu líder da Divisão Masculina de Jovens (DMJ), ingressei no Sokahan (grupo de bastidores da divisão). O aprimoramento nesse grupo mudou o rumo da minha vida. Ainda não tinha convicção na prática budista. Encorajado por um veterano da Divisão dos Jovens (DJ), passei a ler diariamente as escrituras de Nichiren Daishonin e a fazer de uma, duas a três horas de daimoku por dia. Estava determinado a comprovar o poder da oração e a fortalecer a minha fé. Aos poucos, fui melhorando e, ao ler os incentivos do presidente Ikeda, comecei a mudar minha forma de pensar e meu comportamento. Vencer a doença e a desarmonia familiar, o que eu considerava impossível, fez emergir uma grande convicção na prática. Naquele 2006, apresentei o budismo a dois amigos. No ano seguinte, participei do 13º Curso de Aprimoramento da Divisão dos Jovens da BSGI no Centro Cultural Campestre (CCCamp) em Itapevi, SP. Saí de lá estimulado a transformar todos os aspectos da minha vida e a relatar essa vitória ao Mestre. Pouco antes do curso, sonhei que visitava o Brasil e, nessa ocasião, ele me encorajava a transformar meu relacionamento com meu pai. Para um jovem que cresceu sem essa presença paterna, é um tremendo desafio. Apesar de pagar meus estudos, meu pai e eu tivemos pouco contato. Na verdade, eu mal me lembrava do seu rosto. Então, lancei-me, mais uma vez, à luta para a transformação do meu carma. Misticamente, após a localidade em que eu atuava concretizar os resultados do Bloco Monarca, meu pai veio me visitar. Começamos a construir nossa relação e o levei para participar de uma reunião de palestra. Hoje, tenho uma ótima relação com ele e com meus seis irmãos por parte de pai. Desafios profissionais Concretizei o sonho universitário. Formei-me em direito, fui aprovado no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e continuei com a pós-graduação em uma renomada instituição. Em 2014, mesmo com um bom currículo, fiquei desempregado durante um ano e três meses. Foi um período muito difícil, mas segui a orientação de um veterano de desafiar ainda mais a recitação de daimoku, sem perder nenhuma chance de atuar na Gakkai. Eu sabia que, para vencer essa barreira, precisava vencer também no shakubuku, e assim aconteceu. Meu irmão mais novo, Lucas, fruto do atual casamento do meu pai, recebeu o Gohonzon em fevereiro de 2015 e entrou para o grupo Sokahan do qual eu fazia parte desde os meus 17 anos. Que alegria! Como resultado dessa luta, fui contratado por uma multinacional, considerada a maior empresa do mundo na época. Depois de permanecer por nove anos lá, decidi realizar o sonho de empreender e abri meu escritório recentemente. Iniciei 2024 em meio ao movimento de inspirar os jovens a abraçar os ideais de paz Soka. Atuo como coordenador da Divisão dos Jovens da CRE Oeste, que abarca dez estados e o Distrito Federal. Com a união de todas as divisões, fomos a primeira organização a concretizar os cem jovens por distrito da BSGI. Vencemos também na participação na Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo com 780 representantes. Com esse grandioso resultado dos membros da CRE Oeste, tive a oportunidade de fazer nosso juramento de lutar junto com o Mestre, por todas as existências, no Curso de Aprimoramento dos Jovens da SGI, realizado nas terras do Japão, em junho e julho. Encerro meu relato com uma orientação de Ikeda sensei que norteia a minha vida: Não importa qual seja o esforço, a derrota é sempre uma decepção. Ela rouba a vitalidade e todo o empenho se torna em vão. Vencer, por outro lado, é maravilhoso. Proporciona alegria e energia. Por isso, uma vez que se inicia uma luta, é preciso vencer infalivelmente.1 Um grande abraço a todos! Diego Capelli da Silva, 36 anos. Advogado. Na BSGI, é coordenador da Divisão dos Jovens da CRE Oeste. Diego com a mãe, Cida, na partida para o curso de aprimoramento no Japão no dia 24 de junho Momento com a família Assista Video com os participantes do Curso de Aprimoramento dos Jovens da SGI no Japão no Instagram em: https://www.instagram.com/reel/C84DEl4OHII/?igsh=MWhwaXd2eWN4bHEzZg== Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.949, 26 jul. 2008, p. A11. Fotos: BS | Arquivo pessoal
04/07/2024
Curtas
BS
O brilho do humanismo na África Ocidental
A convenção comemorativa dos quarenta anos do kosen-rufu de Togo, país localizado na África Ocidental, foi realizada no Centro da Paz de Togo, situado nas adjacências da capital, Lomé, no dia 19 de maio de 2024. No evento, participaram também membros da Divisão dos Jovens do país vizinho, Gana. O ponto primordial do kosen-rufu de Togo remonta à primeira reunião de palestra, promovida em 1º de abril de 1984. Havia vinte pessoas, entre as quais, Ida Gbodossou, atual presidente do Conselho de Orientação de Togo e vice-presidente da SGI-Togo. Em 2016, foi inaugurado o Centro da Paz de Togo num local próximo ao Palácio Presidencial. Para a ocasião, Ikeda sensei enviou uma mensagem, na qual consta: “Contribuindo em prol do desenvolvimento da amada sociedade de Togo e pelo bem das pessoas, como bons munícipes e bons cidadãos, avancem fortalecendo ainda mais a rede solidária da paz, cultura e educação”. Em 2024, completam-se também os quarenta anos de inauguração da sede de Gana, a primeira na África, construída pelos membros com as próprias mãos. Com esse significado, a Divisão dos Jovens de Gana realizou um curso de aprimoramento no Centro da Paz de Togo no dia 18 de maio de 2024. Reuniram-se cerca de quarenta pessoas. Benin avança com decisão renovada Em Cotonou, maior cidade de Benin, outro encontro foi realizado no dia 20 de maio de 2024. O responsável pelo distrito proferiu as palavras de cumprimento e o coordenador da Divisão dos Jovens expressou sua decisão. De Togo, participaram a vice-presidente da SGI-Togo, Ida Gbodossou, e outros líderes. Nos dois países, os companheiros, que vêm se desenvolvendo e se incentivando harmoniosamente como se fossem irmãos, deram uma renovada partida com os jovens na linha de frente. Aspecto radiante dos membros durante a convenção (19 maio 2024) Fonte: Texto traduzido e adaptado do Seikyo Shimbun do dia 13 de junho de 2024. Leia mais Matéria completa no BS+ e no site da Editora Brasil Seikyo. Acesse: https://www.brasilseikyo.com.br/central-de-noticias/noticia/999562639 Assista Vídeo da Convenção de Togo no Instagram oficial da Soka Gakkai. Acesse: https://www.instagram.com/reel/C8BxbxMvetj/?utm_source=ig_web_copy_link&igsh=MzRlODBiNWFlZA%3D%3D Fotos: Seikyo Press
04/07/2024
Encontro com o Mestre
BS
Daimoku e aprimoramento
Atualmente, os jovens Soka do mundo estão dando nova partida com o coração embalado por estimulantes canções. Livres de restrições ou de velhas maneiras de fazer as coisas, jovens de mente brilhante podem abrir novos caminhos, traçar novos rumos, valendo-se da engenhosidade e da criatividade que lhes são próprias, com total liberdade e de coração aberto. Fazendo um retrospecto, lembro-me de que o curso de aprimoramento dos jovens [do Grupo Suiko], realizado ao ar livre em Hikawa, região no extremo oeste de Tóquio, em setembro de 1954, também foi algo inédito, extraordinário e inovador. Até hoje, com muita saudade, posso ouvir todos nós, participantes, entoando as canções da Soka Gakkai sentados com Toda sensei ao redor da fogueira. Nos dias atuais, Hikawa, profundamente impregnada com as lembranças de mestre e discípulo, é o local do nosso Centro de Treinamento dos Jovens de Hikawa, de Tóquio. Recordo-me de uma visita que fiz em setembro de 1995, logo após o centro passar por uma grande reforma. Mantive diálogos informais com os membros do Bairro Geral de Ome (que abrange Hikawa) e de outras partes da Área No 2 de Tóquio, louvando-os por seus dedicados esforços. Quando perguntei se havia algum produto especial pelo qual sua região fosse famosa, fez-se uma breve pausa de hesitação até que alguém finalmente respondeu: “Nosso delicioso konnyaku!”.1 Todos caíram na gargalhada [diante da menção desse alimento tradicional, porém modesto]. — Vamos torná-lo um lugar famoso pelo daimoku! — sugeri. — Construamos aqui o mundo ideal do kosen-rufu! Então, pondo o daimoku em primeiro lugar, eles vêm prestando contribuições para a comunidade, promovendo a confiança em relação ao nosso movimento, cultivando pessoas capazes e trabalhando juntos em harmonia pela prosperidade de sua terra natal. Nichiren Daishonin expressa: “O Nam-myoho-renge-kyo é como o rugido de um leão. Que doença pode, portanto, ser um obstáculo?”.2 Aqueles que consistentemente recitam Nam-myoho-renge-kyo jamais são derrotados. Membros do Japão e do mundo todo estão demonstrando o colossal poder benéfico da Lei Mística. Recitar Nam-myoho-renge-kyo é fonte de ilimitada esperança. O lema das integrantes da nossa Divisão Feminina do Brasil é “Muito Mais Daimoku!”. Elas triunfaram sobre todos os obstáculos com a oração movida pela determinação de tornar possível o impossível. (...) Com as destemidas integrantes da Divisão Feminina na vanguarda, nossos membros ao redor do mundo vêm orando com firmeza ainda maior. A soma do daimoku conjunto deles alcança proporções realmente astronômicas. O benefício descomunal decorrente disso, com certeza, envolverá e criará um impacto positivo em toda a humanidade numa dimensão vasta e profunda. (...) Hoje, os jovens que compartilham do meu espírito como se fosse o deles estão engajados num eletrizante esforço em prol do kosen-rufu mundial. Em O Grande Mal e o Grande Bem, Nichiren Daishonin declara: “Quando o bodisatva Práticas Superiores [o líder dos bodisatvas da terra] emergiu da terra, não o fez bailando?”.3 Nossa rede de jovens bodisatvas da terra — bailando vibrantemente no palco da sociedade global — contém a coragem para dissipar a ansiedade, o compromisso conjunto de não deixar ninguém para trás e a resiliência para superar as adversidades e abrir o caminho para um futuro mais radiante. Encontro dos membros da região de Hikawa com Ikeda sensei realizado às margens do rio Tama comemora os trinta anos do Grupo Suiko (Hikawa, Tóquio, 4 maio 1984) Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.536, 17 out. 2020, p. 3. *** Juramento que atravessa o tempo O Suiko era um grupo de aprimoramento para a criação de “valores humanos” da Divisão Masculina de Jovens da Soka Gakkai, idealizado pelo segundo presidente, Josei Toda. Surgiu do juramento de mestre e discípulo e sua fundação ocorreu em 1952. Contudo, com o passar do tempo, acabou perdendo o rumo e foi suspenso sob rigorosa repreensão de Toda sensei. Quem criou nova oportunidade e nova partida para o grupo foi seu discípulo, Daisaku Ikeda, com o estabelecimento do juramento Suiko em três itens: 1) juramento ao Gohonzon; 2) juramento ao mestre; e 3) juramento aos companheiros. Com base nesse juramento, o grupo reiniciou as atividades em 21 de julho de 1953, data conhecida como o Dia do Suiko. No ano seguinte, em setembro, foi realizado o primeiro curso de aprimoramento do Grupo Suiko, em Hikawa, Tóquio. Na localidade, encontra-se o Centro de Treinamento dos Jovens de Hikawa, de Tóquio, que abriga um monumento com a inscrição “Juramento Suiko”. O centro foi fundado em agosto de 1982 por sugestão de Ikeda sensei de que fosse um projeto concretizado pelas mãos da juventude. Cerca de 4 mil jovens se envolveram nesse empreendimento. Outro centro de treinamento foi inaugurado, recebendo a visita de Ikeda sensei, em 4 de maio de 1984. Nesse mesmo dia, foi realizado um encontro às margens do rio Tama na região, comemorando o 30o aniversário do Grupo Suiko. Na ocasião, o Mestre dialogou com os jovens e participou de uma sessão de perguntas e respostas. Em torno da fogueira, degustaram sopa de porco, revivendo momentos do treinamento do Grupo Suiko e reconfirmando o espírito de mestre e discípulo em torno de Ikeda sensei. Foto tirada pelo Mestre, na mesma época, encontro dos membros da região de Hikawa realizado às margens do rio Tama comemora os trinta anos do Grupo Suiko, registra um cintilante riacho azul descendo as montanhas da região (Hikawa, Tóquio, 4 maio 1984) No topo: Ikeda sensei dialoga com membros em visita ao Centro de Treinamento dos Jovens de Hikawa (22 set. 1995) Fonte: Adaptado de matéria publicada no Seikyo Shimbun de 31 de maio de 2024. Notas: 1. Konnyaku: Também conhecido como konjac. Alimento gelatinoso produzido a partir da raiz da planta homônima. Geralmente possui uma cor acinzentada salpicada e tem consistência um tanto quanto borrachenta. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 431, 2020. 3. Ibidem, v. II, p. 387, 2017. Fotos: Seikyo Press
04/07/2024
Editorial
BS
Vamos sonhar
Para Freud, a consciência e a razão se originam de uma região muito mais vasta e desconhecida que a elas serve de fundamento. Os sonhos seriam momentos privilegiados para se observar as potências inconscientes sacudindo a consciência.1 Dez dias antes de falecer, Josei Toda compartilhou com seu jovem discípulo, Daisaku Ikeda: “Sonhei que fui ao México”; “Shin’ichi, viva! Viva bastante! E vá para o mundo!”.2 Assim, Ikeda sensei concretizou o sonho de Josei Toda. De fato, ele materializou a potência da paz mundial idealizada por seu mestre e desenvolveu uma correnteza de pessoas que abraçam o mesmo sonho. Brasil Seikyo traz na capa o aspecto dos jovens representantes brasileiros que foram ao Japão para um curso de aprimoramento e dos amigos do México e de El Salvador em intercâmbio no Brasil. A edição que abre o segundo semestre contém Especial sobre a fundação das Divisões Masculina e Feminina de Jovens (DMJ e DFJ). No Encontro com o Mestre, fotos do presidente Ikeda em Hikawa, Japão, local de profunda ligação de mestre e discípulo. Num dos trechos, Ikeda sensei afirma: Nossa rede de jovens bodisatvas da terra — bailando vibrantemente no palco da sociedade global — contém a coragem para dissipar a ansiedade, o compromisso conjunto de não deixar ninguém para trás e a resiliência para superar as adversidades e abrir o caminho para um futuro mais radiante.3 A Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo, realizada em maio, motivou toda uma geração de jovens. Além disso, os resultados expressivos podem ser acompanhados nas matérias sobre o evento Youth Meeting com participação de representantes do Instituto Soka Amazônia e dos jovens Soka da localidade. Há ainda o movimento dos jovens do Distrito Costa Verde e Mar, em Santa Catarina. Superando os estudos da psicanálise sobre os sonhos, esperamos que as próximas páginas nutram a semente do grande potencial inerente a você, leitor, e o façam sonhar e criar o ímpeto de avanço tal como Ikeda sensei diz: É natural que exista uma lacuna entre o sonho e a realidade. Sonhos que são facilmente conquistados não têm graça. Para conquistar um sonho, devem estabelecer uma forte determinação decidindo: “Vou realizar isso sem falta!”.4 Ótima leitura! Notas: 1. Disponível em: Freud | ARETHUSA (usp.br) https://arethusa.fflch.usp.br/node/94. Acesso em: 28 jun. 2024. 2. Cf. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 30-II, p. 301, 2022. Shin’ichi Yamamoto, personagem do presidente Ikeda nesse romance. 3. Brasil Seikyo, ed. 2.662, 6 jul. 2024, p. 3. 4. IKEDA, Daisaku. Vozes para um Futuro Brilhante. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. p. 63.
04/07/2024
Conheça o Budismo
BS
Ter e ser um bom amigo
Zen-chishiki é um termo japonês utilizado pelo Budismo de Nichiren Daishonin para se referir a uma “boa influência”. Essa boa influência representa a ação de um “bom amigo”. O termo se aplica muito bem ao budismo porque, como budistas, nosso principal objetivo é ajudar as pessoas a se tornar felizes, ou seja, conduzi-las pelo caminho correto da vida, de modo que elas atinjam a iluminação. Nichiren Daishonin usava esse termo para indicar uma pessoa que encoraja outra ao longo da prática budista e afirmava que encontrar um bom amigo é algo muito difícil. Ele também dizia que o melhor modo de atingir o estado de buda é por meio de um zen-chishiki, um “bom amigo”. Shakyamuni e Ananda No escrito Três Mestres Tripitaka Oram por Chuva, Nichiren Daishonin afirma: Quando uma árvore é transplantada, ainda que soprem ventos fortes, ela não tombará se estiver sustentada por uma firme estaca. Porém, até uma árvore que cresceu no mesmo local de origem poderá tombar se suas raízes forem fracas. Uma pessoa, ainda que fraca, não tropeçará se aqueles que a apoiam forem fortes; ao passo que alguém de força considerável, se estiver sozinho, poderá tombar num caminho sinuoso. (...) O melhor meio para atingir o estado de buda é encontrar um bom amigo. Até onde nossa sabedoria pode nos levar? Se possuímos sabedoria suficiente para distinguir o quente do frio, deveríamos procurar um bom amigo.1 Esse trecho ensina que, com o forte apoio do “bom amigo” (zen-chishiki), consegue-se, sem falta, superar dificuldades e provações. Em uma explanação sobre esse tema, o presidente Ikeda cita o episódio do diálogo entre Shakyamuni e seu discípulo Ananda:2 Certa vez, Ananda perguntou a Shakyamuni: “Penso que ter um bom amigo e avançar junto com ele corresponde a ter completado metade do caminho do buda. Essa forma de pensar seria correta?”. Em relação a isso, Shakyamuni respondeu claramente: “Ananda, essa forma de pensar não é correta. Ter um bom amigo e avançar junto com ele não é metade do caminho do buda, mas sim todo o caminho”. Essa é a concisa exposição do que, originalmente, é o exercício budista. Para realizar a correta prática da fé e trilhar ininterruptamente uma vida de genuína vitória, é impreterivelmente necessária a existência do “bom amigo”, ou seja, de um verdadeiro agente positivo.3 Caminho da felicidade Discorrendo sobre o significado do termo zen-chishiki, o Mestre diz: O termo budista chishiki (de zen-chishiki) é originalmente a tradução para o chinês da palavra sânscrita (idioma da Índia antiga) mitrah (“amigo”). [E zen é um kanji (ideograma) que significa “bem” ou “bom”]. Portanto, zen-chishiki indica “pessoas que conduzem outras ao correto budismo”, ou seja, são o “bom mestre”, os “bons companheiros” e os “bons amigos”. Ao citar “até onde nossa sabedoria pode nos levar?”, Daishonin enfatiza que buscar o bom amigo é mais importante do que qualquer outra coisa. Isso porque não existe meio para superar o sofrimento fundamental da vida de “nascimento e morte” a não ser pelo caminho de tornar-se buda. É por criar uma relação cármica com o bom amigo que nos apoia e nos incentiva que conseguimos fortalecer a prática da fé, manifestar a sabedoria para a felicidade e conquistar a absoluta condição de vida de um buda.4 Transformar desafios em oportunidades Um ponto importante é que, em nossas relações diárias, não encontramos apenas bons amigos. Também existem o “mau amigo” (aku-chishiki), ou seja, a pessoa que conduz a outra para um caminho negativo, desviando-a da prática. E, como podemos saber se um indivíduo é um bom ou um mau amigo? Essa é uma tarefa que somente nós próprios podemos cumprir. Precisamos observar se determinada pessoa é alguém que nos encoraja a ter ações positivas e nos incentiva a realizar a prática budista para nossa felicidade e a das demais pessoas; ou se é alguém que apoia ou realiza ações negativas, como impedir a prática budista. Contudo, o mais importante é que, mesmo ao encontrarmos maus amigos, jamais devemos nos permitir ser influenciados por eles. Cada dificuldade com a qual nos deparamos deve ser uma oportunidade para fortalecer nossa prática budista. O ideal é considerarmos tudo (fatos bons e maus) como motivo para aprofundar a fé no Gohonzon, e assim tornar todas as pessoas nossos zen-chishiki porque nos conduzem ao Gohonzon, conforme sensei salienta: No fim, o que determina se são “bons amigos” ou “maus amigos” é a fé da própria pessoa. Por essa razão, é possível transformar tanto a opressão como as perseguições em grandioso impulso no trampolim da fé. Ou seja, mesmo a pior das adversidades não é necessariamente uma maldade. Dependendo da maneira de encarar as adversidades e da determinação das pessoas, essas adversidades poderão se tornar tanto uma maldade ou uma força para aprimorar a fé. Por favor, vençam as maldades intrínsecas no seu coração (...). A força para vencê-las é a recitação do daimoku. A única arma capaz de destruir a ilusão fundamental da vida, ou seja, a escuridão fundamental, é a espada afiada do Nam-myoho-renge-kyo. Vamos lutar sempre com daimoku em primeiro lugar! 5 Encontro de bons amigos A realização da prática diária do gongyo e do daimoku e a participação nas atividades, sobretudo nas reuniões de palestra, abrem as portas do coração para criar laços de amizade e incentivo mútuo. O presidente Ikeda ressalta: Para “atingir o estado de buda nesta existência”, o mais importante e o mais difícil de encontrar é um “bom amigo” (zen-chishiki). As reuniões de palestra Soka são, justamente, esses encontros de bons amigos.(...) Radiantes, essas atividades acontecem no mundo inteiro, superando todas as diferenças e flamejando a chama do princípio filosófico da dignidade da vida no coração dos povos. Elas geram vitalidade e solidariedade às pessoas, que jamais são derrotadas por quaisquer dificuldades da vida ou pelos locais em que vivem. Existe nas reuniões de palestra a ilimitada energia que criará a nova “civilização do diálogo”, tão ansiosamente aguardada pela humanidade.6 Depende de nós Ikeda sensei também afirma: De qualquer forma, é importante compreender que a amizade depende de nós, e não dos outros. Tudo depende de nossa atitude e contribuição. Espero que não sejam amigos somente nas boas ocasiões, pessoas que só ajudam os outros quando a situação está boa, abandonando-os quando surge algum problema. Tornem-se, por favor, uma pessoa de lealdade imutável em todos os momentos.7 Isso significa que, acima de tudo, é importante o esforço para nos tornar zen-chishiki para aqueles que nos rodeiam, conforme sensei incentiva em um diálogo com jovens: Quero que concentrem sua energia em seu treinamento e na edificação de sua personalidade. Tenho certeza de que no futuro, muitos de vocês farão amigos em diversas partes do mundo. Lembrem-se de que o tipo de relação humana que estabelecerem dependerá só de vocês. Não interessa “como os demais são com relação a vocês”, mas sim “como vocês são com relação aos demais”.8 O próprio presidente Ikeda é um exemplo claro de como cultivar belas amizades, pois ele tem amigos em todos os cantos do mundo, alguns deles importantes líderes e pensadores de nosso tempo. Seguindo esse exemplo e aproveitando os laços de amizade e de companheirismo que desfrutamos na família Soka, vamos, cada qual, aprimorar nosso caráter e personalidade para que os outros possam nos considerar verdadeiramente “bons amigos”. Dica de leitura Ter bons amigos, principalmente na juventude, é muito importante. Veja mais sobre os desafios da juventude no Guia para a Vitória que acompanha esta edição do Brasil Seikyo. Ouça Podcast sobre o significado da amizade e dos bons amigos, acessando: https://www.brasilseikyo.com.br/podcast/programa/3/episodio/bons-e-maus-amigos/143 Fontes: RDez, ed. 122, fev. 2012, p. 15. Brasil Seikyo, ed. 1.513, 26 jun. 1999, p. 3. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 625, 2020. 2. Ananda: Um dos dez maiores discípulos de Shakyamuni. Ouviu muitas pregações de Shakyamuni, acompanhando-o diretamente, e é conhecido como o primeiro a ouvir os ensinamentos do Buda. 3. Brasil Seikyo, ed. 2.467, 11 maio 2019, p. B2. 4. Ibidem. 5. IKEDA, Daisaku. Batalha Feroz. Nova Revolução Humana, v. 27. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2021. p. 240. 6. Brasil Seikyo, ed. 2.469, 25 maio 2019, p. B3. 7. IKEDA, Daisaku. Juventude: Sonhos e Esperanças, v. 1. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2015. p. 56. 8. Brasil Seikyo, ed. 1.407, 22 mar. 1997, p. 3. Ilustração: GETTY IMAGES
20/06/2024
Notícias
BS
Para que todos sejam felizes
De Pernambuco, trazemos os bastidores da dedicação dos participantes do Distrito Sertão, que abrange duas comunidades, Salgueiro e Araripe, e cinco blocos no total, identificados, em sua maioria, com o nome de municípios distintos. Só por essa razão já sinaliza os desafios de distância, que em nada intimidam as lideranças de seguir viagens de incentivo e acompanhamento dos membros. Um dos blocos mais distantes, Serra Talhada, abriga empolgantes histórias. Localizada a cerca de 500 km da capital pernambucana, Recife, a cidade de Serra Talhada é conhecida como a Capital do Xaxado e a terra natal de Virgulino Ferreira da Silva, o lendário Lampião. Para chegar ao sítio Santana, que sedia as atividades locais, é preciso percorrer mais 50 km. “Tem sido estimulante apoiarmos de perto a luta dessas pioneiras do kosen-rufu de lá”, afirma Lenilda Maria Alves de Souza, responsável pela Divisão Feminina (DF) do Distrito Sertão. Ela reside em Salgueiro, distante 100 km de Serra Talhada. Essas pioneiras citadas são as irmãs Petronilia Pereira Paz, 78 anos, e Maria de Lourdes Bezerra, 66, ambas vindas de São Paulo e praticantes do budismo há décadas. Em 2013, veio Dona Petrô, como é carinhosamente chamada, e iniciou a propagação do budismo entre os moradores. Três anos depois, Maria de Lourdes chega para somar. Juntas, elas criaram um ambiente capaz de inspirar o então resistente coração dos vizinhos e moradores. “O que tem aqui no meu peito é muita alegria, muita determinação de que todos possam ser felizes, pois o budismo transformou minha vida. É poderoso demais”, diz Dona Lourdes, com voz emocionada e cheia de entusiasmo. O sítio das irmãs tem sido o centro de encontros e o ritmo acelerou com o movimento dos cem jovens por distrito. Só Dona Lourdes foi responsável por estimular trinta jovens. “É um desafio grandioso. Ouvi muitos ‘Não quero saber’ e ‘Por que a senhora vem de longe visitar quem nem conhece?’. Mas veja que vários deles estão agora aqui nesta sala, fazendo daimoku e aprendendo a ter sabedoria para transformar a vida”, comemora a veterana, atual conselheira do bloco. “A gente não pode desistir de ninguém.” Reunião do Bloco Nascente, distante 730 km de Recife Vitória dos jovens A alegria maior dos participantes do Distrito Sertão foi enviar seus três jovens representantes para a Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo, realizada em São Paulo, em maio último. O apoio veio de todos os lados. A responsável pela Divisão dos Jovens (DJ) da Área Pernambuco Oeste, Andreza Lucylla de Oliveira Gonçalves, relata que houve uma extraordinária união de forças de todas as divisões para garantir a tranquilidade e a segurança dos onze representantes da DJ, sendo oito do Agreste e três do Sertão. Ela destaca que os líderes até alugaram um local para os jovens pernoitarem antes de pegar um voo rumo a São Paulo, para não correr risco de alguém perder a hora. Incluem-se aí jantar, café da manhã e translado até o aeroporto, procedimento feito também no retorno dos jovens. “Vivenciar a convenção foi uma experiência inesquecível; sentir a grandiosidade da juventude Soka, capaz de romper seus limites com o propósito em comum de ser feliz e conduzir todas as pessoas a esse caminho, sem exceção”, frisa Andrezza. Três do sertão Dos jovens do Distrito Sertão, três moram em Serra Talhada. Após a convenção, eles retornaram para sua localidade cheios de vibração. Dara Mailani Bezerra da Silva é sobrinha-neta de Dona Lourdes e responde pela Divisão Feminina de Jovens do bloco. Ela está empenhada em, “Com muita gratidão, incentivar e ajudar cada vez mais os jovens, e concretizar shakubuku dando o máximo, sempre em busca de conhecimento e sabedoria para fazer acontecer”. Thamires Figuerêdo da Silva está em um momento bem especial. Nasceu num lar budista e hoje, aos 25 anos, reforça que a convenção “Foi um ponto de partida de renovação para que eu voltasse a me encontrar com a prática”. Ela comenta sobre os desafios superados de tempo, distância e financeiro. “Mas eu coloquei na cabeça que iria e nada mais importava; precisava disso para me reconectar com sensei.” Junto com essas jovens também seguiu Allan Maillon Alves de Souza, responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) do bloco. Ele contribuiu com sua criatividade para compor as artes da logomarca do grupo e as lembrancinhas produzidas para a ida a São Paulo, entre outros apoios. “Meu sentimento é de extrema gratidão e felicidade por pertencer a esta grande família que é a BSGI. Estar nessa convenção foi algo inexplicável, pois me senti parte de algo realmente valoroso. Foi uma experiência única. Voltei com outra mentalidade e com vontade de fazer a diferença no mundo”, reforça. cenas do encontro da Divisão Feminina do Bloco Serra Talhada Rainhas que brilham No Encontro Comemorativo da Divisão Feminina, promovido dia 9 de junho, todas as participantes puderam reconfirmar seu juramento. Durante a atividade, Dona Maria de Lourdes declamou um poema de sua autoria, dizendo “Sou a pessoa mais feliz do mundo”, inspirada pelo que lê do presidente Ikeda no Brasil Seikyo. “As palavras do sensei fazem a gente brilhar.” O responsável pelo distrito, Enildo Rodrigues de Paiva, destaca o ambiente de motivação vivido por todos e lança o olhar para 2030: “Junto com os jovens e os demais membros e companheiros, assumimos a missão de promover uma cultura de paz e desenvolvimento humano no interior do sertão pernambucano. Com o Mestre Ikeda no coração, avançaremos unidos!”. No topo: Lideranças em apoio a atividades em Serra Talhada. Fotos: Colaboração local
20/06/2024
Encontro com o Mestre
BS
Ter um espírito altruístico
(Trecho do romance Nova Revolução Humana, v. 19) Okinawa agora ganhava um novo objetivo. Como afirmou o escritor francês Romain Rolland: “A vida é uma luta contínua em busca de melhoria e progresso. Portanto, vamos nos empenhar juntos, não descansando jamais sobre nossos próprios louros, mas estabelecendo objetivos cada vez mais elevados para alcançarmos”.1 Possuir um objetivo é fonte de esperança e de inspiração. (...) No decorrer de suas palavras [na convenção comemorativa dos vinte anos do movimento do kosen-rufu em Okinawa, realizada em 8 de fevereiro de 1974], Shin’ichi2 elucidou a essência do movimento Soka. — Em suma, consiste no espírito altruístico de se importar com os outros. Incutir esse espírito no coração dos seres humanos é a chave para a concretização da paz mundial. (...) A Soka Gakkai havia, até então, possibilitado que um número incalculável de pessoas consolidasse em sua vida o espírito de apoiar e se interessar pelo próximo. Muitos membros da organização começaram a praticar o Budismo Nichiren por estarem sofrendo em virtude de doenças, preocupações financeiras, problemas familiares ou outras dificuldades pessoais. Em outras palavras, iniciaram a prática em benefício próprio. No entanto, Nichiren Daishonin expressa: “Deve não só perseverar como também ensinar aos outros”.3 Além de nós próprios nos esforçarmos na fé, afirma ele, devemos ajudar os outros a fazer o mesmo. Basicamente, o ato de nos empenharmos pelo kosen-rufu por desejarmos a felicidade do próximo é que possibilita que nos tornemos genuinamente felizes. Trata-se da fusão da prática para si e da prática para os outros. Nossos próprios sofrimentos se tornam a força propulsora para a suprema prática de bodisatva, que é o kosen-rufu. Ao darmos o melhor de nós pelo bem dos outros, libertamo-nos do nosso eu menor, focado apenas em preocupações pessoais, e gradativamente expandimos e elevamos nosso estado de vida. O compromisso com o bem-estar dos outros nos impele a transformar nossa própria condição de vida e a realizar nossa revolução humana. A vida dos membros da Soka Gakkai, que recitam Nam-myoho-renge-kyo de todo o coração pela felicidade de seus amigos e, imbuídos de total sinceridade, compartilham os ensinamentos de Nichiren Daishonin com os outros, transborda de alegria, coragem e esperança. Mesmo que possamos enfrentar vários problemas de saúde, financeiros ou de outro tipo, podemos ultrapassá-los seguramente, como um hábil surfista deslizando sobre ondas colossais. O benefício grandioso e verdadeiro da fé reside nessa transformação interior fundamental e na revolução humana. De acordo com o princípio da unicidade da vida e seu ambiente, quando nossa condição de vida muda, podemos mudar nosso ambiente também e, desse modo, solucionar todos os nossos problemas e contrariedades. Shin’ichi deu ênfase à importância do compromisso com o bem-estar dos outros durante o seu discurso na convenção por saber que a felicidade dos integrantes de Okinawa e a consolidação da paz dependiam disso. Ele desejava que os membros de Okinawa encarassem com seriedade esse espírito e interagissem sinceramente com seus vizinhos, tornando-se pessoas merecedoras de confiança e estimadas na comunidade. Fonte: IKEDA, Daisaku. Arco-íris da Esperança. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 19, p. 64-65, 2019. Notas: 1. ROLLAND, Romain. Roman Roran Zenshu [Coletânea de Obras de Romain Rolland]. Tradução: Masakiyo Miyamoto e Tokuo Ebihara. Tóquio: Misuzu Shobo, v. 19, p. 68, 1983. Tradução do japonês. 2. Pseudônimo do presidente Ikeda no romance Nova Revolução Humana. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 405, 2020. Clamor pela paz Em 16 de julho de 1960, Ikeda sensei visitou pela primeira vez as terras de Okinawa, no extremo sul do Japão. Quinze anos haviam se passado desde o fim da Segunda Guerra Mundial e Okinawa estava sob o domínio dos Estados Unidos, que lá implantaram bases militares e até uma plataforma de lançamento de mísseis nucleares. Durante a sua quarta visita à localidade, em 2 de dezembro de 1964, ele se encontrava no segundo andar da sede de Okinawa, com a caneta em punho, para iniciar o romance Revolução Humana. Após escrever “Revolução Humana” e “Capítulo 1, Alvorada”, interrompeu a escrita. As palavras iniciais não vinham. Ele se lembrou, então, do local no sul de Okinawa em que foi travada uma sangrenta batalha e que havia visitado várias vezes. Enquanto as lembranças de sua juventude durante a guerra voltavam, Ikeda sensei pensou no momento em que seu mestre, Josei Toda, havia acabado de sair da prisão e viu, pela primeira vez, a cidade de Tóquio em ruínas. Naquele momento, as palavras vieram à mente. Não há ato mais bárbaro do que a guerra! Não existe um fato mais trágico do que a guerra! Entretanto, a guerra ainda continuava...1 Assim nascia a frase inicial do romance Revolução Humana que perpetuaria o espírito Soka pela concretização da paz. Vista para o Oceano Pacífico e a colina Mabuni a partir do Museu Memorial da Paz de Okinawa. Em frente à colina existe um monumento gravado com o nome daqueles que morreram na Batalha de Okinawa durante a Segunda Guerra Mundial (cidade de Itoman, Okinawa)No topo: Presidente Ikeda incentiva os membros da Divisão dos Estudantes em frente ao Monumento à Paz Mundial (Centro de Treinamento de Okinawa, Onna, Japão, fev. 1991). Por sugestão de Ikeda sensei, este local, uma antiga plataforma de lançamento de mísseis nucleares militares dos Estados Unidos, renasceu como um local de difusão da paz Fonte: Adaptado de matéria publicada no Seikyo Shimbun de 2 de março de 2024. Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Alvorada. Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 21, 2022. Fotos: Seikyo Press
20/06/2024
Aprender com a Nova Revolução Humana
BS
Momentos inesquecíveis: volume 20 (parte 2)
Ligados por eternos laços de confiança Em dezembro de 1974, na noite anterior ao regresso ao Japão após a sua segunda visita à China, Shin’ichi recebeu uma mensagem do primeiro-ministro Zhou Enlai pedindo para que se encontrasse com ele. Embora Zhou Enlai estivesse gravemente doente e seus médicos fossem contra o encontro, esse se realizou devido ao forte desejo do primeiro-ministro de se encontrar com Shin’ichi. O primeiro-ministro Zhou enalteceu os esforços consistentes de Shin’ichi para fortalecer a amizade sino-japonesa: — Presidente Yamamoto, o senhor vem salientando a necessidade de cultivar relações fraternas entre os povos dos dois países, a despeito das dificuldades envolvidas. Fico extremamente contente com isso. A amizade bilateral é nosso desejo mútuo. Empenhemo-nos por isso juntos. (...) Os olhos do primeiro-ministro Zhou se comprimiram como se contemplassem ao longe, e ele disse em tom nostálgico: — Há mais de cinquenta anos, parti do Japão quando as cerejeiras estavam floridas. Assentindo com a cabeça, Shin’ichi sugeriu: — Entendo. Então venha visitar o Japão novamente na estação das cerejeiras. — Gostaria muito, mas temo que seja impossível — disse com um sorriso melancólico. Ouvir isso fez o coração de Shin’ichi doer. (...) Finalmente, Shin’ichi decidiu expressar o que estava pensando: — Precisamos nos manter saudáveis por muitos anos, primeiro-ministro Zhou. A China é um país fundamental para a concretização da paz mundial. Em benefício de sua nação e de seus 800 milhões de habitantes…1 O primeiro-ministro pareceu reunir todas as suas forças e começou a dizer: (...) — Os últimos 25 anos do século 20 serão um período crucial para toda a humanidade. Será necessário que os povos do mundo cooperem e auxiliem uns aos outros de igual para igual. — Penso que isso seja absolutamente verdadeiro — endossou Shin’ichi. Ele sentiu que estava ouvindo sobre o último desejo do primeiro-ministro. O diálogo havia se estendido por quase trinta minutos. Se fosse possível, Shin’ichi ficaria conversando com o primeiro-ministro Zhou para sempre, mas ele simplesmente não podia permitir que o encontro se prolongasse mais. — Prometo que levarei sua opinião ao conhecimento das pessoas apropriadas no Japão. E gostaria de lhe agradecer profundamente o fato de ter reservado tempo para me receber. (...) Essa ocasião foi a única vez que Shin’ichi e o primeiro-ministro Zhou se encontraram. Contudo, a amizade deles produziu um juramento eterno e laços de confiança imperecíveis. O espírito do primeiro-ministro fora totalmente incutido no coração de Shin’ichi. (Capítulo “Laços de Confiança”) Nota: 1. Atualmente a população da China é de aproximadamente 1,4 bilhão de habitantes. Caminhos para a paz Em janeiro de 1975, durante uma visita aos Estados Unidos, Shin’ichi encontrou-se com o secretário de Estado Henry Kissinger. Shin’ichi ansiava dialogar extensamente com o secretário Kissinger em prol da paz mundial, para juntos tentarem descobrir um novo rumo para a humanidade. Kissinger tinha uma personalidade racional e aberta e dava pouca importância para formalidades vazias. Era um observador com uma mente aguçada, que sempre assimilava a essência da questão abordada; portanto, a conversa avançou em ritmo acelerado. Quando Shin’ichi perguntou a Kissinger qual a sua opinião sobre o tratado de paz e de amizade entre Japão e China, o diplomata americano respondeu imediatamente que era favorável ao acordo e, a seu ver, deveria ser consumado. Durante o encontro, Kissinger indagou a Shin’ichi: — Permita-me inquirir-lhe com franqueza, a quem consagra sua lealdade no que se refere às potências mundiais? A pergunta de Kissinger era claramente motivada pelo fato de Shin’ichi ter visitado a China e a União Soviética e se encontrado com os líderes desses países e agora estar conversando com ele nos Estados Unidos. Shin’ichi respondeu sem hesitar: — Não somos filiados nem ao Bloco Ocidental nem ao Oriental. Tampouco somos aliados da China, da União Soviética ou dos Estados Unidos. Somos uma força de paz, e aliados da humanidade. Era nesse humanismo que Shin’ichi se baseava resolutamente, e esse era o posicionamento primordial da Soka Gakkai. Kissinger sorriu. Parecia entender as convicções de Shin’ichi. Durante o restante do diálogo, discutiram tópicos como o conflito árabe-israelense, as relações sino-americanas e americano-soviéticas, e as Conversações sobre Limites para Armas Estratégicas. A interlocução prosseguiu num clima de congraçamento de ideias e o desejo comum de vislumbrar caminhos para a paz. (Capítulo “Laços de Confiança”) (Traduzido da edição de 9 de junho de 2020 do Seikyo Shimbun, jornal diário da Soka Gakkai.) Assista O vídeo da série “Aprender com a Nova Revolução Humana”, volume 20
06/06/2024
Conheça o Budismo
BS
A força da oração sincera
No Budismo de Nichiren Daishonin, a oração, denominada daimoku, é a recitação contínua do Nam-myoho-renge-kyo, ou seja, a Lei Mística que rege o universo. O presidente Ikeda afirma: Os seres humanos, mesmo os que dizem não ter nenhuma religião, possuem desejos e aspirações. Todos oram por algo nas profundezas de seu coração. A oração no Budismo de Nichiren Daishonin é um meio para preencher o vazio entre esses desejos e a realidade, tendo como base a lei do universo.1 Normalmente, os objetivos de cada pessoa são lançados de acordo com suas dificuldades ou necessidades em determinado momento, seja no aspecto financeiro, profissional, de saúde, de relacionamentos pessoais, seja outros. O budismo esclarece, entretanto, que todos os sofrimentos estão ligados ao carma. Assim, não basta apenas desejar, por exemplo, ter uma vida profissional realizada. É preciso, antes, transformar o carma de não se sentir feliz no trabalho. Nesse sentido, a recitação do Nam-myoho-renge-kyo é fundamental, pois age justamente na causa que traz o sofrimento, transformando o carma pela raiz. Escuridão fundamental e iluminação O budismo elucida os conceitos de “escuridão fundamental” e “iluminação”. Todos os seres humanos possuem esses dois lados. É com base neles que se pensa, fala e age, o que define o futuro feliz ou infeliz de um ser humano. Com a recitação do Nam-myoho-renge-kyo, a vida é sempre conduzida ao caminho da iluminação, ou seja, à manifestação do estado de buda inerente. Essa prática faz surgir a sabedoria e a coragem para, por exemplo, ser o agente criador da harmonia. Portanto, a oração no budismo tem como foco principal “iluminar” a “escuridão” da vida das pessoas, fazendo brotar a sabedoria e a coragem para vencer a si próprio e transformar o carma que lhe causa sofrimentos. Ikeda sensei diz: No momento em que recitamos Nam-myoho-renge-kyo, a escuridão de nossa vida num instante se dissipa. Esse é o princípio da simultaneidade de causa e efeito. Nesse mesmo instante, nas profundezas do nosso ser, nossas orações são respondidas. A causa inerente à nossa forte oração simultaneamente produz um efeito latente. Mas, nas profundezas da nossa vida, nossas orações são imediatamente concretizadas. E, nesse momento, a luz brilha. As orações são invisíveis. Contudo, se orarmos com firmeza, essas orações definitivamente produzirão um claro resultado em nós e em nosso ambiente. Esse é o princípio da essência real de todos os fenômenos.2 Engrenagens da fé A recitação do Nam-myoho-renge-kyo permite às pessoas enxergarem a “essência real de todos os fenômenos”, corrigindo sua órbita e elevando sua condição de vida. Essa oração, portanto, pode ser considerada um “guia” para a concretização dos objetivos de forma sábia. Ela fortalece a energia vital, aguça a mente e extrai a força interior das pessoas para que possam utilizar ao máximo seus talentos e suas habilidades. O Mestre conclui: Em outras palavras, a oração constitui uma fusão da lei fundamental do universo e da nossa mente. Podemos comparar isso com as engrenagens de uma máquina. Quando uma pequena engrenagem encaixa seus dentes aos de uma engrenagem maior, conseguirá se movimentar com uma força extraordinária, o que não faria por si própria. Da mesma forma, quando fundimos o microcosmo de nossa própria vida com a vida do universo, somos capazes de manifestar ilimitada força que nos permitirá superar quaisquer dificuldades.3 Diálogo com o universo Uma oração determinada, “desejando algo de todo o coração”,4 focada no objetivo individual e, principalmente, incluindo a felicidade dos familiares e amigos, bem como da sociedade e da humanidade, é capaz de mover o universo de acordo com o desejo da pessoa, conforme Ikeda sensei afirma: As orações baseadas na Lei Mística não são abstratas. No cotidiano das pessoas, elas se manifestam de forma concreta. Oferecer orações é o mesmo que conduzir um diálogo, um intercâmbio com o universo. Quando oramos, abraçamos o universo com nossa vida. A oração é uma luta para expandir nossa vida.5 Essas orações são essenciais para alcançar a revolução humana, meta principal da recitação do Nam-myoho-renge-kyo. Quando uma pessoa realiza sua revolução humana com base na oração, todos os seus desejos se tornam ainda mais concretos. Além disso, o fator fundamental da oração é a sinceridade: um coração puro e determinado. Quando esse ponto se transforma na essência da oração, tudo se torna possível. Portanto, é necessário fazer da oração o momento de ampliar o coração, ser sincero consigo, em primeiro lugar, “abrir a mente” para o que é preciso mudar e, dessa forma, concretizar as metas. Nesse sentido, diante do Gohonzon, é importante demonstrar exatamente aquilo que se encontra no coração, fazendo da oração um juramento de avançar e mudar o próprio interior para, assim, usufruir os verdadeiros resultados que almeja. Prática diária, base da felicidade Veja, a seguir, trechos de incentivos do presidente Ikeda sobre a prática budista e a recitação do daimoku, selecionados a partir de um diálogo com líderes da Divisão dos Estudantes da Soka Gakkai. 🖊 Podemos orar para o que desejarmos? Ikeda sensei: Vocês podem orar para qualquer coisa que acreditam que contribuirá para a sua felicidade e para a dos outros. Por exemplo, podem orar para se desenvolver ou para se tornar certo tipo de pessoa. Basicamente, podem orar por qualquer coisa que desejarem. No entanto, recomendo-lhes que jamais orem por coisas negativas. Se orarem por algo que prejudicará seu progresso, ou o de outras pessoas, somente causarão um efeito negativo em sua vida. Essa atitude vai contra o ritmo fundamental da vida. A chave para que nossas orações sejam respondidas é estar em ritmo com o universo. 🖊 Todas as nossas orações são realmente respondidas quando oramos ao Gohonzon? Ikeda sensei: Sim. Com certeza obtemos resposta. O Gohonzon nos capacita a concretizar as nossas orações. Toda oração é seguramente respondida. (...) O fundamental é se somos verdadeiros praticantes do Sutra do Lótus — ou seja, do Nam-myoho-renge-kyo — e se realmente estamos pondo em prática os ensinamentos do Budismo de Nichiren Daishonin. (...) Como as expressões “poder da fé” e “poder da prática” indicam, a convicção é um tipo de força ou poder. Quanto maior for sua convicção de que suas orações serão respondidas — ou seja, quanto mais forte for a sua fé —, mais forte será o poder do Gohonzon (a Lei Mística). O “poder da prática” abarca a força do seu daimoku e da energia com que se dedica ao kosen-rufu pela felicidade de todas as pessoas e prosperidade da sociedade. Quanto mais forte for a prática para si e para os outros, mais poderá extrair do Gohonzon o poder do Buda e da Lei. (...) Apesar de afirmarmos que “as orações são respondidas” no Budismo de Nichiren Daishonin, a concretização das nossas orações não é algo mágico ou oculto; não tem nada a ver com algum ser misteriosamente iluminado ou um deus que habita um mundo distante e que, por ter piedade de nós, satisfaz nossos desejos. Assim como existem leis físicas, tais como as que controlam a eletricidade, que os seres humanos habilidosamente descobriram como fazer uso, o budismo investigou e revelou a lei da vida e do universo. Da mesma forma que a luz elétrica foi inventada baseada nas leis da eletricidade, Nichiren Daishonin inscreveu o Gohonzon para nós com base na suprema Lei do budismo. 🖊 Qual é o ritmo correto para realizar gongyo e daimoku? Ikeda sensei: O gongyo e o daimoku não devem ser muito rápidos nem lentos demais, nem com uma voz muito alta nem muito baixa. Nossa recitação deve ter um ritmo vigoroso. A velocidade do gongyo também depende de fatores como a idade, a hora e o local em que estamos realizando nossa prática. Portanto, não se preocupem demais com qual deve ser o ritmo correto. Apenas recitem gongyo da maneira mais natural e confortável possível. Certa vez, um dos meus veteranos afirmou que o ritmo do gongyo deveria ser como o galope de um cavalo. 🖊 O que é mais importante: a quantidade ou a qualidade das orações? Ikeda sensei: Tanto a qualidade como a quantidade são importantes. (...) Praticamos o budismo com o objetivo de nos tornar felizes. Desse modo, o mais importante é que cada um de nós sinta uma profunda satisfação após ter recitado daimoku. Não há nenhum preceito que imponha certo número de horas para orar. A atitude de estabelecer metas de daimoku pode ser proveitosa, mas quando estiverem cansados ou sonolentos, somente murmurando sons incompreensíveis envoltos em um sono entorpecente, então é melhor parar de orar e ir para a cama. Após terem descansado, vocês conseguirão recobrar a concentração e as energias para continuar orando. Isso será de muito mais valia. Devemos permanecer alertas e concentrados quando oramos, e não cochilando. Conforme já mencionei, o mais importante é que nosso daimoku nos deixe tão satisfeitos e revigorados que, quando tivermos terminado, possamos exclamar: “Ah! Como isso me fez bem!”. Ao reforçarmos esse sentimento dia após dia, naturalmente nos direcionaremos para o caminho mais positivo. 🖊 Qual a importância de orarmos diariamente? Ikeda sensei: Dependemos de vários fatores para que nossas orações sejam concretizadas. Contudo, se orarmos sinceramente, de todo o coração, poderemos corrigir nossa órbita vital e nos direcionar para um caminho mais positivo. Nossas orações produzem um impacto de longo alcance em nossa vida. Apesar de orarem para se sair bem nos estudos, por exemplo, o efeito de suas orações se estenderá muito além, alcançando a total amplitude de sua existência. Resumindo, é muito importante ter o desejo de sentar-se em frente ao Gohonzon e recitar daimoku. Isso demonstra a determinação de uma pessoa de aprimorar a si própria. Esse espírito é fundamental. É a comprovação de nossa humanidade, uma expressão do nobre espírito de devotar a vida à realização de um empreendimento. “À medida que o foco de nossas orações se expande, incluindo não apenas nossos próprios desejos, como também a felicidade de nossos amigos, de nossa família, de nossos colegas de classe, da sociedade e de toda a humanidade, nossos horizontes também se expandirão, bem como nossa grandeza como seres humanos”6 Dr. Daisaku Ikeda “A oração sem ação representa apenas um simples desejo e a ação sem oração não produz nenhum resultado. Portanto, quero afirmar que a sublime oração surge de um sublime senso de responsabilidade. Em outras palavras, essa oração não surge quando temos uma atitude irresponsável e negligente no trabalho com os compromissos do dia a dia e com a própria vida. Para aqueles que assumem a responsabilidade por todos os aspectos de sua vida e se empenham ao máximo, a oração sublime se tornará um hábito”7 Dr. Daisaku Ikeda Fontes: Brasil Seikyo, ed. 1.516, 24 jul. 1999, p. A3. Terceira Civilização, ed. 448, dez. 2005. Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.369, 1o jun. 1996, p. 3.2. Ibidem.3. Brasil Seikyo, ed. 1.516, 24 jul. 1999, p. 3.4. Ibidem.5. Brasil Seikyo, ed. 1.369, 1o jun. 1996, p. 3.6. Idem, ed. 1.516, 24 jul. 1999, p. 3.7. Idem, ed. 2.237, 2 ago. 2014, p. B1. Foto: BS
29/05/2024
Notícias
BS
Cultura Soka
A Coordenadoria Cultural (CCult) da BSGI foi fundada oficialmente em 1984 pelas próprias mãos de Ikeda sensei em sua terceira visita ao Brasil. Congrega membros das variadas atividades profissionais, como médicos, artistas, ambientalistas, juristas e outros. No último dia 5 de maio, integrantes da CCult se encontraram no auditório do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda (CCDI), em São Paulo, para juntos reconfirmarem a missão e os propósitos na celebração dos quarenta anos de criação da coordenadoria. Em formato híbrido, com transmissão on-line para os membros de todo o país, o evento também reuniu familiares e amigos. Na pauta, houve relatos de veteranos e de membros das coordenadorias de São Paulo e do Rio de Janeiro, junto com apresentações de músicas e de dança que ficaram a cargo dos integrantes do Departamento de Artistas (Depart), do Coral Filarmônico Ikeda do Brasil (CFIB) e da Camerata Ikeda da Orquestra Filarmônica Brasileira do Humanismo Ikeda (OFBHI), com versões que encantaram os participantes. Primeira atividade da CCult pós-pandemia, a programação não deixou de enaltecer a lembrança de Ikeda sensei, que se despediu desta existência em novembro de 2023, com uma trajetória de dedicação abnegada ao incentivo e à paz no mundo. No palco, uma cadeira abrigava um ramalhete de flores. Trechos de vídeos e da última mensagem enviada por ele à CCult, em 2019, emocionaram. Os senhores que, em meio a uma realidade social comparável a um pântano lamacento, cumprem a própria missão em prol da sociedade e em prol das pessoas, recitando daimoku da prática individual e altruística, são indiscutivelmente a entidade do Myoho-renge-kyo.1 A mensagem do Mestre tornou-se um direcionamento eterno para todos. Nas palavras de Alessandro Ariga, coordenador da CCult, ficou evidenciado que o sentimento de gratidão pelo presidente Ikeda e pelos veteranos deve ser transformado em uma grande luta em prol da cultura e do humanismo Soka. “Manifestar ainda mais coragem, força e disposição para cumprir nosso papel, nossa missão e nosso juramento ao Mestre, sempre realmente buscando avançar, cada vez mais, junto com os companheiros e com esse mesmo coração grandioso de Ikeda sensei.” Já a coordenadora da Divisão Feminina da BSGI, Selma Inoguti, relembrou sua atuação como integrante do Pompom-tai, grupo infantil da banda feminina Asas da Paz Kotekitai, no festival de 1984. Comentou também sobre o encontro que teve com o coordenador da Coordenadoria Cultural da Soka Gakkai, Hiroki Nagano, durante um curso de aprimoramento no Japão em abril deste ano, junto com Ariga, e terminou suas palavras destacando cinco pontos compartilhados por ocasião dessa atividade O presidente da BSGI, Miguel Shiratori, falou brevemente sobre os quatro pilares da oração budista explanados pelo presidente Ikeda em fevereiro de 2021. Reforçou serem esses pontos essenciais para a prática da fé. No topo: participantes do encontro comemorativo dos quarenta anos da CCult, em São Paulo Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.456, 16 fev. 2019, p. 6.Foto: Colaboração local
29/05/2024
Relato
BS
A estrada que escolhi
Eu me chamo Thatyane de Almeida Belschansky e atualmente resido em Londrina, PR. Nascida e criada em Belém, PA, norte do país, e sempre fui fascinada por novos conhecimentos. O budismo entrou em minha vida aos 16 anos, quando tive de fazer um trabalho no último ano do ensino médio, e o sorteei como religião para um seminário. Não sabia nadinha de budismo, pois cresci em uma família cristã praticante. Porém, lembrei-me de que havia um grupo de budistas na minha rua. Reuni coragem, bati à porta deles e fui muito bem recebida ao falar do meu propósito. Nesse dia, saí de lá cheia de edições dos periódicos da Editora Brasil Seikyo (EBS) — Brasil Seikyo, revista Terceira Civilização, RDez — e, de quebra, com um convite para uma reunião de palestra no fim de semana seguinte. Participei, enchi as pessoas de perguntas e, nesse dia, descobri que Nirvana não era só uma banda. Os dias se passaram, apresentei o trabalho, fui muito elogiada ao revelar o surgimento e as ramificações do budismo, em especial a origem de Nichiren Daishonin. Voltei para casa e continuei lendo o material que recebi dos amigos budistas. Quando terminei, fui trocar e pegar mais; quanto mais lia, mais me identificava com tudo aquilo. No entanto, quando minha mãe descobriu que eu estava indo para as reuniões, proibiu-me seriamente. Continuei participando escondida. Ao ser descoberta novamente pela minha mãe, tive coragem de dizer que queria ser budista. Como resultado, fui mandada para a casa de uma tia em Goiânia, GO, praticante de outra religião. Mesmo assim, eu viajava escondida, para a cidade vizinha, Caldas Novas, e continuei praticando o budismo. Quando minha tia descobriu, houve outra confusão e voltei para Belém, afirmando que, não importava aonde eu fosse, prosseguiria com a prática budista. Inspirar pelo exemplo Em 2014, fui morar com uma amiga que, para minha boa sorte, era budista, e pude assim me converter. Anos se passaram e, com minha atitude e comprovação, minha mãe passou a compreender e a conhecer o budismo. Hoje, quando ela está preocupada com algo, diz: “Filhota, faz daimoku daí, que vou orar daqui; vai dar tudo certo”. Ainda sou a única praticante na família, mas todos respeitam e sabem quem são meus mestres da vida. Eles até usam meus bordões budistas. Na pandemia da Covid-19, perdi meu avô, uma das pessoas que mais amava na vida. Não soube lidar com a dor dessa perda e entrei em depressão. Aos poucos, fui mergulhando na escuridão fundamental, chegando a ponto de ter pensamentos de morte e tentar ir também. Por grande sorte, sou membro do grupo de dança Taiga, da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) da BSGI, cujas integrantes me incentivaram muito. O livro Diário da Juventude,1 de autoria de Daisaku Ikeda, que narra os bastidores e desafios vividos por ele tornou-se meu livro de cabeceira, porque consegui enxergar sensei “gente como a gente”. Com base na recitação do Nam-myoho-renge-kyo, resolvi enfrentar meus medos. No ano seguinte, 2021, eu me inscrevi para ser voluntária na campanha contra a Covid-19, permanecendo até março de 2022. Durante esse período, encarei o medo e a tristeza e pratiquei o humanismo que tanto aprendemos na Gakkai. No fim de 2021, junto com meu estágio, iniciei um projeto de combate ao bullying em uma escola pública, quando a instituição retomou as atividades presenciais. Isso deu vida ao meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Estudo justiça restaurativa e minha iniciativa turbinou-se quando abordei o combate ao bullying. Fui pioneira ao criar o material do zero, porque só existia algo similar na área sociojurídica, no Pará. Recebi tantos elogios que me formei já com indicação para mestrado. Novo local da missão Com o fim desse ciclo, decidi mudar de cidade e, após extensa pesquisa, escolhi Londrina, motivada pela excelência da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e tive a felicidade de encontrar pessoas maravilhosas da Gakkai nessa localidade, que me acolheram e me receberam bem. Hoje, atuo como vice-responsável pela Divisão Feminina de Jovens, buscando contribuir com o meu melhor. Quando soube da convenção do dia 26 de maio, enlouqueci de alegria. Em 2009, não consegui participar, mas, desta vez, faria o sonho acontecer. Lancei o objetivo, comecei a fazer freelance e a guardar dinheiro (extra). Como gosto de desafios emocionantes, eu me inscrevi para participar pelo Taiga também e fui aprovada. É minha comprovação construída com muito mais daimoku, superando a fase do quadro ansioso-depressivo, razão pela qual me fez ganhar mais de 36 quilos. Imagine a satisfação de vencer junto com o Taiga? Superei também a dengue, após a seleção, e a cada dia agradeço a oportunidade de desfrutar uma juventude de valor. Com muita alegria no coração, envio sempre mensagens explicativas sobre o budismo e incentivos do sensei a todos os grupos e redes sociais dos quais participo. É uma gratidão imensa, como se eu estivesse vivendo, na prática, este trecho do poema A Estrada, composto pelo nosso eterno mestre: Existe uma estrada e essa estrada é a estrada que eu amo. Eu a escolhi. Quando trilho essa estrada, as esperanças brotam e o sorriso se abre em meu rosto. Desta estrada nunca, jamais fugirei.2 O dia 26 de maio de 2024 será o meu marco de vida. Estou me esforçando para vencer infalivelmente, conforme o juramento do meu amado grupo Taiga. É o meu descortinar. Esta é a Thatyane do coração do Mestre. Gakkai, conte comigo! Muito obrigada! Thatyane no curso de outono com lideranças jovens de sua localidade atual Thatyane na reunião de palestra de sua comunidade Thatyane de Almeida Belschanky, 32 anos, assistente social. Na BSGI, atua como vice-responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ) da Comunidade Vila Nova, Distrito Centro, RM Londrina Centro, Sub. Norte do Paraná, CRE Paraná, CGRE. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. 2. RDez, ed. 229, jan. 2021, p. 20-21.Fotos: Arquivo pessoal
29/05/2024
Novo livro
BS
A força do diálogo
O momento não poderia ser mais propício. Ao observar o recente cenário internacional de conflitos em diferentes locais do mundo, a humanidade se vê diante da necessidade premente de estratégias para edificar sociedades nas quais as pessoas possam conviver em harmonia e solidariedade, compartilhando semelhanças e respeitando diferenças. Oportunamente, em junho, a Editora Brasil Seikyo (EBS) publica a obra A Sabedoria da Tolerância, que nasceu a partir de um diálogo entre Abdurrahman Wahid, primeiro presidente eleito democraticamente na Indonésia, e Daisaku Ikeda, filósofo e pacifista. Ao defenderem a preservação da vida como propósito comum, os autores apresentam a importância do intercâmbio entre diferentes culturas e religiões para a promoção da paz por meio do diálogo e do respeito mútuo. O livro chega às mãos dos participantes do Clube de Incentivo à Leitura (CILE) de todo o Brasil em junho e estará disponível nas versões impressa e digital para quem desejar adquiri-lo a partir de julho. Diante da desarmonia e dos conflitos, como criar uma realidade que valorize o respeito às diferenças e contribua para a promoção da paz? Esse é o tema central abordado pelos autores ao dialogarem sobre as convergências entre o islã e o Budismo Nichiren, destacando a responsabilidade das religiões na construção de um mundo mais solidário. Wahid, a partir de sua experiência como muçulmano, desmistifica pressuposições a respeito da religião e esclarece que esta carrega em sua essência o respeito à dignidade da vida, afastando o senso comum criado na sociedade após os ataques às Torres Gêmeas nos Estados Unidos, em 2001. Além disso, tanto Wahid quanto o Dr. Ikeda reiteram o dever das religiões de empreender ações pela paz a partir de suas semelhanças, conforme as palavras do Dr. Ikeda na página 24: “O propósito da religião é a felicidade humana. Suas doutrinas específicas podem variar, mas todas as religiões podem cooperar pelo bem da paz na humanidade”. Destinada àqueles que têm interesse em aprofundar o conhecimento sobre a importância do intercâmbio de ideias para a criação da cultura de paz, a obra A Sabedoria da Tolerância, em suas 288 páginas, elucida como a troca de informações entre diferentes religiões e nacionalidades, abordando aspectos culturais, filosóficos e históricos, contribui para a riqueza e o fortalecimento de cada comunidade humana. Para que seja possível transpor as barreiras das diferenças entre as pessoas, os autores ressaltam o papel fundamental daqueles que educam ao orientarem e instruírem os jovens, herdeiros e promotores das mudanças, para que consolidem um caráter humanístico durante a vida e direcionem suas ações para fundamentar uma sociedade em que se reconheça o valor e o potencial ilimitados de cada pessoa. É momento de diálogo, cada vez mais. Veja aqui os kits de junho para cada plano do CILE PLANO DIAMANTE Livros são joias preciosas. O Diamante é o plano de assinatura do CILE perfeito para você que gosta de uma experiência completa de leitura no formato físico. Nele você recebe mensalmente: 1 livro lançamento 1 card colecionável 1 brinde especial 1 marcador de página Resenha digital e conteúdos extras 52,00/mês + Taxa de entrega *** PLANO OURO O Ouro é o plano de assinatura do CILE ideal para os leitores que estão iniciando a jornada de incentivo à leitura. Nele você recebe mensalmente: 1 livro lançamento 1 marcador de página 32,00/mês + Taxa de entrega Vídeo sobre o livro Sabedoria da Tolerância Confira no Instagram o vídeo spoiler do lançamento de junho ou assista abaixo Quer fazer parte do CILE? Para garantir a sua leitura e receber esta obra no mês de junho, assine o CILE até 31/05/2024. Acesse o site: www.cile.com.br Para os assinantes do CILE Digital, a obra ficará disponível a partir do dia 01/06/2024 em www.ciledigital.com.br Foto: BS
09/05/2024
Encontro com o Mestre
BS
Eterna jornada conjunta
DR. DAISAKU IKEDA Uma pessoa que possui o mestre como ponto primordial é forte. Não se esqueça de seu ponto primordial. Porque, desde que não o deixe de lado, você não sairá da órbita da fé pela qual decidiu seguir adiante. Fonte: IKEDA, Daisaku. Citações de Daisaku Ikeda. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. * * * Em seu escrito Florescer e Produzir Grãos, Daishonin declara: Dizem que se um mestre possui um bom discípulo, ambos obterão o fruto do estado de buda, mas, se um mestre cria um mau discípulo, ambos cairão no inferno. Se mestre e discípulo possuem pensamentos diferentes, jamais conseguirão realizar algo.1 Se mestre e discípulo tiverem mentes diferentes, nada poderá ser realizado. No fim, tudo é decidido pelo discípulo. O enorme crescimento da Soka Gakkai até agora foi alcançado por meio da união brilhante e indestrutível da unicidade de mestre e discípulo. Se tiverem profunda consciência da missão de mestre e discípulo de viver uma existência dedicada ao kosen-rufu, jamais terão algo a temer. Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 173, 2017. Fonte: IKEDA, Daisaku. Baluarte Central. Nova Revolução Humana. v. 17. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. * * * A questão mais importante na vida de uma pessoa é quem ela tem como mestre e quem segue como exemplo. Não há felicidade maior do que possuir um mestre da vida. Fonte: IKEDA, Daisaku. Citações de Daisaku Ikeda. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. * * * A relação entre mestre e discípulo é como a da agulha com a linha. O mestre abre o caminho e revela os princípios, enquanto o discípulo prossegue o trabalho do mestre, aplica, desenvolve e concretiza esses princípios. O discípulo também deve seguir adiante e ultrapassar o mestre. O mestre, por sua vez, está pronto a dar tudo de si, até mesmo a própria vida, pelo discípulo. Fonte: IKEDA, Daisaku. A Relação de Mestre e Discípulo é o Coração da Soka Gakkai.Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 3: Kosen-rufu e Paz Mundial.São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. * * * Mestre e discípulo ligados pelo juramento seigan pelo kosen-rufu vivem juntos eternamente, unidos pelo compromisso de lutarem juntos até o fim. Fonte: IKEDA, Daisaku. Atuação Conjunta de Mestre e Discípulo. Vozes para um Futuro Brilhante. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. * * * O budismo ensina: “Se um mestre possui um bom discípulo, ambos obterão o fruto do estado de buda”.1 A relação de mestre e discípulo é um laço entre duas vidas gerado pela mútua, séria e sincera determinação do mestre comprometido a desenvolver o discípulo de forma a superá-lo, e do discípulo em corresponder de todo o coração à determinação do mestre. Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 173, 2017. Fonte: IKEDA, Daisaku. O Impossível é Possível. Romper Barreiras. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. * * * A relação mestre-discípulo é a base do budismo. Se compreendermos de fato o caminho de mestre e discípulo, seremos capazes de realizar infalivelmente nossa revolução humana, atingir o estado de buda nesta existência e abrir o caminho para o futuro eterno do kosen-rufu. Fonte: IKEDA, Daisaku. Luz do Sol. Nova Revolução Humana, v. 19. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. * * * Sem a relação de mestre e discípulo, qualquer coisa que realizarmos simplesmente terminará junto com a nossa existência. Não passará de um breve drama e de uma busca por satisfação pessoal. Em contraste, a relação de mestre e discípulo nos habilita a viver uma vida conectada ao grandioso fluxo da humanidade, uma vida comparável a um caudaloso rio, uma vida que faz parte de uma ininterrupta corrida de revezamento. Mestres e discípulos são como atletas numa corrida de revezamento. Eles avançam, passando adiante o bastão ao longo da trilha pela justiça, felicidade e paz de toda a humanidade. Os mestres correm na frente para, depois, transferir o bastão aos discípulos. Fonte: IKEDA, Daisaku. A Relação de Mestre e Discípulo é o Coração da Soka Gakkai. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 3: Kosen-rufu e Paz Mundial. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. * * * O presidente Toda sempre dizia que os discípulos devem buscar ultrapassar seus mestres. Somente mestres de pensamento mesquinho exigem que os discípulos os sigam e aceitem tudo o que disserem com obediência cega. Mestres genuínos instigam os discípulos a superá-los, a realizar o que eles não puderam realizar. E discípulos verdadeiros se esforçam ardentemente para fazer exatamente isso. Fonte: IKEDA, Daisaku. A Relação de Mestre e Discípulo é o Coração da Soka Gakkai. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 3: Kosen-rufu e Paz Mundial. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. * * * Alinhar nosso coração ao coração do mestre e aprofundar nossa determinação de promover o progresso do kosen-rufu são os fatores fundamentais para estabelecermos um elo sólido com o espírito de “diferentes em corpo, unos em mente”. É com essa união que conseguimos ativar o poder realmente resplandecente da Lei Mística. Fonte: IKEDA, Daisaku. A Relação de Mestre e Discípulo é o Coração da Soka Gakkai.Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 3: Kosen-rufu e Paz Mundial.São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. * * * Se os seguidores leigos e o mestre oram com pensamentos diferentes, suas orações serão tão inúteis quanto tentar acender fogo sobre a água. Fonte: Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin.São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 54, 2017. * * * A unicidade de mestre e discípulo inicia-se pelo ato de viver com o mesmo espírito do mestre e de sempre mantê-lo firmemente no coração. É fácil falar sobre o caminho de mestre e discípulo, mas se nosso mestre não estiver em nosso coração, não estaremos praticando o budismo genuinamente. Se pensarem no coração do mestre como algo que existe fora de vocês, as ações e a orientação dele não atuarão mais como um padrão ou modelo interior para vocês. Então, em vez disso, poderão adotar como parâmetro de conduta a maneira como seu mestre os vê ou os avalia. Se isso acontecer, tenderão a se esforçar com afinco se o mestre lhes disser estritamente que o façam, mas poderão diminuir o empenho ou até se tornar calculistas na tentativa de obter a aprovação dele. Dessa forma, não conseguirão aprofundar a fé nem realizar sua revolução humana. E se os líderes cederem a essa tendência, aniquilarão o verdadeiro espírito do budismo e o puro mundo da fé se transformará num reino de questões mundanas governado por vantagens pessoais e conjecturas. Somente estabelecendo firmemente o grandioso caminho da unicidade de mestre e discípulo no próprio coração, a pessoa consegue promover a perpetuação da Lei. Fonte: IKEDA, Daisaku. Fortaleza de Pessoas Capazes. Nova Revolução Humana, v. 25. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. * * * O kosen-rufu se torna possível quando os discípulos abraçam o mesmo espírito que o mestre. Sem o sólido pilar da relação de mestre e discípulo, é muito fácil ser arrastado pelas próprias emoções e tendências da época, e a pessoa prontamente cede à pressão e desiste quando sua fé é posta à prova. Fonte: IKEDA, Daisaku. A Relação de Mestre e Discípulo é o Coração da Soka Gakkai. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 3: Kosen-rufu e Paz Mundial. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. * * * No que se refere a mestres, há os bons e os maus. “Busquem bons mestres! Evitem maus mestres! Tenham a sabedoria para saber diferenciar um do outro. Não sejam enganados!” — essa é a instrução solene de Nichiren Daishonin. Não devemos seguir mestres errôneos; se o fizermos, seremos influenciados negativamente pelos procedimentos incorretos deles. Fonte: IKEDA, Daisaku. A Relação de Mestre e Discípulo é o Coração da Soka Gakkai. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 3: Kosen-rufu e Paz Mundial. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. * * * O caminho de mestre e discípulo é crucial para trilharmos o verdadeiro curso do humanismo e do budismo. Fonte: IKEDA, Daisaku. A Relação de Mestre e Discípulo é o Coração da Soka Gakkai. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 3: Kosen-rufu e Paz Mundial. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. * * * A força da ligação entre mestre e discípulo não se define pela distância física. Somente aquele que possui o mestre em seu próprio coração pode ser considerado um discípulo com forte ligação. Aí se encontra o grande caminho da unicidade de mestre e discípulo. Fonte: IKEDA, Daisaku. Espírito de Procura. Nova Revolução Humana, v. 27. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. * * * Ter “a mesma mente que Nichiren” é a essência da nossa fé e prática budistas. Os mestres e discípulos Soka, começando pelo presidente fundador, Tsunesaburo Makiguchi, e seu discípulo e segundo presidente, Josei Toda, dedicaram a vida em prol do grande juramento pelo kosen-rufu, de acordo com o espírito de Daishonin. Permanecer fiel ao caminho de mestre e discípulo Soka, portanto, é a prática de ter a mesma mente que Nichiren. Falando de modo concreto, significa manter firmemente nosso mestre no coração o tempo todo. Além disso, não devemos nos considerar separados do mestre; em vez disso, devemos sempre agir e pensar baseando-nos da perspectiva do mestre. Fonte: IKEDA, Daisaku. Alto-Mar. Nova Revolução Humana, v. 22. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. No topo: Dias antes de tomar posse da terceira presidência da Soka Gakkai, o jovem Daisaku Ikeda posa com os retratos dos presidentes Tsunesaburo Makiguchi, à esq., e Josei Toda, à dir., na sede central da organização em Tóquio (Japão, abr. 1960) Foto: Seikyo Press
09/05/2024
Encontro com o Mestre
BS
Desenvolver seres humanos de valor
“A Soka Gakkai se tornará um castelo com seres humanos de valor.” Essa era a diretriz eterna de Josei Toda. Em abril de 1954, visitei as ruínas do Castelo de Aoba, em Sendai, acompanhando o segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda. Na época, estava sempre próximo a ele, com grande disposição em gravar as orientações do mestre em minha vida, sem perder uma única palavra. Detalhe do Castelo de Aoba Como concretizar os planos de Toda sensei? Como avançar com o coração em total unicidade com o coração do meu mestre? Ainda jovem, orando e me preocupando seriamente com essas questões, desbravava com toda a dedicação o caminho da minha própria missão. Nas ruínas do Castelo de Aoba, há uma famosa estátua de Date Masamune. Dirigindo-se à estátua, o mestre bradava com altos risos: “Caro Date, você está bem?”. Estátua do samurai Date Masamune Então, diante das ruínas do Castelo de Aoba, onde ainda restam sólidos muros de pedra, Toda sensei disse resolutamente: “No Japão do passado, o castelo era a base das batalhas. Na Gakkai, façamos do ‘castelo de valores humanos’, a base para a eternidade. A Soka Gakkai deve se tornar o ‘castelo de valores humanos’”. Até hoje, sua voz ressoa e não se afasta dos meus ouvidos. O mais importante são os seres humanos de valor. A organização que construir o castelo de pessoas valorosas prosperará vitoriosamente por todo o futuro. É por isso que os veteranos precisam criar sucessores com sinceridade. Devem ter a disposição de até se sacrificar com alegria, se for pelo desenvolvimento dos seus sucessores. Os veteranos devem se empenhar com toda a força para criar a próxima geração de sucessores. O castelo de seres humanos valiosos construído dessa forma nunca será destruído. Do contrário, uma organização em que [os veteranos] se aproveitam dos corajosos sucessores, tornando-os meios para a autopromoção, jamais se desenvolverá. Por algum tempo pode parecer que esteja prosperando, mas, no final, com certeza vai desmoronar. Por sua vez, uma organização ou uma entidade em constante crescimento, sem dúvida, é possuidora de uma qualidade brilhante que inspira o desenvolvimento das pessoas, capacitando-as com autenticidade e sinceridade. É uma organização que possui referência para discernir o certo do errado, transmitindo perfeitamente esses valores para os sucessores. Veteranos que desenvolvem sucessores como seres humanos valorosos melhores que si mesmos — essa é a tradição da SGI desde a época do primeiro presidente da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi, e do segundo presidente, Josei Toda. Lidero o kosen-rufu sempre tendo como base fundamental o aprimoramento de pessoas capazes. Vim conduzindo tudo exatamente de acordo com as orientações de Toda sensei. É por essa razão que a Soka Gakkai se ergueu altiva como “castelo dourado de valores humanos”, mundialmente admirado. Desejo que a Soka Gakkai avance vitoriosamente, para todo o sempre, como “castelo de valores humanos”. (...) O futuro se encontra inteiramente nas mãos dos jovens. Oro sempre, de coração, pela boa saúde, pela vitória e pela atuação dos jovens Soka. Desejo que os jovens se tornem socialmente excelentes, humanamente extraordinários e sejam catalisadores da paz e da felicidade para as pessoas ao seu redor. O número cada vez maior de jovens com essa capacidade fará com que a expansão do kosen-rufu avance um novo degrau. Josei Toda, meu venerado mestre, dizia: “É época dos jovens. Confio tudo aos jovens”. E, assim, entregou o bastão aos sucessores da Divisão dos Jovens centralizada em mim. Hoje, eu também, com esse mesmo sentimento, quero confiar toda a Soka Gakkai à nova Divisão dos Jovens. Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.449, 31 dez. 2018, p. B2. *** Criar a união Em abril, comemoraram-se setenta anos desde que o jovem Daisaku Ikeda acompanhou seu mestre, Josei Toda, na visita às ruínas do Castelo de Aoba, em Sendai. Depois daquela ocasião, o presidente Ikeda visitou diversas vezes as ruínas dialogando com Toda sensei em seu coração. Em 20 de novembro de 1961, Ikeda sensei participou da inauguração da sede da Soka Gakkai de Tohoku. No dia seguinte, ele foi até as ruínas do castelo com os jovens da organização local. Apontando para o muro construído solidamente com diversos tipos de pedras, pequenas e grandes, afirmou: “O importante é criar a união, complementando-se mutuamente. O castelo de “valores humanos” significa o “castelo da união de ‘valores humanos’”. Adicionalmente, ele compôs um poema waka: Com a decisão ainda maior de construir o castelo de “valores humanos”, levanto-me em Aoba após a partida do mestre. Gravando em seu coração a diretriz confiada pelo seu mestre, Ikeda sensei dedicava-se com toda a sua alma a incentivar cada pessoa. Em 28 de fevereiro de 1971, ele se dirigiu novamente às ruínas do Castelo de Aoba. Naquele dia, participou da fundação do Grupo do Futuro de Tohoku e do Festival Cultural de Tohoku, e enviou incentivos repletos de emoção aos novos “valores humanos”. Fonte: Adaptado de matéria publicada no Seikyo Shimbun de 17 de janeiro de 2024. No topo: Em 28 de fevereiro de 1971, Daisaku Ikeda se dirigiu às ruínas do Castelo de Aoba. Naquele dia, participou da fundação do Grupo do Futuro de Tohoku e do Festival Cultural de Tohoku Fotos: Seikyo Press | Getty Images
09/05/2024
Editorial
BS
“Levantem-se com a poderosa oração”
Um dos períodos mais aguardados pela Soka Gakkai chegou! Enquanto estamos nos aproximando da grande atividade dos jovens da BSGI, o sul do país enfrenta um enorme desafio desde o começo do mês. Assim, diante dos acontecimentos na região, a organização, em um gesto de profundo respeito, prontamente manifestou sua solidariedade às inúmeras vítimas e aos desabrigados em decorrência das fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul. E a toda a população gaúcha, transmitiu o profundo sentimento de pesar pelas vidas perdidas. A BSGI está em contato com os membros locais para prestar apoio material e incentivos. Eventos como a Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo provocam transformações na vida das pessoas que, por sua vez, impactam a sociedade onde vivem. Acontecimentos naturais também são oportunidades para fortalecer a prática da fé. Nesta edição, na série “O Brilho das Quatro Estações, o Coração de Ikeda Sensei”, ele afirma: Nós temos fé com a mais elevada convicção. Levantem-se com a poderosa oração! O daimoku é o rugido do leão. A coragem se manifesta de forma abundante, e a energia vital transborda plenamente. Agora é o momento. É a partir de agora! Venceremos com a força da grande sinceridade, mergulhando com coragem em meio aos seres humanos, entre as pessoas. Um novo dia, um novo desafio.1 Na nova fase da editoria Encontro com o Mestre, Brasil Seikyo traz uma foto memorável de Ikeda sensei em sua visita às ruínas do Castelo de Aoba, em 1971, e o seguinte incentivo: O mais importante são os seres humanos de valor. A organização que construir o castelo de pessoas valorosas prosperará vitoriosamente por todo o futuro.É por isso que os veteranos precisam criar sucessores com sinceridade. Devem ter a disposição de até se sacrificar com alegria, se for pelo desenvolvimento dos seus sucessores. Os veteranos devem se empenhar com toda a força para criar a próxima geração de sucessores. O castelo de seres humanos valiosos construído dessa forma nunca será destruído.2 Nesta construção monumental do futuro, desejamos que estas páginas sejam alento para os amigos da Região Sul ultrapassarem os dramas de transformação rumo à revitalização. Como o Mestre afirma, que esta leitura e a convenção dos jovens sejam fontes de energia para alicerçar as bases do kosen-rufu de cada localidade, por meio do contínuo avanço individual e organizacional! Ótima leitura! Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.658, 11 maio 2024, p. 8. 2. Ibidem, p. 3.
09/05/2024
Notícias
BS
Companheirismo e avanço
Localizado entre a zona oeste da capital e a região sul do litoral do estado do Rio de Janeiro, o Distrito Itaguaí é composto pelas Comunidades Jardim América, Itaguaí e Costa Verde, com sete blocos ao todo. Abrange uma extensão de aproximadamente 40 quilômetros, porém o desafio da distância só reforça e estreita os laços de vida a vida construídos na localidade. Os integrantes do distrito, que pertence à Sub. Campo Grande, da Coordenadoria Rio Oeste (CRO), são conhecidos por sua luta intrépida de vencer barreiras físicas, buscando envolver cada um dos companheiros nas atividades e lutando lado a lado como verdadeira família Soka. A Comunidade Jardim América foi a primeira a ser fundada na região e hoje é formada em sua maioria por veteranos, incluindo o primeiro shakubuku de Itaguaí e família. As outras duas comunidades, Itaguaí e Costa Verde, localizam-se em regiões praianas que ofertam diferentes atividades de ecoturismo, famosas durante o verão fluminense e propícias para caminhadas nas demais estações, demonstrando o estilo de vida dinâmico e enérgico dos moradores. Dinamismo e energia Essas características refletem o coração dos membros da Divisão dos Jovens (DJ) do distrito, os quais vêm realizando uma luta grandiosa com o objetivo de não deixar ninguém para trás no movimento dos cem jovens humanistas na localidade. “Os jovens são os construtores do futuro e, para criá-los, é preciso que haja mudança neste momento. Esses encontros promovidos nas visitas e atividades estão sendo totalmente significativos, estreitando ainda mais nossos laços de amizade e promovendo um grande avanço na vida de todos”, relata o responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) do distrito, Raphael Melo. Atividade dos jovens no 16 de Março — movimento dos cem jovens por distrito e fundação do Bloco Sol de Muriqui — no Distrito Itaguaí Dois novos blocos No significativo dia 16 de março, foi organizada uma atividade liderada pelos jovens que culminou na fundação do Bloco Sol de Muriqui, o mais novo da organização de base, concretizando o desejo dos veteranos de promover o humanismo Soka na região. “Mesmo com os desafios pós-pandemia, ampliamos nossa localidade e fundamos o Bloco Itacuruçá e, nesse avanço contínuo, surge agora o mais novo bloco, Sol de Muriqui, no dia 16 de março. O objetivo dos participantes da nossa comunidade é que esta se torne um distrito até dezembro de 2025”, compartilha a responsável pela Divisão Feminina (DF) do Bloco Costa Verde, Lucilene Florenço, representando o sentimento das lideranças. Encontro semanal de daimoku e estudo no Bloco Sol de Muriqui Caminho da vitória Comprometidos em vencer infalivelmente, os líderes das comunidades vêm realizando encontros semanais de daimoku e estudo objetivando que os membros ultrapassem seus desafios e visando à expansão da localidade. Com a leitura dos incentivos de Ikeda sensei no Brasil Seikyo e nos trechos da Nova Revolução Humana contidos no Guia para a Vitória, todos dialogam e compartilham seus relatos de experiência, renovando a esperança no coração e apoiando uns aos outros. “Tenho muito orgulho de pertencer a este distrito de pessoas fortes, felizes e vitoriosas”, ressalta Simone Corrêa Coimbra, responsável pela DF da Comunidade Itaguaí. Reunião semanal de estudo da Comunidade Itaguaí Encontro de daimoku e estudo na Comunidade Jardim AméricaAo considerarem as características particulares de cada localidade e de cada membro, os líderes se empenham num grande movimento de participação nas reuniões de palestra, com visitas constantes. O companheirismo é marca registrada do distrito, como afirma Mônica Hameury, responsável pela DF do distrito. Ela reforça: “Observando e respeitando cada pessoa, nós nos abraçamos como uma grande família da Gakkai. Temos o prazer de estar juntos com companheirismo — essa é a nossa base”. Tal qual o Porto de Itaguaí, referência em estrutura e localização estratégica e um dos principais polos de exportação de minério do país, o Distrito Itaguaí é modelo em exportar o humanismo para a região e adjacências, propagando o Budismo Nichiren para todas as pessoas, indistintamente. No topo: Reunião de palestra da Comunidade Costa Verde Fotos: Colaboração local
25/04/2024
Conheça o Budismo
BS
Sempre junto com sensei
Um dos princípios fundamentais do budismo é o da “unicidade de mestre e discípulo” (shitei funi, em japonês). No termo shitei funi, shi significa “mestre”, tei, “discípulo” e funi, “unicidade”. É um conceito que explica que não há distinção entre mestre e discípulo, por mais diferente que seja a personalidade de cada um deles. Além disso, essa relação transcende os limites de tempo e de espaço e constitui a mais elevada e fundamental forma de relacionamento humano. Por que o budismo dá importância à unicidade de mestre e discípulo? A resposta fica clara quando entendemos que a Lei Mística é a base de todas as coisas. No budismo, mestre é o Buda, ou a pessoa iluminada para a Lei; o discípulo é a pessoa que busca a iluminação. A diferença entre eles reside apenas na iluminação atingida pelo Buda. Porém, perante a Lei, ambos são iguais e encontram-se unidos. Ikeda sensei afirma: Não há nada mais belo para um ser humano que os laços de mestre e discípulo. Não existe nada mais forte. A relação de mestre e discípulo é a essência do budismo. Mas devemos nos lembrar de que um mestre não é um ser superior; mestre e discípulo são companheiros que se empenham juntos na vida real para alcançar um mesmo ideal.1 Herdar o espírito fundamental Na vida, é essencial ter um mestre capaz de nos orientar como vivermos dignamente. Podemos encontrar, em muitos campos, sobretudo na educação, mestres que procuram ensinar seus conhecimentos teóricos e práticos ligados a determinado aspecto. No budismo, contudo, mestre é aquele que direciona nossa vida à felicidade e se dedica junto com os discípulos pelo supremo ideal da paz mundial e da felicidade da humanidade. Nenhum empreendimento épico pode ser alcançado em uma única geração. Somente quando o espírito do mestre é herdado pelos discípulos e transmitido continuamente a sucessivas gerações é que esse empreendimento é atingido. Vida vitoriosa Que tipo de mestre devemos buscar? Existem muitas pessoas que, iludidas por belas palavras, confiam cegamente em indivíduos que buscam apenas honras e posições. Mesmo sofrendo perseguições, Nichiren Daishonin combateu, de forma incansável, esse tipo de pessoa, não se preocupando com a própria segurança e sim com a felicidade dos seus discípulos. Por sua vez, o presidente Ikeda dedicou a vida com o mesmo espírito de Nichiren Daishonin e, apesar de sofrer inúmeras críticas e ataques infundados, lutou como um verdadeiro leão para proteger seus discípulos de influências negativas. Portanto, como discípulos, devemos nos empenhar para vencer as circunstâncias negativas, construir a verdadeira felicidade e atingir a vitória na vida, correspondendo assim aos anseios do Mestre. Em um discurso, o presidente Ikeda declarou: Quando nos dedicamos firmemente ao caminho de mestre e discípulo, podemos manifestar a sabedoria e a força ilimitadas inerentes à nossa vida. Nada neste mundo é mais forte que a luta unida de mestre e discípulo. Não existe nada mais alegre.3 Três Mestres Soka A relação de mestre e discípulo é o fundamento do avanço da Soka Gakkai ao longo de todos esses anos. Iniciou-se com o professor Tsunesaburo Makiguchi, que possuía o ardente desejo de concretizar os ideais de Nichiren Daishonin. O espírito de Makiguchi sensei foi herdado por Josei Toda que, buscando tornar realidade os desejos do seu mestre, reergueu a organização após a guerra, contando com a ajuda daquele que seria seu sucessor, o jovem Daisaku Ikeda. Esse também, com um espírito de verdadeiro discípulo, se empenhou para realizar as aspirações do seu mestre. E foi por meio desse espírito que a Soka Gakkai se expandiu atualmente para 192 países e territórios, consolidando-se como organização promotora do kosen-rufu mundial, o grande desejo do buda Nichiren Daishonin. Possuir um mestre que direciona as pessoas ao verdadeiro caminho da felicidade é fundamental para que elas atuem de forma sábia em qualquer local, com base nos incentivos que ele oferece. Esse é o motivo pelo qual o budismo enfatiza a importância da relação de mestre e discípulo. Perfeita igualdade Na sociedade em geral, é comum o discípulo ser encarado como alguém subserviente ao mestre. Por isso, muitos podem pensar que a relação de mestre e discípulo é algo ultrapassado. No budismo, entretanto, essa relação tem como base a perfeita igualdade. Em termos práticos, no Budismo de Nichiren Daishonin, e mais especificamente na Soka Gakkai, o discípulo deve agir com o espírito de atuar onde o mestre não pode estar, levando seus ideais a todos os locais. O presidente Ikeda orienta: A relação de mestre e discípulo é essencialmente rigorosa. Tudo depende da seriedade com que o discípulo é capaz de aceitar e agir de acordo com cada palavra do mestre. Um verdadeiro discípulo esforça-se para concretizar os objetivos do mestre, sem imitá-lo, mas pondo suas palavras em ação... As pessoas que meramente tentam imitar o mestre, agindo só na aparência, de alguma maneira acabam indo para o caminho errado. Isso realmente aconteceu na época do presidente [Josei] Toda e continua a acontecer atualmente. Há um caminho para cada discípulo, e este caminho encontra-se unicamente no esforço de concretizar os ideais do mestre.4 Discípulo de comprovação O budismo não escraviza os praticantes com dogmas preconcebidos. Ao contrário, é uma filosofia viva e prática transmitida de pessoa a pessoa, de mestre para discípulo. É dito que os ensinamentos de um mestre somente podem ser transmitidos para um discípulo que mantém puro espírito de procura. Se não fosse assim, o budismo não poderia ser compreendido nem tampouco os ensinamentos de um mestre poderiam fluir continuamente para as novas gerações. O princípio da “unicidade de mestre e discípulo” abre as portas para atingirmos o estado de buda nesta existência, pois nos estimula a concretizar e a superar os ideais do nosso mestre. Portanto, a grandiosidade do mestre se reflete nas ações do discípulo. Em uma orientação, Ikeda sensei enfatiza: O presidente Josei Toda frequentemente dizia: “A relação de mestre e discípulo não é firmemente estabelecida quando você se tornar um bom discípulo. A relação de mestre e discípulo depende do comprometimento do discípulo”. Quando o discípulo busca o mestre e se empenha sinceramente para crescer, sua vida e seu espírito ressoam com a vida e o espírito do mestre, e suas capacidades ilimitadas anteriormente ocultas são desvendadas.6 Juntos eternamente Nos tempos de Nichiren Daishonin, seus ensinamentos foram transmitidos e herdados pelo seu discípulo Nikko Shonin. Nos dias atuais, a Soka Gakkai, sob o direcionamento legado por Ikeda sensei, vem difundindo em uníssono a veracidade do budismo em meio à sociedade. Tornemo-nos, então, verdadeiros discípulos que participam ativamente desse histórico momento do budismo, divulgando os ideais humanísticos desse ensinamento para as futuras gerações. O verdadeiro discípulo, quando encontra seu mestre, sai da condição de ser salvo, da passividade de ser protegido e iluminado por ele; e, em vez disso, assume seu papel de lutar ao lado dele, protegendo-o, enquanto se dedica à missão de salvar as pessoas, assim como Ikeda sensei salienta: Gostaria de reafirmar aqui que o Sutra do Lótus ensina a grande transformação — de discípulos que são conduzidos à iluminação pelo mestre (o Buda) para discípulos que conduzem os outros à iluminação com o mesmo juramento e compromisso de seu mestre. Em outras palavras, a visão do Sutra do Lótus de ajudar todas as pessoas a atingir a iluminação só se completa com o surgimento de discípulos que lutam junto com seu mestre.7 Dessa forma, após Ikeda sensei ter encerrado sua nobre existência em 15 de novembro de 2023, é chegado o momento de os genuínos discípulos assumirem o protagonismo do movimento pelo kosen-rufu, tornando realidade os sonhos do Mestre e construindo com as próprias mãos um mundo de paz e de felicidade. Leia mais Sobre a unicidade de mestre e discípulo no Guia para a Vitória que acompanha esta edição do Brasil Seikyo. No topo: Três Mestres Soka: acima, à esq., Tsunesaburo Makiguchi; à dir., Josei Toda. Ao centro, Daisaku Ikeda Fontes: Brasil Seikyo, ed. 1.650, 4 maio 2002, p. A6. Idem, ed. 1.651, 11 maio 2002, p. A6. Idem, ed. 1.652, 18 maio 2002, p. A6. Terceira Civilização, ed. 598, jun. 2018. Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.583, 9 dez. 2000, p. A3. 2. Ibidem, ed. 2.025, 6 mar. 2002, p. A2. 3. Ibidem, ed. 1.628, 17 nov. 2001, p. A3. 4. Ibidem, ed. 1.548, 18 mar. 2000, p. A3. 5. Ibidem, ed. 1.583, 9 dez. 2000, p. A3. 6. Ibidem, ed. 1.330, 5 ago. 1995, p. 3. 7. Terceira Civilização, ed. 560, abr. 2015, p. 44. Ilustração: Kenichiro Uchida
25/04/2024
Especial
BS
Três de maio de ardente esperança
“Cada passagem dessa data é um momento para mestre e discípulos prometerem, juntos, realizar a ampla propagação da Lei Mística. É o dia para iniciarem uma nova luta em prol da paz mundial e da felicidade da humanidade. Assim será, eternamente!”1 As palavras do presidente Ikeda expressas nessa abertura nos conduzem ao espírito das comemorações dos significativos marcos do 3 de Maio na Soka Gakkai. Ainda mais neste ano (2024), o primeiro após a partida do Mestre, que encerrou serenamente sua existência em 15 de novembro de 2023, aos 95 anos — uma jornada de dedicação abnegada pela causa da paz. Neste especial, trazemos alguns contextos históricos e compartilhamos as expectativas para o 3 de Maio entre nós, brasileiros. O levantar dos genuínos discípulos em assumir o legado de Ikeda sensei, aqui e agora. Profunda relação de juramento Sete anos após a morte do fundador da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi, que ocorreu no cárcere por defender suas crenças, Josei Toda, seu fiel discípulo, assume a presidência da Soka Gakkai. Ele, que também havia sido preso, determinou reconstruir a organização e honrar a existência do seu mestre, abrindo a correnteza do espírito Soka. No dia 3 de maio de 1951, em seu discurso de posse, Toda sensei fez uma apaixonada declaração: “Juro converter, por meus próprios esforços, 750 mil famílias enquanto eu viver”. Este foi o imponente juramento de concretizar o kosen-rufu, o movimento para a consecução de uma sociedade de paz. Na época, a Soka Gakkai tinha apenas 3 mil membros. Toda sensei toma posse da segunda presidência (3 maio 1951) O jovem Daisaku Ikeda, que da plateia ouviu aquele brado e abraçou essa causa, acompanhou seu mestre em todas as iniciativas até o falecimento dele, em 2 de abril de 1958. Sobre o período em que compartilharam juntos desafios e vitórias, Ikeda sensei deixou gravado: Ele [Toda sensei] encontrou-me; elevou-me; dele aprendi o correto significado da fé e os verdadeiros ensinamentos do budismo. Além disso, ele me ensinou como alguém pode viver e como os esforços de um ser humano florescem na sociedade. Para mim, sua orientação foi o hino da minha juventude, minha realidade, o mais nobre drama da vida neste mundo.2 3 de maio de 1960 — o levantar do discípulo Com a morte de Josei Toda, muitos na sociedade acreditavam que a Soka Gakkai deixaria de existir. No entanto, ardia no peito do jovem Daisaku Ikeda o juramento de cumprir o legado do seu mestre. Dessa maneira, em 3 de maio de 1960, aos 32 anos, ele assume a terceira presidência da organização. Sra. Kaneko Ikeda ajeita o oribon (enfeite comemorativo) no traje de Ikeda sensei momentos antes da cerimônia de posse (3 maio 1960) Diante de 20 mil membros reunidos no auditório da Universidade do Japão, ele se manifestou com vigorosa energia: “Apesar de jovem, a partir deste dia, assumirei a liderança como representante dos discípulos do presidente Josei Toda e avançarei com vocês rumo à substancial concretização do kosen-rufu”.3 Foi também nesse dia, em 1952, que Daisaku e Kaneko se casaram numa cerimônia simples, mas repleta de inspiração e significados. Presidente Ikeda é carregado pelos participantes celebrando sua posse (3 maio de 1960) O presidente Ikeda rompeu os limites do país, partindo do Japão cinco meses depois, em 2 de outubro de 1960, levando a filosofia da esperança para o mundo, inclusive para o Brasil. Com a fundação do Distrito Brasil, inaugurou-se a fase de desenvolvimento da organização, edificada pelos veteranos que jamais perderam os laços da profunda relação de mestre e discípulo. Ao se levantar para cumprir o juramento de posse de concretizar o objetivo de 3 milhões de famílias prometido ao mestre, não houve um dia sequer de descanso. Na Nova Revolução Humana, obra em trinta volumes escrita pelo Dr. Daisaku Ikeda ao longo de 25 anos ininterruptos, encontramos os bastidores da inigualável luta e vitória conquistada por Ikeda sensei e pelos membros em união plena. Um triunfo do humanismo Soka. No livro consta que, na reunião de líderes realizada em maio de 1965, os resultados foram apresentados ao calor da sincera gratidão. O número de famílias havia saltado de 1,4 milhão para 5,4 milhões, equivalente a um crescimento de 3,8 vezes. A Divisão dos Jovens (DJ) expandiu-se de maneira extraordinária. Os 61 distritos por ocasião da posse agora eram mais de mil. E no exterior houve um aumento de 441 famílias para 50 mil, ou seja, um crescimento de mais de cem vezes. Referindo-se a esse dinâmico progresso, lemos esta afirmação do Mestre: — A Soka Gakkai que realizou esse trabalho sagrado é a verdadeira incorporação viva do Buda. É uma grandiosa Ordem budista harmoniosa de praticantes que têm a fé como espinha dorsal e a compaixão como veia sanguínea, e atua em exato acordo com os ditos dourados do Buda. Nós avançamos com férrea união, empenhando-nos incansavelmente pela felicidade de todas as pessoas. Esse aspecto e força fazem com que nossa organização seja comparável a um sólido encouraçado, maior do mundo, em prol da paz. Quero aqui, chamar esse poderoso navio de “diferentes em corpo, unos em mente”. Tenho a plena convicção de que esta correnteza do kosen-rufu haverá de se expandir do Japão para o mundo inteiro, superando as fronteiras de raças e de nações. A Soka Gakkai não será somente o pilar do Japão, mas a esperança e a luz que orientarão a humanidade no século 21. Esta é a minha convicção.4 A sublime e inédita jornada do kosen-rufu empreendida por Ikeda sensei comprova essa convicção. Empenhando-se na arte do incentivo, ultrapassando as diferenças do idioma e de crenças, a Soka Gakkai avançou. Atualmente, são mais de 12 milhões de membros, espalhados em 192 países e territórios, trilhando o caminho da prática da fé do Budismo Nichiren propagado pela organização, unidos pelo ideal do kosen-rufu. No marco do 3 de maio que se avizinha, nós nos encorajamos com as palavras do Mestre, que contextualiza: O espírito do Dia 3 de Maio é o juramento compartilhado por mestre e discípulo. Esse juramento pessoal de cada um e as ações que cada um realiza para cumpri-lo são, por excelência, a postura que caracteriza um buda. Enquanto essa data de eterno juramento permanecer como sua base, a Soka Gakkai brilhará com uma inesgotável e infatigável força vital do Buda e continuará a desbravar para sempre o caminho da vitória, livre de quaisquer obstáculos.8 E para encerrarmos este especial, em que celebramos os 73 anos da posse do segundo presidente Josei Toda; os 64 anos da posse do presidente Ikeda à frente da Soka Gakkai e os 36 anos de estabelecimento do Dia das Mães da Soka Gakkai, oferecemos um estímulo singular. Trata-se de um poema composto por Ikeda sensei aos 19 anos, poucos dias depois de sua conversão ao budismo, que se deu em 24 de agosto de 1947. A seguir alguns trechos do conjunto intitulado Ardente de Esperança, dedicado por ele especialmente aos jovens que lutam contra as adversidades: Ardente de esperança Avanço em direção às ondas bravias. Mesmo humilde e desprovido de posses, mesmo sendo alvo de zombarias e desprezo, suportarei a tudo com perseverança. Um dia, as pessoas haverão de ver! Mantendo a chama ardente no coração, avance pelo seu caminho com força e justiça. Na trilha das adversidades, ao fitar o grandioso céu e sorrir radiantemente, com serenidade posso avistar o futuro de esperança no topo da montanha. Hoje também hei de avançar!9 *** Mães Soka — sóis da esperança “Mesmo que a chuva caia e o vento sopre, o Sol sempre se levanta. As mulheres Soka, os sóis do kosen-rufu, nunca deixam de progredir.”5 Essa é a confiança depositada nas mulheres pelo presidente Ikeda, que, em 1988, elevou a data comemorativa mais importante da nossa organização, isto é, o dia 3 de maio, ao status de “Dia das Mães da Soka Gakkai”, louvando ao máximo os esforços das integrantes da Divisão Feminina (DF). A frase inspiradora apresentada pelo Mestre encontra-se em um de seus livros dedicados às mulheres, intitulado Flores da Felicidade, volume 3, no qual ele defende que: As ações das mulheres Soka, que encorajam os outros constantemente com seu sorriso inabalável e genuíno, são sem dúvida ações do Buda. Por existirem os membros da Divisão Feminina, a família Soka é brilhante e acolhedora, o kosen-rufu avança sem limites e a prosperidade eterna da Lei Mística é assegurada.6 Ikeda sensei enfatiza uma das principais características das mães Soka, as quais não se abalam pelas tormentas do carma e mantêm o sorriso constante. Ele eterniza essa data no seguinte poema: Que todo dia seja o Dia das Mães da Soka Gakkai! O sorriso das nossas compassivas mães do kosen-rufu, que juraram jamais ser derrotadas, faz com que o sol da felicidade e da vitória surja no coração de todos ao seu redor. 7 No topo: Jovem Daisaku Ikeda observa o retrato de seu mestre, Josei Toda, ao se aproximar do palco da cerimônia de posse como terceiro presidente da Soka Gakkai (3 maio 1960). Fotos: Seikyo PressNotas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.033, 1º maio 2010, p. B6. 2. Idem, ed 2.557, 27 mar. 2021, p. 6-7. 3. Idem, ed 2.413, 31 mar. 2018, p. B1. 4. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 10, 2019, p. 31. 5. Idem. Flores da Felicidade. v. 3. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. p. 47. 6. Ibidem, p. 48. 7. Ibidem, p. 47. 8. Brasil Seikyo, ed. 2.081, 30 abr. 2011, p. A14. 9. Idem, ed. 2.034, 8 maio 2010, p. A2.
25/04/2024
Discurso do presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada
BS
“Vamos, cada um de nós, nos lançar corajosamente ao diálogo da expansão da semeadura”
Sinceras congratulações pela realização da 2ª Reunião de Líderes da Soka Gakkai e da Convenção de Kansai, que celebram o glorioso 3 de maio, Dia da Soka Gakkai e Dia das Mães da Soka Gakkai. Meus sinceros parabéns! No dia de hoje [13 de abril de 2024], estão presentes 128 membros da SGI de dezessete países e territórios. Sejam muito bem-vindos de tão longe. Manifesto minhas mais sinceras boas-vindas a todos. Primeiro, no que se refere à Campanha do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial,1 foram realizados a reunião de palestra da juventude mundial e o Festival de Ações para o Futuro, que antecedem à reunião da Cúpula do Futuro das Nações Unidas, visando à promoção ainda maior dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Essas atividades, que anunciam altivamente a chegada de uma nova era, alcançaram, de forma majestosa, extraordinário sucesso. Meus mais sinceros parabéns! O mais importante agora é “daqui para a frente”. Mesmo que se fale em ODS, estes não são algo distante de nós. O epítome de uma sociedade sustentável, diversa e inclusiva, onde ninguém fica para trás, nada mais são que as “reuniões de palestra” e as “visitas de incentivo” que pomos em prática, dia após dia, mês após mês. Com os vínculos criados por meio da Campanha do Descortinar, das reuniões de palestra mensais e das visitas diárias de incentivo, vamos expandir consistentemente a empatia e a compreensão em relação à Soka Gakkai, tornando-as ainda mais densas e fortes. O sociólogo Hiroshi Kainuma, professor associado de pós-graduação da Universidade de Tóquio, que conheceu e entrevistou diversos membros da Soka Gakkai, é uma das pessoas que focaliza sua atenção nas reuniões de palestra e nas visitas de incentivo da organização. Em um artigo publicado no Seikyo Shimbun, ele destacou o seguinte acerca das reuniões de palestra: “O fato de ter como atividade normal as reuniões de palestra, cujo valor se encontra no próprio ato de se reunir, é um sistema que se torna a raiz da força da Gakkai”. Ele também valoriza muito as visitas de incentivo, escrevendo: “Se fosse uma organização intolerante, que não respeitasse aqueles que não conseguem participar das atividades, por desejar a máxima participação de seus membros, creio que a Gakkai não tivesse se desenvolvido até esse ponto”. Com base nisso, Kainuma conclui: Embora empresas comerciais e organizações religiosas da sociedade japonesa pós-guerra pretendessem manter e expandir suas atividades, muitas delas enfraqueceram e foram eliminadas ao longo do tempo. No entanto, sempre que enfrentava os desafios da sociedade, tais como os desastres naturais e a pandemia da Covid-19, a Gakkai evoluiu personalizando suas atividades, adaptando-as às novas circunstâncias. Acredito que essa consistência histórica seja a força da Soka Gakkai. Hoje, considerando a criação e a ampliação da geração jovem, como personalizar as reuniões de palestra e as visitas de incentivo, atividades tradicionais da Soka Gakkai? Ou seja, como mudar para corresponder às necessidades atuais? Aqui se encontra a luta para corresponder aos desafios da época. Nos últimos anos, tem sido enfatizada, em diversas áreas, a importância de “construir uma narrativa”. Literalmente, a palavra “narrativa” significa “narração de uma história”. Porém, o significado de “narrativa” é diferente da “história” em si. Embora haja variações na interpretação, dependendo da área, a “história” indica “enredo de uma história”. Assim, sendo um “enredo”, mesmo que haja uma repentina troca de narrador, a história não muda. Em contrapartida, “narrativa” é uma história sobre como o próprio narrador vivenciou cada uma das experiências e atribuiu significado a elas. Portanto, mesmo que a experiência em si seja uma só, haverá tantas histórias quanto o número de narradores. Uma das características da atual geração de jovens é a busca pela autenticidade ao avaliar pessoas ou empresas. Em outras palavras, diz-se que esses jovens têm a tendência de dar ênfase à análise de um fato, se ele está sendo contado de forma autêntica ou se não há duas versões da mesma história. Por essa razão, em vez de uma “história” perfeita com pontuação máxima, nota dez, uma “narrativa” que expõe fraquezas e fracassos da forma como são, tecendo uma história real, única para aquela pessoa, consegue captar o coração dos jovens que dão importância à autenticidade. Quando se considera esses aspectos, acredito que essa questão de utilizar a “história” ou a “narrativa” se aplique também aos relatos de experiência ou de atividades que compartilhamos nas reuniões de palestra, nas visitas de incentivo e em outros eventos. O pensamento convencional tende a enfatizar o resultado, mas o verdadeiro sentido da empatia nasce quando se fala do processo e do que se passa em seu coração durante esse percurso. Além disso, mesmo que os resultados tangíveis ainda não tenham sido alcançados ou que o objetivo pareça distante, o valor se encontra no desafio em si. Yoko Yamada, professora emérita da Universidade de Quioto, especializada em psicologia do desenvolvimento ao longo da vida e em psicologia narrativa, afirmou certa vez em um fórum realizado pela Soka Gakkai de Quioto: Acredito que os senhores estejam envolvidos com a “abordagem narrativa” — ações para transformar a “história de vida” de cada pessoa em uma história positiva e dar a ela um novo significado por meio do diálogo. Gostaria de expressar meu respeito por essas ações. O diálogo é a linha vital para as reuniões de palestra e as visitas de incentivo, em que pulsa o espírito básico da Gakkai de prezar uma única pessoa. Atualmente, estão sendo promovidas reuniões de palestra com diálogos abertos entre membros e não membros. Por exemplo, em algumas localidades ocorre o diálogo em pequenos grupos, nos quais os participantes discutem livremente sobre algum tema específico. Enfim, estão sendo feitas várias tentativas, considerando as características de cada organização local. Daqui para a frente, gostaria de continuar melhorando cada vez mais, aprendendo e incorporando ativamente a sabedoria da geração jovem. Conto com todos os senhores! No dia 3 de maio de 1980, ano seguinte à sua renúncia como presidente, Ikeda sensei declarou, nas terras de Kansai: “É o céu de contínuas vitórias. É o céu de Kansai. Que seja eterno o dia 3 de maio!”. E na edição de maio [de 1980] da revista Daibyakurenge, ele escreveu no ensaio intitulado Que Seja Eterno o Dia 3 de Maio!: Desejo que, fazendo do dia 3 de maio um marco do kosen-rufu, meus companheiros façam o juramento de avançar devotadamente na fé, na prática e no estudo. Com gratidão pelo desenvolvimento, pelas contribuições e pelos árduos esforços dos companheiros, não posso deixar de orar para que o “dia 3 de maio seja eterno”! Quando nós, discípulos Ikeda, fazemos juntos o juramento de promover ainda mais o kosen-rufu e a revolução humana, com a união de “diferentes em corpo, unos em mente”, eternizamos o dia 3 de maio. Esse é o desejo e a oração do Mestre. Nos escritos de Nichiren Daishonin consta: “Os discípulos do Buda, em qualquer circunstância, devem reconhecer as quatro dívidas de gratidão e saber como saldá-las”.2 Para saldar as dívidas de gratidão com Ikeda sensei, vamos, cada um de nós, nos lançar corajosamente ao diálogo de expansão da semeadura. Coral masculino de Kansai do Ongakutai e Coral Akebono da Divisão das Mulheres da Osaka Geral entoam as canções Haha [Mãe] e Chikai no Kimyo [Oh, Jovem de Juramento]. O canto jovial e refrescante envolve a todos (Auditório Memorial Toda de Kansai) Banda de percussão e sopro de Kansai do Ongakutai e banda da Kotekitai de Kansai interpretam com entusiasmo as canções Josho no Sora [Céu de Contínuas Vitórias] e Forever Sensei [Para Sempre Sensei]. O ressoar vigoroso das apresentações inspira o coração dos participantes (Auditório Memorial Toda de Kansai) Na Convenção World, atividade realizada em Kansai, os participantes tremulam as bandeirinhas e recepcionam entusiasticamente os amigos do Brasil que entram no salão (Sede Memorial Ikeda de Kansai, da cidade de Osaka)No topo: Reunião de Líderes da Soka Gakkai e Convenção de Kansai comemorativas do glorioso “3 de Maio” com a participação dos companheiros do mundo. Na atividade, uma integrante da Divisão Feminina de Gana declarou: “Eu senti a força do movimento pelo kosen-rufu sendo impulsionado simultaneamente no mundo. Renovei minha decisão pelo kosen-rufu da minha localidade”. Um membro da Divisão Masculina de Jovens da Coreia do Sul bradou: “Aprendendo com o espírito de Kansai de Maketara akan (Jamais ser derrotado), assumirei a vanguarda na luta pela expansão!” (Auditório Memorial Toda de Kansai, em Osaka) Notas: 1. Campanha do Descortinar: Movimento realizado pela Soka Gakkai no Japão. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 237, 2020.Fotos: Sekyo Press
25/04/2024
Especial
BS
Os quarenta anos da terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil
Na sequência desta série que celebra as quatro décadas desde a terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil, em 1984, Brasil Seikyo traz os bastidores da agenda de encontros programada em Brasília, DF, de 21 a 23 de fevereiro daquele ano. Foi um marco na trajetória do desenvolvimento da nossa organização, com o reconhecimento da sociedade brasileira aos esforços da Soka Gakkai e com a transformação das circunstâncias em relação a dez anos antes, 1974, ocasião em que a visita de nosso mestre ao país foi cancelada. Para os membros da localidade, um encontro inesperado se tornou ponto primordial na vida de todos. Acompanhe! O tempo amadureceu Com uma sólida comprovação de “transformar veneno em remédio”, os membros da BSGI viveram em 1984 os resultados da luta de dez anos — um período de muita recitação de daimoku e de intensa dedicação dos veteranos na organização e na sociedade. Assim, dois anos antes, em 1982, Ikeda sensei recebeu uma carta do então presidente da República João Baptista de Oliveira Figueiredo, convidando-o para visitar o Brasil. O Mestre desembarcou no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, às 9h40, em 19 de fevereiro. No dia seguinte, visitou o centro cultural da BSGI e chegou a Brasília em 21 de fevereiro. Ele não perdeu nenhuma oportunidade de se aproximar de todos, com o sentimento de cobrir a ausência de dezoito anos desde a sua segunda visita ao Brasil, em 1966. Em Brasília, uma das ações de Ikeda sensei foi a audiência com o presidente Figueiredo e demais autoridades. Nesse primeiro encontro, temas como as armas nucleares e a importância do diálogo entre os dois países para promover a paz foram tratados com muita seriedade. Na época, a matéria foi noticiada como manchete numa rede de televisão japonesa. Depois do encontro com o presidente da República do Brasil, às 18 horas estava programada uma reunião do presidente Ikeda com o então ministro da Casa Civil João Leitão de Abreu, também no Palácio do Planalto. Após deixar o Gabinete da Presidência, Ikeda sensei dirigiu-se para o terceiro andar. Lá, o ministro Leitão de Abreu recepcionou-o sorridente. De início, o assunto tratado foi a respeito da obra Escolha a Vida,1 publicada pelo presidente Ikeda e pelo historiador Arnold J. Toynbee. O ministro disse que era uma grande alegria poder trocar opiniões com um dos autores do livro e que para ele seria uma recordação memorável para toda a vida. E revelou que ele próprio era quem estava mais interessado naquele encontro. Leitão de Abreu tomou conhecimento da vinda do presidente Ikeda ao Brasil durante a visita de representantes da SGI, que lhe apresentaram um álbum de fotos. Quando ele viu a imagem de Ikeda sensei dialogando com o Dr. Toynbee, disse repentinamente, surpreendendo a todos: “— Ah, é essa pessoa que virá ao Brasil? Se for, é justamente a pessoa que está no livro que li”. Assim dizendo, levantou-se e trouxe de sua estante um exemplar de Escolha a Vida, que ele mesmo havia comprado quase por acaso em Nova York. Disse que, ao ler o livro, ficou impressionado e queria impreterivelmente se encontrar com o Dr. Daisaku Ikeda. Assim, o encontro com o ministro da Casa Civil, que também havia sido ministro do Superior Tribunal Federal, uma autoridade em direito constitucional, tornou-se um diálogo de profundo conteúdo. Conversaram sobre as diferenças do pensamento ocidental e do oriental, e como deveria ser o futuro da civilização. Houve ainda reuniões com o ministro das Relações Exteriores, Saraiva Guerreiro; com a ministra da Educação e Cultura, Esther de Figueiredo Ferraz; e com a presidente executiva da Legião Brasileira de Assistência (LBA), Lea Leal; no Gabinete do Ministério da Previdência Social, onde foi recebido pelo ministro interino Dr. Jofran Frejat. Também houve um encontro com o reitor da Universidade Federal de Brasília, Dr. José Carlos de Almeida Azevedo, ocasião em que o presidente Ikeda doou mil livros à instituição e se iniciou um intercâmbio entre a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade Soka. Após essa intensa agenda, o presidente Ikeda retornaria a São Paulo, mas uma surpresa aguardava os membros de Brasília e região. Convocação inesperada Enquanto o presidente Ikeda cumpria a agenda oficial com as autoridades brasileiras, os membros da BSGI local mantinham-se firmes na recitação de daimoku para o sucesso das atividades, cultivando o desejo de reencontrar o Mestre. Por dez anos seguidos, o “daimoku das terças-feiras” uniu o coração de todos e agora viam o sonho se materializar. No segundo dia na capital federal, um vice-presidente da Soka Gakkai que compunha a comitiva da SGI transmitiu uma notícia inesperada e maravilhosa: a oportunidade de um possível encontro para uma foto comemorativa com Ikeda sensei. Dessa forma, aos poucos, os membros foram sendo avisados e se dirigindo ao Parque Rogério Pithon Farias [atualmente denominado Parque da Cidade Dona Sara Kubitschek], situado no lado leste da área urbana, a Asa Sul. No dia seguinte, 23 de fevereiro, às 14h50, sob sol escaldante, o reencontro mais aguardado. A pureza e a sinceridade do sentimento dos membros estavam na frase “Obrigado, sensei! Conte sempre conosco” estampada na faixa atrás deles. O presidente Ikeda notou a presença de representantes das bandas masculina e feminina (Taiyo Ongakutai e Asas da Paz Kotekitai, respectivamente), posicionados atrás dos membros durante a foto comemorativa. Ele pediu então: “— Ponha-os à frente”. Duas integrantes da época do Pompom-tai, núcleo infantil da banda Asas, falam sobre a emoção desse momento. São as irmãs Reiko e Keiko Nakayoshi (veja abaixo). Agora, no lugar do Mestre! Passados quarenta anos, a organização de Brasília demonstra resultados em sua estrutura e desenvolvimento. Em 2018, o Dr. Daisaku Ikeda, representado pelo presidente da BSGI, Miguel Shiratori, recebeu das mãos do então ministro da Educação, Rossieli Soares da Silva, a Medalha da Ordem Nacional do Mérito Educativo Grau Oficial, no dia 14 de dezembro, no Conselho Nacional de Educação (CNE), em Brasília, DF. Niéliton Gomes, responsável pela Sub. Distrito Federal, CRE Oeste, compartilhou que essa homenagem era um momento de muita expectativa para os membros da Sub. “Estamos muito orgulhosos. Essa condecoração veio às vésperas do aniversário de 35 anos da visita do presidente Ikeda a Brasília.”2 Em fevereiro último, Brasília sediou a 10ª Reunião Nacional de Líderes (RNL), realizada no centro cultural local. Esse centro foi erigido em um terreno comprado e doado por Ikeda sensei durante a sua visita em 1984. Com os jovens na vanguarda, os membros da Sub. assumem imponentemente o legado deixado por ele. Fontes: Terceira Civilização, ed. 559, mar. 2015, p.32. Idem, ed. 560, abr. 2015, p. 34. RDez, ed. 106, out. 2010, p. 14. Notas: 1. TOYNBEE, Arnold. J.; IKEDA, Daisaku. Escolha a Vida. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. Disponível em: https://cile.brasilseikyo.com.br/livro-escolha-a-vida. Acesso em: 2 abr. 2024. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.449, 31 dez. 2018, p. A14. Fotos: Seikyo Press | Arquivo pessoal Um juramento para toda a vida Reiko, 50 anos, e Keiko, 48, são as filhas mais velhas do casal Nakayoshi, junto com os irmãos Takato e Kiyoto. Veteranos com preciosa jornada no desenvolvimento da organização local, Kiyomori Nakayoshi (pai, falecido em 2020) e Ritsuko Nakayoshi (mãe) eram líderes centrais na época da terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil. Naquele encontro inesperado no parque, Reiko, às vésperas de completar 10 anos, e Keiko com 8 anos, estavam felizes, com seus vestidos amarelos, participando do Pompom-tai, núcleo infantil da banda feminina de jovens Asas da Paz Kotekitai. Mesmo sem entender o significado daquele momento, foram abraçadas pelo carinho de Ikeda sensei e da Sra. Kaneko. A partir de então, um caminho promissor a ser trilhado se abriu diante delas. Elas nos contam como tudo aconteceu. as irmãs Reiko, no círculo à esq., e Keiko, à dir., na foto com Ikeda sensei. Reiko Nakayoshi Com meus pais, cresci nesse ritmo do kosen-rufu junto com sensei. Esse é meu ponto primordial e meu eterno tesouro. Eu tinha 9 anos na época. Com o passar do tempo e até hoje, tento corresponder às expectativas do Mestre, que nos deu tanto carinho. Participei do Grupo 2001, precursor da Divisão dos Estudantes, e, quando chegou o ano 2001, eu era líder da Divisão dos Estudantes (DE) em Brasília. Segui nos grupos horizontais com preciosas chances de desenvolvimento. Após dezoito anos do meu primeiro encontro com sensei, participei do Curso de Aprimoramento dos Jovens, realizado no Japão, em 2002, e tive a imensa boa sorte de reencontrar sensei. Recebi um certificado de aluna honorária e um bóton da Universidade Soka da América (SUA), que havia sido inaugurada um ano antes. Naquele encontro, jurei cumprir minha missão. Formei-me em administração de empresas. Sou concursada, trabalho na Infraero há quase 25 anos e, graças ao meu treinamento como jovem na Gakkai, conquistei uma carreira segura. Na vida pessoal, casei-me, tive três filhos, meus inestimáveis tesouros, César Hideo, 18 anos; Ana Kiyomi, 16; e Rosa Satie, 12. Sou divorciada e, apesar dos desafios, tenho conseguido direcionar meus filhos no caminho aberto por sensei. Hideo fez o ensino médio no Colégio Soka e Kiyomi termina o ensino médio neste ano. Eles participaram do programa HomeStay, que oferece a alunos de outras localidades a oportunidade de obter acesso à educação Soka, em São Paulo. Sou imensamente grata a todos os que fazem parte do sonho idealizado por sensei. Comecei o ano ajudando minha irmã Keiko com a mudança para São Paulo, apoiando minha sobrinha Amanda Hiromi, que iniciou o ensino médio no Colégio Soka. Assim como aprendi com minha mãe, a luta na organização junto com o Mestre é fonte dos reais benefícios. Fui também líder do Zenshin e o treinamento nesse grupo me possibilitou avançar e jamais desistir. Em novembro do ano passado, fui para o Japão recitar meu gongyo e daimoku de juramento e agradecer ao sensei e à Sra. Kaneko por todos os benefícios recebidos. Na volta, visitei a Universidade Soka da América. Dias após retornar ao Brasil, tivemos a notícia do falecimento do nosso mestre. Este ano, 2024, de profundos significados para nós e sem a presença física de sensei, entendo a importância do discípulo. Agradeço a oportunidade por tê-lo encontrado e, a cada dia, eu me esforço para retribuir e corresponder à altura a suas expectativas. Recentemente, completei 50 anos, e com muito orgulho, renovo minha decisão de estar sempre junto com sensei, rumo a 2030 e pela eternidade, atuando e incentivando as pessoas em seu lugar. Muito obrigada! Reiko e os filhos (a partir da esq., Ana Kiyomi, Rosa Satie e César Hideo) *** Keiko Nakayoshi Eu tinha 8 anos e aquele dia ficou marcado pela forte emoção das pessoas. Somente com o tempo, fui absorvendo o real privilégio que tive, ao continuar participando das atividades e estudando o budismo. Na juventude, atuei como responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ) de comunidade, de distrito e de área e, ainda, como primeira responsável pela Divisão dos Universitários (DUni) de Brasília. Em 1992, com 16 anos, tive a oportunidade de viajar para o Japão com minha mãe e irmã. Nessa ocasião, participamos, minha irmã e eu, de reunião com sensei por transmissão simultânea, enquanto minha mãe participou presencialmente. Além disso, conhecemos vários prédios do complexo Soka. Prestei vestibular para direito e estudei enfrentando várias adversidades. Foi uma fase bastante difícil. Nessa época, aos 19 anos, passei também em um concurso público, trabalhava o dia todo e estudava à noite. Entretanto, consegui me formar e, em seguida, passei no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Na organização, um marco em minha jornada foi a participação no 3º Curso de Aprimoramento para Jovens da BSGI no Centro Cultural Campestre (CCCamp), em 2001, ocasião em que nosso grupo foi denominado por Ikeda sensei de Grupo Shitei do Brasil. No ano seguinte, passei por um problema de saúde, em que foi constatado um pequeno adenoma em minha hipófise (cabeça). Precisei fazer uma cirurgia e tudo ocorreu bem, pois ne baseei na recitação do daimoku. Em 2004, casei-me, e cinco anos depois nasceu Amanda Hiromi Nakayoshi, meu tesouro. Embora tenha enfrentado uma pequena complicação na hora do parto, ela foi salva por mais um benefício dessa maravilhosa prática budista. Em 2010, concretizei mais um objetivo, o de participar da Convenção Comemorativa “Brasil Monarca do Mundo”, em Manaus. De lá, lancei objetivos para 2012 e 2013, anos da era essencial. Concretizei mais três shakubuku, inclusive, duas do local de trabalho, comprovando na sociedade a atuação de cidadã confiável pelas pessoas. Hoje, passados quarenta anos da visita de sensei a Brasília, numa retrospectiva, só tenho a agradecer-lhe. Sou servidora do governo federal há 29 anos. Atuo nas atividades da Soka Gakkai com alegria. Minha maior vitória é poder ver minha filha, Amanda Hiromi, aprendendo e vivendo o que é a Gakkai, fortalecendo a amizade com os companheiros e nos grupos horizontais, construindo a própria vida, sendo da quarta geração de uma família de praticantes. Há cerca de dois meses, mudamos de Brasília para São Paulo, repletos de alegria por sua aprovação no processo seletivo do Colégio Soka. Não posso deixar de agradecer a todos os que fazem parte dessa incrível rede. Para nossa família, é um orgulho gigante nos dedicar à Gakkai, eternamente ao lado do Mestre. Muito obrigada! Keiko e a filha Amanda Hiromi No topo: Histórica foto comemorativa dos membros do Distrito Federal com Ikeda sensei em um parque de Brasília durante a terceira visita do Mestre ao Brasil (fev. 1984)
11/04/2024
Minha Localidade
BS
Correnteza do kosen-rufu no coração da Amazônia
Oh! Meus jovens heróis de sublime missão, que bailam em chão brasileiro, sejam majestosos como o Amazonas! Sejam imponentes como o Amazonas! e construam o grande rio do eterno kosen-rufu como o Amazonas, que nunca conheceu a interrupção.1 Nesses memoráveis versos do poema A Longa e Distante Correnteza do Amazonas, o autor, presidente Ikeda, expressa toda a sua expectativa na atuação e na vitória dos membros da BSGI. Para os companheiros que vivem na cidade de Manaus, capital do estado do Amazonas, e região, o trecho ganha ainda mais força em seu coração, pois dedicam seus esforços em prol do kosen-rufu tendo como palco o entorno do grandioso rio Amazonas. Na localidade, encontramos duas Regiões Metropolitanas: Amazonas e Manaus. Somam-se a elas as organizações dos estados de Rondônia, Roraima e Acre, para formar a Subcoordenadoria Amazônia Ocidental. Outra passagem do poema, “essa correnteza, nascida de uma gota”, nos remete, a exemplo de algumas cidades do Brasil, aos tempos iniciais da organização manauara, quando as primeiras famílias de imigrantes japoneses chegaram à Amazônia, nos anos 1950 e 1960, acalentando o sonho de uma nova vida e a determinação de desbravar a propagação do Budismo Nichiren. Deixando o Japão para vir trabalhar na lavoura de pimenta e de outras espécies em terrenos abertos no meio da floresta, esses pioneiros enfrentaram diversos desafios, desde as difíceis condições de vida, as doenças e a escassez de recursos até o desconhecimento do idioma e dos costumes locais. Um dos casais que vieram ao país nessa época recebeu das mãos de Ikeda sensei um fukusa (lenço japonês) com o incentivo de que, sempre que o visse, relembrasse de manter a harmonia familiar. Tempos depois, o Mestre também enviou exemplares da revista Daibyakurenge ao casal para que se aprofundasse no estudo do budismo e algas marinhas para que pudesse saborear, amenizando a saudade da terra natal.2 Acalentando o juramento ao Mestre, as famílias se empenharam para transmitir a prática budista a outros imigrantes e também aos brasileiros, atravessando grandes distâncias de barco e necessitando pernoitar, por diversas vezes, nas comunidades mais afastadas. Assim, com muito esforço dos membros ao longo dos anos, o primeiro bloco da BSGI no município foi criado em 1971 e a primeira sede particular para as atividades foi fundada em 1979. Sucederam-se a criação de outras sedes até a atual, em 2015, cuja cerimônia inaugural contou com uma emocionante mensagem de Ikeda sensei, que traz o seguinte encorajamento: Estou plenamente ciente da árdua dedicação com que vieram promovendo o firme avanço do kosen-rufu neste vasto solo do Amazonas ao longo desses anos, sem poupar esforços. (...) No budismo, não existem situações de impasse intransponíveis. Não há nada que supere a força do daimoku. Por meio da fé e da atitude corajosa, certamente haverão de conduzir tudo para a melhor direção. Serão capazes de transformar o carma e realizar a revolução humana. Essa é a grandiosa força da Lei Mística. É motivo de grande incentivo e de orgulho o fato de a sede administrativa do Instituto Soka Amazônia localizar-se em Manaus, próximo ao encontro das águas dos rios Negro e Solimões. A instituição fundada pelo presidente Ikeda é uma organização não governamental sem fins lucrativos de caráter ambiental, afiliada à Soka Gakkai e à Carta da Terra Internacional. Atua pela justiça ecológica e proteção da integridade ecológica da Amazônia, com base no princípio de respeito à simbiose da vida humana e natureza. Está sediado e é responsável pela gestão sustentável da Reserva Particular de Patrimônio Natural Dr. Daisaku Ikeda — RPPN Daisaku Ikeda. Sede do Instituto Soka Amazônia Um evento que marcou a história da organização na localidade foi a Convenção Comemorativa “Brasil Monarca do Mundo” na capital amazonense, celebrando brilhantemente o cinquentenário de fundação da BSGI em 2010. Convenção Comemorativa “Brasil Monarca do Mundo”, promovida na localidade (nov. 2010) Empenhando-se agora na criação das novas gerações que se encarregarão do futuro do movimento pelo kosen-rufu, os membros da BSGI de Manaus e região herdam a tradição de coragem e dedicação sincera dos pioneiros para consolidar uma nova era dos sucessores com a vitória do movimento dos 100 mil jovens humanistas e na Convenção Comemorativa da Juventude Soka em maio. Notas: 1. Terceira Civilização, ed. 505, set. 2010, p. 20. 2. Baseado em matéria publicada no Seikyo Shimbun, edição de 12 de julho de 2015. Representantes da BSGI de Manaus relatam suas experiências Legado de perpetuar o budismo Nasci em Manaus, AM, e sou filho de imigrantes japoneses. Minha família já praticava o Budismo Nichiren quando chegou ao Brasil. Meus pais, Sojiro e Setsuko Otsuka, tornaram-se membros da Soka Gakkai durante o movimento de concretizar 750 mil famílias, lançado pelo segundo presidente da organização, Josei Toda. No Japão, eles tinham boas condições financeiras e eram muito estudiosos. Ao pesquisar sobre a história dos países, minha mãe compartilhou com meu pai a respeito do Brasil, um país com novas oportunidades e sem guerras. Em 1959, enfrentando inúmeras dificuldades na viagem de navio, instalaram-se na capital amazonense com os três filhos, um menino e duas meninas. Sou o quarto filho, nascido em terras brasileiras. Na maternidade em que vim ao mundo, as enfermeiras disseram à minha mãe que lá havia outra senhora japonesa que também tinha dado à luz. Ao se conhecerem, ficou sabendo que a família dessa senhora também era composta por membros da Soka Gakkai e que havia atividades da organização tanto em Manaus como numa colônia japonesa. Meus pais trabalhavam no cultivo de pimenta-do-reino, árvores frutíferas e outros produtos agrícolas. Com muito esforço e baseando-se na prática budista, proporcionaram uma boa base educacional aos filhos, que estudaram em um colégio interno da cidade. Também oraram intensamente para que eu ultrapassasse problemas de saúde na minha infância, como uma séria amidalite. Eles sempre nos incentivaram a orar com fé e a estudar os escritos de Nichiren Daishonin, bem como os direcionamentos de Ikeda sensei, para superar os obstáculos, concretizando nossos sonhos por meio da recitação do daimoku e da ação. A organização em Manaus teve início em 1971. Nesse ano também, meu pai faleceu e fomos morar com o irmão de minha mãe. Ela se esforçou intensamente para que não nos faltasse nada. Em 1975, minha mãe teve a oportunidade de visitar os familiares no Japão. Preocupados com o fato de meu pai ter falecido, eles sugeriram que ela voltasse para a terra natal. Entretanto, com plena convicção, agradeceu-lhes e afirmou, de forma decidida, que seu desejo e objetivo era cumprir sua missão no Brasil. Assim, veio se empenhando ao longo dos anos, conseguindo adquirir uma casa para a família em 1977, vencer diversas questões de saúde e encerrar dignamente sua existência com 102 anos em novembro de 2023, deixando para filhos, netos, bisnetos e demais familiares um legado de harmonia com base no budismo. Eu tive a chance de fazer uma grande luta como jovem da Gakkai e de me encontrar com Ikeda sensei no Centro Cultural Campestre da BSGI em 1993, reconfirmando minha decisão pelo kosen-rufu. Já na Divisão Sênior, morei por três anos no Japão, junto com meu filho Thiago Nobuo, vencendo os desafios da pandemia da Covid-19 e os de uma alergia grave que adquiri nesse período. Manifestei a boa sorte de obter recursos financeiros e conseguir bons médicos que direcionaram meu tratamento da melhor maneira. Hoje, com dois filhos e dois netos, realizei muitos objetivos pessoais e familiares, conhecendo vários lugares e países. Posso afirmar que somos imensamente afortunados por conhecer este maravilhoso budismo graças à dedicação do Mestre, que plantou a semente desse ensinamento ao fundar a BSGI. Minha eterna gratidão a Ikeda sensei, à minha mãe e aos familiares e companheiros por todas as conquistas. Muito obrigado! Takuo Otsuka Responsável pelo Distrito Laranjeiras. Gestor logístico Takuo ao lado dos familiares (sentada à dir., a mãe Setsuko). *** Ser feliz é desafiar a si próprio Meu primeiro contato com o Budismo de Nichiren Daishonin ocorreu em 1970, quando participei de uma atividade da BSGI em Belém, PA. Em 1986, já em Manaus, tive a boa sorte de me casar com um praticante, Yuji Ishii. Dois anos depois, fomos agraciados com o nascimento do nosso tão esperado filho, Shinichi, que veio com muita saúde. Meu esposo e eu participamos intensamente das atividades da organização. Ele sempre teve uma postura muito responsável em relação à prática budista. Eu pude atuar como coordenadora de periódicos, fiz atendimento na sede pela Divisão Feminina e me empenhei em diversas funções, sem deixar de cuidar da família e de realizar visitas aos companheiros. Em 2011, meu marido faleceu, o que desencadeou um período de muitas dificuldades financeiras. Chegamos ao fundo do poço. Mesmo com curso superior, perguntava-me que empresa daria emprego a uma senhora de 60 anos? Fui trabalhar como cozinheira e dona de um pequeno ponto de venda de lanches. Assim fui transformando a situação. No entanto, não tinha tempo para lamentação. O budismo e os incentivos de Ikeda sensei me proporcionaram respaldo para continuar firme na prática budista e ultrapassar as circunstâncias adversas. Tudo se inicia com a recitação do daimoku e, dessa forma, fui superando as angústias e os sofrimentos. “Nada me abaterá!”, assim eu exclamava. Conforme a frase dos escritos de Nichiren Daishonin, “O inverno nunca falhar em se tornar primavera”,1 nossa vida começou a se reerguer. Atualmente, meu filho é graduado em engenharia elétrica, constituiu a própria família e sou avó de duas netas, Ayumi e Naomi, além de ter uma nora maravilhosa, Brenda. Hoje, nós nos dedicamos juntos às atividades em prol do kosen-rufu e tenho uma condição financeira estável e tranquila. Graças aos incentivos dos veteranos, companheiros e, principalmente, do nosso mestre, estou cheia de energia, esforçando-me com muita disposição aos 71 anos e cumprindo meu juramento e minha missão. Esse é o significado de viver, buscando de forma ativa nos desafiar constantemente, como Nichiren Daishonin ensina. Muito obrigada a todos! Muito obrigada, sensei! Sachie Ishii Conselheira da Divisão Feminina da RM Amazonas Sachie, na cadeira, à frente do filho Shinichi, da nora Brenda, e das netas Ayumi, em pé, e Naomi, sentada. No topo: Membros das RMs Amazonas e Manaus durante Gongyo de Ano-Novo realizado no Instituto Soka Amazônia (Manaus, AM, 1o jan. 2024). Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 560, 2020. FOTOS: BS | Colaboração local | Getty Images
11/04/2024
Especial
BS
O alvorecer do Budismo do Sol
O budismo surgiu na Índia há cerca de 2.500 anos com Shakyamuni, que, preocupado com a felicidade das pessoas, desejou incessantemente descobrir o caminho para uma existência sem sofrimentos. Com essa busca, ele despertou para a verdade de que existe uma lei fundamental, a qual permeia o universo, inclusive a vida das pessoas. No século 13, no Japão, Nichiren Daishonin, aos 12 anos, começou a estudar os principais ensinamentos budistas. Após muito empenho e dedicação, na idade adulta, chegou à conclusão de que o Sutra do Lótus continha o ensinamento mais profundo do buda Shakyamuni. Ele havia despertado para a mais ampla lei da vida revelada no Sutra do Lótus. Essa Lei fundamental denomina-se Nam-myoho-renge-kyo e reside no interior da vida de todas as pessoas. Retornando a Seicho-ji, templo em que havia estudado durante muitos anos, na manhã de 28 de abril de 1253, voltado para o Sol, Nichiren Daishonin recitou Nam-myoho-renge-kyo pela primeira vez, conferindo às gerações futuras a chave para a iluminação. Nessa mesma data, ao meio-dia, Daishonin expôs sua doutrina na presença do seu mestre, Dozen-bo, de outros clérigos e aldeões. Declarou que nenhum dos ensinamentos anteriores ao Sutra do Lótus revelava a iluminação do Buda e que as escolas fundamentadas nesses ensinamentos eram desencaminhadoras. Disse também que o Sutra do Lótus é supremo e que o Nam-myoho-renge-kyo, a essência desse sutra, é o único ensinamento capaz de conduzir as pessoas dos Últimos Dias da Lei à iluminação. Ponto de partida Desse momento em diante, Nichiren Daishonin iniciou a propagação de seus ensinamentos, o que gerou ódio e perseguições de líderes políticos e religiosos daquele período. Tais perseguições serviram para confirmar sua condição como devoto do Sutra do Lótus, culminando com a Perseguição de Tatsunokuchi em 1271, quando revelou sua identidade como Buda dos Últimos Dias da Lei. A fundação do Budismo de Nichiren Daishonin tornou-se necessária pela própria condição da época e da sociedade, resgatando a essência do ensinamento budista e revelando uma prática perfeitamente em conformidade com a vida das pessoas na atualidade. Um dos objetivos principais da prática da fé é elevar a condição de vida, possibilitando à pessoa evidenciar sabedoria e coragem para o autoaprimoramento. Quanto mais elevada a condição de vida, mais profunda e amplamente podemos encarar os fenômenos da vida, identificando corretamente as atitudes necessárias para buscar a verdadeira felicidade e auxiliar outras pessoas nesse caminho. Por isso, do ponto de vista do Budismo de Nichiren Daishonin, qualquer esforço para realizar a revolução humana deve ter como ponto de partida a prática do Nam-myoho-renge-kyo (daimoku) ao Gohonzon. Ampla propagação Durante mais de setecentos anos após o falecimento de Nichiren Daishonin, o budismo que ele revelou permaneceu restrito aos templos e a poucos adeptos. Em 1930, o surgimento da Soka Gakkai rompeu as barreiras do tempo e da distância, aproximando o coração de Daishonin ao das pessoas do povo por meio dos ensinamentos dele, seu maior legado. O educador Tsunesaburo Makiguchi, fundador da organização, entendeu perfeitamente esse espírito do Buda e se pôs em ação, percorrendo grandes distâncias para visitar uma única pessoa. Por meio de diálogos nas reuniões de palestra e em pequenas atividades, as pessoas tinham mais conhecimento e convicção sobre a validade do Budismo de Nichiren Daishonin. Assim como Daishonin, Makiguchi, também sofreu severas perseguições, justamente por defender o respeito máximo pela dignidade da vida ensinado pelo Buda. Ele foi preso, junto com seu fiel discípulo, Josei Toda, e morreu na prisão, defendendo suas convicções até o último instante. Josei Toda saiu vivo do cárcere e não perdeu nem um minuto sequer para viajar e se encontrar com os poucos membros que restaram após a Segunda Guerra Mundial. Ele jurou realizar o sonho do seu mestre, edificando a organização que defendesse e legitimasse os ensinamentos de Nichiren Daishonin. E foram as pequenas atividades, as quais ele conduzia encorajando o coração sofrido de uma pessoa após a outra, que selaram o avanço da Soka Gakkai. Também foi numa dessas reuniões de diálogo nas residências, as quais resistiram aos bombardeios, que se deu o encontro com o jovem Daisaku Ikeda, o qual herdou o legado dos mestres predecessores, tornando-se mais tarde presidente da organização e divulgando o Budismo Nichiren amplamente pelo Japão e pelo mundo. Ikeda sensei afirma: A revolução religiosa de Nichiren Daishonin reavivou os ideais do Sutra do Lótus, que, com base no objetivo da felicidade humana, ensina que todas as pessoas têm a capacidade de transformação. Daishonin ensinou o princípio de “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra” (rissho-ankoku) não por um impulso nacionalista, mas sim visando à segurança e ao bem-estar das pessoas e à paz em todo o país. Longe de promover um budismo orientado pelo clero, ele apresentou o conceito sobre iluminação que foi colocado à disposição de todos, sem distinção. E, em contraste com um budismo que prometia a salvação após a morte, ele apresentou um ensinamento transformador da realidade, da revolução humana, e da não dualidade da vida e da morte. (...) A base da revolução religiosa promovida pela SGI está na concretização do ideal de uma religião em prol das pessoas e na restauração do objetivo fundamental da religião que visa à felicidade das pessoas. Pelo fato de nossa organização jamais ter vacilado nesse compromisso desde a sua fundação, nosso movimento da SGI pela paz, cultura e educação conquistou hoje o maior respeito no mundo inteiro, inspirando tanto elogios quanto esperanças. Vamos continuar neste grande caminho humanístico — uma religião para o bem dos seres humanos. Isso é o que o século 21 exige de nós!2 No topo: Membros da BSGI recitam Nam-myoho-renge-kyo (daimoku) durante Gongyo de Ano-Novo, realizado no Auditório da Paz do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda (São Paulo, SP, 1o jan. 2024) Fontes: Brasil Seikyo, ed. 1.745, 24 abr. 2004, p. A2. Idem, ed. 2.175, 13 abr. 2013, p. A2. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 404, 2020. 2. Terceira Civilização, ed. 535, mar. 2013. Foto: BS
11/04/2024
Notícias
BS
Coragem e determinação
Os integrantes do Distrito Alpina iniciam o mês de abril com o coração repleto de orgulho pelas conquistas advindas da união em torno dos objetivos lançados. Foram os primeiros da RM Vila Prudente a fechar os cem jovens por distrito, a conquistar a vitória no Kofu e a celebrar a alegria reinante dos encontros de vida a vida. Formam essa organização de base duas comunidades, Independência e outra de nome idêntico ao do distrito. São cinco blocos ao todo, totalizando 122 famílias com 202 membros. Os resultados não mentem. As reuniões de comunidade ocorrem semanalmente, lideradas pelos blocos. Durante esses encontros, estudam o Guia para a Vitória, encarte veiculado no Brasil Seikyo, em atividade realizada toda terceira semana do mês. “É quando promovemos um caloroso diálogo em torno do tema, preparando-nos para a semana da palestra mensal”, enfatiza o responsável pelo distrito, Lucien Munhoz. A responsável pela Divisão Feminina (DF), Maria Celeste dos Santos, reforça a alegria das visitas aos membros e o apoio para que todos estejam conectados ao coração do Mestre, por meio dos periódicos Editora Brasil Seikyo (EBS). Eles mantêm o objetivo de inspirar um novo assinante a cada mês. “Tem sido uma luta muito prazerosa, principalmente porque temos visto a presença cada vez maior dos jovens”, ressalta. Em parceria, os níveis acima se juntam à causa. O consultor da Divisão Masculina de Jovens (DMJ) da RM, Wellington Santana, nos conta que o movimento dos cem jovens por distrito ganhou força quando todos determinaram juntos “abraçar, incentivar e estar ao lado do jovem que está à sua frente, começando com familiares e amigos próximos”. Com as demais divisões se integrando, a onda fez “Cada um sair da sua zona de conforto e assim essa luta foi crescendo até a conquista da vitória”, frisa o líder. Determinação e coragem são características marcantes do Distrito Alpina, revelam as lideranças. Há cinco anos, as integrantes da DF vêm realizando o “café da tarde”, programação feita mensalmente pelas duas comunidades, com apoio direto do distrito e com “o jeito DF de inspirar coração a coração”. Recitam gongyo (leitura do sutra) e daimoku (Nam-myoho-renge-kyo), abrem um delicioso diálogo e oferecem preciosos incentivos por meio de matéria lida dos periódicos da editora. No ano passado, promoveram um curso de aprimoramento para líderes de bloco e acima que se estendeu por oito meses, “com 100% de participação e um engajamento incrível nas atividades com os membros”, comemora a responsável. A alegria dos participantes do Distrito Alpina: no “café da tarde” promovido nas duas comunidades Ao Mestre! Com essa luta nas comunidades e nos blocos, e o aprimoramento de líderes, criaram o ambiente de vitória do palestrão cultural, realizado no último dia 23. Esse evento, que teve o significado de Tributo ao Mestre, foi uma forma de homenagear a jornada eterna de Ikeda sensei, que deixou serenamente esta existência em novembro passado. Para a programação sediada no Auditório Monarca do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda da BSGI, em São Paulo, envolveram-se 100% dos responsáveis pelas cinco divisões do Distrito Alpina. “Todos tinham no coração o desejo de corresponder infalivelmente a esse dia tão especial. Foi uma vitória extraordinária. Isso foi possível graças aos pontos que pomos em prática: oração, união, coragem e determinação. Com certeza, o coração do nosso mestre estava conosco durante toda a atividade”, emociona-se Celeste. O roteiro teve a primeira parte dedicada a homenagear a trajetória de Ikeda sensei, seguida da leitura de mensagem do presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, alusiva ao dia 16 de Março. Além disso, houve a conversão de novo membro e a apresentação de matérias, com base no tema “Doar é o Verbo do Coração”, da Terceira Civilização, e no Guia para a Vitória, ambos da EBS. No fechamento, houve incentivos da coordenadora da Divisão dos Jovens, Monique Tiezzi, que salientou, por meio de suas comprovações, a importância da mudança interior para influenciar positivamente o ambiente ao redor. Ao se empenhar na elaboração da matéria do dia, conciliando a jornada de trabalho das 17 às 23 horas, de segunda a segunda, o responsável pela DMJ da Comunidade Alpina, Fernando Reche de Andrade, comenta quanto a luta valeu a pena. Por ter iniciado a prática sozinho e inspirado os familiares com sua comprovação, fez dessa atividade um ponto de renovada partida, também honrando a memória de sua mãe, que faleceu durante a pandemia. “Disse: Hai! (“sim”, em português) a todos quando o desafio foi lançado. Não posso desanimar ou retroceder, sensei conta comigo e com meus companheiros também. Venci a tudo e saí da atividade ainda mais determinado. Sensei, conte comigo!”. Ao lado de Fernando estava a líder da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) do distrito, Thais Alves Silva, em perfeita união. “Como decisão, a Divisão dos Jovens do Distrito Alpina se esforçará para que os cem jovens conectados nesse movimento possam se aproximar ainda mais da organização, além de termos o objetivo de realizar reuniões mais interessantes e alegres e continuar expandindo o kosen-rufu de nossa localidade!”. No curso de aprimoramento para líderes da Divisão Feminina Encontro cultural Distrito Alpina No topo: A alegria dos participantes do Distrito Alpina: na atividade do Kofu Fotos: Colaboração local
11/04/2024
Especial
BS
A vitória é empolgante
No livro Seja a Esperança, Ikeda sensei discorre sobre o que é felicidade e, num trecho, ele compartilha: “A pessoa verdadeiramente feliz é aquela capaz de conduzir todos à felicidade”.1 Ao longo do ano, a Juventude Soka, em todos os cantos do país, vem criando uma atmosfera de vitórias e de conquistas rumo à convenção comemorativa em 26 de maio. Nesta edição, leia sobre o episódio da atuação de Ikeda sensei como staff da Divisão dos Jovens e se inspire no exemplo do Distrito Salvador no movimento dos cem jovens por distrito. Veja também as informações para as localidades prepararem a pré-convenção. E, na próxima edição, não perca detalhes sobre o que será realizado nas organizações nessa data. Vale reforçar que o movimento dos 100 jovens por distrito não acabou. Vamos falar sobre os ideais Soka, pois uma nova e empolgante era surge com a vitória dos jovens da BSGI. Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Seja a Esperança. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. p. 30. As palavras de Shin’ichi estavam embasadas na sua própria experiência. Ele assumiu em março de 1954 o recém-criado cargo de secretário da Divisão dos Jovens e também o planejamento e a condução das atividades da Soka Gakkai. No início, a diretoria mostrava sinais de discordância para quase todas as propostas apresentadas. Não quiseram concordar nem com o Encontro Esportivo da Divisão dos Jovens, que se tornou a origem dos atuais festivais culturais pela paz. À medida que esses eventos foram sendo realizados seguidas vezes, todos vieram a exaltá-los e a torná-los em atividades que simbolizam a Gakkai. Foi a vitória da força e da persistência de um jovem.¹ Força e persistência. Acredito que essas duas palavras representem as características da juventude, e nossa maior referência de jovem persistente e comprometido é o nosso eterno mestre, presidente Ikeda. Há setenta anos, ele foi nomeado coordenador da Secretaria da Divisão dos Jovens da Soka Gakkai, e junto com seu mestre, presidente Josei Toda, esteve na linha de frente da Gakkai, não só do movimento jovem, mas de todas as atividades da organização. Ele se dedicou com sinceridade e foi treinado diretamente pelo presidente Josei Toda, que o ajudou a se fortalecer com sentimento de criar um grande “valor humano” e líder do futuro da Soka Gakkai. Esse período da atuação do presidente Ikeda também lhe proporcionou aprender sobre aspectos da vida de forma ampla. No livro Diário da Juventude, ele registrou um de seus momentos no ano 1954: Domingo, 11 de julho. Tempo chuvoso. À noite, os membros da Secretaria da Divisão dos Jovens ficaram em reunião até meia-noite. Todos esses excelentes jovens serão o eixo da Gakkai e da sociedade japonesa daqui a dez ou vinte anos. Nas montanhas ou nas áreas planas, eles entrarão em ação com bravura.² Como coordenador que liderou outros jovens dessa secretaria, ele também visualizava e cultivava cada jovem como um futuro na Gakkai e na sociedade. Ao lado de cada um deles, o presidente Ikeda se empenhou plenamente sem se preocupar com o reconhecimento ou elogio dos líderes e do presidente Josei Toda. Esse seu genuíno esforço foi o que proporcionou que os caminhos se abrissem, especialmente para os jovens, descortinando uma nova era. O buda Nichiren Daishonin afirmou no escrito Carta de Ano Novo: “A desgraça vem da boca de uma pessoa e arruína-a, enquanto a boa sorte vem do coração e torna a pessoa digna de respeito”.³ A oportunidade que temos hoje de poder atuar nos bastidores da Soka Gakkai, como membros da Juventude Soka, é uma grande boa sorte que amplia nossa condição de vida, tornando-nos jovens de primeira categoria. Vamos continuar aprendendo com o exemplo do sensei, lendo a Nova Revolução Humana, de sua autoria, aplicando suas orientações diariamente e incentivando todos os companheiros neste mesmo movimento. Camila Akama, coordenadora da Divisão dos Estudantes da BSGI Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.442, 3 nov. 2018, p. A2. 2. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 224. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, 2017, p. 405. Distrito Salvador União harmoniosa Qual foi o segredo para se tornar campeão? Essa foi a pergunta que fizemos aos líderes do Distrito Salvador. A resposta é simples, mas de grande significado: oração e ação e o resultado ultrapassou quatrocentos jovens na rede do humanismo Soka. Leia, a seguir, depoimento dos líderes e se inspire! Com o lema da Sub. Bahia “Avançar com Coragem e Alegria”, iniciamos a luta dos cem jovens no distrito como uma grandiosa oportunidade de revolucionar nossa localidade e nossa própria vida. Foram diversos desafios nos últimos anos, pandemia da Covid-19, o desgaste mental e a distância física que nos colocou imersos numa realidade virtual de atividades, mas com a missão de sempre levar esperança ao coração das pessoas. Com o retorno gradativo das atividades presenciais, começamos a desafiar nossos limites, aproveitando cada oportunidade para dialogar com os jovens, expandindo os ideais do humanismo Ikeda e as maravilhosas ações da Gakkai na sociedade. Esses esforços resultaram em um inspirador diálogo dos jovens, repleto de música e incentivos, visitas presenciais e virtuais, apoio incansável da Divisão Sênior e da Divisão Feminina, além da brilhante atuação da Divisão dos Estudantes. Seguimos avançando com um único propósito: cultivar corações conectados e plantando as sementes de esperança no coração das pessoas! Cada jovem lançado é uma forma de gratidão aos nossos mestres, aos nossos veteranos e veteranas. Avante, Distrito Salvador! Avante, BSGI! Os esforços nunca mentem! Líderes da Divisão dos Jovens do Distrito Salvador Encontro dos membros da Comunidade Ribeira Encontro dos membros da Comunidade Uruguai Encontro para convidados e membros da Divisão dos Jovens do Distrito Salvador Fique ligado! JUVENTUDE SOKA DA BSGI ✅ O que é o movimento pré-convenção? Desde março, sugerimos que os distritos realizassem um movimento (de preferência semanal) com os jovens, visando fortalecer a conexão com Ikeda sensei e com a organização de base para a convenção de maio. ✅ Ainda não iniciei o movimento no meu distrito. O que posso fazer? Apresentamos três ações dentro do movimento para que todos os membros se preparem para a convenção: 1. Realizar um diálogo com veterano Sugestão de data: durante o mês de abril.Formato: a critério do distrito (híbrido, presencial ou on-line). 2. Reunir-se para lançar um desafio de daimoku Como sugestão de data, propomos o dia 1º de maio (feriado), o significativo 3 de maio ou o fim de semana de 4 e 5 de maio. O intuito é reunir todas as divisões de forma presencial, mas é possível criar um link para quem não puder participar. O mais importante é envolver todos nessa órbita. O daimoku poderá ser computado por meio de um lindo gráfico, que está disponível em: https://extra2.bsgi.org.br/usuario/v2/grafico/home/ 3. Registrar o aspecto de vitória do distrito em foto Escolha uma foto especial que represente o seu distrito, envolvendo as cinco divisões nessa significativa luta conjunta. Disponibilizaremos um link na página da convenção para compartilhar a foto durante o mês de maio. Prazo de envio: até 15/05 (quarta), às 23h59. Fotos: Colaboração local
11/04/2024
Editorial
BS
Tudo se resume às pessoas
Conhecido como “pai da matemática”, Pitágoras afirmou que “o princípio de tudo é o número”. Mesmo sem conhecer profundamente a sua filosofia, estamos rodeados de números que nos orientam, nos comunicam, sem nos darmos conta disso. Seguindo a orientação de Ikeda sensei de que, na propagação do kosen-rufu, é importante ter sempre um objetivo bem-definido, um número vem norteando os membros da BSGI: 100 mil! O objetivo é criar uma rede de jovens que compartilham princípios humanísticos em prol da paz. E essa vitória foi conquistada no significativo dia 16 de março, Dia do Kosen-rufu. Viva! Leia nesta edição detalhes sobre essa conquista. O filósofo e matemático Pitágoras tratou da relevância dos números. Ikeda sensei enalteceu, em um de seus ensaios, a afirmação de que são “as pessoas. Tudo se resume às pessoas”, e explica: Essas palavras foram atribuídas a Zhuge Liang, um dos heróis do Romance dos Três Reinos, conto clássico chinês recontado em japonês pelo romancista Eiji Yoshikawa e que eu estudei com meu mestre Josei Toda. Zhuge Liang disse essa frase para Liu Bei imediatamente após a vitória que conquistaram na famosa Batalha dos Penhascos Vermelhos. Liu Bei havia perguntado a Zhuge Liang, seu consultor sobre estratégia militar, qual era o segredo para levar a nação à vitória e à prosperidade. Tudo depende das pessoas.1 Nesse sentido, o objetivo se volta agora para a vitória de cada distrito, núcleo onde estão os protagonistas, transmitindo de pessoa para pessoa os ideais humanísticos do Budismo de Nichiren Daishonin e de Ikeda sensei. Nosso mestre, que esteve à frente de muitas lutas em prol do kosen-rufu, conquistando feitos inéditos para o avanço da organização, registrou seu sentimento diante do desafio: Quero que sensei veja o resultado da nossa união e do nosso crescimento nos bastidores. (...) Antes de tudo, eu mesmo devo tomar a iniciativa e servir de exemplo. De minha parte, decidi dar um grande salto de avanço rumo ao próximo ano. (...) Como jovem, meu desejo maior deve ser o de arregaçar as mangas e demonstrar toda a minha força e capacidade.2 A BSGI parte agora para a retumbante vitória dos cem jovens em cada distrito. Esperamos que esta edição, com as histórias dos membros e com os incentivos do Mestre, o encoraje a “arregaçar as mangas” e a demonstrar toda a força e capacidade rumo à Convenção Comemorativa da Juventude Soka, com o espírito de oferecer esse triunfo a Ikeda sensei. Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.938, 10 maio 2008, p. A3.2. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 160.
23/03/2024
Aprender com a Nova Revolução Humana
BS
Viver com o Gosho: volume 18 (parte 3)
No litoral, a madeira é considerada um tesouro, e nas montanhas, assim é considerado o sal. Durante a seca, a água é valorizada como um tesouro, e na escuridão, uma lamparina. As mulheres estimam o marido como tesouro, e os homens olham para a esposa como a própria vida. Oferecimentos em meio à Neve1 A Soka Gakkai brilha com o tesouro do coração Em novembro de 1973, Shin’ichi Yamamoto falou na Convençao de Líderes da Província de Tokushima sobre os maiores tesouros da atualidade. Afirmando ainda que aquilo que as pessoas apreciam como o tesouro mais importante depende do lugar e das circunstâncias em que elas vivem, ele discorreu sobre qual seria o tesouro mais valioso da época atual: — Em todos os lugares do mundo, as pessoas estão sentindo a perda da humanidade e do senso de propósito na vida. Esta também é descrita como uma época atolada em crises intelectuais e filosóficas. Em virtude disso, a humanidade, a esperança e a vitalidade são os tesouros de nossa era. E a filosofia do budismo, na qual as pessoas podem confiar e com a qual podem contar para manifestar esses tesouros, compõe o tesouro mais precioso e fundamental de todos. Todos esses tesouros existem dentro da Soka Gakkai. Basta verificarem a bela e radiante humanidade dos membros que, a despeito de seus próprios problemas e preocupações, oram e empreendem ações pelo bem do próximo. Basta observarem como eles se erguem intrepidamente das profundezas do desespero e da tristeza, evidenciando ardente esperança e vitalidade ao lutar para construir a própria vida e prestar uma contribuição positiva para a sociedade. Para descobrir a fonte desses tesouros, deve-se buscar o Budismo Nichiren, que esclarece a Lei suprema da vida e a filosofia da dignidade humana. Nós, da Soka Gakkai, estamos praticando este budismo e demonstrando provas reais de sua veracidade em nossa vida cotidiana. (Trechos do capítulo “Avanço”) O Sutra dos Reis Benevolentes também diz: “Quando uma nação cai em desordem, são os demônios quem primeiro mostram sinais de violência. Como esses demônios se tornam violentos, as pessoas também ficam perturbadas. Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra2 Derrotar a natureza negativa inerente à vida humana Na reunião geral em dezembro de 1973, Shin’ichi deu orientações em relação à instabilidade na sociedade causada pela crise do petróleo, em que a escalada dos preços do petróleo resultou em conturbações econômicas, sociais e políticas em todo o mundo. Aqui, ele elucida a causa dos problemas que afligem a sociedade contemporânea. Espíritos se referem a demônios que roubam a vida dos outros ou que roubam benefícios.3 Numa linguagem atual, indicam a natureza demoníaca inerente à vida humana, um estado de completo egoísmo. Espíritos violentos denotam funções demoníacas fora de controle. (...) — A nação mencionada por Daishonin possui dois aspectos, o ambiente natural e a sociedade humana. Quando a nação, que compreende o ambiente e os seres humanos, está em tumulto — e, de fato, no período que antecede esse tumulto —, não apenas o ego humano, mas até mesmo uma força ainda mais fundamental, as funções demoníacas da vida começam a se intensificar, transformando-se numa turva corrente subterrânea. Em decorrência disso, o coração e a mente das pessoas ficam desordenados, conduzindo a nação e a sociedade à ruína. Sem um ensinamento que resolva os problemas fundamentais da vida, não se podem sanar a confusão e a discórdia social. É o que torna a missão da Soka Gakkai, que se dedica a propagar a grandiosa filosofia de vida do Budismo Nichiren, tão relevante. Declaro aqui e agora que chegou o momento de nutrirmos a sociedade com um novo e vigoroso movimento em prol do kosen-rufu. (Trechos do capítulo “Avanço”) (Traduzido da edição de 15 de abril de 2020 do Seikyo Shimbun, jornal diário da Soka Gakkai.) Assista Se você é assinante digital, veja o vídeo da série “Aprender com a Nova Revolução Humana”, volume 18 Notas: 1. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin]. v. II. Tóquio: Soka Gakkai, 2006. p. 809. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 8, 2017. 3. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, 2004. p. 114. Ilustração: Kenichiro Uchida
23/03/2024
Especial
BS
Juventude Soka do Brasil é campeã
Ikeda sensei orienta: Budismo significa ser vitorioso. Uma vez que nos envolvemos em uma batalha, é vital conquistarmos a vitória final empregando as melhores estratégias e a melhor linha de liderança possível. Esse é o espírito da Soka Gakkai.1 Sempre com o espírito invencível, a Juventude Soka da BSGI, em 16 de março, registrou mais uma etapa de vitórias com a concretização dos 100 mil jovens humanistas pertencentes a essa rede de incentivo mútuo. Essa conquista se deve à união de todas as divisões, que promoveram diálogos sobre diversos assuntos, encontros em parques, encontros individuais para compartilhar a filosofia da esperança e os ideais que aprendemos com o presidente Ikeda. O movimento não acaba por aí A rede do humanismo tem por objetivo a consolidação dos 100 jovens em cada distrito. Até maio, quando ocorrerá a Convenção Comemorativa da Juventude Soka, tudo é possível. A seguir, confira como a RM São Gonçalo e a RM Manaus, bem como outras organizações, realizaram a pré-convenção rumo ao mês de maio. Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.773, 27 nov. 2004, p. C8. Vitória total RM São Gonçalo Como falar sobre o budismo em um local público? Os membros da RM São Gonçalo, Rio de Janeiro, decidiram explorar o bairro e adotaram o lema #OrgulhoDeSerRMSãoGonçalo. A atividade foi realizada na Praça Estephânia de Carvalho, mais conhecida como Praça Zé Garoto. Com o envolvimento de todos da organização, a atividade teve como tema de diálogo o conceito budista da “unicidade da vida e seu ambiente (esho-funi). Encontro realizado no parque da cidade comemorativo a vitória da RM São Gonçalo “Realizamos um piquenique com música e diálogos sinceros, baseado no conceito de esho-funi, comunicamos a vitória da RM na luta dos cem jovens por distrito e logo depois externamos nossa criatividade e sentimentos com muitas cores e pintamos um grande mural. Todos saíram felizes e entusiasmados para os próximos encontros!”, compartilham Jéssica Barreto e Isabella Zacharias, responsáveis pela Divisão dos Jovens da RM São Gonçalo. Futuro garantido RM Manaus Já no coração da Amazônia, membros e convidados se encontraram na Sede Regional de Manaus para a atividade da Juventude Soka da localidade voltada para a Divisão dos Estudantes. Com o tema “Oferecer o seu Melhor”, os estudantes aprenderam com a dinâmica realizada como cápsula do tempo. Os presentes ouviram relato de um estudante que compartilhou seu intercâmbio no Japão. Um dos temas do diálogo foi sobre o sentimento de doação. Envoltos por esse alegre ambiente, foi realizada a cerimônia de conversão, incluindo a de mais três estudantes, e a concessão de Gohonzon. “Com enorme sentimento de gratidão, a passagem do dia 16 de março, Dia do Kosen-rufu, como jovens campeões que desejam passar o bastão do espírito invencível a todos os presentes na atividade, pois a esperança nasce do espírito de nunca desistir. Em meio aos desafios diários, não é fácil ser sempre gentil e benevolente. Mas é por meio desse esforço que criamos as oportunidades para nos transformar e nos desenvolver. E é justamente por não ser fácil que essa conquista se torna ainda mais significativa e nos faz manifestar a gratidão. Minha decisão rumo a 26 de maio em São Paulo é dedicar todos os meus esforços, incentivar e visitar os jovens, criando rede de amizade e de valores para o kosen-rufu da RM Manaus”, declara Luana Castro, responsável pela Divisão dos Estudantes da RM. Atividade realizada para a Divisão dos Estudantes de Manaus Veja como foi a pré-convenção da Juventude Soka nas organizações O Distrito 6 de Novembro, RJ, comemora os 100 jovens por distrito Sub. Centro-Sul Sub. Oeste RM Niteroi RE Mato Grosso do Sul Na RM São José dos Campos, foi realizado um intercâmbio entre seus distritos. Ao todo, 44 pessoas foram visitadas, entre membros e convidados Preparativos para a Convenção da Juventude Soka em maio Abraçando todas as oportunidades, as organizações locais estão empenhadas em oferecer o melhor para os jovens que participarão no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, SP, e nos distritos de todo o Brasil que estarão conectados. Apresentamos a iniciativa da Sub. Centro, da CRC. União dos integrantes das cinco divisões da Sub. Centro visando à Convenção Comemorativa de maio Os membros e líderes da Sub. Centro vêm recitando três horas de daimoku às quartas-feiras, e a Divisão dos Jovens teve a iniciativa de acrescentar um diálogo com temas do Budismo de Nichiren Daishonin e da Soka Gakkai. Com esse sentimento, em conjunto com a DS e a DF, surge um local maravilhoso dentro da própria Sub.: a sede particular Novo Horizonte, situada próxima dos Arcos da Lapa, no centro do Rio, facilitando a participação de todos os que desejam orar e levar seus convidados. A Sub. Centro é composta por duas RM, Cidade Nova e Centro. Semanalmente, é alternada a coordenação por RM na promoção do diálogo embasado no estudo do budismo, propiciando aprimoramento de liderança e utilizando os periódicos da BSGI. Nesses encontros, sempre há um relato relacionado ao tema para incentivar e reforçar a prova real deste budismo Soka. Ao final de cada encontro, oferecem algo para levar (frase, recorte do BS ou da TC), algo para degustação (bombom, biscoito) e o resumo do diálogo para ficar na memória (palavras que toquem o coração). Os encontros têm sido um sucesso, com todas as pessoas saindo felizes e decididas a praticar o budismo. Convidados manifestaram o desejo de receber o Gohonzon. Além disso, jovens estão retornando às atividades por conta desses encontros. Todos estão muito felizes com o desejo de corresponder a cada dia mais ao Mestre! Fique ligado! ⏰ Em abril, a Divisão dos Estudantes da BSGI celebrará 33 anos de fundação. A comemoração será na reunião de palestra, mas a organização também pode realizar outras atividades voltadas somente aos estudantes, além de realizar um grande movimento de visitas. Vale reforçar que os estudantes também fazem parte do movimento dos cem jovens por distrito. Veja mais dicas na próxima edição do BS. No topo: Divisão dos Estudantes da RM São Gonçalo Fotos: Colaboração local
23/03/2024
Conheça o Budismo
BS
O kosen-rufu inicia-se com a própria revolução humana
A realização do kosen-rufu, ou seja, a “pacificação da terra” com base nos princípios budistas, é o supremo objetivo do Budismo de Nichiren Daishonin. Nestes trechos de incentivos do presidente Ikeda, ele esclarece como devemos interpretar o significado de kosen-rufu e alcançá-lo por meio de nossas ações concretas no dia a dia. Qual é o significado do termo kosen-rufu? Ikeda sensei: Kosen significa “declarar amplamente”. “Amplamente” implica bradar ao mundo, a um número cada vez maior de pessoas. “Declarar” significa proclamar ideais, princípios e filosofia. O ideograma ru (fluxo) de rufu significa “uma corrente como a de um grande rio”, e fu (tecido) é “espalhar-se, desenrolando-se como um rolo de tecido”. O ensinamento da Lei Mística não tem nada a ver com aparência, forma ou distinções. Ele flui livremente para toda a humanidade. Como um rolo de tecido sendo desenrolado, espalha-se cobrindo tudo. Portanto, rufu significa fluir livremente, alcançando tudo ao seu redor. Assim como um tecido, o kosen-rufu é produzido com linhas verticais e horizontais. As linhas verticais representam a transmissão do ensinamento de mestre para discípulo, de pai para filho, de veterano para novato. As linhas horizontais representam a transmissão imparcial desse ensinamento, transcendendo as fronteiras nacionais, as classes sociais e todas as outras distinções. Simplificando, o kosen-rufu é o movimento para transmitir o caminho supremo que conduz à felicidade e o mais alto princípio da paz às pessoas de todas as classes e nações por meio da correta filosofia de Nichiren Daishonin.1 O que é o kosen-rufu? Ikeda sensei: O kosen-rufu é a propagação da Lei Mística de pessoa a pessoa. Da mesma forma, é a propagação de 10 mil para 50 mil pessoas. Porém, o kosen-rufu não significa números; é um processo, um fluxo eterno. O kosen-rufu não é algo que se extinguirá em determinado momento. Não significa que um dia nos sentaremos tranquilamente para dizer: “Bem, o kosen-rufu está terminado”. Isso atrairia não somente nossa morte espiritual, como também perderíamos toda a motivação para realizar a nossa revolução humana. O kosen-rufu é eterno.2 Como realizá-lo? Ikeda sensei: O kosen-rufu inicia-se com a grande revolução humana de uma única pessoa. Em primeiro lugar, deve-se realizar decididamente uma mudança pessoal — uma revolução do próprio ser. Se mesmo uma única pessoa fizer sua revolução humana, a felicidade se espalhará entre aqueles que estão ao seu redor, assim como a água molha a terra seca. Uma esfera de paz e felicidade se formará ao redor dessa pessoa.4 Qual é a relação entre kosen-rufu e revolução humana? Ikeda sensei: A determinação de concretizar o kosen-rufu impulsiona a determinação de concretizar a própria revolução humana. Ela é como a rotação de um planeta em torno do seu eixo, ao passo que o kosen-rufu é como a revolução do planeta ao redor do Sol. A rotação e a revolução são o alicerce de todo o movimento do Universo. Seria uma contradição às leis universais se o planeta não girasse em torno do Sol. (...) Sua revolução humana é como empreender o movimento pelo kosen-rufu no microcosmo de seu próprio mundo interior. Quando várias pessoas buscarem a revolução humana, poderão propagar o kosen-rufu em toda a sociedade. Em outras palavras, o kosen-rufu avançará na mesma medida em que vocês avançarem em sua própria revolução humana. Simultaneamente, quando deixam de lado seus interesses egoísticos e se devotam ao kosen-rufu, um movimento que existe para conduzir as pessoas à felicidade, sua revolução humana irá progredir; é dessa forma que os dois estão intimamente relacionados.5 Como podemos realizar nossa revolução humana? Ikeda sensei: Quando alguém que esteve gravemente doente se recupera, isso é uma grandiosa revolução humana. Quando alguém intratável se torna amável com os outros, isso é revolução humana. Quando os filhos que desrespeitam os pais passam a respeitá-los e amá-los, isso é revolução humana. É impossível definir a revolução humana como algo específico. Ela é uma ação que conduz a uma mudança positiva ou a um aprimoramento nas profundezas da vida. É como o kosen-rufu, um processo contínuo. O importante é nos perguntarmos se estamos em um caminho de contínuo crescimento pessoal.6 Como o kosen-rufu é realizado no âmbito da relação com outras pessoas? Ikeda sensei: Não se pode encontrar a verdadeira felicidade na busca egoísta apenas para si. Só podemos alcançar nossa felicidade por meio da prática inspirada no desejo de levar felicidade às outras pessoas, e esta é a razão pela qual essa ação constitui também o caminho mais sábio a ser seguido por nós. Não há nada tão importante como nossos esforços e nossa conduta no dia a dia. É quando evidenciamos o brilho de nossa genuína humanidade. (...) Discussões filosóficas profundas são excelentes, e ideais elevados, importantes. As cartas inspiradoras de Nichiren Daishonin possuem, indiscutivelmente, o seu papel. No entanto, jamais devemos nos tornar ideólogos ocos, que proferem sublimes discursos sobre o amor à humanidade apesar de não prezarem aqueles ao redor. Pessoas que fogem do trabalho árduo e ficam inebriadas com a própria retórica grandiloquente podem ter opinião elevada sobre si mesmas, porém, na realidade, estão longe de ser admiráveis. É fácil se deixar atrair por ideais abstratos, mas difícil desafiar as realidades do nosso cotidiano. Gostaria que, sustentando o magnificente ideal do kosen-rufu, vocês preenchessem seus dias empreendendo a prática efetiva de incentivar e motivar uma pessoa, mais uma e mais outra a contribuir com o kosen-rufu. Essa é a prática — o árduo trabalho — de propagar a Lei Mística no mundo real.7 Qual a importância de propagar o budismo? Ikeda sensei: Não podemos viver isolados das outras pessoas. Em japonês, a palavra “humano” (ningen) é escrita com dois ideogramas chineses que, quando combinados, significam “entre pessoas”. É por meio de nossas interações com os outros que podemos polir nossa vida e crescer como seres humanos. Portanto, é natural tentarmos compartilhar e promover a compreensão da filosofia e do ideal que acreditamos ser os mais corretos com o máximo de pessoas — é um dever e um direito. (...) Se guardássemos os meios que aprendemos para atingir a felicidade só para nós próprios, sem compartilhá-los com os outros, isso significaria que sucumbimos aos estados de animalidade (egoísmo) e de fome (avareza). O desejo de compartilhar a verdade com os outros e ensinar os meios para atingir a felicidade é a característica fundamental da filosofia, da educação, da cultura e do budismo.9 Incentivo do presidente Ikeda visando ao futuro do kosen-rufu Ikeda sensei: Apenas me esforcei em manter o juramento de trilhar o caminho da revolução humana que meu mestre Josei Toda me ensinou. Hoje esse juramento está cumprido. Eu venci. Isso é o que importa; vencer a si mesmo. Isso é revolução humana, e é kosen-rufu. Não estou preocupado com o futuro imediato. Não temo perseguições nem tampouco críticas. Estou visualizando cem, duzentos anos a partir de agora. Minhas ações presentes visam a dez milênios futuros. Desde os tempos antigos, há um ditado que diz que a posteridade julga o mestre por seus discípulos. Tenho sido alvo de todos os tipos de ataques infundados e insultos; porém, não me importo o mínimo com isso. O budismo nos ensina que isso é inevitável. Tenho a profunda convicção de que o julgamento de meu verdadeiro valor, de meu sucesso ou fracasso, será baseado nas atividades, contribuições e empreendimentos que meus discípulos realizarão em suas comunidades, em seus países e no mundo todo. (...) Não guardo nenhum arrependimento. Tenho a convicção de que fiz o máximo que pude como budista e como líder, e que meu legado será sempre lembrado. E como sei disso? Porque meus discípulos estão realizando grandiosos empreendimentos e deixando uma importante marca em nosso mundo. Isso significa que minha vida tem sido vitoriosa. Posso sustentar com orgulho o glorioso triunfo de meus esforços.10 Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Juventude: Sonhos e Esperanças. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 216, 2020. 2. Ibidem, p. 215. 3. Ibidem, p. 220. 4. Brasil Seikyo, ed. 1.573, 30 set. 2000, p. C4. 5. IKEDA, Daisaku. Juventude: Sonhos e Esperanças. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 214, 2020. 6. Ibidem, p. 215-216. 7. Brasil Seikyo, ed. 2.350, 3 dez. 2016, p. B4. 8. Ibidem, ed. 1.395, 21 dez. 1996, p. 4. 9. IKEDA, Daisaku. Juventude: Sonhos e Esperanças. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 219, 2020. 10. Ibidem, p. 220-221. Ilustração: Getty Images
23/03/2024
Relato
BS
“Minha primavera chegou!”
Eu me chamo Lilia Bezerra, carioca da gema. A partir do momento em que conheci o budismo, há mais de quarenta anos, passei a dar cada vez mais valor ao ambiente solidário que encontramos na Soka Gakkai. Uma amiga do trabalho, que me ensinou a recitar Nam-myoho-renge-kyo, ainda está presente em minha vida, sempre me incentivando. Fico pensando quanto sofrem as pessoas que vivem isoladas dentro de seus dramas e infortúnios, sem esse companheirismo que temos aqui. Com a amiga que lhe apresentou o budismo, Norma Mignot Sem a prática da fé, e o encorajamento de Ikeda sensei e os companheiros Soka eu não estaria vivendo hoje o que o buda Nichiren Daishonin defendia: “O inverno nunca falha em se tornar primavera”.1 Há três anos, vivi um inverno rigoroso, e é sobre essa transformação que gostaria de relatar a vocês. Em 2021, já estava aposentada e realizada com a ótima criação que consegui oferecer aos meus filhos Gabriela, 33 anos, e Thiago, 31. Além disso, estava feliz pela confiança em mim depositada ao assumir como responsável pela Divisão Feminina (DF) da Comunidade Centro. Mas, de repente, em outubro, meu carma se manifestou. Fiquei sozinha, inesperadamente. Os filhos se casaram, minha cachorrinha morreu, meus tios que eu considerava como segundo pai e mãe se foram e minha prima com quem conversava todos os dias entrou em depressão. Com o filho Thiago e a nora Aline Com a filha Gabriela Descobri também que estava no estágio de pré-diabetes. Eu me sentia angustiada dentro de casa. Procurava me distrair fazendo caminhadas e artesanato. Sem as reuniões presenciais, esse quadro de angústia se agravou para uma depressão muito forte, que desencadeou uma crise de ansiedade e um transtorno do pânico terrível. Perdi totalmente a vontade de viver. O único lugar onde eu me sentia melhor era na cama. A maldade veio de um jeito que até o simples fato de eu ir para a sala e sentar-me em frente ao meu oratório para fazer a minha prática passou a ser desafiador. O poder do incentivo Como budista e líder, eu me sentia mal por estar naquele momento sendo incentivada, em vez de fazer o contrário. Contudo, eu me desafiei. É incrível o poder das palavras, pois, naqueles estados de letargia, li no Brasil Seikyo uma frase de Ikeda sensei: “Nenhuma vitória é possível a menos que se supere a adversidade”.2 Senti que tinha de reagir, cuidar da minha saúde mental e vencer aquela fase. Fui ao médico e passei a buscar mais incentivos do Mestre, porque precisava fortalecer meu interior. Eu me mantive em ação, orando quanto pudesse, muitas vezes além das minhas forças. Tudo isso tinha sido agravado também por uma situação envolvendo o apartamento em que eu residia na época. A questão corria em justiça e, dessa maneira, a ansiedade se agravava. Fazia minha prática sem perder as esperanças de ser feliz e ficar boa. Foram dois anos de muita luta, e consegui recuperar parte dos 30 quilos que perdi naquele pesadelo mental. Como não há oração sem resposta, quando me dei conta, minha filha começou a procurar apartamento para mim e, ao me visitar, meu coração se tranquilizou. Assim, junto com meu filho, ela providenciou tudo e me mudei. Em março de 2023, paguei a última conta de alto valor na farmácia por causa das medicações. Determinei que não precisaria mais delas, superando aquela fase tão traumática. Voltei a ser a Lilia de antes e retornei ao artesanato, que tanto amo. Minha glicose normalizou. Em uma orientação, nosso mestre afirma: A chave para vencer em qualquer empreendimento é primeiro superar a si mesmo. Como vamos perseverar diante dos obstáculos dependerá da nossa condição de vida. Temos de vencer a covardia, a preguiça e a tendência a desistir. Quando triunfamos sobre nossas próprias limitações, conquistamos grandes progressos e reluzimos sob a brilhante luz da vitória.3 Mais recentemente, conquistei um grandioso benefício. Logo após a reunião de palestra de janeiro, para a qual todos se uniram a fim de alcançar pleno sucesso, minha filha me levou para ver um lindo apartamento que estava à venda no mesmo condomínio. É simplesmente o que eu mais queria. Contrato e escritura concluídos nesse fim de fevereiro. Que vitória! Do inverno rigoroso, agora desfruto a primavera da vida aqui em Jacarepaguá, RJ, especificamente no bairro chamado Camorim, rodeado de muito verde e perto de tudo! Sinto que superei os obstáculos, pois nunca poupei meus pés para ir às atividades, recitar daimoku e buscar as orientações do Mestre. E agora ainda mais. Meu desejo é incentivar a todos com quem me encontrar para que possam ler o BS e descobrir palavras que mudem seu coração e sua história, assim como aconteceu comigo. Consegui transformar veneno em remédio, comprovando a força deste maravilhoso budismo. Com essa disposição, sigo avante. Março é o mês de Kofu e estou determinada a vencer também. Muito grata e feliz, plenamente! Com os companheiros da comunidade local Lilia de Fatima Bezerra, 62 anos. Artesã. Na BSGI, atua como responsável pela DF da Comunidade Centro, Distrito Carioca, CGERJ. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 560, 2020. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.201, 26 out. 2013, p. D22. 3. Idem, ed. 2.076, 19 mar. 2011, p. A11. Fotos: Arquivo pessoal
07/03/2024
Notícias
BS
Ler para saber como vencer
Uma iniciativa vem criando um ambiente de pleno desenvolvimento na vida dos integrantes da Regional Pimentas, RM Arujá, cujos membros residem em Guarulhos, na Grande São Paulo. Tudo começou quando as atividades presenciais foram reiniciadas. As lideranças se organizaram para vencer o desafio de reconectar os membros, indo ao ponto crucial da mudança. “Aproximar cada coração ao coração de Ikeda sensei”, relata Marcia Regina Francisco, responsável pela Divisão Feminina (DF) da regional. Ela acrescenta: “Onde mais temos a oportunidade de ler os direcionamentos mais atuais do Mestre e as matérias que nos ajudam a transformar a vida?”. A resposta veio em consenso quando, juntos, pensaram numa forma de incentivar os membros a ler e a aplicar na vida os conceitos expressos nos periódicos da Editora Brasil Seikyo. Surgiu a atividade “Meu Amigo BS”, abraçada pelos quatro distritos da regional: Pimentas, Paraíso, Brasília e Tupinambá. Uma vez por mês, em encontro on-line, dividem a edição do Brasil Seikyo em quatro partes entre os distritos, e no dia da reunião cada grupo compartilha suas reflexões sobre o que leu e o que fez sentido em seus dias, deixando aquele gostinho de ‘quero mais” para os outros voltarem para casa e lerem também, como reforça Eliana Aparecida Souza Cruz, vice-responsável pela DF do Distrito Pimentas: “Essa atividade vem fazendo um grande diferencial, os membros vêm despertando a cada encontro, desafiando-se a adquirir o ‘Meu Amigo BS’, estreitando laços e avançando”. E a vice-responsável pela DF de comunidade no Distrito Paraíso, Erica de Moura, reconfirma: “Muitas pessoas que desistiram de renovar a assinatura por dificuldades com a tecnologia agora estão retornando, incentivadas por esse movimento maravilhoso”. O hábito de leitura cada vez maior e a troca de incentivos vêm gerando, portanto, resultados muito comemorados na localidade. “Depois que começamos a fazer desse modo, além de aumentar as assinaturas, a gente percebe que os membros ficam felizes de ler um trecho do BS na atividade”, ressalta Ricardo do Nascimento, responsável pela Comunidade Tupinambá. Para Julia Franscisco Leandro, responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ) de bloco, “É uma excelente reunião, pois pomos em prática e levamos para a vida a troca de incentivos uns com os outros”. Esse tem sido o vibrante resultado alcançado com a integração de todos, assim como nas palavras da responsável pela Divisão Feminina da Regional Pimentas, representando as lideranças: “No retorno das atividades eram onze assinantes e hoje atingimos 72. É maravilhoso constatar que mês a mês esse número se amplia, com os membros orgulhosos de ter o ‘Amigo BS’ e ser um leitor ativo, extraindo do papel ou do aplicativo força para saber como vencer. Temos acesso às mais recentes orientações do Mestre, e agora sem a presença física dele, cada vez mais o BS cumpre esse papel de nos deixar próximos do coração de Ikeda sensei. Muita gratidão”. Convite elaborado pela Divisão dos Jovens No topo: Aspecto dos participantes no último encontro Foto: Colaboração local
07/03/2024
Especial
BS
Gratidão como fonte da felicidade
Ter gratidão é um exercício diário e contínuo de autoaprimoramento, e sua importância vem sendo cada vez mais reconhecida na sociedade. Esse tema também tem sido alvo de pesquisas de instituições acadêmicas pelo mundo, que buscam traduzir as sensações e os reflexos desse sentimento em nossos dias. Com sua sabedoria milenar, o budismo já sinalizava, desde os seus primórdios, a importância de saldar as dívidas de gratidão, ou seja, retribuir o bem que alguém nos faz. Isso contribui para reconhecermos pontos positivos em meio à realidade, construirmos uma condição inabalável para vencer na própria vida e desenvolvermos uma sociedade de paz. Esta matéria traz reflexões sobre essas assertivas, revelando as condições para uma vida de felicidade plena. Mudanças visíveis na saúde Ser uma pessoa grata não é fingir que os problemas ao redor não existem. Pelo contrário, é encontrar aspectos positivos em meio aos desafios diários, ressignificar o passado e olhar o futuro com lentes coloridas. Algumas pesquisas científicas têm despertado a atenção para a relação do aumento da qualidade de vida das pessoas e o comportamento de ser grato. A pesquisadora Fuschia Sirois, da Universidade de Sheffield, na Inglaterra, estuda a gratidão, a compaixão e o papel de ambas em nossa saúde e em nosso bem-estar. Seus estudos com mais de 5 mil pessoas demonstraram que desenvolver a gratidão permite às pessoas se concentrar e apreciar os pontos positivos da vida, evitando ficar presas aos problemas do dia a dia, o que pode trazer benefícios como dormir melhor e adotar hábitos de vida saudáveis, como a boa alimentação e a prática de exercícios físicos. Os estudos indicam que reconhecer o lado positivo de situações em meio à realidade libera a dopamina e a serotonina, hormônios responsáveis pela sensação de bem-estar e regulação do humor, o que diminui o estresse, a ansiedade e os pensamentos negativos, aumentando o alívio das dores físicas e fortalecendo o sistema imunológico de pessoas com doenças crônicas.1 Exercitar a gratidão, portanto, é uma forma de ensinar o cérebro a reinterpretar acontecimentos, ações individuais e coletivas de forma positiva, elevando a autoestima e desenvolvendo uma perspectiva de vida otimista, confirmam especialistas. Relações humanas Outro aspecto a ser observado é que o ser humano é social por natureza e, consequentemente, desenvolve relações com outros indivíduos, criando estruturas sociais. Apesar de muitas pessoas não pararem para analisar sua relação com as demais ao redor, ao exercer suas funções e atividades diárias, todas se relacionam direta ou indiretamente e estão interligadas, em maior ou menor nível. Eis um exemplo para ilustrar esse ponto. Ao contemplar uma roupa anunciada numa loja, é possível analisar cada etapa de sua fabricação, incluindo a produção do algodão, a matéria-prima do tecido, que foi plantado, cultivado e colhido por alguém. Em seguida, ocorre o manuseio do material transformado em fios por um indivíduo e usado por outro para costurar esse traje. A partir daí, a peça costurada é embalada, separada e transportada por mais outras pessoas para a loja, onde será vendida por um funcionário até chegar a quem a usará. Nesse exemplo, pode-se perceber que uma grande quantidade de indivíduos está envolvida com o simples ato de comprar uma roupa em uma loja. Assim, existe um vínculo, mesmo que discreto, entre as pessoas, e todas são interdependentes de alguma forma, seja produzindo um bem, cultivando alimentos ou executando serviços. Outro exemplo são as tarefas de cuidados, limpeza e organização realizados, desde a nossa infância, por parentes, amigos e outros. Notar a importância desses vínculos no dia a dia amplifica a compreensão de quanto o exercício da gratidão nos auxilia a desenvolver relações humanas de valor. Tudo depende da disposição Embora seja uma prática comprovadamente benéfica para a vida, fruto de um exercício diário e contínuo, pode não ser tão simples “agradecer”, principalmente quando o momento presente nos traz alguma angústia ou questão mal resolvida. Para manifestar o sentimento de gratidão, é preciso repensar situações que acontecem no cotidiano, reconhecendo seu verdadeiro aspecto de forma positiva, para si e para os outros. Neste aspecto, o budismo apresenta uma visão que vai ao cerne da questão. A prática do Nam-myoho-renge-kyo, elucidada pelo buda Nichiren Daishonin no século 13, nos faz despertar para nosso mais elevado potencial que transforma dificuldades em combustível para a vitória. Dessa forma, o modo de vida de um budista ao se deparar com uma realidade imersa em desafios é tornar o momento presente a causa essencial para a transformação. Bom exemplo dessa conduta é identificar desafios superados no passado, isto é, lembrar-se daquele objetivo tido como impossível e agora conquistado com esforços, e implementar uma mudança de comportamento para transformar o ambiente ao redor. Isso porque valorizar a grande luta pessoal empreendida nos ajuda a desenvolver uma percepção positiva sobre o nosso próprio potencial e mostra que o desafio à frente também pode ser vencido. A prática budista nos capacita a manifestar nosso estado de buda, evidenciando sabedoria e coragem para nos direcionar a adotar atitudes como esta. Essa é a realidade vivenciada por milhões de membros da Soka Gakkai Internacional (SGI) em 192 países e territórios. Ser plenamente feliz Comumente, ouve-se dizer que uma pessoa feliz é uma pessoa grata. O Budismo de Nichiren Daishonin propõe, portanto, o caminho para transformar as dificuldades, manifestar gratidão pelo simples fato de estar vivo, fazendo da felicidade um estado de espírito perene e inabalável, que não sucumbe diante dos problemas. O presidente Ikeda cita seis pontos que devem ser fortalecidos para conquistar essa felicidade plena (confira no quadro). Novamente, assumir a mudança na percepção do próprio potencial no momento presente influencia o modo de agir para solucionar os problemas. Esta é a chave da virada. De repente, aquela vida que parecia estar imersa em sofrimento encontra uma solução. A situação presente pode ser mudada para melhor de acordo com a renovada decisão de se levantar e alterar de forma positiva a realidade. Um coração que a tudo vence. No romance Nova Revolução Humana, obra de trinta volumes de autoria de Ikeda sensei, ele nos auxilia a ponderar sobre o estilo de vida de quem manifesta o espírito de gratidão: O budismo ensina que o que mais importa é o coração. Aqueles que têm gratidão são felizes, sua vida é rica em vitalidade e alegria, são dinâmicos e alegres e têm imensa boa sorte. Por outro lado, aqueles que não têm gratidão são infelizes, e têm o coração obscurecido e pobre. Estão sempre descontentes, são cheios de inveja e ressentimento e vivem se lamentando. Desta forma, isolam-se dos demais e gradativamente acabam com toda esperança e boa sorte. Eles destroem a própria felicidade e entram em um estado de vazio e desespero. Pessoas arrogantes e que carecem de gratidão também são infelizes e solitárias. É o espírito da gratidão que dá origem a uma vida brilhante.2 Assim, pessoas que exercitam a gratidão têm o coração rico de esperança e de coragem, por isso se desenvolvem e se aprimoram, construindo a realidade que desejam e levando a felicidade às demais pessoas. Gratidão para a paz Basicamente, para realizar qualquer atividade no cotidiano, precisamos de outras pessoas. Reconhecer isso pode ser o início para repensar como está a nossa relação com os demais e empreender iniciativas para promover a paz e a felicidade na própria localidade. Na escritura Saldar as Dívidas de Gratidão, Nichiren Daishonin afirma: “Então, o que podemos dizer das pessoas que estão se devotando ao budismo? Com certeza, elas não devem se esquecer das dívidas de gratidão que têm para com seus pais, seu mestre e sua nação”.3 Encontramos nos ensinamentos do Budismo Nichiren como saldar as dívidas de gratidão e nos desenvolver como seres humanos de valor. Sobre essa postura, Ikeda sensei frisa: Se vivermos com senso de gratidão, jamais nos veremos num beco sem saída na vida. A firme determinação de demonstrar gratidão por nossos pais, mestres e por todos que nos ajudaram a nos tornar a pessoa que somos hoje pode atuar como uma força propulsora de nosso autoaprimoramento.4 Em outras palavras, o exercício da gratidão é fazer a própria revolução humana, conduzindo uma vida de valor. Essa prática cotidiana contribui não apenas para a manutenção da saúde, promovendo o bem-estar emocional e psíquico, mas também expande os laços de humanismo para a construção de uma sociedade de paz. Seis condições para a felicidade Ikeda sensei destaca os pontos que devemos construir em nós mesmos para sermos felizes. Senso de realização Uma pessoa feliz vive todos os dias com sensação exultante, objetivos claros, satisfação da tarefa cumprida e profundo senso de propósito. Possuir uma profunda filosofia Nesta época repleta de maldade que o budismo chama de Últimos Dias da Lei, praticar uma filosofia que permite se empenhar pela felicidade dos outros, como o budismo, é a maneira mais nobre de viver. Ter convicção É importante manter resolutamente suas convicções, aconteça o que acontecer, tal como Daishonin ensina. Quem tem essa inabalável convicção certamente é feliz. Viver com alegria e entusiasmo Considerar tudo sob uma luz positiva ou um espírito de boa vontade significa ter sabedoria para realmente mover tudo numa direção positiva, encarando sempre pela melhor perspectiva, ao mesmo tempo que se mantém os olhos fixos na realidade. Coragem As pessoas corajosas superam tudo. Os medrosos, por outro lado, falham sem saborear as verdadeiras e profundas alegrias da vida. Tolerância Aqueles que são tolerantes e de mente aberta deixam as outras pessoas confortáveis e tranquilas. Não somente os que possuem um coração amplo são felizes, como todos ao redor também são felizes. Fonte: Cf. IKEDA, Daisaku. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz - Parte 1: A Felicidade. São Paulo:Editora Brasil Seikyo, 2024 (1ª edição, 2ª reimpressão), p.39-44. Para ouvir Confira o poema de Ikeda sensei sobre o tema gratidão no episódio “Sinfonia da felicidade” com riqueza no coração do podcast da seção Em Dia com Sensei, em https://www.brasilseikyo.com.br/podcast/programa/4/episodio/sinfonia-da-felicidade-com-riqueza-no-coracao/181 Notas: 1. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-57767232. Acesso em: 7 fev. 2024. 2. IKEDA, Daisaku. Estrela Guia. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 13, p. 131, 2019. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 722, 2020. 4. IKEDA, Daisaku. Pode Haver uma História Mais Maravilhosa que a Sua? São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2018. p. 65.
22/02/2024
Conheça o Budismo
BS
Acenda a lamparina do seu coração
Existe uma parábola budista que ilustra os grandiosos benefícios de um oferecimento sincero relatada em um sutra budista e mencionada por Nichiren Daishonin em uma carta de incentivo a uma seguidora que lhe enviara doações. A parábola também é citada no volume 26 do romance Nova Revolução Humana, de autoria do presidente Ikeda, como segue: Esse conto ensina que o oferecimento sincero de uma mulher foi muito mais valioso que magníficas oferendas de pessoas ricas. Trata-se da história de uma mulher pobre que viu diversos reis e homens abastados doando lamparinas como oferecimento ao Buda e quis fazer o mesmo. Embora fosse tão pobre a ponto de não ter o que comer, comprou óleo para uma pequena lamparina e a ofereceu ao Buda. A mulher pobre foi até o Monastério Jetavana, onde o buda Shakyamuni morava na época. Lá, havia muitas lamparinas acesas, oferecidas por outras pessoas, brilhando intensamente. A mulher depositou sua pequena lamparina ao lado das demais e prometeu: “Embora seja pobre, ofereço esta lamparina com toda a minha sinceridade. Que, com o mérito que obtiver, eu possa alcançar uma brilhante sabedoria na próxima vida e iluminar a escuridão de todos os seres vivos”. Na manhã do dia seguinte, todas as outras lamparinas haviam se apagado. Somente a da mulher pobre continuava acesa. Mesmo quando os discípulos do Buda tentaram apagá-la, a chama não se extinguiu. O Buda afirmou que a lamparina jamais poderia ser apagada, mesmo que fosse engolida pela água dos quatro oceanos ou golpeada por ventos fortes. Isso porque a lamparina foi oferecida por alguém que acalentava o grande desejo de conduzir todos os seres vivos à iluminação. O que importa é a sinceridade. Se mantivermos uma fé inabalável, poderemos acender a lamparina da boa sorte capaz de iluminar todo o Universo.1 Gratidão e sinceridade No budismo, o espírito fundamental da doação é o sentimento de gratidão e de sinceridade. São inúmeras as passagens das escrituras em que Nichiren Daishonin enaltece esse espírito manifestado por seus discípulos ao oferecerem algo a ele, ao mesmo tempo em que lhes assegura imensuráveis benefícios. Mesmo no Budismo de Shakyamuni, há diversas passagens e parábolas que ensinam sobre a importância da sinceridade no ato de contribuir em prol da Lei Mística e os benefícios resultantes disso. Vale ressaltar que a sinceridade descrita no budismo está sempre associada a algum tipo de ação concreta e desafiadora à altura das circunstâncias vividas pelo praticante da doação. Formas de doação Na verdade, quando praticamos o budismo, estamos a todo momento contribuindo com alguma forma de doação, seja material ou não. Ao realizar a prática diária do gongyo e do daimoku, fazemos oferecimentos de incenso, velas, águas, frutas e ramos verdes. Ao nos relacionarmos com familiares, colegas de trabalho, amigos e companheiros da BSGI, podemos oferecer um olhar gentil, palavras calorosas, atitudes cordiais e sinceras, ou seja, pormos em prática o respeito ao outro, prezando cada pessoa a começar por aquela que está à nossa frente naquele momento. Também existem incontáveis membros da Soka Gakkai pelo mundo que oferecem a residência ou outro local específico para a promoção das atividades pelo kosen-rufu. A própria participação nessas atividades com o propósito fundamental de cumprir o desejo do próprio Buda, visando à felicidade da humanidade, é um nobre ato de doação, assim como ao nos empenhar para realizar a propagação do budismo (shakubuku), buscando a felicidade das pessoas, mesmo enfrentando várias dificuldades. Outra importante forma de doação é a participação sincera no suporte financeiro às atividades (Kofu), um oferecimento material que possibilita a promoção das atividades e a manutenção de seus locais de realização, comparável às doações oferecidas diretamente a Nichiren Daishonin durante a sua existência. Também no romance Nova Revolução Humana, Ikeda sensei comenta sobre isso: A contribuição na Soka Gakkai difere das coletadas costumeiramente na sociedade, pois a iniciativa de participar está fundamentada na prática da fé, na sincera e fervorosa fé – dessa forma os louvores de Nichiren Daishonin e os benefícios dessa dedicação são imensuráveis. (...) Essa contribuição é destinada exclusivamente para cumprir o sagrado desejo de Daishonin de realizar o kosen-rufu. E se é promovida com essa finalidade, é então um oferecimento ao Buda. Sendo assim, não há outro oferecimento ou outro grande bem que supere a contribuição promovida na Gakkai, e os benefícios provenientes desse nobre ato serão imensuráveis.2 Iluminar a todos Não há formas melhores ou piores de oferecimentos. Todas são igualmente importantes, contanto que se leve em consideração espírito, a sinceridade de como foram feitos e o empenho da pessoa para fazê-lo. Essa deve ser a base do espírito de doação — uma sincera prática da fé. Esta constitui, na verdade, uma poderosa causa para a revolução humana. Naturalmente, a solução de problemas e a melhoria na qualidade de vida com base na prática da fé são tipos de benefício. Mas o benefício maior da prática budista é a iluminação — a conquista da felicidade absoluta. Comprovando esses benefícios na vida diária, é preciso crescer constantemente na prática da fé objetivando a felicidade absoluta. Nichiren Daishonin declara: Ensinarei ao senhor como se tornar um buda com facilidade. Ensinar algo a outra pessoa é como lubrificar as rodas de uma carruagem a fim de que girem, ainda que esta seja pesada, ou como pôr um barco na água para que navegue sem dificuldade. A maneira para se tornar um buda facilmente não tem nada de especial. É como dar água a alguém sedento em época de seca, ou como acender fogo para uma pessoa que está morrendo de frio; também é como dar algo único a outra pessoa, ou fazer uma doação ainda que ao custo da própria vida.3 Além disso, Daishonin afirma: “Se acender uma lamparina para uma outra pessoa, iluminará também o seu próprio caminho”.4 Todos são indivíduos de valor. O Buda ressalta que respeitar os outros constitui a base da prática do Sutra do Lótus, e que concretizar o shakubuku é conduzir a prática desse bodisatva. Quando nos empenhamos de corpo e alma a encorajar as pessoas, convictos de que cada uma delas possui uma missão preciosa, somos capazes de revelar o potencial não só dessas pessoas, mas o nosso também. Doar (e, sobretudo, doar-se) é uma ação que deve nascer do coração, com espírito elevado proveniente de uma prática da fé sincera. Leia mais No encarte Guia para a Vitória, que acompanha esta edição do Brasil Seikyo. Fontes: Brasil Seikyo, ed. 1.989, 30 maio 2009, p. A2. Idem, ed. 1.660, 20 jul. 2002, p. A6. Idem, ed. 1.661, 27 jul. 2002, p. A6. Idem, ed. 1.662, 10 ago. 2002, p. A6. Idem, ed. 1.663, 17 ago. 2002, p. A6. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Líderes Audazes. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 26, p. 186-187, 2020. 2. Idem. Triunfo. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 4, p. 101-108, 2018. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 353, 2017. 4. Nichiren Daishonin Gosho Zenshu [Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, p. 1598. Ilustração: GETTY IMAGES
22/02/2024
Relato
BS
As bases da vitória na juventude
O que mais me encanta na prática budista é o fato de aprendermos que tudo está dentro de nós, conquistando a sabedoria por meio da prática da fé para não culpar as questões externas nem os outros, nem mesmo desistir diante dos impasses da vida. E olha que são muitos. Sou Luciana, tenho 29 anos, moro com meu pai no bairro Vila Natalia, zona sul de São Paulo, SP. Quero dividir com vocês alguns marcos da minha trajetória até aqui. Para começar, vou direto a uma orientação de Ikeda sensei que faz todo sentido para mim: As pessoas que mais sofrem serão as mais felizes — este é o grande benefício da prática da fé. As divindades protetoras do universo agirão onde ressoa o som intermitente do daimoku. Quaisquer que sejam os infortúnios serão transformados em remédio que infalivelmente abrirá a saída para a conquista da vitória.1 Venho comprovando essa máxima depois de passar por duras perdas. Uma delas foi a partida de duas pessoas muito importantes para mim: minha amada avó e minha grandiosa mãe. Isso foi em 2016. Minha avó tinha 97 anos, mas, apesar da idade avançada, ela frequentava firmemente as atividades da BSGI. Era muito querida e conhecida por todos, a eterna Maria Gatto. Ela faleceu serenamente, e até esse dia minha mãe, Denise Gatto, era a pessoa mais dedicada aos cuidados de minha avó, já que meu pai, Jorge, e eu trabalhávamos fora. Um mês depois minha mãe também faleceu. Em menos de dois meses, portanto, não tinha minha avó nem minha mãe por perto, minha relação com meu pai não era bem resolvida e ainda estava em um relacionamento tóxico. Daí veio o segundo baque: perdi a confiança em mim mesma, desenvolvi depressão severa, sem forças até para me levantar da cama. Nasci numa família budista e, sendo da terceira geração de praticantes, sempre tive a oportunidade de conviver no ambiente Soka. Muitas vezes não nos damos conta, mas confesso que meu refúgio era justamente esse, pois só a recitação do Nam-myoho-renge-kyo me dava energia para encarar esse período. Também busquei ajuda de profissionais da saúde mental. Até que, na metade daquele ano, já estava exausta de sofrer e decidi me reerguer. O incentivo do Mestre Desde os meus 23 anos, passei a integrar a Orquestra Filarmônica Brasileira do Humanismo Ikeda (OFBHI), criada pelas próprias mãos do Mestre. Precisava então fazer valer os acordes da esperança em meu coração. Voltei aos ensaios com toda a força. Assumi também meu papel de jovem protagonista na organização de base. Em casa, desafiava-me na recitação de quatro horas de Nam-myoho-renge-kyo por dia, porque queria ter a minha alegria de volta. Luciana posa com os companheiros da OFBHI após uma apresentação Estava num momento desafiador, e decidi escrever uma carta para nosso mestre, convicta de mudar aquele ambiente: superar os medos, passar na faculdade e ir agradecer-lhe no próximo ano no Japão. Para minha surpresa, ele respondeu com palavras de incentivo que me fortaleceram a não ceder à derrota. Ambiente da vitória Terminei o relacionamento tóxico, recuperei minha saúde com o tratamento, passei de ano na faculdade, consegui um estágio com o dobro do salário anterior e meu pai e eu até os dias de hoje somos muito amigos. Conforme havia determinado, em abril de 2017, fui ao Japão e fiz meu juramento no Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu (Daiseido) de jamais abandonar a organização e de incentivar e apoiar a todos ao redor, dando continuidade ao legado das minhas queridas avó e mãe. Profissão expande Na época da viagem, eu estagiava em uma empresa bem-conceituada e com ótima remuneração. Fiz entrevistas para efetivação, falhando em todas e ainda fiquei desempregada pela primeira vez na vida. A recolocação não acontecia e foi quando decidi quebrar aquele ciclo de duvidar das minhas habilidades. Realinhei minha postura na prática da fé e listei os objetivos que desejava numa empresa. Estabeleci valor mínimo de salário, ambiente harmonioso, benefícios, localização e tudo o mais. Com a lista definida, resolvi me dedicar como nunca às atividades da BSGI e à orquestra. Eu me preparei muito para cada uma das entrevistas, mas principalmente fui criando um “eu” que não fosse abalado pelos “nãos”. Finalmente, encontrei uma empresa, onde trabalho hoje, que oferece absolutamente todos os benefícios que pontuei e outros, tais como o antigo sonho de poder viajar pela empresa. Vitória! Simbologia de um juramento Como jovem Soka, aprendi a valorizar cada significado na relação com Ikeda sensei, que sempre confiou em nossas potencialidades. Em 2022, um marco despertou ainda mais minha gratidão. Desde 2019, estava estudando muito espanhol e inglês e me dedicando ao trabalho. Com isso, recebi duas promoções. Também segui pela primeira vez em uma viagem internacional, indicada a fazer parte de um projeto no México. Em agosto desse mesmo ano, fui até aquele país e tive a oportunidade de conhecer o Anjo da Independência, símbolo narrado por Ikeda sensei na Nova Revolução Humana, referindo-se a um sonho do seu mestre, Josei Toda, visualizando ter viajado ao México. Foi muito místico. Luciana em viagem ao México No ano passado (2023), recebi mais duas promoções e, atualmente, sou gerente de projetos na empresa. Realizei ainda viagens incríveis para a América do Sul e a Europa, enriquecendo minha vida de cultura e novas amizades. Na organização de base, estamos agora envolvidos em conectar mais e mais jovens pela paz, unidos no movimento da Juventude Soka. No lugar do Mestre e pela eternidade, abraçar o legado do kosen-rufu deixado por ele. Agradeço por todas as oportunidades na Gakkai, na organização de base e na Orquestra, e pelos direcionamentos e incentivos do Mestre, que me permitem seguir em frente com confiança. Muito obrigada! Luciana em visita com algumas das jovens de sua localidade Luciana Yoko Gatto Katecare, 29 anos, gestora de projetos. Na BSGI, é líder da Divisão Feminina de Jovens da RM Ipiranga, CNSP. Assista vídeo do relato da Luciana No topo: Luciana com o pai, Jorge, por ocasião de formatura Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.430, 4 ago. 2018, p. A2. Fotos: Colaboração local
10/02/2024
Notícias
BS
Unidos e motivados
A expectativa dos jovens das duas RM que compõem a Sub. Tijuca, do Rio de Janeiro, tomou forma na promoção do Festival Cultural Soka, no último dia 28 de janeiro. Tudo foi pensado para proporcionar um ambiente inspirador para membros e convidados, expandindo princípios humanísticos na sociedade. Com o apoio da Divisão Sênior (DS) e da Divisão Feminina (DF), o local escolhido foi o Teatro Noel Rosa, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O sentimento que permeava a mente dos jovens das RM Tijuca e Maracanã era de celebrar a diversidade, baseado no princípio da “cerejeira, ameixeira, pessegueiro e damasqueiro”. Esse conceito discorre sobre o respeito à diversidade presente na essência do Budismo Nichiren e sobre a dignidade e o valor de cada pessoa. Outro ponto foi de levar esperança ao coração das pessoas baseado nos ensinamentos do Gosho de Nichiren Daishonin, intitulado O Inverno nunca Falha em se Tornar Primavera.1 “A proposta foi a de traduzir esses revitalizadores ensinamentos do Buda em apresentações que levassem ao público inspirações para cultivar dentro de si os conceitos humanísticos de paz, cultura e educação, como sempre nos direcionou nosso mestre, Dr. Daisaku Ikeda”, esclarece o líder da Divisão Masculina de Jovens (DMJ) da Sub., João Guilherme Vidal do Nascimento, representando as lideranças jovens locais. Para isso, “envolvimento” foi palavra de ordem. Os participantes das apresentações culturais se desafiaram ao máximo para aprender as músicas, coreografias e representar os personagens do teatro. Foram semanas de vários esforços nos ensaios, especialmente considerando que muitos nunca tinham feito parte dos grupos de apresentação da BSGI e não possuíam experiência na área artística. Outros eram convidados dos membros da Sub. Tijuca e não tinham vínculo ainda com a organização. Dentre os componentes das apresentações, das comissões e dos grupos de bastidores, foram envolvidas cerca de oitenta pessoas. “O festival extrapolou as expectativas. Foi um orgulho ver o Budismo Nichiren sendo transmitido de forma leve, correta e com muita alegria. Ao apresentar a BSGI aos convidados, ficou claro que é uma verdadeira academia de valores humanos”, ressalta Angela Nascimento, veterana do Distrito Mariz e Barros, da RM Maracanã. Para os envolvidos, o festival foi um exemplo de vitória da revolução humana, no qual organizadores e participantes exercitaram-se em superar as limitações. “Foi a vitória do discípulo Soka buscando corresponder ao coração do Mestre e desafiando muito mais daimoku”, enfatizam as lideranças da Sub. Tijuca, selando o compromisso dos seus integrantes de concretizar infalivelmente o objetivo de cem jovens em todos os distritos. “Sensei, conte com a Sub. Tijuca!”. No topo: Cena do encerramento do festival cultural da Sub. Tijuca, coroado de vitórias e de renovadas determinações dos participantes Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 559, 2020. Foto: Colaboração local
10/02/2024
Especial
BS
Os quarenta anos da terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil
Neste mês, celebram-se quatro décadas desde a terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil, em 1984, momento memorável e decisivo do movimento pelo kosen-rufu no país. Brasil Seikyo inicia a publicação de uma série especial sobre esse evento comemorado com carinho e decisão pelos membros da BSGI como ponto de partida de um vigoroso desenvolvimento rumo ao futuro. Emoção e juramento A terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil, em 1984, ocorreu depois de dezoito anos de espera após a sua vinda anterior em 1966. Um marco revestido de emoção e renovado juramento. A emoção é de revivermos juntos os dez dias inesquecíveis ao lado do Mestre, capazes de secar as lágrimas de tristeza e de saudade pela longa espera. O juramento fica por conta do significado que essa comemoração encerra. Neste 2024, “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”, e assumindo o bastão da luta de mestre e discípulo agora sem a presença física de Ikeda sensei, os membros se voltam para a comprovação da luta do discípulo em todas as frentes de atuação, segurando firme a bandeira do movimento pelo kosen-rufu, legado deixado por Ikeda sensei. De forma inédita, e mais uma vez assumindo seu lugar como protagonistas no palco do kosen-rufu, os jovens criam em toda a BSGI um ambiente de esperança renovada, unindo coração a coração, conectando, um a um, os jovens pela paz. Com os memoráveis momentos da visita de Ikeda sensei em 1984 como fundo de cena, preparamos uma série de matérias, que, a partir desta edição, se propõe a estimular no coração dos leitores o orgulho, a honra e a renovada determinação de construirmos juntos uma era de humanismo, de respeito máximo pela dignidade da vida e da alegria contagiante rumo a 2030, centenário da Soka Gakkai. Vamos selar com vitórias essa significativa celebração, comprovando os benefícios da prática da fé e o envolvimento no movimento jovem. Dez dias que fizeram história: emoção e renovado avanço De 19 a 29 de fevereiro de 1984, a agenda da terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil contemplou encontros com autoridades, visitas e o ápice de sua participação no Festival Cultural-Esportivo da SGI, considerado por ele o terceiro melhor do mundo. Ele descreveu numa obra de sua autoria, intitulada Nova Revolução Humana (NRH), várias passagens desses momentos vividos com os brasileiros. Por exemplo, recortamos trechos de sua chegada, no dia 19. As palavras do Mestre ecoaram fortemente no coração dos membros, em especial dos veteranos, que, com suor próprio e dedicação, romperam o ciclo em que nossa organização era vista com olhos maldosos por alguns. Transformaram veneno em remédio, assim como aprendemos nos escritos de Nichiren Daishonin. Para acompanhar o desenrolar dessa trajetória, trazemos, nesta primeira matéria da série, alguns bastidores até essa grandiosa conquista de recebermos Ikeda sensei em terras brasileiras, dignamente. Vamos juntos nessa viagem? A visita cancelada, dez anos antes, e o levantar-se Em 1974, estava prevista a vinda de Ikeda sensei ao Brasil, oito anos após a sua segunda visita, em 1966. Em torno dos líderes centrais, os membros da BSGI direcionavam esforços para a expansão do humanismo Soka na sociedade, transmitindo a Lei Mística com o melhor de si. E para a tão sonhada recepção ao Mestre, um grande festival cultural foi programado para março daquele ano. Porém, às vésperas do evento, chega uma notícia que abalou a todos: o visto de entrada do presidente Ikeda ao país havia sido negado. A atividade transcorreu conforme o planejado, e todos ouviram a leitura da mensagem enviada pelo Mestre, a qual se tornou diretriz de luta: “Mesmo que o nosso encontro não tenha sido possível nesta oportunidade, no meu coração está vivo o dinâmico entusiasmo de todos os senhores. Espero que mantenham o ânimo e construam famílias realmente felizes por todos os recantos do Brasil. Realizem também com alegria e coragem o kosen-rufu da querida terra brasileira que possui ilimitado potencial para um futuro promissor. A vitória e a derrota não podem ser avaliadas somente por uma questão momentânea; devem ser vistas a longo prazo. Eu irei sem falta ao Brasil. Estarei infalivelmente com vocês num breve futuro”. Uma nova decisão começou a brilhar nos olhos cheios de lágrimas dos figurantes.1 A partir desse juramento, a BSGI empreendeu esforços para transformar as circunstâncias e tornar possível a vinda de Ikeda sensei ao país. Envolveu-se na sociedade para provar a veracidade dos ideais de paz defendidos pela Soka Gakkai e abraçados com a própria vida pelo Mestre. Foram intensificadas ações culturais de apoio, como a participação de 8 mil membros nas comemorações do 153º aniversário da Independência do Brasil, a convite da Prefeitura de São Paulo. Ao presenciar pela primeira vez a exibição de um painel humano, o público ficou impressionado com a grande cena formada por 5 mil integrantes da BSGI, que preencheram a arquibancada do Estádio do Pacaembu, em São Paulo. Posteriormente, a BSGI marcou presença nas comemorações dos quinze anos de Brasília, a pedido do governo do Distrito Federal, no qual 5 mil componentes viajaram 1.200 quilômetros para se apresentar na atividade. Foram utilizados mais de 130 ônibus para o traslado. Esses dois eventos, que determinaram a avaliação da organização pela sociedade brasileira, foram promovidos, respectivamente, em setembro de 1974 e em abril de 1975. Podemos dizer que a “tristeza de março de 1974” impulsionou o levantar de uma nova BSGI, acarretando o desabrochar ainda mais magnífico do potencial inerente a cada um dos seus integrantes. Em 24 de agosto de 1977, data do 30º aniversário de conversão do presidente Ikeda ao Budismo de Nichiren Daishonin, foi inaugurado o grande baluarte do kosen-rufu do Brasil, o Centro Cultural da BSGI. Todos se esforçavam ao máximo buscando a concretização da terceira visita do presidente Ikeda ao Brasil. Movidos por sentimentos genuínos, levantaram-se, com base na sincera recitação do daimoku. Os jovens, por sua vez, se ergueram e, com determinação, embarcaram rumo ao Japão, com a missão de representar a decisão dos membros de fazer acontecer a tão sonhada vinda do Mestre ao país. Com os companheiros da BSGI de Brasília em parque da capital federal (fev. 1984) Jovens vão ao encontro do Mestre Ikeda sensei também fez questão de deixar registrado na Nova Revolução Humana o encontro mantido com o grupo de 38 jovens brasileiros que foram ao Japão participar de um curso de aprimoramento. Da agenda, além das atividades em Tóquio e em Osaka, estava programado um curso de três dias no Centro de Treinamento de Kyushu, em Kirishima, ao sul do Japão. Com sincero sentimento, Ikeda sensei elogiou o empenho de todos de viajar longa distância, ao mesmo tempo em que lhes confiou a promessa de visitar, sem falta, o Brasil. Denominou-os de Grupo Kirishima do Brasil. O presidente Ikeda não mediu esforços para eternizar aquele momento, oferecendo-lhes músicas ao piano e, ao término da apresentação, apertou a mão de cada um dos componentes, oferecendo-lhes as seguintes palavras: “— Jamais me esquecerei do rosto de vocês, valen-tes companheiros de espírito de procura. Mas, vamos nos encontrar novamente. A próxima vez será no Brasil!”.2 Integrantes do Grupo Kirishima em foto comemorativa com Ikeda sensei, na primeira fileira, ao centro (Kyushu, Japão, jul. 1983) E o grande dia chegou! No dia 19 de fevereiro de 1984, às 9h40, a aeronave que trazia Ikeda sensei pousa em São Paulo, SP. “Eu estou muito feliz”, assim ele expressou a alegria incontida em ser recepcionado. Diferentemente das condições de sua recepção em 1966, agora era homenageado pelos governantes. O próprio presidente da República na época, João Baptista Figueiredo, enviou uma carta pessoal convidando o presidente Ikeda para uma visita às terras brasileiras dois anos antes. Além de ser um fato marcante na vida de todos os membros, o primeiro e o segundo presidentes da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda, foram homenageados com o nome em logradouros de algumas cidades. O Brasil vencera, junto com o Mestre. Nas próximas matérias da série “Os Quarenta Anos da Terceira Visita de Ikeda Sensei ao Brasil”, vamos trazer cenas e reflexões decorrentes das atividades em Brasília e em São Paulo, promovidas nos dez dias de Ikeda sensei em terras brasileiras em 1984. Aguarde! Programação básica da visita de Ikeda sensei ao Brasil em 1984 19/2 Chegada ao Brasil, às 9h40. 20/2 Visita pela primeira vez o Centro Cultural da BSGI em São Paulo, SP. 21/2 Encontro com o então presidente da República João Baptista Figueiredo no Gabinete da Presidência em Brasília, DF. 23/2 Encontro com a presidente executiva da Legião Brasileira de Assistência (LBA), Lea Leal, no Gabinete do Ministério da Previdência Social, onde foi recebido pelo ministro interino Dr. Jofran Frejat Encontro com a ministra da Educação e Cultura, Esther de Figueiredo Ferraz. Encontro com o ministro das Relações Exteriores, Saraiva Guerreiro. Encontro com o reitor da Universidade Federal de Brasília, Dr. José Carlos de Almeida Azevedo, ocasião em que o presidente Ikeda doou mil livros à instituição e se iniciou um intercâmbio entre a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade Soka. 25/2 Incentivo aos participantes do festival cultural durante o ensaio geral no Ginásio do Ibirapuera, São Paulo, SP. 26/2 1º Festival Cultural-Esportivo da SGI com a participação de 22 mil pessoas. 27/2 Reunião de líderes em comemoração do jubileu de prata da BSGI no Centro Cultural da BSGI, em São Paulo, SP.Nesse dia, ocorre significativo encontro com membros do da região amazônica. 29/2 Deixa o Brasil às 11h45, partindo do Aeroporto de Viracopos, em Campinas, SP, com destino a Lima, Peru. Leia mais Os bastidores dos episódios relatados podem ser conferidos na Nova Revolução Humana, volume 11. Também disponível no CILE Digital: www.ciledigital.com.br No topo: Ikeda sensei acena para o público durante ensaio geral do Festival Cultural-Esportivo no Ginásio do Ibirapuera (São Paulo, 25 fev. 1984). Fontes: Brasil Seikyo, ed. 2.456, 16 fev. 2019. Terceira Civilização, ed. 552, 16 ago. 2014, p. 34. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Luz do Alvorecer. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 11, p. 62, 2017. 2. Ibidem. Fotos: Seikyo Press
10/02/2024
Especial
BS
A extraordinária força de mestre e discípulo — os 95 anos da vida de Ikeda sensei
O caminho do diálogo humanístico que ultrapassou barreiras, transcendendo civilizações para transformar o “século das guerras” no “século sem guerras” Nesta quarta parte da série, apresentamos a trajetória de ações e de diálogos promovidos por Ikeda sensei pela paz do mundo, carregando a tocha do pacifismo herdada de Toda sensei, após ter vivido uma juventude em meio à guerra. Dr. Toynbee: diálogo pelo bem da posteridade “A grandiosa revolução humana de uma única pessoa um dia impulsionará a mudança total do destino de um país e, além disso, será capaz de transformar o destino de toda a humanidade”.1 Essas palavras do prefácio do volume 1 do romance Revolução Humana constituem a essência da obra, assim como também de sua continuação, a Nova Revolução Humana. Ao mesmo tempo, o excerto é uma declaração do propósito ao qual Ikeda sensei dedicou a própria vida. “Não há ato mais bárbaro do que a guerra! Não existe um fato mais trágico do que a guerra!”.2 Ikeda sensei começou a escrever a Revolução Humana em 2 de dezembro de 1964 nas terras de Okinawa, região do Japão escolhida por ter sido o palco da mais terrível batalha terrestre durante a Segunda Guerra Mundial e um local em que inúmeras pessoas sofreram intensamente. Ikeda sensei também foi um jovem que sofreu com as consequências da guerra. Dr. Toynbee, terceiro, da esq. para a dir., e Dr. Ikeda, à dir., passeiam pelo parque. No diálogo entre ambos, o historiador comenta: “Pude passar um tempo de máximo valor. Como estudioso, não poderia me sentir mais feliz” (Londres, Inglaterra, 9 maio 1972) Juventude sob a guerra Ikeda sensei nasceu em 1928, no atual distrito de Ota, em Tóquio, e viveu a infância no “período no qual o Japão todo se mostrava interessado, até demais, pelo rumo que a guerra tomava”.3 Quando ele tinha 9 anos, a Guerra Sino-Japonesa eclodiu e, às vésperas de completar 14 anos, a Guerra do Pacífico teve início. Por esse motivo, seus quatro irmãos mais velhos foram sucessivamente convocados para o serviço militar. Sua família teve de deixar a casa onde morava devido a uma evacuação forçada, e o local para onde se mudou também acabou sendo incendiado por ataques aéreos. Após a derrota do país na guerra, sensei e sua família receberam o comunicado da morte do irmão mais velho na frente de batalha, momento em que viu sua mãe chorando copiosamente. Nessa época, sofria também com a própria saúde, acometido de tuberculose e com a sombra da morte perseguindo-o constantemente, tanto em relação a seu corpo quanto ao ambiente ao redor. “Eu odiava a guerra. Eu odiava os líderes que levaram o povo à guerra”, declarou certa vez. No verão do ano em que completou 17 anos, a guerra terminou, com a derrota do Japão. Da mesma forma que muitos jovens, sensei se questionava: “O que devo fazer para que essa história nunca mais se repita?”. Em meio a essas circunstâncias, ele teve um encontro com um senhor de meia-idade na noite do dia 14 de agosto de 1947. Era uma reunião de palestra da Soka Gakkai para a qual havia sido convidado. Aquele senhor, chamado Josei Toda, realizava a explanação do escrito Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra [de Nichiren Daishonin]. “Que tipo de vida é o modo correto de viver?”; “Que tipo de pessoa pode ser considerada um verdadeiro patriota?”; “O que o senhor acha do imperador?”. A essas três perguntas, Josei Toda forneceu respostas claras e concisas. Além disso, como diziam, era alguém que enfrentou o cárcere por resistir aos militares naquela guerra. “Posso confiar nessa pessoa”, esse era o sentimento de Ikeda sensei e, assim, ele se converteu ao budismo dez dias depois desse encontro, tornando-se discípulo de Josei Toda. No escrito Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra consta: “Se o senhor se importa realmente com a segurança pessoal, deve primeiro orar pela paz e segurança nos quatro quadrantes da terra, não é verdade?”4 O início da caminhada do Mestre na prática budista se tornou também o primeiro passo rumo à paz mundial. Declaração à sociedade Às vésperas de completar 30 anos, Ikeda sensei escreveu em seu diário a própria jornada de vida de dez em dez anos, do passado ao futuro: Até os dez: Minha infância num lar de produtores de algas. Até os vinte: Cultivei meu senso de missão e lutei contra a maldade da doença. Até os trinta: Dedicação à prática da fé e ao estudo do budismo; lutar para eliminar a maldade da doença. Até os quarenta anos: Aperfeiçoarei o estudo do budismo e minha prática budista. Até os cinquenta anos: Farei minha declaração à sociedade. Até os sessenta anos: Consolidarei o alicerce do kosen-rufu no Japão.5 A saúde de Daisaku Ikeda era tão frágil que os médicos diziam que ele “não viveria até os trinta anos” e, na ocasião em que escreveu o diário, registrou somente até os sessenta anos. No dia 8 de setembro de 1968, sensei, que havia completado oito anos de sua posse como terceiro presidente da Soka Gakkai, fez uma grandiosa “declaração à sociedade” direcionada ao mundo todo. Era a Proposta de Normalização das Relações Diplomáticas Sino-Japonesas, apresentada na 11a Convenção da Divisão dos Universitários. Naquele dia, completavam-se onze anos desde que Josei Toda proferira sua Declaração pela Abolição das Armas Nucleares. Com o agravamento da Guerra Fria e a grande revolução cultural da China, as relações sino-japonesas se arrefeciam mais que nunca. No passado, ocorreram incidentes nos quais políticos que se empenharam para restabelecer a amizade entre os dois países haviam sido assassinados. Em meio a essa difícil situação social, por que Ikeda sensei apresentou uma proposta pondo em risco a própria vida? “Eu não tenho escolha, eu sou budista. A missão social do praticante budista é trabalhar pela paz mundial e pela felicidade de todas as pessoas”.6 Esse era seu verdadeiro sentimento. Ao tomar conhecimento da proposta, o jornalista Liu Deyou do jornal Guang Ming Daily a transmitiu imediatamente para a China. Essa notícia chegou também ao primeiro-ministro Zhou Enlai, que tinha plenos poderes diplomáticos na época. A proposta despertou reações negativas tanto no Japão como em outros países, e começou a surgir um sentimento de revolta e de alerta, gerando até ameaças. No entanto, o estudioso da literatura chinesa Yoshimi Takeuchi demonstrou seu apoio comentando que “havia uma esperança”. Também Kenzo Matsumura, influente autoridade do mundo político, afirmou que a proposta “conquistou um milhão de aliados”. Dessa forma, houve grande apoio de pessoas que desejavam o avanço nas relações entre os dois países. Em setembro de 1972, o Partido Komei, fundado por Ikeda sensei, atuou como intermediário no processo de normalização das relações diplomáticas entre o Japão e a China em decorrência do apreço do governo chinês à proposta do presidente Ikeda e da confiança depositada nele pelo primeiro-ministro Zhou Enlai. Por ocasião do falecimento do presidente Ikeda [em 15 de novembro de 2023], o Ministério das Relações Exteriores da China comentou (por intermédio da secretária de imprensa Mao Ning) que “O velho e bom amigo de confiança e de respeito da China” havia falecido e que “Desejamos que a ‘ponte dourada’ criada por ele continue eternamente pelo futuro”. Esse comentário reflete um cenário histórico de mais de meio século de relações. No dia 30 de maio de 1974, Ikeda sensei pisou pela primeira vez em território chinês. Naquela ocasião, ainda não havia voo direto para esse país. Ele partiu de Hong Kong, na época uma colônia britânica, e viajou de trem até a fronteira, atravessando uma ponte férrea a pé em direção à China. A programação durou cerca de duas semanas e, em um desses dias, uma menina lhe perguntou: “O que o senhor veio fazer aqui na China?”. Sensei respondeu: “Eu vim me encontrar com você!”. Em meio ao seu desafio para mudar a época rumo à paz e à coexistência dos povos, os olhos de Ikeda sensei estavam sempre voltados para cada pessoa comum do povo. O bastão da amizade A oportunidade para a segunda visita à China surgiu ainda naquele ano. O encontro com o primeiro-ministro Zhou Enlai se concretizou no dia 5 de dezembro de 1974, na última noite do período da estada de Ikeda sensei no país. O primeiro-ministro Zhou Enlai, à esq., e o presidente Ikeda mantêm um encontro único na vida. O primeiro-ministro, que participa do encontro controlando um problema de saúde, confia o futuro da amizade sino-japonesa a Ikeda sensei (Hospital 305, Pequim, 5 dez. 1974) Na época, o primeiro-ministro estava em um leito de hospital, acometido de um câncer que se espalhou por todo o corpo. Apesar de os médicos e as pessoas à sua volta se oporem devido ao seu estado de saúde, o primeiro-ministro rejeitou tais recomendações e fez questão de participar do encontro. Zhou Enlai se aproximou caminhando lentamente e, segurando as mãos de Ikeda sensei, disse: “Eu queria encontrá-lo a todo o custo”; “O presidente Ikeda vem propondo diversas vezes que é imprescindível desenvolver a relação de amizade entre os povos da China e do Japão. Isso me deixa muito feliz”; “Os últimos 25 anos do século 20 serão um período extremamente importante para o mundo”, afirmou o primeiro-ministro. Em resposta à forte determinação de Zhou Enlai de construir a amizade, Ikeda sensei dedicou-se de corpo e alma para a realização de intercâmbios educacionais e culturais com os jovens. Recebeu, por exemplo, na Universidade Soka, o primeiro grupo chinês de estudantes bolsistas do governo japonês após a normalização das relações diplomáticas, custeando as despesas deles. Historiador de renome mundial “Ficarei feliz se pudermos realizar uma significativa troca de opiniões”. No ano seguinte à apresentação da Proposta de Normalização das Relações Diplomáticas Sino-Japonesas, uma carta chegou a Ikeda sensei. O remetente era o Dr. Arnold J. Toynbee, gigante dos estudos sobre a história do século 20. O encontro especial entre os dois se concretizou em maio de 1972 na residência do Dr. Toynbee, na Inglaterra. Na época, a Guerra do Vietnã se encontrava em uma situação delicada e crescia a ameaça do uso de armas nucleares. Naquele ano, um relatório do Clube de Roma, com o tema “Os Limites do Crescimento”, chocava o mundo indicando que o planeta atingiria seu limite de recursos em cem anos. O Dr. Toynbee já vinha mantendo forte interesse pelo budismo e considerando-o como uma religião de alto nível que indicava o caminho para superar as crises da civilização contemporânea. Ele concentrou sua atenção na figura de Ikeda sensei como um líder do “budismo vivo”. Mais um encontro foi realizado em maio do ano seguinte, em 1973, totalizando cerca de quarenta horas de diálogos nas duas ocasiões. Assim, os dois concluíram a obra Escolha a Vida, que já foi traduzida e publicada em 31 idiomas, tornando-se um “livro didático da humanidade”. No último dia do encontro, em 1973, a TV inglesa noticiou intensamente a reunião de cúpula entre a União Soviética e o primeiro-ministro da Alemanha Ocidental. Assistindo a tais reportagens, o Dr. Toynbee comentou: “Talvez o nosso diálogo seja modesto. Entretanto, a conversa entre nós dois é pelo bem da posteridade da humanidade. É esse tipo de diálogo que cria o eterno caminho da paz”. Ao término do encontro, ele afirmou: “O senhor, que é mais jovem, amplie ainda mais esse tipo de diálogo para unir a humanidade. Com os russos, com os americanos, com os chineses”. Além disso, solicitou a uma pessoa que entregasse a Ikeda sensei um pedaço de papel com nomes de alguns eminentes intelectuais, como o microbiologista dos Estados Unidos Dr. René Dubos e o fundador do Clube de Roma, Dr. Aurelio Peccei, expressando seu desejo de que, se possível, pudesse se encontrar com eles também. Mantendo diálogos sobre as perspectivas para o século 21 com essas pessoas e com outros intelectuais do mundo, Ikeda sensei foi construindo as pontes da paz com as próprias ações e não apenas com palavras. Vou me encontrar com as pessoas Em 8 de setembro de 1974, cinco meses depois de sua visita inicial à China, sensei fez sua primeira viagem à União Soviética. Era o país que liderava o movimento socialista, dividindo o mundo em dois com a “cortina de ferro”. Da mesma forma que em relação à Proposta de Normalização das Relações Diplomáticas Sino-Japonesas, houve forte reação negativa à ida de Ikeda sensei a um país que “negava a religião”. Em resposta a isso, ele declarou o motivo pelo qual realizava aquela viagem: “É porque lá existem pessoas”. Além de personalidades proeminentes como o reitor da Universidade de Moscou Rem Khokhlov e o ganhador do Prêmio Nobel de Literatura Mikhail Sholokhov, sensei conversou com pessoas comuns da cidade, tais como uma senhora encarregada das chaves do hotel, um senhor e seu neto que pescavam, e com jovens estudantes da Universidade de Moscou, registrando muitas lembranças. Era como se derretesse o gelo no coração das pessoas. No último dia de sua estada, o primeiro-ministro soviético Aleksey Kosygin, com quem se encontrou no Kremlin, lhe questionou: “Qual é a sua ideologia básica?”. Sensei respondeu de imediato: “É a ideologia da paz, da cultura e da educação. A base fundamental disso é o humanismo”. O primeiro-ministro afirmou: “Valorizamos muito esse princípio. Nós, da União Soviética, também deveríamos pôr em prática esse pensamento”. Então, Sensei fez a seguinte pergunta: “A União Soviética atacará a China?”. Na época, o confronto entre a China e a União Soviética se intensificava tanto quanto a disputa entre os Estados Unidos e a União Soviética. O primeiro-ministro respondeu: “Não temos intenção de atacá-la”. Quando sensei lhe perguntou se poderia transmitir essas palavras ao governo da China, o primeiro-ministro soviético respondeu afirmativamente. Essa declaração foi transmitida para a cúpula do governo chinês por ocasião da segunda visita de Ikeda sensei à China, realizada três meses depois. “O primeiro-ministro chinês Zhou Enlai deu grande importância a essa informação”, comentou Kong Fan Feng, ex-presidente do Centro de Pesquisas Zhou Enlai da Universidade de Nankai, da China. Em janeiro do ano seguinte, 1975, Ikeda sensei encontrou-se com o secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger para dialogar. Percorrendo os Estados Unidos, a China e a União Soviética, o Mestre desenvolveu a diplomacia de cidadão comum para a paz e a prevenção da guerra nuclear. Encontro com o líder do novo pensamento As atividades pela paz iniciadas concretamente por Ikeda sensei na década de 1970 começaram a se desenvolver ainda mais depois de sua renúncia como terceiro presidente da Soka Gakkai, tornando-se seu presidente honorário, em 24 de abril de 1979. Ikeda sensei, que já havia se tornado presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI) em 26 de janeiro de 1975, apresentou uma proposta de abolição das armas nucleares por ocasião da 2a Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas para o Desarmamento, realizada em junho de 1982. Em janeiro de 1983, comemorando o Dia da SGI, em 26 de janeiro, anunciou sua Proposta de Paz, intitulada Nova Proposta para a Paz e o Desarmamento. A partir de então, enviou propostas de paz anualmente até 2022. No fim do ano seguinte à queda do Muro de Berlim, ocorrida em novembro de 1989, ficaram claros os estratagemas do clero da Nichiren Shoshu. Apesar dessas artimanhas, as atividades de construção da paz de Ikeda sensei passaram a ser realizadas em escala ainda maior, criando pontes de diálogo entre civilizações e religiões. Entre as décadas de 1980 e de 1990, ele manteve encontros com líderes e chefes de Estado, como os presidentes Richard von Weizsäcker, da Alemanha; Nelson Mandela, da África do Sul; e Fidel Castro, de Cuba; além dos primeiros-ministros Rajiv Gandhi, da Índia; Lee Kuan Yew, de Singapura; e Mahathir bin Mohamad, da Malásia. Ele, ainda, estreitou laços de amizade com Rosa Parks, ativista do movimento pelos direitos huma-nos nos Estados Unidos; com o músico Yehudi Menuhin; o cientista Dr. Linus Pauling; e o economista Dr. John Kenneth Galbraith. Em especial, por ocasião do falecimento de Ikeda sensei, a mídia japonesa, bem como a de outros países, noticiou amplamente a amizade de Ikeda sensei com o ex-presidente da União Soviética Mikhail Gorbatchev. O primeiro encontro de sensei com o líder soviético se deu em 27 de julho de 1990, no Kremlin, em Moscou. Gorbatchev punha em ação a perestroika (reforma) que visava reconstruir a sociedade dilapidada do país. Ele havia declarado o fim da Guerra Fria entre os Estados Unidos e a União Soviética, durante a Conferência de Cúpula de Malta, realizada no mês de dezembro do ano anterior, e tinha tomado posse como primeiro presidente da União Soviética. As primeiras palavras ditas por Ikeda sensei nesse encontro foram: “Hoje, vim ‘brigar’ com o presidente. Vamos dialogar francamente sobre quaisquer assuntos, soltando faíscas! Pelo bem da humanidade, do Japão e da União Soviética!”. Diante dessas palavras inesperadas, Gorbatchev respondeu com um sorriso: “Entendi, vamos lá!”. O diálogo foi acalorado, com mais de uma hora de duração, sobre o significado e a situação da perestroika e a expectativa nos jovens, entre outros. Primeiro encontro do presidente Ikeda com Mikhail Gorbatchev, à dir., no Kremlin, em Moscou (27 jul. 1990) No encontro, Gorbatchev declarou: “O novo pensamento da perestroika é como um único ramo da árvore da filosofia do presidente Ikeda”. O presidente Gorbatchev expressou ainda, de forma clara, sua intenção de visitar o Japão na primavera do ano seguinte. Na mesma noite, essa declaração foi noticiada no Japão como manchete principal. Conforme prometido, em abril de 1991, o presidente Gorbatchev cumpriu a primeira visita ao Japão como chefe de Estado da União Soviética e, reservando um tempo em sua agenda lotada, encontrou-se novamente com Ikeda sensei. Mesmo após a renúncia de Gorbatchev como presidente, deram continuidade ao intercâmbio envolvendo seus familiares e publicaram uma obra em forma de diálogo, intitulada Nijusseiki no Seishin no Kyokun [Lições do Espírito do Século 20]. Foram realizados dez encontros ao todo. Na Universidade Soka, ao lado dos pés de cerejeira, que simbolizam a amizade com o casal Zhou Enlai (“Cerejeira Zhou” e “Cerejeira Casal Zhou”), foi plantada a “Cerejeira Casal Gorbatchev” por Mikhail Gorbatchev e esposa, junto com Ikeda sensei e esposa. Hoje, a bela árvore encontra-se em plena floração [dezembro de 2023]. Alegria tanto em vida como na morte Além dos diálogos com líderes e intelectuais do mundo, Ikeda sensei dedicou esforços na realização de palestras em universidades e instituições acadêmicas. Ele justifica essa decisão: “A humanidade pode se unir e se fundir nas universidades. O estudo transcende as nações, os sistemas e os grupos étnicos”. Na mais renomada instituição de ensino superior norte-americana, Universidade Harvard, sensei foi palestrante convidado por duas vezes. A primeira palestra, em 1991, teve como tema “A Era do Soft Power e a Filosofia Interiormente Motivada”. Em setembro de 1993, na segunda palestra, sensei discorreu sobre conceitos budistas a respeito da vida e da morte em seu discurso “O Budismo Mahayana e a Civilização do Século 21”. Ikeda sensei discursa pela segunda vez na Universidade Harvard, nos Estados Unidos, a convite da instituição. A palestra foi intitulada “O Budismo Mahayana e a Civilização do Século 21” (24 set. 1993) Sensei afirmou que, na raiz do caos da civilização moderna, que gera as guerras, existe a arrogância do ser humano que evita e esquece a questão da morte. Citando a filosofia da “alegria tanto em vida como na morte” pregada no budismo Mahayana, apresentou a perspectiva da construção de uma civilização humana que tenha como base a dignidade da vida e o diálogo aberto. Ao término da palestra com duração de cerca de quarenta minutos, o local foi tomado por um profundo clima de admiração e forte salva de palmas. Depois desse evento, Ikeda sensei continuou transmitindo sua grandiosa visão humanística direcionada para a transformação do destino da humanidade, realizando palestras na Universidade de Moscou (pela segunda vez); na Universidade de Bolonha, na Itália; na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos; na Universidade de Havana, em Cuba; e no Instituto de Estudos Contemporâneos Rajiv Gandhi, da Índia; entre diversas outras. Trilhando eternamente o caminho da paz Em janeiro de 1998, quando Ikeda sensei completou 70 anos, ele registrou em um ensaio: Se fosse para registrar no papel tudo o que realizei desde os meus sessenta anos até os dias de hoje [janeiro de 1998], bem como o que almejo para a próxima década, escreveria: Até os setenta anos: O estabelecimento dos princípios de um novo humanismo. Até os oitenta anos: A conclusão da base do kosen-rufu mundial. A partir de então, de acordo com a Lei Mística e a natureza imperecível da vida exposta no budismo, estou determinado a liderar o kosen-rufu por toda a eternidade.7 Hoje, levantam-se, diante de nós, novos desafios, embora alguns deles sejam também antigos, tais como a questão das armas nucleares, os conflitos étnicos e a crise climática. Entretanto, os meios e os princípios para a solução dessas questões estão indicados na voz, nos diálogos e nas ações de Ikeda sensei. O restante depende somente das ações confiadas aos jovens sucessores. No topo: Ikeda sensei, terceiro a partir da esq., assinala seu primeiro passo na China no dia 30 de maio de 1974. Caminha a pé da estação Lo Wu, em Hong Kong, que era uma colônia britânica, até Shenzhen, China Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 17, 2021. 2. Ibidem, p. 21. 3. IKEDA, Daisaku. Minhas Recordações. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2021. p. 45. 4. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 24, 2020. 5. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 423. 6. Idem. Ponte Dourada. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 13, p. 36, 2019. 7. Terceira Civilização, ed. 355, mar. 1998, p. 20. Fotos: Seikyo Press
10/02/2024
Especial
BS
Vitória absoluta e inspiradora
Observando o atual cenário da sociedade, deparamo-nos com muitas pessoas lutando contra o desânimo, a apatia e até com o conformismo diante das duras dificuldades do dia a dia. Nesse contexto, como podemos manifestar alegria e coragem em nosso coração para mudar essa realidade a partir do local em que nos encontramos e proporcionar esperança aos outros? Nosso mestre, Daisaku Ikeda, nos inspira com a histórica luta que realizou durante a juventude à frente do Distrito Kamata, no Japão. “Deixe comigo!” Em 1952, um ano após assumir como segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda esforçava-se para reerguer a Soka Gakkai no pós-guerra. O crescimento da organização caminhava a passos lentos. Naquela época, os distritos que concretizavam mais shakubuku (conversões ao Budismo de Nichiren Daishonin) atingiam, no máximo, cem famílias em um mês. Com sua percepção aguçada, Josei Toda sabia que, nesse ritmo, a Soka Gakkai jamais seria uma grande organização. Foi nesse momento que ele chamou o destemido jovem Daisaku Ikeda, então com 24 anos, e lhe disse: “Daisaku, poderia entrar no Distrito Kamata e fazer as coisas avançarem?”. O jovem vinha trabalhando dia e noite ao lado do presidente Josei Toda e entendeu perfeitamente o desejo do seu mestre: levar a felicidade ao maior número de pessoas. Kamata era a terra natal de Daisaku Ikeda. O jovem respondeu com firmeza: “Deixe comigo!”. Ele também disse: “Agora é o momento de mudar a situação. Vamos abrir o caminho para a vitória!”.1 O primeiro passo foi definir estratégias, metas e objetivos claros. Em seguida, encontrar, dialogar e incentivar o maior número de membros, participar do maior número de reuniões de palestra e fazer muitas visitas. Por que o mês de fevereiro? No início do movimento, Ikeda sensei clamou aos seus companheiros durante uma reunião realizada no bairro de Ota: “Fevereiro é o mês de nascimento de Nichiren Daishonin e do presidente Josei Toda. Vamos aproveitar esta significativa época para demonstrar nossa gratidão pelo maravilhoso benefício e felicidade que atingimos com nossa prática, ajudando outras pessoas a também se tornarem felizes”. Todos os membros expressaram concordância em resposta a esse corajoso pedido.2 O Mestre relembra: Quando assumi minha função no Distrito Kamata, estava com apenas 24 anos. Como poderia inspirar cada pessoa a entrar em ação com um genuíno entusiasmo e propósito? Eu o faria por meio de minhas próprias ações, de meu próprio suor e árduo empenho, mostrando resultados concretos. Havia decidido assumir total responsabilidade em atingir nosso objetivo. Tinha certeza de que, se me tornasse um bom exemplo, os membros reconheceriam meus esforços e depositariam confiança em mim.3 Na época, Ikeda sensei tinha uma condição física frágil, sofrendo com febre alta e chegando a tossir sangue. Mesmo assim, quando uma reunião de palestra começava, ele se transformava e parecia outra pessoa. Arrumava forças, conseguia tocar o coração das pessoas e incentivá-las com ardor. De onde extraía tanta força? Da forte ligação que tinha com seu mestre, Josei Toda. Por essa razão, desafiava-se com energia e coragem. Mantendo essa postura e dedicação, mesmo sem muita experiência, pois havia líderes bem mais veteranos que ele, o jovem Daisaku Ikeda consagrou o mês de fevereiro na história da Soka Gakkai como o período de grande propagação do Budismo Nichiren. Junto com os membros desse distrito, naquele fevereiro de 1952, 201 famílias ingressaram na Soka Gakkai. Logo após, as organizações de Tóquio começaram a avançar. Então, todos os distritos do Japão inteiro seguiram o mesmo caminho. Alegria e gratidão Realizar o movimento pelo kosen-rufu requer vencer as próprias limitações e ir ao encontro das pessoas com o sincero desejo de ajudá-las a ser felizes. Para que isso seja possível, é fundamental basear-se na recitação do Nam-myoho-renge-kyo com a determinação de transformar sua condição interior e, consequentemente, a do ambiente em que se encontra. Orar daimoku evidencia o potencial do estado de buda, faz manifestar a boa sorte e irradiar a energia vital necessária para vencer os obstáculos e contagiar as pessoas, conforme nosso mestre afirma: Podemos dizer que a alegria, a coragem, a disciplina, a disposição de crescer, a sabedoria, a saúde, enfim, tudo é obtido com a energia vital. E a fonte dessa ilimitada energia é a recitação do daimoku. Por isso, uma pessoa que vive com base no daimoku não encontrará impasses na vida.4 Levantar-se só Outro ponto essencial é abraçar a missão pelo kosen-rufu como uma responsabilidade pessoal e se empenhar na linha de frente, atuando em harmonia de “diferentes em corpo, unos em mente” com os companheiros, mas sem depender de outros para concretizá-la. Nesse sentido, Ikeda sensei comenta: O Sol queima a si próprio para fazer a Lua brilhar e iluminar o universo. Da mesma forma, se existir uma única pessoa capaz de irradiar um forte espírito de luta, sua coragem se expandirá e alcançará o coração de inúmeras outras. Esta é a fórmula imutável para se promover a façanha do kosen-rufu, um empreendimento nunca antes realizado na história do budismo.5 Compartilhar com outras pessoas a alegria de praticar o Budismo de Nichiren Daishonin para realizar a revolução humana e cultivar a verdadeira felicidade é também a forma mais nobre para retribuirmos a gratidão por termos conhecido essa filosofia de vida transformadora da qual a humanidade tanto necessita e para cumprirmos a missão que assumimos desde o remoto passado como bodisatvas da terra. “O importante é acalentar o sentimento de ‘aquela pessoa está sofrendo, quero que ela seja feliz’”,6 afirma Ikeda sensei. Assumir o bastão do Mestre Atualmente, mais que nunca, herdando esse sentimento de Ikeda sensei, a Juventude Soka da BSGI, com total apoio das demais divisões, realiza o movimento de integrar cem jovens por distrito à correnteza de paz da Soka Gakkai, resultando numa gloriosa rede de 100 mil jovens humanistas no Brasil. O “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial” já começou e muitas oportunidades despontam para nosso desenvolvimento por meio da prática da fé, bem como para promovermos grandes vitórias em nossa vida e unirmos forças com as pessoas ao redor visando transformar positivamente nosso ambiente. No topo: Jovem Daisaku Ikeda é recebido pelos membros do Distrito Kamata para empreenderem esforços pela propagação do budismo na localidade Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.809, 27 ago. 2005, p. B8.2. Idem, ed. 1.641, 23 fev. 2002, p. A2.3. Ibidem.4. IKEDA, Daisaku. Arando a Terra. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 98, 2019.5. Idem. Flor da Cultura. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 7, p. 66, 2018.6. Idem. Estandarte. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 228, 2019. Ilustração: Kenichiro Uchida
24/01/2024
Especial
BS
A grandiosa revolução humana de uma única pessoa
Tomando para si a missão iniciada pelos seus predecessores Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda, Daisaku Ikeda manteve, ao longo de sua vida, o espírito inalterável de propagar o Budismo Nichiren e de desenvolver ações baseadas nos valores da Soka Gakkai com o objetivo último de transformar o destino de toda a humanidade. Desde criança, ele experimentou os horrores dos conflitos bélicos, pois, durante a Segunda Guerra Mundial, sua família teve a casa destruída por um grande bombardeio e seu irmão mais velho faleceu em combate em Mianmar. A juventude e o início da vida adulta de Daisaku Ikeda se deram no contexto geopolítico da Guerra Fria, quando a vitória dos países aliados levou à formação de dois blocos políticos antagônicos, protagonizados por Estados Unidos (capitalista) e União Soviética (comunista/socialista). Em todos os continentes, havia a proliferação de conflitos regionais que opunham os aliados dos norte-americanos e as forças soviéticas. Além disso, a corrida armamentista entre as duas superpotências levou a uma escalada na produção de artefatos nucleares cujo poder de destruição superava em muitas vezes o que a humanidade havia testemunhado com os bombardeios em Hiroshima e Nagasaki. Mais próximo às fronteiras japonesas, havia um conflito latente entre China e União Soviética. Apesar de, em princípio, pertencerem ao mesmo bloco ideológico, havia uma disputa pela influência e pela liderança do movimento comunista global. A relação entre a China e o próprio Japão também era conflituosa, em razão das inúmeras disputas armadas que haviam acontecido recentemente na região e o fato de os países ocuparem polos ideológicos opostos. Daisaku Ikeda foi uma figura importante tanto para a distensão e posterior normalização das relações diplomáticas entre Japão e China, como também para que soviéticos e chineses retomassem o diálogo e resolvessem os problemas fronteiriços entre eles. Ele fez várias visitas à China e à União Soviética, incentivando o diálogo e as ações diplomáticas entre os países, e estimulando diversas iniciativas de intercâmbio cultural, artístico e educacional com os chineses. Pouco antes de falecer, Josei Toda disse a seu jovem discípulo Ikeda: “O mundo é o seu palco. Vá e percorra o mundo!”.2 E assim foi feito! O esforço de propagação do budismo pelo mundo realizado pelo presidente Ikeda tornou possível a presença da Soka Gakkai hoje em 192 países e territórios, completando o ciclo do “retorno do budismo para o oeste”, de acordo com os dizeres de Nichiren Daishonin no escrito Admoestação a Hachiman: A lua se move do oeste em direção ao leste, tal como o budismo da Índia se propagou rumo ao leste. O sol se levanta no leste, prenúncio auspicioso de que o budismo do Japão retornará à Terra da Lua”.3 Atualmente, a Soka Gakkai é uma organização ativa nos campos da educação, cultura, direitos humanos e sustentabilidade, tendo como suporte os princípios do Budismo de Nichiren Daishonin. Coerente com essa missão, Daisaku Ikeda criou a Associação de Concertos Min-On, o Museu de Arte Fuji de Tóquio, o Centro Ikeda para a Paz, a Aprendizagem e o Diálogo, em Boston, o Instituto Toda pela Paz, o Instituto de Filosofia Oriental, o Instituto Soka Amazônia, bem como as escolas e universidades Soka (no Japão, Coreia do Sul, Hong Kong, Singapura, Malásia, Estados Unidos e Brasil). No campo da promoção da cultura de paz, o presidente Ikeda veio se engajando em centenas de diálogos com pessoas de todo o mundo, das mais diversas formações, crenças e opiniões, pois acreditava que o diálogo permite que se encontre o denominador comum que capacitará a humanidade a encontrar soluções para os complexos problemas da sociedade moderna, direcionando os povos a buscar a paz e a felicidade que todos almejam. Suas Propostas de Paz, enviadas anualmente à Organização das Nações Unidas (ONU) desde 1983, mostram a visão baseada no budismo sobre os vários desafios e aflições vividos pela humanidade e oferecem ações concretas, fundamentadas em uma filosofia humanística, sobre como avançar para a construção de uma sociedade de paz. Há um ciclo muito interessante que se completa quando analisamos a continuidade da luta dos Três Mestres Soka. Makiguchi e Josei Toda eram educadores e encontraram no Budismo Nichiren a chave para a transformação individual e, também, para toda a coletividade. Eram pessoas simples, do povo, que, com seus abnegados esforços e uma clara visão de propósito, construíram os alicerces da organização religiosa que conhecemos hoje; é a própria sociedade que se voltou em direção ao budismo. Daisaku Ikeda conheceu o Budismo de Nichiren Daishonin na juventude e, desde cedo, se engajou junto com seu mestre, Josei Toda, para consolidar a Soka Gakkai e ampliar de forma significativa a base de seus membros no Japão. É a partir daí que ele iniciou a propagação do budismo pelo mundo, sem medir esforços, até seu falecimento em novembro último, aos 95 anos. Ao mesmo tempo, pôs em prática seus princípios para lidar com os temas da sociedade, sobretudo nos campos da cultura, educação e promoção da paz. É dessa forma que o ciclo se completa, e o budismo se põe em prol da sociedade. Além de todos os diálogos com as mais diversas autoridades, da criação de muitas instituições, da participação em fóruns, dos vários livros escritos, o elemento que se sobressai na atividade social de Daisaku Ikeda é sua preocupação com cada pessoa e o processo de autoaperfeiçoamento espiritual denominado “revolução humana”. Os doze volumes do romance Revolução Humana e os trinta da Nova Revolução Humana estão recheados de histórias de superação e de comprovação com base na prática budista de indivíduos simples, heróis anônimos, que se desafiaram e venceram na luta para manifestar seu máximo potencial humano. Como discípulos, compreendendo e vivenciando tais ações em profundidade, fica cada vez mais claro que o nosso desenvolvimento ético individual e a expansão do nosso impacto político e social são processos simultâneos e indissociáveis. No topo: Ilustração retrata o Dr. Daisaku Ikeda, pacifista, filósofo, educador, escritor e líder da Soka Gakkai Fontes: 1. The Sino-Soviet Split. Encyclopedia Britannica. Disponível on-line em: https://www.britannica.com/topic/20th-century-international-relations-2085155/The-Sino-Soviet-split Acesso em: 16 nov. 2023.2. Disponível em: https://www.daisakuikeda.org/ Acesso em: 16 nov. 2023. Notas: 1. Comissão de Estudos sobre Consciência Política da BSGI: Grupo criado para a pesquisa e a produção de materiais que versam sobre cidadania e política à luz dos princípios budistas, dos escritos de Nichiren Daishonin e das publicações oficiais da Editora Brasil Seikyo.2. Terceira Civilização, ed. 437, jan. 2005, p. 16.3. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, p. 936. Ilustração: Kenichiro Uchida
24/01/2024
Conheça o Budismo
BS
Assuma o papel principal da sua vida
Um dos princípios expostos no Budismo de Nichiren Daishonin é o da “unicidade da vida e seu ambiente” (esho-funi). Esse conceito tem importância fundamental para entendermos as relações que estabelecemos ao longo da vida em diversos contextos: família, trabalho, vizinhança, organização e, por fim, a sociedade. Vamos entender o conceito Para melhor compreensão desse princípio, podemos analisar a palavra esho-funi da seguinte maneira: esho é a combinação das primeiras sílabas de eho e shoho. Shoho refere-se ao sujeito, isto é, ao ser dotado de vida, por exemplo, nós, seres humanos. Eho indica o objeto que sustenta e possibilita a expressão da vida, ou seja, o ambiente do ser vivo. Funi corresponde a dois fenômenos independentes, mas inseparáveis. Assim, pelo próprio significado literal, o termo esho-funi revela que a pessoa e seu ambiente são dois fenômenos independentes, porém unos em sua existência fundamental. Em outras palavras, a pessoa e seu ambiente formam uma vida única e completa, e nenhuma pode existir separada da outra. Esse princípio indica que a vida, em sentido amplo, não se restringe apenas aos aspectos físicos, mas se estende para o ambiente em que habita. Ou seja, um ser vivo nasce (fusão dos cincos componentes),1 cresce e se desenvolve a partir da sua relação com o mundo à sua volta, constituído pelos pais, amigos, professores etc (ambiente social). Essa interação com o mundo ao seu redor se dá em determinado ambiente, seja em casa, na escola, no trabalho ou na comunidade (ambiente natural). Corpo e sombra No escrito Os Presságios, Nichiren Daishonin apresenta uma analogia que ilustra esse conceito: As dez direções são o “ambiente”, e os seres vivos são a “vida”. Para ilustrar, o ambiente é como a sombra; e a vida é como o corpo. Sem o corpo, não pode haver sombra; e sem a vida, não existe ambiente. Do mesmo modo, a vida é moldada por seu ambiente.2 Com o exemplo do corpo e da sombra, Daishonin nos mostra a maneira correta de considerarmos as diversas circunstâncias que nos cercam no dia a dia, especialmente quando queremos transformá-las. É importante conscientizarmo-nos de que a mudança das condições que nos rodeiam passa obrigato-riamente pela nossa própria transformação. Conforme o exemplo citado por Daishonin, querer transformar o ambiente sem a mudança de si próprio é tão absurdo quanto a tentativa de endireitar uma sombra sem mexer o corpo. Enfim, podemos compreender o fato inegável de que a pessoa e seu ambiente são inseparáveis. Contudo, o princípio de esho-funi não se restringe apenas a uma simples explicação da relação de unicidade entre os dois, mas vai muito além, elucidando de que forma a vida se manifesta no ambiente, conferindo-lhe características peculiares. Você é reativo ou proativo? Quando se fala sobre como nosso ambiente nos afeta e como nós o influenciamos, em relação a esse tema, comumente ouvimos, na sociedade em geral, o termo “proatividade”, utilizado em comparação com “reatividade”. Qualquer ser humano é reativo, ou seja, age de acordo com as circunstâncias ao seu redor. Por exemplo, se está com fome, procura comer. Se está com sono, tenta dormir, e assim por diante. Isso também é verdadeiro na busca de soluções para seus problemas, pois ele reage diante deles a fim de resolvê-los. Por outro lado, em alguns momentos, as pessoas também lançam mão de sua proatividade, ou seja, ao prever um acontecimento ou necessidade, elas planejam e tomam as providências para que o resultado obtido seja favorável. A proatividade ainda compreende mantermos uma atitude positiva e produtiva ao lidarmos com determinada questão, executando ações apropriadas. Analisando esses aspectos da natureza humana, podemos verificar também que, quanto mais agirmos de forma proativa, maiores serão as chances de sermos bem-sucedidos. Ao contrário, se adotarmos uma postura conformista, negligente ou desinteressada, ou se reagirmos somente depois que formos afetados por uma circunstância negativa, provavelmente será mais difícil ultrapassá-la. O Budismo de Nichiren Daishonin é uma filosofia que procura desenvolver em cada pessoa a sabedoria que a conduz a uma vida de realizações, independentemente de ela estar passando ou não por problemas. Contínuo desenvolvimento As atividades da BSGI estão repletas de oportunidades que comprovam essa afirmação. Por exemplo, quantas vezes são feitas recomendações — antes mesmo de os problemas surgirem — de como a pessoa deve “cuidar da saúde para não ficar doente”, “dirigir com cuidado a fim de evitar acidentes”, “estudar com afinco visando garantir um futuro melhor”, “esforçar-se no trabalho”, “ser uma pessoa digna de confiança”, e assim por diante? Pode-se dizer que, na verdade, budista é alguém com grande capacidade proativa e que usa a sabedoria evidenciada com a prática da fé em meio à sua realidade, comprovando que o budismo realmente se manifesta na vida diária. Por exemplo, com relação às atividades pelo kosen-rufu na organização de base, uma atitude proativa é essencial. Como ser proativo numa reunião de palestra, numa visita familiar ou no movimento da Juventude Soka? Novamente, a proatividade está em não apenas agir para solucionar alguma questão depois que ela surgir, mas atuar para prevenir esse tipo de situação, buscando um desenvolvimento constante e bem estruturado. Mesmo quando forem necessárias providências para atender a alguma demanda, uma postura proativa com disposição e determinação faz toda a diferença. Esse comportamento aflora naturalmente quando estamos munidos de sabedoria, energia vital e boa sorte provenientes da recitação do daimoku e do estudo do budismo por meio dos incentivos de Ikeda sensei. Nosso mestre também afirma: Em uma batalha, é necessário ser proativo. (...) O presidente Toda dizia: “Quando vencemos, a tendência é plantar as sementes da futura derrota. Ao contrário, quando perdemos, podemos criar a causa para a vitória futura”. Ele sempre nos advertia, dizendo: “Vocês devem manter a guarda, mesmo depois de uma vitória”. Quando somos vitoriosos é que devemos reconstruir a organização e solidificar nossa própria base.3 Transformar o interior para mudar o exterior Entendendo o princípio budista de esho-funi, compreendemos que as relações que estabelecemos com as pessoas, o local em que nos encontramos e vivemos, ou seja, tudo o que se manifesta em nosso cotidiano está relacionado com nossa condição de vida. Portanto, se hoje desfrutamos um lar harmonioso ou um bom ambiente de trabalho, ou se vivemos relações conflitantes num ambiente permeado por sentimentos e atitudes negativas, somos responsáveis por isso, pois tanto a felicidade como o sofrimento estão contidos em nossa vida. Segundo a filosofia de Nichiren Daishonin, a prática budista nos capacita a atingir o estado de buda, a mais alta condição de vida. Manifestar o estado de buda é construir uma condição interior sólida, capaz de influenciar, de forma positiva, todo o ambiente em que vivemos. Isso é enfatizado claramente por Ikeda sensei: Uma pessoa que atinge o estado de buda é igual ao átomo que detona uma reação físsil. Sua força vital é pura e profusa e causa notáveis mudanças no âmago de outras vidas. Como a grama que começa a ressecar, mas que pode ser restaurada com uma boa chuva, ou como uma caravana é revitalizada pela água fresca ao chegar a um oásis, os indivíduos e seus ambientes podem ser infundidos do poder e da alegria de viver quando descobrem a força vital do estado de buda.4 Meio ambiente global Ikeda sensei discorre sobre a visão budista em relação à preservação ambiental e ao futuro da vida no planeta Terra com base no princípio de “unicidade da vida e seu ambiente”. No segundo capítulo do livro Escolha a Vida, denominado “O Meio Ambiente”, sensei dialoga com o historiador britânico Arnold J. Toynbee sobre as visões ocidental e oriental da relação do homem com o planeta e sobre soluções para as questões desencadeadas pelo desequilíbrio nessa relação. A doença de Minamata, gerada pela poluição ambiental e que atingiu muitas pessoas em uma região do Japão na década de 1970, é um dos temas do capítulo “Revitalização”, do volume 15, do romance Nova Revolução Humana, de autoria de Ikeda sensei. Saiba mais Encarte Guia para a Vitória que acompanha esta edição do BS. Princípio do Mês. In: Terceira Civilização, ed. 395, jul. 2001. Dinâmica sobre esho-funi, leia na RDez, ed. 119, out. 2011. Podcast: https://www.brasilseikyo.com.br/podcast/programa/3/episodio/unicidade-da-vida-e-seu-ambiente/144 Fontes: Brasil Seikyo, ed. 1.635, 12 jan. 2002, p. A3. Brasil Seikyo, eds. 1.624 a 1.627, 20 out. a 10 nov. de 2001. Notas: 1. Os “cinco componentes da vida” (go’on seken): Em resumo, cada pessoa é uma integração temporária da forma, percepção, concepção, vontade e consciência. De maneira mais ilustrativa, podemos dizer que cada pessoa possui, antes de tudo, uma forma, que é o corpo; percebe as coisas que acontecem ao redor, por exemplo, ouve uma música e a registra na mente; constitui, então, uma ideia (concepção) sobre o que percebeu, considerando a música alegre ou triste; em seguida, manifesta o desejo de responder à ideia que formou, como dançando, cantando ou chorando, a partir da impressão que teve da música; e, por fim, adquiri uma consciência sobre a interação com o ambiente externo, como o impacto que a música teve sobre as emoções.2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 673, 2020.3. Brasil Seikyo, ed. 1.635, 12 jan. 2002, p. A3.4. IKEDA, Daisaku. Vida — Um Enigma, uma Joia Preciosa. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, p. 177-178.5. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 4, 2020. Ilustrações: GETTY IMAGES Fotos: BS
24/01/2024
Especial
BS
Assumir a missão de criar um mundo de paz
“O sol da paz despontou. Abriram-se as cortinas de novos horizontes para o kosen-rufu mundial”.¹ Esse trecho do romance Nova Revolução Humana, de autoria do Dr. Daisaku Ikeda, retrata o clima repleto de esperança daquele dia 26 de janeiro de 1975, na ilha de Guam, onde ocorreu a fundação da Soka Gakkai Internacional (SGI) durante a Primeira Conferência para a Paz Mundial, com a presença de 158 representantes de 51 países. Ao chegar ao local da cerimônia, Ikeda sensei subiu até o salão do nono andar do Guam International Trade Center para assinar o livro de registros dos participantes. Na primeira página, ele colocou seu nome e, na coluna do país de origem, escreveu “Mundo”, expressando seu mais sincero e profundo sentimento de servir à humanidade. Nesse dia, ele foi nomeado presidente da SGI, aos 47 anos. A ilha foi palco de batalhas entre as tropas nipônicas e norte-americanas durante a Segunda Guerra Mundial que tiraram a vida de muitas pessoas, entre soldados e população civil, motivo pelo qual foi escolhida para simbolizar a transformação em direção a um mundo pacífico. Na época da fundação da SGI, o mundo vivia a Guerra Fria, com a tensão entre os Estados Unidos e a União Soviética, somada às conflitantes relações entre os líderes chineses e os soviéticos. Havia a ameaça de ocorrer um novo conflito global com o eventual uso de armas nucleares e pondo todo o planeta em perigo. A fundação da Soka Gakkai Internacional foi o primeiro passo do movimento internacional com base nos princípios do Budismo Nichiren para a consolidação do kosen-rufu. Dessa forma, a organização assumiu sua posição de vanguarda como religião mundial com o objetivo de proporcionar a transformação e a felicidade de cada pessoa, ou seja, a própria revolução humana, independentemente de distinções, como princípio da mudança da sociedade. Em seu discurso de posse, nosso mestre citou uma passagem dos escritos de Nichiren Daishonin: Se o espírito de “diferentes em corpo, unos em mente” prevalecer entre as pessoas, elas alcançarão todos os seus objetivos.2 Ikeda sensei ainda enfatizou a postura de vanguardista que deve ser assumida pelos integrantes da organização: O sol do Budismo Nichiren começou a despontar no horizonte. Em vez de buscarem aclamação ou glória pessoal, espero que dediquem sua nobre vida a plantar as sementes da paz da Lei Mística no mundo. Farei o mesmo. Às vezes, assumirei a liderança na linha de frente; outras, estarei ao seu lado; e, em outros momentos, zelarei por vocês nos bastidores. Sempre estarei apoiando-os de todo o coração.³ Ele complementou: Como bravos, compassivos e dedicados discípulos de Nichiren Daishonin que se devotam inteiramente à verdade e à justiça, vivam de modo positivo e edificante, lutando pela prosperidade do seu respectivo país, pela felicidade das pessoas e pela preciosa existência da própria humanidade.⁴ A Soka Gakkai Internacional é uma organização budista que promove a paz, a cultura e a educação centradas no respeito pela dignidade da vida. Graças aos esforços incansáveis de Ikeda sensei, seus membros estão presentes em 192 países e territórios, dedicando-se a manifestar seu potencial inerente e capacitando-se para atuar pelo bem da sociedade. Eles contribuem como cidadãos globais para a comunidade local, respondendo aos problemas que a humanidade enfrenta. Os esforços da SGI para ajudar a construir uma cultura duradoura de paz se baseiam no compromisso com o diálogo e a não violência, e no entendimento de que a felicidade individual e a realização de um mundo pacífico estão intrinsecamente ligadas. Como organização não governamental com vínculos formais com a Organização das Nações Unidas (ONU) desde 1981, a SGI também colabora com outras organizações da sociedade civil, agências intergovernamentais e grupos religiosos nos campos de desarmamento nuclear, educação em direitos humanos, desenvolvimento sustentável e assistência humanitária. Guiadas pelo objetivo comum de contribuir para a paz do mundo com base no respeito pela dignidade da vida, as organizações locais da SGI desenvolvem atividades alinhadas com os contextos culturais de sua respectiva sociedade. As principais atividades, denominadas “reuniões de palestra”, são diálogos com base nos ensinamentos budistas e com ênfase na transformação da sociedade a partir do desenvolvimento de cada pessoa. Paralelamente, promove-se a conscientização sobre as questões globais por iniciativas como exposições, simpósios e conferências, diálogo inter-religioso e campanhas para promover a não violência. Outras atividades de base incluem eventos culturais, programas comunitários e assistência humanitária em tempos de crise. Desde 1983, anualmente, o presidente Ikeda formula propostas de paz endereçadas às Nações Unidas e dirigidas à comunidade internacional, abordando questões que a humanidade enfrenta, sugerindo soluções baseadas na filosofia budista. Muitos temas levantados nessas propostas de paz são explorados pela SGI e por outras ONGs, além de fornecer inspiração para as contribuições sociais de seus membros em todo o mundo. No dia 18 de novembro, foi recebido com grande pesar o comunicado de que, no dia 15, nosso mestre, Daisaku Ikeda, encerrou sua nobre existência devido a causas naturais, aos 95 anos, em sua residência em Shinjuku, Tóquio. Assim, com profunda gratidão ao Mestre, visando os cinquenta anos da SGI, em 2025, e o centenário da Soka Gakkai, em 2030, é chegada a hora de comprovarmos a prática do Budismo Nichiren em nossa vida e atuarmos com determinação para cumprir a missão pelo kosen-rufu, transformando positivamente a sociedade a partir do local em que nos encontramos. Fontes: Brasil Seikyo, ed. 2.498, 18 jan. 2020, p. 6 a 9.Idem, ed. 2.546, 16 jan. 2021, p. 6 a 7.Idem, ed. 2.594, 15 jan. 2022, p. 6 a 7.Idem, ed. 2.626, 14 jan. 2023, p. 8 e 9. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. SGI. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 21, p. 9, 2019.2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 646, 2020.3. IKEDA, Daisaku. SGI. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 21, p. 38, 2019.4. Ibidem, p. 39. No topo: Daisaku Ikeda profere seu discurso de posse durante a fundação da Soka Gakkai Internacional (Guam, 26 jan. 1975) Foto: SeikyoPress
11/01/2024
Relato
BS
Com alegria e gratidão
Eu me chamo Heladio Soares, tenho 31 anos e moro em Uberlândia, MG, terra de muito pão de queijo e de pessoas simples e acolhedoras. Bem, é incrível como as coisas podem se desenrolar rapidamente quando estamos determinados a virar a chave da transformação da vida. Foi assim que aconteceu comigo. Eu tinha certa insegurança quando o assunto envolvia religião e a participação em algum movimento nessa área. Essa hesitação se devia, em parte, pelo fato de ver tanta discriminação em locais por onde andei. Em novembro de 2017, conheci meu atual companheiro, Leonardo, e logo falei da minha curiosidade sobre o budismo e o desejo de conhecer esse ensinamento. Ele já era membro da Soka Gakkai e não perdeu tempo convidando-me para uma atividade. Dois dias depois, lá estava eu, num ambiente acolhedor e de sinceros sorrisos que tocaram meu coração. No mesmo dia, ingressei na BSGI, a melhor decisão da minha vida. Com o companheiro, Leonardo Budismo é aprimoramento, e Soka Gakkai é ambiente para esse desenvolvimento. Assim, comecei a recitar Nam-myoho-renge-kyo e a pôr o estudo em prática nas minhas ações diárias. Também entrei para o Gajokai, grupo de bastidor da Divisão Masculina de Jovens (DMJ). A vida pede transformação e eu estava sentindo uma grande diferença do Heladio de antes. Agora, mais seguro, feliz, estava fazendo parte de um grandioso movimento pela paz, junto com outras pessoas tão diversas, com suas características sendo respeitadas e valorizadas. Era o que sempre busquei. Passei então a falar do budismo para amigos e familiares, porque a felicidade não podia ser só minha. E como Nichiren Daishonin orienta na escritura O Verdadeiro Aspecto de Todos os Fenômenos, “Deve não só perseverar como também ensinar aos outros”.¹ No dia da consagração do meu Gohonzon (objeto de devoção), meu primo também decidiu se converter, sendo ele meu primeiro shakubuku (pessoa a quem apresentamos essa maravilhosa filosofia). Daí não parei mais. Sonhos viram realidade Sempre desejei ser professor, mas era desencorajado. Em uma atividade, ouvi incentivos e determinei tornar esse sonho possível. Eu me inscrevi no curso de licenciatura em matemática e pedagogia; e abriram vagas para concurso, no qual fui aprovado. Veio a pandemia e não consegui tomar posse do cargo. Não desisti. Em 2021, no dia 26 de janeiro, aniversário da Soka Gakkai Internacional (SGI), a comprovação: assinei minha posse como professor e profissional de apoio escolar na prefeitura de Uberlândia, escolhendo uma escola próxima da minha residência, onde estou até hoje. E, misticamente, meu companheiro também tomou posse no significativo dia 3 de maio. Participei de dois processos seletivos para o mestrado, sendo aprovado em um deles fora das vagas. Nesse momento, renovei minha decisão, assim como sempre nos incentivou Ikeda sensei: “O fato de ter decidido já é uma prova de avanço. Mesmo que mantenham uma decisão somente por dois ou três dias, não importa. Basta renovar a decisão. Uma pessoa persistente é aquela que renova constantemente a decisão”.² Com a certeza de “jamais ser derrotado”, prestei para dois mestrados na Universidade Federal de Uberlândia e fui aprovado em primeiro lugar. Ainda fui convocado a tomar posse em outro concurso após quatro anos de espera, numa escola de meu interesse. Pude observar que, com a firme prática da fé, tudo é possível, conforme a orientação “Não há necessidade de ser dominado pela ansiedade. Existe o momento certo para cada coisa”.³ Espalhar felicidade Em julho de 2023, tive a chance de participar da Academia Índigo da Juventude Soka do Brasil e determinei concretizar mais shakubuku em gratidão. No mês seguinte, foram cinco as conversões para membros da Divisão dos Estudantes (DE) e a concessão de Gohonzon para minha cunhada cujo filho de 7 anos é superatuante. Quanta gratidão e mais avanço! Fui também nomeado responsável pela Divisão dos Estudantes da Sub. Triângulo Mineiro e, junto com os companheiros, determinamos participar do movimento dos cem jovens por distrito, objetivo que concretizamos em novembro passado. Muito feliz por ter essa vitória, percebo que, conforme avanço na prática da fé, minha vida caminha na mesma proporção. Recebi ainda o grato desafio de liderar o grupo Brasil Ikeda Myo-on Kai (sonoplastia e apoio a atividades) da Sub. Triângulo Mineiro, e hoje já estamos com três membros atuantes e vamos avançar ainda mais. Na Sub. Triângulo Mineiro — nesse significativo momento do levantar do discípulo, agora sem a presença física do Mestre —, organizamos o Festival Cultural “Humanismo e Amizade”, com a participação de inúmeros companheiros afastados, que ficaram motivados a se desafiar na prática da fé. Orgulho-me de ter concretizado 23 shakubuku até hoje, além de ter a imensa boa sorte de cadastrar minha mãe, irmã e sobrinha como simpatizantes da Soka Gakkai, pois elas viram a minha felicidade desde que comecei a praticar. Em novembro passado, elas visitaram o Centro Cultural Campestre (CCCamp) em Itapevi, SP. Que alegria! Quanta gratidão! Foto comemorativa do festival cultural realizado em novembro Atividades do movimento jovem da localidadeGostaria de agradecer imensamente a Ikeda sensei por nos permitir praticar esse budismo maravilhoso e ser membro da Soka Gakkai, ambiente de pleno acolhimento e aprimoramento para a vida; ao meu companheiro, por me apresentar a organização, e aos membros da Sub. Triângulo Mineiro, pelos incontáveis incentivos. Como diz uma frase muito falada no Brasil todo, uma adaptação do pensamento do escritor Guimarães Rosa, “É junto dos bão que a gente fica mió”. Venham conhecer nossa localidade. Muito obrigado. Heladio Soares da Silva, 31 anos. Profissional da educação. Na BSGI, é responsável pela Divisão dos Estudantes (DE) da Sub. Triângulo Mineiro (CRE Leste). Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Dai-shonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 405-406, 2020.2. RDez, ed. 180, 3 dez. 2016, p. 28.3. Ibidem, p. 24. Fotos: Arquivo pessoal
11/01/2024
Aprender com a Nova Revolução Humana
BS
Viver com o Gosho: volume 16 (parte 3)
Cada elemento — a cerejeira, a ameixeira, o pessegueiro, o damasqueiro — em sua própria entidade, sem sofrer qualquer mudança, possui os três corpos eternamente dotados [do Buda] (...) Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente1 Fazer brilhar o nosso melhor Em 2 de janeiro de 1972, antes da primeira reunião geral de vários grupos universitários formados em diversas universidades do Japão, Shin’ichi Yamamoto falou com um grupo de membros estudantes e encorajou um jovem em particular. — Não posso deixar de notar que, embora pareça ter uma índole gentil, também é um pouco medroso. Estou enganado? — É verdade — respondeu Yamaguchi em voz baixa. — A menos que evidenciemos os melhores aspectos de nosso caráter e tendências interiores, esses fatores muitas vezes podem se transformar em causas de infelicidade. Podemos considerar nossa personalidade como uma manifestação de nosso carma, que pode determinar nosso estado mental e felicidade na vida — observou, então, Shin’ichi. As palavras de Shin’ichi prenderam a atenção dos jovens. Eles ouviam com grande interesse enquanto ele prosseguia. — As pessoas possuem diferentes traços de caráter e de personalidade. Algumas possuem uma natureza vulnerável e são facilmente influenciadas pelos outros, ao passo que outras se enraivecem rapidamente. Umas sempre se depreciam, enquanto outras ficam amuadas o tempo todo. E algumas criticam e reclamam constantemente. Falando de modo geral, muitos fatores contribuem para a formação de nossa personalidade — genética e características herdadas, bem como ambiente familiar e outras experiências ao longo de nosso crescimento. Tudo isso, no entanto, tem forte ligação com o nosso carma; ou seja, o acúmulo de nossos atos, palavras e pensamentos no decorrer de existências prévias. Como resultado, alguns têm o infortúnio de possuir um tipo de personalidade que atrai apenas fracasso e ruína para a própria vida. (Trechos do capítulo “Coração e Alma”) Por exemplo, a jornada de Kamakura a Kyoto leva doze dias. Se viajar onze dias e parar quando estiver faltando apenas um dia, como poderá admirar a Lua sobre a capital? Carta para Niike2 Buscando o kosen-rufu ao longo da nossa vida Em janeiro de 1972, Shin’ichi visitou Koza (parte da atual cidade de Okinawa). Durante a sua visita, ele participou de uma sessão de fotos comemorativas e incentivou os membros. Ele compartilhou as seguintes palavras com uma integrante idosa da Divisão Feminina. Não há formatura nem aposentadoria da fé. De fato, viver significa continuar lutando. Entrar em contato com os mais idosos de Okinawa, que realizavam firmemente a prática da fé apesar da idade avançada, fizera o espírito de luta de Shin’ichi arder ainda mais. — As pessoas de mais idade possuem grande força. A enorme experiência de vida delas fornece-lhes uma sabedoria fundamental em relação à vida. Elas também têm uma extensa rede de amigos e conhecidos. Quando essas pessoas realizam esforços diligentes em prol do kosen-rufu, conseguem demonstrar muitas vezes a capacidade dos jovens — prosseguiu falando à mulher diante dele. — Avancemos juntos com a determinação de compartilhar o budismo com todos que conhecemos. (...) Em outras palavras, para atingir o estado de buda nesta existência, devemos trilhar o caminho da fé sem parar, até o último momento. Nascemos neste mundo como bodisatvas da terra que trabalham pelo kosen-rufu, pela felicidade do próximo e pela prosperidade da sociedade, por toda a vida. (Trechos do capítulo “Coração e Alma”) (Traduzido a partir da edição do jornal diário da Soka Gakkai, Seikyo Shimbun, 12 de fevereiro de 2020.) Assista Veja o vídeo da série “Aprender com a Nova Revolução Humana”, volume 16 Notas: 1. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, 2004, p. 200. (Cf. Terceira Civilização, ed. 488, abr. 2009, p. 21.) 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 294, 2017. Ilustração: Kenichiro Uchida
14/12/2023
Conheça o Budismo
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Determinação para ser feliz
A doutrina budista dos “três mil mundos num único momento da vida” (ichinen sanzen) revela o princípio revolucionário para um mortal comum atingir o estado de buda. Esse conceito é um dos pilares teóricos no qual Nichiren Daishonin se baseou para inscrever o Gohonzon do Nam-myoho-renge-kyo, objeto de devoção para conduzir todas as pessoas dos Últimos Dias da Lei ao caminho da felicidade. Em seu tratado Grande Concentração e Discernimento, o grande mestre Tiantai, da China, sistematizou a doutrina elucidada no Sutra do Lótus de que todas as pessoas possuem o estado de buda por meio do princípio de “três mil mundos num único momento da vida”. “Um único momento da vida” (ichinen) refere-se ao estado ou à condição de vida em cada momento singular. “Três mil mundos” (sanzen) representa todos os fenômenos, isto é, tudo o que existe e suas funções. Os “três mil mundos” estão todos incorporados na vida “num único momento”, e um único momento permeia todos os fenômenos. Por que três mil? O número “três mil” é resultado do seguinte cálculo: 10 (dez mundos, ou dez estados de vida) x 10 (possessão mútua dos dez mundos) x 10 (dez fatores) x 3 (três domínios da existência, ou três princípios da individualização). Nichiren Daishonin escreveu: A vida em cada momento está dotada com os dez mundos. Ao mesmo tempo, cada um dos dez mundos contém a totalidade desses dez mundos e, consequentemente, uma entidade de vida possui, na verdade, cem mundos. Cada um desses mundos possui, por sua vez, trinta domínios, o que significa que os cem mundos se desdobram em três mil. Os três mil mundos estão todos contidos num único momento da vida. Se não houver vida, esta questão se encerra. No entanto, se houver uma fagulha de vida, esta conterá todos os três mil mundos.1 É importante ressaltar que o conceito explicado por Tiantai descreve apenas o processo teórico da iluminação, pois a lei básica desse processo não havia sido revelada. Por isso, esse ensinamento pode ser compreendido como ichinen sanzen teórico. Somente com a revelação do Nam-myoho-renge-kyo por Nichiren Daishonin no século 13, a Lei fundamental que engloba tanto a vida como o universo, a consecução real e efetiva da iluminação tornou-se possível — ichinen sanzen prático ou real. E essa Lei foi incorporada na forma de Gohonzon para que todas as pessoas tivessem acesso à finalidade básica da prática do budismo. Incorporação do ichinen sanzen Nichiren Daishonin incorporou o princípio de ichinen sanzen na forma de Gohonzon e estabeleceu sua prática como a invocação do Nam-myoho-renge-kyo, possibilitando a todas as pessoas atingirem a iluminação. Nossa condição de vida afeta nossa percepção do mundo e nossa ação em relação a ele. A prática do gongyo e do daimoku nos possibilita elevar esse estado de vida e perceber a essência real dos fatos com sabedoria e coragem para agir diante das situações. Elevando nossa condição de vida, podemos sair do ciclo de sofrimento e de causas negativas e transformar nosso ambiente. Porém, como seres humanos, temos altos e baixos, motivos pelos quais devemos nos exercitar constantemente. Todos nós somos bodisatvas da terra que nascemos com a missão de propagar o budismo. Quando nos conscientizamos disso e direcionamos nosso ichinen, isto é, nossa “mente única” em prol do grandioso ideal do kosen-rufu, criamos uma condição de vida forte e inabalável. O presidente Ikeda afirma: Nossa vida está fundamentalmente em união com a própria vida do universo. Todos os tesouros do universo existem em cada pessoa; e cada pessoa é uma entidade infinitamente digna de respeito. Portanto, com nossa fé, transformamos a nós próprios e também nossa família, e mudamos ainda a comunidade em que vivemos, o país e o mundo inteiro, direcionando-os para a esperança, a paz e a felicidade. Essa é a prática do supremo princípio budista dos “três mil mundos num único momento da vida”. É uma batalha para elevar a vida de toda a humanidade.2 De forma simplificada, a palavra ichinen é comumente expressa como “determinação”. A determinação de uma pessoa em um único instante é a que definirá o rumo de nossa vida. Uma forte determinação, portanto, tem o poder tanto para a construção como para a destruição. Todavia, uma mente resoluta ou imbuída de forte ichinen difere da ideia de pensamento positivo. Para a consecução de um objetivo, por exemplo, não basta simplesmente pensar positivamente, é preciso expressar-se e agir de acordo. Dessa forma, quando uma pessoa manifesta esse tipo de determinação, todo o seu ser participa, ou seja, há uma interação entre os “dez mundos”, os “dez fatores” e os “três domínios da individualização”. Em outras palavras, a vida é a entidade do universo e está dotada do potencial de buda (estado de buda). Quando se recita Nam-myoho-renge-kyo ao Gohonzon para manifestar o potencial de buda, a vida e, consequentemente, seu ambiente alcançam a iluminação. Fontes: Terceira Civilização, ed. 538, jun. 2013, p. 60. Os Fundamentos do Budismo Nichiren para a Nova Era do Kosen-rufu Mundial. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, 2017. p. 64 Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 371, 2020. 2. Brasil Seikyo, ed. 1.605, 26 maio 2001, p. A3. Ilustração: GETTY IMAGES
14/12/2023
Estudo do Budismo
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Carta de Ano Novo
Trecho do Gosho Recebi cem bolinhos de arroz cozidos a vapor e uma cesta de frutas. O dia de Ano-Novo representa o primeiro dia, o primeiro mês, o começo do ano e o início da primavera.¹ A pessoa que celebra esse dia acumulará virtudes e será amada por todos, assim como a Lua vai aumentando de tamanho à medida que se move do oeste para o leste,² e assim como o Sol brilha mais intensamente enquanto se desloca do leste para o oeste. Em primeiro lugar, sobre a questão de onde exatamente se encontram o inferno e o buda, um sutra diz que o inferno está abaixo da terra, e outro afirma que o buda reside no oeste. No entanto, um exame mais cuidadoso revela que ambos existem em nosso corpo de um metro e meio de altura. Isso deve ser verdade, pois o inferno está no coração da pessoa que, em seu íntimo, despreza seu pai e ignora sua mãe.³ Cenário histórico Nichiren Daishonin escreveu esta carta para a esposa de Omosu, irmã mais velha de Nanjo Tokimitsu, em agradecimento a Omosu pelos sinceros oferecimentos de cem bolinhos de arroz cozidos a vapor e de uma cesta de frutas enviados por ela no início do ano. O nome Omosu deriva da região na qual sua propriedade estava localizada, na vila de Omosu. Ela ficava próxima à vila de Ueno, onde Tokimitsu viveu, tornando mais fácil para irmão e irmã manterem contato um com o outro. O nome completo do marido da destinatária da carta era Ishikawa Shimbei Yoshisuke, também conhecido como Ishikawa no Hyoe, regente da vila de Omosu. O casal tinha perdido a filha no ano 1278, acometida de uma doença. Essa filha havia enviado diversas cartas a Daishonin. Antes de ela morrer, escreveu para ele dizendo que provavelmente aquela seria sua última carta e expressou seu estado de espírito sereno enquanto enfrentava a morte.4 No escrito Carta de Ano Novo, Nichiren Daishonin explica, de maneira simples e poética, a forma como opera o princípio dos “dez mundos”.5 Ele revela que tanto o estado de buda como o estado de inferno existem na vida de cada ser humano. Uma pessoa com o coração cheio de ódio vive no mundo do inferno, enquanto aquele que tem fé no Sutra do Lótus experimenta o mundo do estado de buda. Sem dúvida, a esposa de Omosu recebia cada Ano-Novo com a determinação de permanecer firme em sua prática budista como discípula de Nichiren Daishonin, não somente para o próprio bem, mas também em nome da filha que havia partido. Como o Ano-Novo se aproximava, ela deve ter renovado sua decisão enviando a Nichiren Daishonin esses oferecimentos. Daishonin, por sua vez, louva de todo o coração a sinceridade e vibrante determinação dela. Explanação Fazer de cada dia uma renovada partida O primeiro dia do ano novo é um dia que marca novos começos e em que todos podem recomeçar o novo ano com nova e revigorante determinação. É uma excelente oportunidade para despertarmos para o espírito budista da “verdadeira causa”6 — o espírito de sempre avançar a partir do presente momento. Quando agimos assim, nossa vida certamente transbordará de incontida alegria. Nichiren Daishonin afirma que uma pessoa que comemora esse dia, com base na Lei Mística, acumulará constantemente virtude e benefício e será amada por todos, assim como a lua cresce gradualmente ficando mais cheia e o sol brilha ainda com mais intensidade à medida que sobe mais alto no céu. O inferno e o estado de buda existem dentro de nós Nessa carta, Nichiren Daishonin assegura a ela [recebedora da carta] que o Buda não pode ser encontrado em algum lugar distante, senão dentro do próprio coração, assim como explica a essência fundamental da vida, a “possessão mútua dos dez mundos”7 — uma das teorias budistas mais importantes — de forma acessível. Ao explicar sobre a “possessão mútua dos dez mundos”, Daishonin primeiro esclarece como o estado de inferno existe dentro da própria vida, descrevendo-o, por exemplo, como o “coração da pessoa que, em seu íntimo, despreza o pai e ignora a mãe”. A lei de causa e efeito que opera nas profundezas da vida é rigorosa. Pode não ser imediatamente clara quando apenas examinamos as causas, mas estas invariavelmente produzem efeitos, negativos ou positivos. Nichiren Daishonin compara isso à semente de lótus, que contém simultaneamente “flor e fruto”. Esperamos que o “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial” seja um grande recomeço com renovada decisão para a vitória de cada membro da BSGI, reafirmando nosso juramento ao Mestre. Desejamos um feliz 2024 de grandes aprendizados e fortalecimento na fé, na prática e no estudo! Notas: 1. De acordo com o calendário lunar japonês, a primavera começa com o primeiro mês; isto é, por esse sistema oficial se inicia o novo ano. Pelo calendário gregoriano, essa data corresponde a algum dia entre 21 de janeiro e 19 de fevereiro 2. Refere-se ao fato de que a lua nova é vista pela primeira vez no oeste, logo após o pôr do sol. Nas noites que se seguem, como a lua cresce mais cheia, tem-se a impressão de que ela se desloca gradativamente para o leste. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 405, 2018. 4. Ibidem, p. 166. 5. “Dez mundos” (jap. jikkai): Dez mundos distintos ou categorias de seres descritos nos sutras budistas. Do mais baixo ao mais elevado, eles são: (1) mundo do inferno; (2) mundo dos espíritos famintos; (3) mundo dos animais; (4) mundo dos asura; (5) mundo dos seres humanos; (6) mundo dos seres celestiais; (7) mundo dos ouvintes da voz; (8) mundo dos que despertaram para a causa; (9) mundo dos bodisatvas; e (10) mundo dos budas. Originalmente, os “dez mundos” eram vistos como locais fisicamente distintos, cada um deles habitado pelos respectivos seres. Entretanto, o Sutra do Lótus ensina que cada um dos dez mundos contém inerentemente todos os dez. Com base nessa perspectiva, o conceito de dez mundos pode ser interpretado como estados de vida potenciais existentes em cada ser, ou seja, dez condições ou estados de vida que toda pessoa pode manifestar ou experimentar a qualquer momento. Assim, os dez mundos correspondem, respectivamente, aos estados de: (1) inferno; (2) fome; (3) animalidade; (4) ira; (5) tranquilidade ou humanidade; (6) alegria; (7) erudição; (8) autorrealização; (9) bodisatva; e (10) buda. 6. “Verdadeira causa”: Também chamada de princípio místico da “verdadeira causa”. O Budismo de Nichiren Daishonin expõe diretamente a verdadeira causa para a iluminação, como o Nam-myoho-renge-kyo, que é a lei da vida e do universo. Ele ensina uma forma de prática budista de sempre avançar a partir deste momento e superar todos os problemas e dificuldades com base nesta lei fundamental. 7. “Possessão mútua dos dez mundos” (jap. jikkai-gogu): Princípio formulado por Tiantai com base no Sutra do Lótus. Segundo esse princípio, cada um dos dez mundos possui o potencial inerente para todos os dez. É um dos componentes principais da doutrina “três mil mundos num único momento da vida” também formulado por Tiantai. Da ótica dos estados de vida potenciais, “possessão mútua” significa que a vida não se fixa a um ou a outro dos dez mundos, mas pode manifestar qualquer um dos dez — do estado de inferno ao estado de buda — a qualquer momento. Quando um dos dez mundos se manifesta, os demais nove permanecem latentes, em estado de não substancialidade. O ponto fundamental desse princípio é que todos os seres, em quaisquer dos nove mundos, possuem a natureza de buda. Assim, cada pessoa tem o potencial para manifestar o estado de buda, da mesma forma que um buda também possui os nove mundos, não sendo, portanto, separado ou diferente das pessoas comuns.
14/12/2023
Especial
BS
“Oh! Brasil! Terra natal do meu coração”
O Dr. Daisaku Ikeda encerrou sua nobre existência dedicada à humanidade no dia 15 de novembro e, desde essa data, os membros da Soka Gakkai em todo o mundo prestam homenagens com profunda gratidão e renovam a decisão de cumprir o juramento de concretizar o kosen-rufu infalivelmente. No Brasil também, os integrantes da BSGI unem-se para reafirmar: “Sensei, conte conosco!”. Determinação cultivada ao longo de décadas de uma relação que se aprofunda a cada palavra de encorajamento do Mestre posta em prática, a cada dificuldade superada com suor e lágrimas, e a cada vitória alcançada e compartilhada com os companheiros. No poema Brasil, Seja Monarca do Mundo! cujas primeiras linhas compõem o título deste Especial, Ikeda sensei expressa suas expectativas em relação à atuação dos membros da BSGI. Em outro trecho, ele solicita: Oh! meus amigos! Por mais distantes que estejamos nunca estamos separados, mais próximo está nosso coração. Percorramos juntos eternamente, sublimes companheiros do kosen-rufu, pela grande estrada dourada de paz e felicidade.1 Sensei nos relembra que a “unicidade de mestre e discípulo” (shitei funi) é uma relação que transcende a distância física, o tempo e a própria morte. Eterniza-se por meio das ações do discípulo para concretizar e perpetuar os ideais do mestre. Brasil Seikyo traz, a seguir, um breve panorama sobre como esses sinceros laços de vida entre Ikeda sensei e os membros da BSGI se desenvolveram ao longo das décadas, superando grandes ondas de adversidades para consolidar uma organização com importante missão para o futuro da humanidade. “Contudo, eu irei” Essa frase imortal de Ikeda sensei marca o inabalável espírito de fundação da BSGI. Em 1960, em sua primeira viagem ao exterior, o Mestre estava com a saúde debilitada e, mesmo assim, viajou para Estados Unidos, Canadá e Brasil com sua comitiva. Deixando o Brasil como o último e mais importante destino, ele não recuou. A decisão de vir ao país, independentemente da situação de sua saúde, deu início à grandiosa unicidade de mestre e discípulo com os brasileiros. Durante a reunião de fundação do Distrito Brasil, Ikeda sensei declarou: Reunião de fundação do Distrito Brasil, o primeiro a ser criado fora do Japão (20 out. 1960) — O Brasil tornou-se agora, fora do Japão, o país pioneiro do movimento pelo kosen-rufu mundial. Aqui existe um potencial ilimitado. Como pioneiros da paz e da felicidade, solicito aos senhores que abram o caminho do kosen-rufu do Brasil em meu lugar. Por favor, façam o melhor que puderem. Conto com os senhores!2 Luz do alvorecer Em 1966, o Brasil vivia sob regime militar e os cinco dias da segunda visita de Ikeda sensei transcorreram sob constante vigilância policial em consequência de informações distorcidas sobre a Soka Gakkai. O Mestre encorajou os membros da BSGI a vencer as dificuldades e a se empenhar para conquistar a confiança na sociedade por meio da própria comprovação da prática budista. Líderes da BSGI recitam daimoku com Ikeda sensei em sua segunda visita ao Brasil (mar. 1966) Em visita ao Rio de Janeiro, Ikeda sensei incentivou pioneiros da localidade: — É fundamental que não se esqueçam da decisão de avançar, de crescer e de vencer a cada dia. Assim, criarão uma magnífica história na vida, sem motivos para se arrependerem mais tarde. Para isso, é importante que perguntem a si mesmos: “o que eu posso fazer agora?”, “como devo atuar no dia de hoje?” Com isso em mente, mantenham sempre o desafio de dedicar-se ao máximo em prol do kosen-rufu.3 Reencontro emocionante Em 1974, seria realizada uma viagem de Ikeda sensei aos Estados Unidos e ao Brasil. A BSGI programou a realização de um festival cultural para recebê-lo. Porém, a emissão do visto de entrada ao país foi negada: o governo brasileiro estava temeroso em função de uma denúncia anônima de que havia um indivíduo perigoso na comitiva. Foram dezoito anos de espera até o reencontro dos membros brasileiros com o Mestre. Finalmente, em 19 de fevereiro de 1984, Ikeda sensei desembarcou no Aeroporto de Congonhas em São Paulo, em sua terceira visita ao Brasil. Ele viajou para Brasília, capital federal, onde manteve audiências com o presidente da República e outras autoridades. Nos intervalos desses compromissos, encontrou-se com os membros e os incentivou calorosamente. Momentos inesquecíveis durante a segunda visita do Mestre ao Brasil com integrantes da organização de Brasília, DFEm São Paulo, no dia 25 de fevereiro, o presidente Ikeda apareceu inesperadamente no Ginásio de Esportes do Ibirapuera, onde seria realizado o 1o Festival Cultural-Esportivo da SGI, no dia 26. Os milhares de figurantes e integrantes da organização que estavam no local ficaram surpresos e muito felizes. Quando ele surgiu no ginásio e começou a dar a volta na pista olhando para os membros que lotavam as arquibancadas, uma forte manifestação de alegria e um turbilhão de vozes estremeceram o espaço. Todos aguardavam por esse grande momento. Surpreendendo a todos, Ikeda sensei surge no ensaio geral do Festival Cultural-Esportivo realizado no Ginásio do Ibirapuera (25 fev. 1984) Depois de percorrer o ginásio com os braços erguidos, ele pegou o microfone e externou seu profundo sentimento a todos. Em coro, os figurantes e os espectadores cantaram com altivo orgulho Saudação a Sensei. Essa canção encorajou os companheiros do Brasil nos momentos mais difíceis, incentivando-os a desafiar os próprios limites. Foi a música que criou a forte solidariedade e o companheirismo entre os valorosos membros de todos os recantos das terras brasileiras. Cerca de três anos após a sua terceira visita, em 21 de fevereiro de 1987, o Mestre dedicou aos membros do Brasil um significativo poema intitulado A Longa e Distante Correnteza do Amazonas, no qual descreve a história de desafios e de vitórias da BSGI. Em um trecho, ele relembra o momento do reencontro em 1984: Foi realmente como uma tempestade me envolvendo... Um turbilhão de ardente paixão e emoção... É pique! É pique! É pique! É hora, é hora, é hora... 25 de fevereiro de 1984, ensaio geral do Grande Festival Cultural do Brasil... O brado audaz da vida dos jovens do paraíso do samba estremeceu o imenso Ginásio de Esportes. Sorrisos, lágrimas, vozes jubilosas de vocês, deles e delas, pareciam preencher o intervalo de 18 anos vividos, dia após dia, com intensa ansiedade. Este espetáculo por mim jamais será esquecido.4 Direcionamentos marcantes Trecho da mensagem de Ikeda sensei comemorativa do cinquentenário da BSGI Neste momento é chegado o importantíssimo “tempo” da arrancada rumo ao futuro do kosen-rufu. Solicito que, daqui para a frente, os senhores abram um majestoso caminho da vitória por todo o Brasil a partir do bloco que assumiram como missão de sua vida e da comunidade com a qual possuem profunda relação cármica, incentivando e desenvolvendo ainda mais os valores humanos, que são a nova esperança.5 * * * Trecho da mensagem de Ikeda sensei comemorativa dos sessenta anos de fundação da BSGI A vitória dos senhores é a minha própria vitória. A felicidade dos senhores é a minha própria felicidade. Por mais que estejamos fisicamente distantes, por vivermos pelo kosen-rufu em torno do Gohonzon, nosso coração está sempre próximo e fortemente conectado. Daqui em diante também, minha esposa e eu enviaremos daimoku com todas as forças para que conquistem uma vida vitoriosa com saúde e longevidade, exalando o aroma dos benefícios e da boa sorte.6 Consolidação para o futuro Em 9 de fevereiro de 1993, Ikeda sensei desembarcou no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, ocasião em que foi recebido por inúmeras personalidades, entre elas o então presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), Austregésilo de Athayde. Na época, o Dr. Ikeda foi acolhido como sócio correspondente da ABL e recebeu o título de doutor honoris causa da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em sua quarta visita, recebeu distintas homenagens de São Paulo e do Paraná. No Centro Cultural Campestre, em Itapevi, SP, participou da Convenção Sul-Americana da SGI, da 16ª Convenção da SGI e de vários outros eventos. Nos dias em que esteve em terras brasileiras, Ikeda sensei direcionou o avanço do kosen-rufu do Brasil e do mundo, estabelecendo o ritmo de avanço da organização para todo o futuro. Durante a Convenção da SGI, o Mestre incentivou: O budismo que praticamos revela a suprema dignidade e a verdadeira igualdade da vida de todas as pessoas. Nosso movimento pelo kosen-rufu consiste em nos respeitar mutuamente, fazendo florir a bela flor da “paz” e da “felicidade” dentro da nossa vida e na vida dos nossos amigos. É esse o nosso objetivo. (...) Aqueles que possuem o coração rico e benevolente prezam as pessoas, criam “valores humanos” e tornam a si próprias pessoas felizes. Aqueles com espírito pobre desprezam as pessoas com as lamentações e calúnias, levando-as a cair em desgraça, além de se tornar infelizes. Devemos ter sempre um coração rico e belo, e envolver carinhosamente nossos amigos com a melodia da sinfonia da felicidade.8 BSGI Monarca Em 22 de julho de 2001, os membros da BSGI receberam, com muita emoção e nova decisão, o poema Brasil, Seja Monarca do Mundo!, de autoria do Dr. Daisaku Ikeda, que se tornou uma clara bússola para a atuação dos discípulos brasileiros no movimento pelo kosen-rufu. Em um trecho do poema consta: Não faz mal que seja pouco, o que importa é que o avanço de hoje seja maior que o de ontem. Que nossos passos de amanhã sejam mais largos que os de hoje. Que sejam humanistas de braços fortes em luta solidária com as pessoas deserdadas. Atuem agora e vivam o presente com a certeza de que neste exato instante está se erguendo o futuro.7 A mais nobre missão Trecho da mensagem de Ikeda sensei comemorativa dos trinta anos de sua quarta visita ao Brasil Então, avançando corajosamente pelo grande caminho do kosen-rufu de profunda missão, junto com a Gakkai e os companheiros, vamos continuar transmitindo incentivos com o espírito de prezar uma única pessoa e sem deixar ninguém para trás! E, em nossa terra do juramento, vamos construir a grande rede da felicidade e da paz! Rumo ao centenário de fundação da Soka Gakkai em 2030, com os jovens de altivo orgulho de genuínos emergidos da terra na vanguarda, conto com todos para que promovam, em união harmoniosa e alegre, o modelo de avanço número um do mundo!9 Trecho da mensagem de Ikeda sensei comemorativa do dia 18 de novembro (2023) Daishonin afirma: “Meu desejo é que todos os meus discípulos façam um grande juramento”. Justamente por vivermos um momento de provações no mundo inteiro, que possamos recitar, de forma intensa, daimoku do rugido do leão e, juntos, com renovada decisão, devotar a vida em prol do “grande juramento pelo kosen-rufu”! E, com os jovens na vanguarda, vamos todos, imbuídos da energia vital juvenil dos bodisatvas da terra, expandir corajosamente a rede da esperança e da paz Dedico aos senhores palavras do meu venerado mestre, Josei Toda: “As ladeiras das dificuldades fazem com que a fé se fortaleça e a condição de vida se aprofunde. Quanto mais ladeiras das provações transpusermos na vida, mais a felicidade, os valores humanos e a vitória aumentarão”. Haja o que houver, peço que avancem sempre com harmonia e alegria!10 No topo: presidente Ikeda e sua esposa, Kaneko, cumprimentam membros do Brasil durante um passeio no Centro Cultural Campestre da BSGI em sua quarta visita ao país (fev. 1993) Fotos: Seikyo Press Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.572, 17 jul. 2021, p. 8. / 2. IKEDA, Daisaku. Desbravadores. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 243, 2019. / 3. Idem. Luz do Alvorecer. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 11, p. 27, 2017. / 4. Disponível em: https://extra2.bsgi.org.br/extranet/estudo/poemas/a-longa-e-distante-correnteza-do-amazonas/#top, Acesso em: 6 nov. 2023. / 5. Brasil Seikyo, ed. 2.054, 9 out. 2010, p. A1. / 6. Idem, ed. 2.535, 10 out. 2020, p. 3. / 7. Idem, ed. 2.572, 17 jul. 2021, p. 8. / 8. Idem, ed. 2.628, 11 fev. 2023, p. B3. / 9. Idem, ed. 2.636, 10 jun. 2023, p. 3. / 10. Idem, ed. 2.647, 23 nov. 2023, p. 11.
07/12/2023
Especial
BS
Sublime caminho de mestre e discípulo
O dia 18 de novembro é marcado por diversos significados. Além dos 93 anos de fundação da Soka Gakkai, celebram-se dez anos de inauguração do Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu e quatro anos do Centro Mundial Seikyo da Soka Gakkai. Também nessa data, em 1944, falecia o primeiro presidente da organização, Tsunesaburo Makiguchi. A história da Soka Gakkai, iniciada em 1930, foi escrita com o empenho resoluto de seus fundadores, Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda. Anos depois, coube a Daisaku Ikeda assumir a terceira presidência da organização, em 3 de maio de 1960, dando continuidade ao legado dos mestres antecessores e ampliando a correnteza do kosen-rufu em nível mundial. Primeiros passos O primeiro contato de Tsunesaburo Makiguchi com o Budismo de Nichiren Daishonin aconteceu em 1928, quando ele conheceu Sokei Mitani, diretor do Colégio Kenshin (atual Colégio Mejiro), de Tóquio. Na época, Makiguchi era diretor de uma escola de ensino fundamental 1 e, naquele encontro, Mitani explicou o tema central do pensamento budista com base no tratado Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra, escrito por Nichiren Daishonin, em 1260. Makiguchi encontrou no debate entre o viajante e o anfitrião, descrito nessa obra, as respostas que tanto buscava. Seu interesse em se aprofundar no pensamento budista foi tão grande que o diálogo com Mitani se repetiu por dez dias seguidos até Makiguchi tomar a decisão de abraçar o budismo. Nas suas anotações, ele descreve que não seguia nenhuma religião até então e que estava à procura de uma que valesse a pena. Estudou as filosofias cristãs, o xintoísmo e outras escolas budistas, mas nenhuma dessas doutrinas foi convincente aos seus olhos. “Não há nenhuma contradição com os princípios científicos e filosóficos que sustentam a nossa vida diária!” — assim comenta o educador sobre as suas primeiras considerações em relação ao Budismo Nichiren. Ele observou que, no processo de avaliação da veracidade de uma religião com base nas “três provas” — documental, teórica e real —, definidas no budismo, havia correspondência com as razões lógica, científica e filosófica. Além disso, o objeto de devoção da fé não eram deuses nem budas personificados, mas uma lei pela qual as pessoas atingem as mesmas qualificações de um buda. Abraçar a fé no Budismo Nichiren foi uma transformação radical no modo de vida do veterano professor de quase 60 anos, uma alegria que ele considerou indescritível. Nessa ocasião, Makiguchi participava de um grupo de estudos formado por professores, em sua maioria jovens, organizado informalmente e comprometido em reformar a sociedade por meio da educação. Eles compartilhavam um sentimento de frustração diante da sociedade extremamente autoritária. Numa tarde de fevereiro de 1929, ele foi se encontrar com um daqueles jovens, Josei Toda, que morava no bairro de Meguro, em Tóquio, para expor o projeto de publicar sua teoria de educação. “Qual é o objetivo de sua teoria educacional?” — perguntou Josei Toda. “É a criação de valor!” — respondeu Makiguchi. “Vamos chamá-la então de sistema pedagógico de criação de valor!” — propôs Josei Toda e assim nasceu a educação Soka. Em 18 de novembro de 1930, Makiguchi sensei publicou a obra Soka Kyoikugaku Taikei [Sistema Pedagógico de Criação de Valor]. Na página de créditos constava o nome de Tsunesaburo Makiguchi, como autor, o de Josei (na época, Jogai) Toda, como editor, e a denominação da Soka Kyoiku Gakkai [Sociedade Educacional de Criação de Valor] como editora. Assim surgiu no mundo o nome da predecessora da Soka Gakkai [Sociedade de Criação de Valor] cuja fundação ocorreu pelas mãos de duas pessoas: Tsunesaburo Makiguchi, como mestre, e Josei Toda, como seu fiel discípulo. Dessa pequena vereda originou-se a grande correnteza do kosen-rufu mundial, hoje presente em mais de 192 países e territórios. À medida que Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda se aprofundavam no budismo, eles se convenciam cada vez mais de que a prática dessa filosofia, com ensinamentos que asseguravam a transformação da sociedade pela mudança do indivíduo, era o meio para alcançar uma reforma social fundamental que tanto ansiavam. Então, a Soka Kyoiku Gakkai transcendeu os aspectos pedagógicos que antes a norteavam e se tornou um movimento pela felicidade das pessoas com a promoção do Budismo de Nichiren Daishonin. Juntos, Makiguchi sensei e Toda sensei viajavam por todo o Japão realizando reuniões e incentivando os membros. Verdadeira missão Em meio à Segunda Guerra Mundial, o governo japonês impôs a religião do Estado, o xintoísmo, à população, e também se tornou intolerante à divergência de opiniões. Tsunesaburo Makiguchi se opôs firmemente a essas ações repressivas. Por isso, em 1943, ele, Josei Toda e outros discípulos foram presos. Diante da forte pressão, os dois permaneceram inabaláveis. Makiguchi sensei, mantendo sua crença até o fim, morreu no cárcere em 1944. Toda sensei foi libertado em julho de 1945. Com o falecimento do seu mestre, Josei Toda decidiu reconstruir a organização devastada pela guerra, nomeando-a Soka Gakkai. Em 1947, numa pequena reunião de palestra, ele conheceu o jovem Daisaku Ikeda que, aos 19 anos, se tornou seu abnegado discípulo e sucessor. Passou-se uma década, e com a morte de Josei Toda, Ikeda sensei encarregou-se de expandir o budismo para fora do Japão, difundir os ideais de paz, cultura e educação da organização e consolidar a Soka Gakkai como religião mundial. As teorias de Makiguchi sensei sobre a educação criadora de valor inspiraram um crescente número de pesquisas e projetos inovadores no mundo inteiro e originaram a grandiosa Soka Gakkai de hoje. Isso só foi possível porque Toda sensei e Ikeda sensei assumiram para si seus ideais humanísticos e se mantiveram inabaláveis para cumprir o juramento em prol da felicidade da humanidade. O espírito de fundação da organização pulsa na eterna unicidade de mestre e discípulo, como o presidente Ikeda enfatiza: O Sr. Toda advertiu rigorosamente: “Quando o espírito de fundação é esquecido, surgem divisões e facções, as lutas pelo poder proliferam e reina a desordem. Manter e fortalecer o espírito de mestre e discípulo — o ponto primordial da Soka Gakkai — são a essência e o fundamento de nossa organização dedicada à ampla propagação do Budismo Nichiren”. Nosso espírito de fundação não é abstrato ou simbólico. Na verdade, o espírito de fundação de nossa organização e o espírito de mestre e discípulo são absolutamente idênticos. São uma única coisa. (…) A nobre vida de um bodisatva da terra pulsa vibrantemente nas profundezas de nosso ser. Nós podemos extrair e manifestar essa pura e poderosa energia vital orando com um profundo juramento e empreendendo ações corajosas. Conforme diz um verso da Canção da Revolução Humana, “Temos uma missão a cumprir aqui neste mundo”. Todos vocês, sem exceção, nasceram neste planeta com uma preciosa missão. Declaro que a construção de uma nova Soka Gakkai começa com a dinâmica energia vital dos bodisatvas da terra.1 Atualmente, com os jovens na vanguarda, a Soka Gakkai caminha a passos largos em diversas frentes na sociedade para a construção de um mundo pacífico com base nos princípios humanísticos do Budismo Nichiren e na eterna unicidade de mestre e discípulo visando seu auspicioso centenário em 2030. Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.491, 16 nov. 2019, p. 6 e 7. Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.882, 10 mar. 2007, p. A5. *** Humanismo é a essência da Soka Gakkai Trecho de discurso do presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, proferido no Gongyokai Comemorativo do 57o Aniversário de Fundação da Soka Gakkai, realizado em Tóquio, no dia 18 de novembro de 1987. DR. DAISAKU IKEDA O espírito de mestre e discípulo que unia o presidente Tsunesaburo Makiguchi e o presidente Josei Toda é o ponto inicial eterno da Soka Gakkai. Celebramos o aniversário de fundação da Soka Gakkai com um crescimento sem precedentes. Tudo começou com o levantar resoluto de Makiguchi sensei, na época mais tumultuosa de todas, seguido por Toda sensei, que entrou em ação com a ardente paixão de um rei leão. Como terceiro presidente, eu também me lancei à ação com o espírito de mestre e discípulo. O desenvolvimento sólido de hoje e a base duradoura que construímos para o futuro são frutos do solene caminho de mestre e discípulo estabelecido pelos três primeiros presidentes. Esse caminho é a fonte do espírito da Soka Gakkai, a essência fundamental de nossa organização. Como membros da Soka Gakkai — genuínos e audazes bodisatvas da terra —, espero que despertem para o significado real do que vem a ser praticar o caminho de mestre e discípulo por toda a vida. Não tive a honra de me encontrar com o presidente Makiguchi. Pelos retratos e pelas fotografias de Makiguchi sensei, alguns de vocês podem ter a impressão de que se tratava de uma pessoa altiva ou até intimidante. Mas todos os que o conheceram de fato atestam com carinho o imenso coração e a compaixão que ele possuía. Um célebre episódio que vem sendo transmitido através dos tempos revela que, em uma noite gelada de inverno, uma mãe carregando uma criança nas costas se preparava para voltar para casa após uma reunião de palestra. Makiguchi dobrou pessoalmente algumas folhas de jornal e forrou o casaco que envolvia o bebê, dizendo que isso proveria uma camada extra para protegê-lo do frio. Essa história oferece um lindo retrato da personalidade terna dele. Outra pessoa relembra a imensa consideração de Makiguchi pelos outros. Certa vez, em uma reunião de palestra, quando a mulher que havia oferecido a residência para a atividade foi à cozinha pôr a chaleira no fogo, Makiguchi disse-lhe, amavelmente: “Não se preocupe em nos servir chá. Por favor, venha e junte-se à conversa”. O exemplo dele demonstra preocupação pelos amigos e genuíno humanismo. Tais qualidades podem ser descritas como o espírito fundamental e o âmago da Soka Gakkai. São o manancial da força e do belo espírito da organização — tão raros no mundo atual. São qualidades que jamais devemos perder. Participantes da 15a Reunião de Líderes da Soka Gakkai (Tóquio, Japão, 2 set. 2023) No topo: ilustração mostra Tsunesaburo Makiguchi, à dir., e seu discípulo, Josei Toda, à esq., na época de lançamento da obra Soka Kyoikugaku Taikei [Sistema Pedagógico de Criação de Valor], que marca a fundação da Soka Gakkai em 18 de novembro de 1930 Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.393, 28 out. 2017, p. B3. Ilustração: Kenichiro Uchida Foto: Seikyo Press
09/11/2023
Vida - Princípios budistas no dia a dia
BS
Buda e Deus
Quando conhecem o Budismo de Nichiren Daishonin, muitas pessoas ficam curiosas quanto à prática e aos princípios da filosofia budista. Uma das dúvidas mais comuns é com relação ao conceito de Deus. Algumas perguntam: “Existe Deus no budismo?”, “Vocês acreditam em Deus?” ou “Como o budismo define a existência de Deus?”. Para as religiões judaico-cristãs, por exemplo, uma das definições de Deus é a de um “ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe”.1 Mas o que o budismo entende por Deus? Transformação da vida O budismo teve origem na Índia com Shakyamuni, centenas de anos antes do estabelecimento do cristianismo. Com a expansão das religiões, o cristianismo se difundiu focado na crença de um Deus onipotente, onipresente e externo às pessoas. Shakyamuni teve o legado de seus ensinamentos exposto nos 28 capítulos do Sutra do Lótus. No Japão do século 13, ao estudar os ensinamentos desse sutra, Nichiren Daishonin revelou que sua essência está contida no próprio título: Nam-myoho-renge-kyo. Na época, o povo japonês passava por sofrimentos decorrentes de invasões e ataques dos mongóis, e também com epidemias e desastres naturais como terremotos, inundações, secas prolongadas e maremotos. Sentindo a angústia do povo, Nichiren Daishonin revelou o Nam-myoho-renge-kyo para que todas as pessoas enfrentassem e vencessem as dificuldades que estavam vivendo. O que é Nam-myoho-renge-kyo? Ele se manifesta no universo, nas estações do ano, nos elementos da Terra, nos animais, nos vegetais, nos seres humanos. É a essência real de todos os fenômenos. Em uma definição simples, pode-se dizer que significa “vida”, porém em sua essência, em um nível elevado e iluminado conhecido como estado de buda. Buda não é alguém a quem devemos pedir algo em oração, e sim uma condição de vida presente no interior de todas as pessoas. A recitação contínua do Nam-myoho-renge-kyo é denominada daimoku e faz com que o estado de buda se manifeste na forma de ilimitada coragem, compaixão e sabedoria. Ao recitar daimoku, qualquer pessoa eleva sua condição de vida, “olha” para dentro de si e inicia um processo de mudança interior que transforma a fraqueza em força, medo em coragem e em compaixão, angústia em esperança, e escuridão em sabedoria. Com base nessa transformação, abre-se um novo caminho em direção à felicidade, assim como afirma o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda: Recitar daimoku nos capacita a construir um estado de felicidade absoluta em que estar vivo é em si uma alegria. Se continuarmos sempre essa recitação, não importa o que aconteça, desfrutaremos completa paz de espírito.2 Então, ao revelar o nome Nam-myoho-renge-kyo, Nichiren Daishonin fez com que o budismo retornasse à sua origem de empoderamento individual e social, possibilitando a cada pessoa tornar-se feliz exatamente como é, sem a necessidade de basear sua felicidade em um ser externo ou numa intervenção divina. Concluindo, no Budismo de Nichiren Daishonin, Buda não tem o mesmo significado de Deus. É uma condição de vida inerente a cada pessoa e que pode ser manifestada com a recitação do Nam-myoho-renge-kyo. Da mesma forma, o Gohonzon também não é Deus, e sim o objeto de devoção do Budismo Nichiren diante do qual concentramos nosso pensamento na Lei universal do Nam-myoho-renge-kyo e fazemos com que ela se evidencie profundamente em nossa vida. Colhemos o que plantamos Segundo os ensinamentos budistas, tudo na vida é regido pela lei de causa e efeito existente no universo. Os sofrimentos e a felicidade existem na vida de cada pessoa e se manifestarão de acordo com a força positiva ou negativa que cada um carrega. Se a força negativa for mais poderosa — criada pelas causas negativas acumuladas —, a tendência é que a pessoa viva em sofrimento. Do contrário, se a positiva for mais forte — gerada pelas causas positivas feitas pela própria pessoa —, ela será feliz. A Lei que rege o universo não é punitiva. Cada pessoa colhe o que plantou, ou seja, os frutos das causas que criou. Diálogo e respeito Um aspecto importante para as religiões é o respeito mútuo. Desconsiderar a existência de Deus para um cristão por sermos budistas é desrespeitar a pessoa e sua fé. Em seu romance Nova Revolução Humana, o presidente Ikeda salienta: Para criar uma era de paz é imprescindível o diálogo entre os religiosos. Isso se tornará uma questão crucial no futuro. É preciso iniciar o diálogo entre budistas e cristãos, budistas e judeus, budistas e islamitas. Mesmo que as convicções religiosas sejam diferentes, creio que todos acalentam o ideal comum de paz e felicidade da humanidade. O ponto básico é o ser humano, e aí se encontra a chave da harmonia da humanidade. Penso que as religiões, em vez de guerrearem entre si, deveriam disputar a corrida para o bem. (...) A corrida para o bem significa uma disputa entre as religiões no contexto do que estão fazendo para o bem da paz, para o bem da humanidade. É uma corrida humanitária (...) que conduz a si mesmo e aos outros para a felicidade. Isso pode ser disputado de várias formas. Por exemplo, no aprimoramento de excelentes jovens de grande valor e humanistas que contribuem para a paz do mundo ou na promoção de movimentos que proporcionem coragem e esperança às pessoas.3 Com base nesses pontos, vamos estudar o budismo para que possamos defender nossa fé convictamente, sem, no entanto, desrespeitar a fé das outras pessoas. Autoaprimoramento constante Por fim, com o estudo e a prática do Budismo de Nichiren Daishonin, aprendemos a nos aprimorar como autênticos seres humanos, tornando-nos pessoas indispensáveis e que influenciam na transformação das condições e circunstâncias ao nosso redor por meio de uma dedicação assídua visando ao kosen-rufu. Porém, esse autoaprimoramento e seus benefícios decorrentes não “caem do céu”. O presidente Ikeda orienta: Apesar de afirmarmos que “as orações são respondidas” no Budismo de Nichiren Daishonin, a concretização de nossas orações não é algo mágico ou oculto. (...) Assim como existem leis físicas tais como as que controlam a eletricidade, que os seres humanos habilidosamente descobriram como fazer uso, o budismo investigou e revelou a Lei da vida e do universo. Assim como a luz elétrica foi inventada baseada nas leis da eletricidade, Nichiren Daishonin inscreveu o Gohonzon para nós com base na suprema Lei do budismo.4 Fontes: Brasil Seikyo, ed. 1.565, 22 jul. 2000, p. C1. Idem, ed. 1.605, 26 maio 2000, p. A2. Idem, ed. 2.286, 8 ago. 2015, p. A8. Notas: 1. Disponível em: https://www.dicio.com.br/deus/ . Acesso em: 8 nov. 2023. 2. Terceira Civilização, ed. 539, jul. 2013, p. 30. 3. IKEDA, Daisaku. Alegria. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 5, p. 105-106, 2019. 4. Brasil Seikyo, ed. 1.516, 24 jul. 1999, p. 3. *** Iluminar o mundo Brasil Seikyo conversou com Wilson Ferreira da Silva, responsável pelo Núcleo de Estudos Filosóficos e Religiosos (Nefir) da BSGI sobre a importância de uma filosofia de vida. Brasil Seikyo: Olá, Wilson! Obrigado por nos receber. O que é o Nefir, quais são seus objetivos e de que forma atua? Wilson: Sou eu que agradeço. Como um núcleo da Coordenadoria Cultural da BSGI, o Nefir foi criado em fevereiro de 2004 com a denominação Núcleo de Estudo de Religiões (NER), assumindo ao longo de sua atuação aquilo que se tornou mais tarde nosso lema: “Iluminar o estudo da filosofia e da religião com o farol da cultura Soka”. Em nossos encontros, procuramos utilizar os diversos olhares do pensamento humano a fim de criar ondas de diálogos que aproximem o pensamento religioso e filosófico do Budismo Nichiren, como um grande aprendizado para todos os participantes. Dessa forma, os integrantes do Nefir têm produzido reflexões e eventos, apoiando as organizações da BSGI na propagação do budismo (shakubuku), por exemplo, disponibilizando pesquisas e participando de palestras e de diálogos sobre diversos temas da humanidade e da vida diária das pessoas. BS: Qual a importância de uma filosofia de vida para a felicidade das pessoas? Wilson: Todos nós, seres humanos, independentemente da cultura à qual pertencemos, queremos saber a “verdade”, isto é, a real natureza das coisas ou de nós mesmos: “O que é o mundo?”, “Qual é o sentido da vida?”, “O que significa a morte?”, “Quem sou eu?”. Essas indagações nunca cessam, e quanto mais procuramos saber, mais perguntas surgem. Normalmente, são experiências e ideias subjetivas, pautadas nas emoções, nas paixões individuais, baseadas no ponto de vista do sujeito, portanto, influenciadas por seus interesses e desejos particulares. Sem dúvida, a vida é um grande enigma a ser decifrado, conforme o presidente Ikeda expõe de forma ampla e profunda em seu livro Vida — Um Enigma, uma Joia Preciosa. Nessa busca pela “verdade”, deparamos com o auxílio da religião, da ciência ou da filosofia, cada qual seguindo os próprios conceitos, propondo uma visão de mundo particular, algumas vezes com percepções semelhantes, outras vezes antagônicas. Cada pessoa tem o livre arbítrio para se utilizar ou não dessas áreas do pensamento humano para sua felicidade e das demais pessoas. Todos nós possuímos valores próprios ou assimilados que determinam nossas ações. Quanto mais elevados e universais forem esses valores, maior a tendência de que reflitam de forma positiva em nossa vida. E esse processo é um exercício constante, uma evolução. BS: Que reflexos a filosofia humanística abraçada pelos membros da Soka Gakkai pode trazer em sua vida? Wilson: O presidente Ikeda tem ajudado a quebrar paradigmas, trazendo questões com as quais a humanidade se defronta e que muitas pessoas consideram aparentemente distantes de sua realidade, para uma compreensão mais acessível à luz do “farol da sabedoria milenar” do budismo. Ele comenta: Nosso mundo está um caos. Tanto a sociedade como o mundo das ideias estão num estado de confusão e desordem. (...) E muitos estão começando a pensar seriamente na religião — não como algo distante de suas preocupações diárias, mas como algo muito próximo de seus lares.1 Esse caos, essa confusão na qual nosso mundo se encontra, não surgiu do nada, foi construído ao longo dos séculos, sustentado por modos de pensar egocêntricos. Faz-se necessário rever e até substituir esse tipo de conduta baseado no egoísmo por pensamentos e ações que respeitem a dignidade da vida com sua abrangência, conforme o conceito budista da origem dependente (engi), que ensina que toda vida está inter-relacionada, que nada existe de forma isolada. Literalmente, o termo engi quer dizer “surgimento em conexão”. Em outras palavras, todos os seres e fenômenos existem ou ocorrem somente por causa de sua relação com outros seres ou fenômenos. Wilson Ferreira da Silva, responsável pelo Núcleo de Estudos Filosóficos e Religiosos (Nefir) da BSGI Nota: 1. IKEDA, Daisaku, Sabedoria do Sutra do Lótus. v. 1. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, p. 129. Ilustração: GETTY IMAGES Foto: Arquivo pessoal
09/11/2023
Conheça o Budismo
BS
Eterna missão
A questão da vida e da morte é sempre algo que desperta ao menos muita curiosidade a todos. Diversos fatores trazem dúvidas e natural temor para as pessoas, independentemente de sua posição socioeconômica, do grau de escolaridade, da idade e de outros aspectos. O único fato evidente para qualquer um é que a morte é certa e representa irremediavelmente o fim de um ciclo. Mas como enfrentá-la, em especial no que se refere à perda de pessoas próximas e de entes queridos? Como encarar a própria morte? A elevada filosofia de vida do Budismo de Nichiren Daishonin oferece uma visão concreta sobre essa questão complexa da vida e da morte. Essa visão não se restringe apenas aos aspectos teórico e filosófico, e sim algo que, acima de tudo, proporciona coragem e esperança em vida. O que acontece após a morte? O presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, traz a visão budista sobre o tema: O ensinamento supremo do budismo, que concebe o “estar vivo” como um estado ativo e a morte como um estado latente, fornece uma visão profunda e magnífica da eternidade da vida. Além disso, elucida a unicidade da vida e da morte. A vida é ativada por uma força subjacente maravilhosa. Quando em seu estado latente, entra em contato com as causas e condições apropriadas, torna-se manifesta e assume a forma de um ser vivo dinâmico detentor de rica individualidade. Depois, essa vida flui e caminha serenamente para a morte. Mas, ao entrar em sua fase potencial latente, armazena uma nova energia, aguardando a nova fase de vida que se seguirá. (...) Essa é a natureza da vida e da morte inerente a tudo, e o Nam-myoho-renge-kyo compõe a base desse ritmo intrínseco do universo.1 Viver com alegria Como vimos, o Budismo de Nichiren Daishonin baseia-se no conceito de eternidade da vida, mas também expõe que não se pode evitar os sofrimentos de nascimento, envelhecimento, doença e morte, pois são inerentes à vida de todas as pessoas, conforme Ikeda sensei ressalta: A mensagem essencial do budismo não é pessimista ou negativa nem representa um otimismo infundado. O budismo examina diretamente o sofrimento da vida e propõe uma filosofia para se viver com alegria lidando ativamente com a realidade, em vez de tentar se esquivar dela. Não se pode desfrutar a felicidade verdadeira fugindo do sofrimento. Uma alegria indestrutível, perene e inesgotável só pode ser alcançada distinguindo a verdadeira realidade do sofrimento a que gostaríamos de nos furtar, e encarar com coragem o desafio e vencê-lo.2 A elevação da condição de vida interior por meio da prática budista com base na recitação do Nam-myoho-renge-kyo nos proporciona aprofundar nossa compreensão da questão da origem dos sofrimentos à luz da lei de causa e efeito. Assim, podemos atuar ativamente para não sucumbirmos a eles, mas viver com coragem, sabedoria e compaixão para direcionarmos nossa vida e de outras pessoas para a felicidade inabalável. Entes queridos Num trecho do escrito O Inferno é a Terra da Luz Tranquila,3 Nichiren Daishonin encoraja uma seguidora, a monja leiga de Ueno, que havia perdido o esposo, supostamente há quase dez anos, deixando-lhe nove filhos pequenos para criar, sempre com base em profundos princípios do budismo. Ele diz: Quando [seu marido] estava vivo, ele era um buda em vida, e agora é um buda em morte. Ele é um buda tanto em vida quanto em morte. Esse é o significado da doutrina fundamental chamada atingir o estado de buda na forma que se apresenta.4 Sobre essa passagem, o presidente Ikeda comenta: Com profundo afeto, ele conforta a monja leiga de Ueno, dizendo-lhe que todos os que compartilham os laços da fé — os companheiros praticantes, os familiares ou os amigos —, sem falta, voltarão a se encontrar. Ser um “buda em vida” significa evidenciar nosso estado de buda inato com base nessa consciência, e nos levantarmos com coragem no palco de nossa missão, sem nos afastar da dura realidade cotidiana, não só pela felicidade pessoal, mas também pela felicidade dos demais. Ser um “buda na morte” significa entrar no caminho eterno da infinita alegria da Lei4 depois de ter cumprido a missão nesta existência, e empreender a viagem seguinte pelo caminho do bodisatva para continuar cumprindo o juramento de conduzir as pessoas à iluminação.5 Portanto, viver com base no cumprimento da própria missão e do juramento seigan de atuar pelo kosen-rufu ilumina nossa vida, existência após existência, e nos guia através das sucessivas ondas da vida e da morte pela rota segura da verdadeira felicidade. Assim, o Mestre expressa: O propósito desta existência é desenvolver elevada condição de vida, por meio da qual possamos sentir verdadeiramente que somos budas em vida e na morte e que tanto uma condição como a outra estão imbuídas de alegria. Em outras palavras, cada momento desta existência é uma luta para consolidar essa condição de vida.6 Sugestão de leitura Livro Desvendando os Mistérios da Vida e da Morte, de Daisaku Ikeda (Editora Brasil Seikyo) Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.541, 28 nov. 2020, p. 17. Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.260, 31 jan. 2015, p. B3. 2. Ibidem. 3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 477, 2020. 4. Infinita Alegria da Lei: A felicidade suprema e ilimitada do Buda, o benefício da Lei Mística. 5. Brasil Seikyo, ed. 2.541, 28 nov. 2020, p. 17. 6. Ibidem. Fotos: GETTY IMAGES / BS
09/11/2023
Tema da SGI de 2024
BS
Tema da SGI de 2024 é anunciado
Em recente Reunião de Líderes de Província, foi divulgado o tema da Soka Gakkai Internacional (SGI) para 2024: “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial”. A atividade foi promovida na tarde do dia 11 de outubro no anexo da sede da Soka Gakkai, em Shinanomachi, Tóquio, Japão, com a participação do presidente Minoru Harada e de outros líderes centrais da organização. Ele enfatizou que a Soka Gakkai se tornou uma religião mundial, está comemo-rando o 10º aniversário de inauguração do Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu e visa os 95 anos de fundação em 2025 e o centenário em 2030. Destacou que os sete anos que antecedem o 100º aniversário de fundação serão “um momento importante para realizar uma mudança no destino da família global”. Relembrou que 2024 marcará os setenta anos desde a nomeação do jovem Daisaku Ikeda, atual presidente da SGI, como secretário da Divisão dos Jovens e contará com a realização da Convenção Mundial dos Jovens. Clamou para que, no mundo inteiro, os jovens estejam na vanguarda do movimento pelo kosen-rufu e que cada localidade os desenvolva, manifestando o mesmo frescor deles e criando uma grande onda de expansão. O presidente Harada citou um trecho dos escritos de Nichiren Daishonin: “Em análise final, a menos que consigamos demonstrar a supremacia deste ensinamento, os desastres continuarão sem trégua”,1 para incentivar a todos a ampliar os diálogos e a concluir o ano 2023 com a canção triunfal da grande vitória. Fonte: Seikyo Shimbun de 12 de outubro de 2023. Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 381, 2017.
26/10/2023
Conheça o Budismo
BS
Determinação inabalável
Os “oito ventos” são oito condições que podem impedir as pessoas de avançar ao longo do caminho da iluminação, ou seja, da verdadeira felicidade. Conforme mencionados no Butsujikyo Ron [Tratado sobre o Sutra do Estágio do Estado de Buda] e em outras escrituras, eles são: prosperidade, declínio, honra, desgraça, elogio, censura, sofrimento e prazer. Os seres humanos são frequentemen-te dominados por seu apego à prosperidade, à honra, ao elogio e ao prazer, ou, então, por sua aversão ao declínio, à desgraça, à censura e ao sofrimento. Na carta intitulada Os Oito Ventos, endereçada a seu discípulo Shijo Kingo, Nichiren Daishonin diz: Pessoas sábias são assim chamadas porque não são levadas pelos oito ventos: prosperidade, declínio, desgraça, honra, elogio, censura, sofrimento e prazer. Não ficam exultantes pela prosperidade nem aflitas pelo declínio. As divindades celestiais certamente protegerão aquele que não se curva diante dos oito ventos.1 Exemplificando os oito ventos, temos: Prosperidade: Vitórias conquistadas nos aspectos financeiro, profissional e pessoal. Isso pode se tornar uma questão negativa ao fazer a pessoa pensar que, porque prosperou, não precisa mais da prática do budismo. Declínio: Perda financeira e profissional que leva a pessoa a se afastar da prática da fé; inclusive aguardando um momento de melhoria para reagir. É caracterizado por falta de energia vital e de coragem. Honra: Conquista de consideração e homenagens. Passa a ser um aspecto negativo quando tais honrarias são recebidas com sentimento de superioridade às demais pessoas e o indivíduo se torna arrogante e autoritário. Desgraça: Sofrimento causado pela perda da credibilidade e do respeito dos outros. Pode ser provocado por atitudes negativas do próprio indivíduo ou por intrigas e difamações de pessoas invejosas e rancorosas. Elogio: Quem não se sente feliz ao receber elogios e gestos positivos? O elogio se torna um problema quando a pessoa depende disso para avançar ou não reconhece o desenvolvimento do outro. Censura: Repreensão ou insulto. Ao passar por esse tipo de situação a pessoa se irrita ou desanima e não reage. Há também aquela que se sente recriminada ao ser orientada com rigorosidade e se afasta da prática budista. Sofrimento: Dor física e espiritual que leva a pessoa a desanimar da prática budista — geralmente é marcada por pensamentos negativos e pela sensação de que nada poderá ser feito para resolver os problemas. O aprofundamento no estudo do budismo é uma boa solução contra o sofrimento. Prazer: Condição em que se experimenta prazer físico ou mental. O prazer torna-se algo indesejável quando desvia a pessoa dos seus objetivos. Uma situação bastante comum é quando a pessoa deixa de se aprimorar em busca de prazeres imediatos. Qual seria então a chave do fortalecimento das pessoas para não ser abaladas pelos oito ventos? O ponto mais importante é fortalecermos e polirmos nossa vida com base na recitação do daimoku, elevar a condição básica da vida a ponto de não sermos influenciados pelos oito ventos. Por outro lado, os “ventos” simbolizam também um aspecto passageiro e não duradouro. As condições favoráveis ou desfavoráveis descritas nos “oito ventos” sãotambém passageiras. O presidente Ikeda afirma: Se nos basearmos na natureza do Darma, então, independentemente de sermos ou não elogiados ou censurados, podemos usar tudo como uma oportunidade para obter mais êxitos. Por outro lado, se somos dominados pela ignorância, então tudo isso se torna motivo para cairmos nos maus caminhos. O coração é o mais importante. Nichiren Daishonin escreve a Shijo Kingo: “Sofra o que tiver de sofrer, desfrute o que existe para ser desfrutado. Considere tanto o sofrimento quanto a alegria como fatos da vida e continue recitando Nam-myoho-renge-kyo, independentemente do que aconteça”.2 Essas palavras possuem um grande significado. Tanto nos momentos de alegria como nos de tristeza, devemos recitar a Lei Mística e avançar ainda mais. Esse é o caminho de um mestre da vida. Se vivermos com esse espírito, poderemos dissipar todo sofrimento.3 É fundamental que, tendo a mais profunda fé no Gohonzon como base, elevemos nossa condição de vida, analisando sempre se nossas atitudes do dia a dia não estão sendo dominadas pelos “oito ventos”. Fontes: Terceira Civilização, ed. 414, fev. 2003, p. 4. Brasil Seikyo, ed. 2.439. 13 out. 2018, p. C1-C3. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 53, 2017. 2. Ibidem, v. I, p. 713, 2020. 3. Brasil Seikyo, ed. 2.086. 4 jun. 2011, p. A6. Ilustração: GETTY IMAGES
11/10/2023
Especial
BS
Ponto primordial da fundação
Durante a sua primeira viagem ao exterior, em outubro de 1960, depois de passar por Havaí, São Francisco e Seattle, Estados Unidos, o jovem Daisaku Ikeda, recém-empossado terceiro presidente da Soka Gakkai, no Japão, enfrentava precárias condições de saúde. Mesmo assim, seu espírito de encontrar e incentivar cada membro superava qualquer circunstância. Dessa maneira, deu prosseguimento à jornada, passando por várias cidades, apesar de ter febre alta todos os dias, principalmente ao entardecer. Chegando a Nova York, as comunicações com o Brasil, seu próximo destino, não haviam sido efetivas, o que causava preocupação aos integrantes da comitiva que o acompanhava. Nessa ocasião, Ikeda sensei retirou do bolso do paletó uma foto do seu venerado mestre, Josei Toda. Olhando-a fixamente, lembrou-se de um episódio vivido com ele no ano 1957, cinco meses antes do falecimento dele. A saúde de Toda sensei inspirava cuidados. Uma passagem do romance Nova Revolução Humana retrata aquele momento: Shin’ichi dirigiu-se até a sala onde Toda repousava deitado num sofá, na Sede Central da Soka Gakkai. Ajoelhou-se diante do mestre, abaixou a cabeça e suplicou: — Sensei, por favor, cancele sua viagem a Hiroshima. Eu lhe imploro! O senhor precisa descansar! No entanto, Toda respondeu resolutamente: — Como eu poderia fazer isso? Tenho de ir. Como um emissário do Buda não posso desistir de algo que já decidi fazer. Eu irei ainda que venha a morrer! Não percebe que esse é o real significado da fé, Shin’ichi? Por que me pede isso? A voz intrépida de seu mestre ainda ressoava claramente em seus ouvidos. Aquele brado sintetizava a verdadeira postura de um líder do kosen-rufu, a conduta que Toda lhe ensinou com a própria vida.1 Josei Toda havia ensinado a Daisaku Ikeda a levantar-se com bravura para desbravar o kosen-rufu com a própria vida. Dessa forma, quando Ikeda sensei foi abordado por um membro da comitiva que transmitiu a preocupação e o desejo de todos de protegê-lo e poupá-lo da viagem ao Brasil, ele disse enfaticamente: — Sou-lhe muito grato pela preocupação, Sr. Jujo — disse Shin’ichi com os olhos ardentes de determinação. — Contudo, eu irei. Existem companheiros que estão me aguardando. Jamais cancelaria a viagem sabendo que eles estão me esperando. O senhor sabe perfeitamente que um dos propósitos principais desta viagem ao exterior é a visita ao Brasil. Chegamos até aqui exatamente para isso. Não posso desistir no meio do caminho. Houve alguma vez que o presidente Toda recuou em meio a uma luta? Eu sou discípulo do presidente Toda! Eu vou! Vou sem falta, custe o que custar! Se tiver de tombar, então tombarei em combate! Que desventura poderia haver nisso?!2 Desbravadores Às vésperas da vinda ao Brasil, a comitiva que acompanhava o presidente Ikeda ainda não possuía nenhuma informação do que encontraria. Várias cartas foram enviadas ao país, mas se soube posteriormente que apenas uma havia chegado às mãos de um dos membros brasileiros. Foi justamente essa carta que informou aos companheiros do Brasil sobre a chegada do Mestre. No avião, a caminho das terras brasileiras, o presidente Ikeda continuava a empenhar suas energias para se manter firme. E foi ali, naquelas condições, que revelou a um membro da comitiva seu desejo de fundar um distrito no Brasil: — Sim, o primeiro distrito a ser estabelecido fora do Japão. Sei que o número de famílias ainda é pequeno. Entretanto, a história, a cultura e o modo de ser dos sul-americanos são muito diferentes dos norte-americanos. É preciso considerar a América do Sul de forma distinta e separada. O Brasil será o alicerce de nossas atividades nesta região. A fundação do distrito elevará também a consciên-cia dos companheiros do Brasil e, acima de tudo, fortalecerá a união entre eles.3 Enfim, o grande dia O presidente Ikeda desembarcou no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, por volta da 1 hora da madrugada do dia 19 de outubro de 1960. Esse dia foi denominado, mais tarde, como Dia da BSGI, e é considerado como a data de fundação da organização. Entoando a canção Ifu Dodo no Uta, os membros presentes seguravam uma faixa de boas-vindas. Muitos haviam aprendido a canção somente alguns dias antes, mas ela encheu o coração dos membros da comitiva de novo ânimo após a cansativa viagem. A maioria dos componentes do grupo de recepção era formada por homens, grande parte de imigrantes japoneses que trabalhavam na lavoura. Com o rosto queimado pelo sol e com os olhos cheios de lágrimas, cantavam com ardor a canção que haviam acabado de aprender. Ikeda sensei relembra: O dia 19 de outubro de 1960 é uma data particularmente histórica e memorável que jamais poderia esquecer. Foi o dia em que assinalei o primeiro passo no solo brasileiro com a determinação de cumprir unicamente os ideais do meu venerável mestre, Josei Toda. Apesar da curta estada de apenas dois dias, orei e agi resolutamente com o firme propósito de fincar minha alma, meu espírito no solo brasileiro.4 No segundo dia de permanência do presidente Ikeda e comitiva, foi realizada no salão Chá Flora, no bairro da Liberdade, uma reunião de palestra em conjunto com a 1a Convenção da América do Sul. A atividade teve início às 13 horas, um encontro de mestre e discípulos repleto de intensa emoção e decisão. No diálogo com os participantes, uma senhora relatou as preocupações em relação às suas desafiadoras circunstâncias. Em resposta, Ikeda sensei a incentivou: Todas as pessoas são desbravadoras que atravessam as fronteiras desconhecidas da vida. Dessa forma, cabe apenas a cada um de nós cultivar e desenvolver a própria vida. É preciso empunhar a enxada da esperança, plantar as sementes da felicidade e perseverar com tenacidade na prática da fé. As gotas de suor derramadas em prol do kosen-rufu vão se tornar gemas de boa sorte que haverão de dignificar a sua vida para sempre. Por favor, torne-se a pessoa mais feliz do Brasil!5 Após responder às perguntas, Ikeda sensei declarou: “Tenho o prazer de anunciar neste momento a fundação do Distrito Brasil”. Uma forte salva de palmas demonstrou a felicidade dos participantes. Naquele momento, o presidente Ikeda manifestou seu sentimento, palavras que servem até hoje como direcionamento para a atuação de todos os membros da BSGI: — O Brasil tornou-se agora, fora do Japão, o país pioneiro do movimento pelo kosen-rufu mundial. Aqui existe um potencial ilimitado. Como pioneiros da paz e da felicidade, solicito aos senhores que abram o caminho do kosen-rufu do Brasil em meu lugar. Por favor, façam o melhor que puderem. Conto com os senhores!6 Passados 63 anos, a BSGI se desenvolveu amplamente graças à luta incansável dos pioneiros e seguindo o caminho pavimentado pelo próprio presidente Ikeda, sobretudo por meio de suas quatro visitas ao Brasil: em 1960, 1966, 1984 e 1993. Ultrapassando sucessivas ondas de dificuldades, década após década, seus integrantes conquistaram a confiança e a admiração da sociedade por meio da comprovação, na própria vida, dos princípios humanísticos do Budismo Nichiren e dos direcionamentos de Ikeda sensei. Entre essas adversidades, as consequências da pandemia da Covid-19 constituem um enorme desafio que está sendo ultrapassado com a força da recitação do daimoku, da determinação, da união e do espírito de procura dos discípulos Ikeda brasileiros (veja abaixo com trecho do diálogo dos líderes da Soka Gakkai sobre os esforços dos membros da BSGI publicado no jornal Seikyo Shimbun). Um dos marcos recentes das ações da organização foi a realização das atividades comemorativas dos trinta anos da quarta visita do presidente Ikeda ao Brasil, ocorrida em 1993. Com a presença de uma comitiva da SGI, liderada pelo presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, os integrantes da BSGI estabeleceram uma nova fase de avanço, impulsionada por vigorosos esforços e por dinâmicas atividades, como as reuniões nacionais de líderes, a Academia Índigo Juventude Soka do Brasil, a inauguração de novos centros culturais e sedes regionais, o movimento de cem jovens por distrito e principalmente o desenvolvimento das organizações de base, esteio de todo o movimento pelo kosen-rufu. Atividades realizadas pela BSGI: Convenção Comemorativa dos Trinta Anos da Quarta Visita do Presidente Ikeda ao Brasil. Atividades realizadas pela BSGI: Academia Índigo Juventude Soka do Brasil Visando o ano 2030, em que se comemorarão o centenário de fundação da Soka Gakkai e os seten-ta anos da BSGI, em perfeita união, os membros de todo o país buscam corresponder sinceramente à expectativa e à confiança do presidente Ikeda, a cada dia tornando a organização o verdadeiro “Modelo do Kosen-rufu Mundial”, como denominado pelo Mestre. Uma nova correnteza do kosen-rufu mundial a partir do “Brasil Monarca” A seguir, acompanhe trechos de diálogo com o presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, e com a coordenadora das Mulheres da SGI, Yumiko Kasanuki, sobre as vitórias alcançadas recentemente pelos membros da BSGI. O diálogo faz parte de uma série de entrevistas com líderes da Soka Gakkai publicada no jornal Seikyo Shimbun, no dia 13 de julho deste ano. Kasanuki: No Brasil, que visitei recentemente, o Instituto Soka Amazônia se tornou a primeira organização privada na região amazônica a fechar um acordo de parceria com a Carta da Terra Internacional. O movimento Soka pela paz, cultura e educação está se espalhando por todo o mundo. Harada: Coincidentemente, em 2025, a conferência da ONU sobre contramedidas às mudanças climáticas, COP30, será realizada pela primeira vez na região amazônica do Brasil. O papel do Instituto Soka Amazônia está se tornando ainda mais importante. Kasanuki: O Brasil foi um dos países mais atingidos pela crise da pandemia do coronavírus. Apesar disso, nossos companheiros da BSGI têm sido pacientes, incentivando uns aos outros. Uma força motriz por trás disso foi a versão eletrônica do jornal Brasil Seikyo. Quando a entrega de porta a porta da versão física foi forçada a ser interrompida, a versão eletrônica foi disponibilizada gratuitamente. Usando as matérias que chegam aos celulares como alimento para a prática da fé, os membros ultrapassaram as dificuldades a cada dia com base no daimoku. Harada: Fiquei impressionado com as palavras de um líder: “A organização foi protegida ao decidirmos introduzir a versão eletrônica antecipadamente”. O Japão agora está se esforçando para promover a versão eletrônica, e eu consegui compreender melhor a importância disso quando estive em terras brasileiras. Kasanuki: A Convenção Comemorativa do 30o Aniversário da Quarta Visita do Presidente Ikeda ao Brasil foi transmitida para cerca de 9,8 mil locais em todo o Brasil, com mais de 20 mil pessoas participando. O aspecto delas cantando a canção Saudação a Sensei, música favorita da BSGI, enquanto agitavam lenços vermelhos, amarelos e azuis foi profundamente emocionante. Harada: O Brasil foi o país em que Ikeda sensei fundou o primeiro distrito no exterior. Uma convenção espetacular na qual tive a certeza de que uma nova correnteza do kosen-rufu mundial emergirá do Brasil, “Monarca do Mundo”, que se fortaleceu ainda mais após superar o desafio de mais de três anos de pandemia com base na unicidade de mestre e discípulo, na “união de diferentes em corpo, unos em mente” e na prática da fé de transformação de veneno em remédio. No topo: Presidente Ikeda incentiva participantes da reunião de fundação do Distrito Brasil (20 out. 1960) Fotos: Seikyo Press /BS Fontes: IKEDA, Daisaku. Desbravadores. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 219-243, 2019. Brasil Seikyo, ed. 2.534, 3 out. 2020, p. 6-9. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Desbravadores. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 214, 2019. 2. Ibidem, p. 216. 3. Ibidem, p. 221. 4. Brasil Seikyo, ed. 1.435, 25 out. 1997, p. 1. 5. IKEDA, Daisaku. Desbravadores. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 242, 2019. 6. Ibidem, p. 243.
11/10/2023
Notícias
BS
Jornada do companheirismo
Vem do sudoeste baiano uma iniciativa que fez “encurtar” o mapa geográfico local no significativo mês de agosto. Trata-se do resultado da dedicação do responsável pelo Distrito Brasil 500, Werciley Santana, para encontrar pessoalmente os integrantes da Divisão Sênior de sua (imensa) organização. Atravessando cidades (veja no mapa), foram 1.700 quilômetros percorridos, unindo forças com os líderes de comunidade e de bloco, visitando membros, convidados e criando a oportunidade de entregar a mensagem alusiva ao Dia da Divisão Sênior, oferecida por Ikeda sensei. Werciley inspirou-se, em especial, no trecho que diz: “...haja o que houver, ressoem o daimoku do rugido do leão, e demonstrem a prova real de vitórias...”. Ele conta em vídeo um pouco mais dos bastidores dessa inspiradora ação. Assista ao vídeo da viagem que Werciley fez para incentivar os companheiros:
12/09/2023
Minha Localidade
BS
Capital da esperança
Brasília é a capital federal do Brasil e sede do governo do Distrito Federal. Localizada no Planalto Central, foi concebida com os objetivos de ser uma cidade planejada e de “interiorizar” a capital, atraindo pessoas de todo o país. Por isso, ficou conhecida como a “capital da esperança”, reunindo indivíduos de diversas etnias, culturas e classes sociais, que foram para lá em busca de uma vida melhor. Fundada em 21 de abril de 1960, é uma metrópole jovem, considerada a maior cidade do mundo construída no século 20. Sob um céu azul na maior parte do ano, estendem-se largas ruas e prédios brancos inseridos em um desenho inspirado na forma de um avião. Passos constantes O movimento pelo kosen-rufu em Brasília remonta os anos 1970, com os esforços dos primeiros praticantes do Budismo de Nichiren Daishonin resultando na criação de um distrito com três comunidades. Em 1974, o cancelamento de uma visita do presidente Ikeda ao Brasil trouxe grande tristeza aos membros da BSGI, que juraram transformar as circunstâncias e receber novamente o Mestre em terras brasileiras. Um marco decisivo foi estabelecido quando a organização foi convidada a participar das comemorações dos 15 anos de fundação da cidade, em 1975. Deslocaram-se para a capital federal cerca de 137 ônibus com mais de mil membros provenientes de São Paulo para participar do evento realizado no Ginásio de Esportes, com apresentações como painel humano, ginástica e dança. O sucesso estrondoso do festival contribuiu para que a BSGI conquistasse a confiança na sociedade. Enquanto isso, seus integrantes se empenhavam na recitação do daimoku para a concretização da visita de Ikeda sensei. Em Brasília, não foi diferente, e todos se reuniam às terças-feiras para orar com esse objetivo e também o da aquisição de uma sede própria para as atividades. Em 1984, finalmente o sonho de receber Ikeda sensei no Brasil se tornou realidade, após dezoito longos anos de ausência. A visita à capital federal trouxe incontida alegria aos membros, que recepcionaram o Mestre e sua esposa, Kaneko, com carinho e entusiasmo. Na agenda oficial, uma audiência com o presidente da República, João Figueiredo, com os ministros das Relações Exteriores e da Educação e Cultura, bem como a doação de livros para a Universidade de Brasília. Presidente Ikeda incentiva os membros do Distrito Federal durante a sua terceira visita ao Brasil (fev. 1984). O ponto primordial da relação de mestre e discípulo para os membros do Distrito Federal foi o encontro com o presidente Ikeda no Parque Rogério Pithon Farias (atual Parque da Cidade). Na ocasião, o Mestre assistiu às apresentações musicais dos grupos horizontais e incentivou calorosamente os companheiros. Ele também manifestou o desejo de que fosse construído um centro cultural da BSGI na cidade, objetivo recebido efusivamente por todos. Daí em diante, os companheiros brasilienses vieram se dedicando incansavelmente à propagação do Budismo Nichiren na sociedade, ao fortalecimento da organização e à comprovação da prática budista na sociedade, culminando com a inauguração do Centro Cultural de Brasília em dezembro de 1996. Inauguração do Centro Cultural de Brasília (dez. 1996) Olhar para o futuro A partir de então, a organização na região se desenvolveu amplamente, recebendo exposições, simpósios e conferências promovidos pela SGI e pela BSGI. O presidente Ikeda e sua esposa receberam a cidadania honorária de Brasília em 3 de maio de 1998, entre outras homenagens concedidas ao longo dos anos em reconhecimento à sua inestimável contribuição para a paz, a educação e a cultura. Hoje, a Subcoordenadoria Distrito Federal avança a passos largos e seus integrantes esforçam-se para vencer os desafios da época atual e criar sucessivas ondas de novos “valores humanos” que sucederão o movimento pelo kosen-rufu. Representantes da BSGI do Distrito Federal compartilham suas comprovações Caminho para a vitória Meu nome é Vitor Brasil, tenho 40 anos e minha família recebeu o Gohonzon em 1985, em Brasília, quando eu tinha 2 anos. Aos 8 anos, ingressei na banda masculina Taiyo Ongakutai, na qual tive a oportunidade de participar por 24 anos, recebendo um rigoroso e precioso treinamento. Na época em que entrei nesse grupo musical, tínhamos nos mudado para o Rio de Janeiro, e minha primeira apresentação foi durante o Festival Eco-Cultural, realizado em 1992, no Ginásio do Maracanãzinho. Em sua quarta visita ao Brasil, em 1993, Ikeda sensei veio à cidade do Rio de Janeiro, e tive a honra de me apresentar para ele. Mesmo sendo apenas uma criança, desenvolvi nos ensaios o espírito de corresponder ao Mestre. Em 1994, retornamos a Brasília, onde busquei imediatamente continuar participando das atividades do Ongakutai. Com a inauguração do Centro Cultural de Brasília em 1996, passei lá grande parte do meu tempo na juventude, realizando ensaios, aulas de música, reuniões de shakubuku e muitos diálogos. Também me esforcei para me desenvolver na organização de base, criando paixão pelo estudo do budismo, principalmente pela leitura da Nova Revolução Humana. Por meio dessa luta e de muito daimoku, fui vencendo meus desafios da juventude e conquistando resultados concretos. Cada grande vitória nas atividades da organização também vinha acompanhada de comprovações em minha vida pessoal. Assim, após o festival dos jovens de Brasília, em 2001, alcancei o sonho de cursar uma universidade federal. Conquistei meu primeiro emprego após uma grande batalha para a realização do festival comemorativo dos cem anos da imigração japonesa no Brasil, em 2008. Também passei em um ótimo concurso público na minha área de atuação depois de superar vários desafios pessoais, em meio à luta para a Convenção do Cinquentenário da BSGI, em Manaus, em 2010. Em 2007, criei em meu coração um forte desejo de ir ao encontro do Mestre no Japão. Refletindo sobre como criar a causa para essa vitória, percebi que precisava vencer no shakubuku (propagação do budismo), que até então não havia concretizado. Assim, lancei-me a esse desafio e logo minha namorada Cris (hoje minha esposa) e um colega de curso receberam o Gohonzon. Foi o começo da minha jornada em prol do shakubuku, e atualmente apresentei o budismo para 23 pessoas. Conquistei meu sonho de participar do Curso de Aprimoramento da SGI no Japão, em 2017, conhecido como “Kenshukai dos 200”, após obter a vitória do meu distrito na luta das 50 novas famílias. Em meio à dedicação para participar do curso, concretizei seis conversões. Foram intensos preparativos e, principalmente, muito daimoku, mas consegui selar meu juramento nas terras do Mestre. Desde 2014, quando recitamos nosso gongyo do juramento no Japão, minha esposa e eu tentávamos engravidar. Mas não conseguíamos encontrar o motivo de isso não acontecer. Em meio a essa grandiosa batalha, encontramos um médico que finalmente nos deu o diagnóstico correto. Assim, após voltar do Japão, minha esposa realizou uma cirurgia, possibilitando que, em 2018, nascesse nossa princesa, Maria Flor, uma garotinha linda que encanta a todos. Acredito que o caminho para a vitória reside na vida que desafia as dificuldades, dentro da Soka Gakkai e buscando a todo momento corresponder ao Mestre. Vitor com a esposa, Cris, e a filha, Maria Flor Vitor Brasil Paixão da Costa Vice-responsável pelo Distrito Águas Claras, Sub. Distrito Federal. Servidor público *** Agora é a nossa vez! Dois sentimentos movem minha luta diária. O primeiro é honrar a atuação dos veteranos, pois nossa organização foi construída pelas pessoas que, com o coração ligado ao de Ikeda sensei, desbravaram caminhos superando questões de idioma e dos desafios de vencer em terras brasileiras. As famílias Miura e Okamoto são algumas delas, e tenho a honra de ter crescido vendo nossos familiares e líderes da época expandirem a prática da fé em Brasília. Em 1984, quando recebemos a visita de Ikeda sensei ao Brasil, eu estava grávida, na ocasião, e não pude participar nos grupos de recepção. Atuei nos bastidores dentro da comunidade, levando aos membros notícias que vinham constantemente do Mestre. Tirei foto no parque da cidade junto com ele, sendo essa uma recordação que jamais esquecerei. Naquele encontro, fiz meu juramento de jamais me afastar da Soka Gakkai, haja o que houver, e de sempre pôr em prática os ideais do Mestre. Morei 21 anos no Japão, atuando firmemente também lá. Em 2018, retornei ao Brasil com minha família e, a partir de então, tenho me dedicado a cumprir minha missão pelo kosen-rufu. Assim, o segundo sentimento que me motiva é apoiar a geração jovem, encorajando-a para que herde o sentimento de luta de Ikeda sensei. Nós nos unimos ainda mais na pandemia, por meio dos incentivos e das visitas on-line, e depois disso passei a abrir minha chácara para receber e dialogar com os jovens, apoiando a Divisão Feminina de Jovens e também o fortalecimento do Zenshin. Temos de criar e de expandir laços de amizade com os jovens, por isso abraço, de coração, cada um deles. Em julho último, em encontro promovido na RM, pude convidar componentes de um grupo de taiko na região, para apresentação cultural e, ao mesmo tempo, para eles terem contato com nossa organização. Meu neto, simpatizante, faz parte desse grupo cujos integrantes gostaram bastante e passaram a perguntar sobre o budismo. Agora, estamos programando pequenos encontros de diálogo com eles. No distrito, todos os líderes se unem, e o estudo de budismo tem sido a base para cada membro fortalecer sua prática da fé e ser feliz. Na região onde eu moro, os blocos são localizados na área urbana e boa parte das pessoas reside em chácaras. Mas sinto que isso nem se compara às dificuldades vividas pelos veteranos, e temos vencido a distância e os desafios de tempo e de trabalho com muita disposição. Tem sido gratificante a parceria com os jovens, e nos encontramos sempre para estudar e dialogar. Na última semana, realizamos um encontro conjunto DF e DFJ, falando sobre como cultivar um coração que jamais é derrotado. Tenho a convicção de que cada encontro se torna uma preciosa oportunidade de mostrar a grandiosidade da Gakkai e de cada encorajamento do Mestre ser a razão da mudança para melhor na vida de cada um, principalmente, da futura geração. Então, Ikeda sensei pode ficar tranquilo. Agora é a nossa vez, a dos discípulos. Muito obrigada! Aiko, primeira à dir., de rosa, com as companheiras da DF e da DFJ Aiko Miura Responsável pela Divisão Feminina do Distrito Brazlândia No topo: presidente Ikeda incentiva os membros do Distrito Federal durante a sua terceira visita ao Brasil (fev. 1984). Fotos: Seikyo Press / BS / Arquivo pessoal
06/09/2023
Especial
BS
Centelha da paz
“Não quero que a palavra ‘sofrimento’ seja empregada para descrever o mundo, um país ou um único indivíduo.”1 Esse sentimento enfático atravessa o tempo e o espaço. Há 66 anos, diante de 50 mil jovens, Josei Toda, segundo presidente da Soka Gakkai, fez um discurso acalorado. Mais tarde, conhecida como a Declaração pela Abolição das Armas Nucleares, trazia o férreo brado de preservar o direito à vida para a humanidade. Era 8 de setembro de 1957, no estádio de Mitsuzawa, em Yokohama, Japão. Doze anos antes, as primeiras bombas de destruição em massa, lançadas nas cidades japonesas de Hiroshima e de Nagasaki, em agosto de 1945, ceifaram instantaneamente cerca de 300 mil vidas. Nos anos seguintes, outros milhares sucumbiram em decorrência da radiação dessas armas. Em 1957, a Guerra Fria estava no apogeu. Os Estados Unidos e a hoje extinta União Soviética corriam freneticamente para polarizar e militarizar territórios. A bomba nuclear era sinônimo de força, induzindo a testes incessantes, com arsenais cada vez mais poderosos, em diversos pontos do mundo. Naquela época, permeava no ar a sensação de que uma nova guerra mundial poderia começar a qualquer momento. E a quantidade de armamentos atômicos já era tão grande que o mundo poderia ser dizimado em questão de horas. Josei Toda declarou-se contra as armas nucleares, bradando ser a missão de todos, em especial da juventude, erradicar o impulso dos seres humanos que as constroem. No dia do festival em que ocorreria a apresentação da declaração, a expectativa geral era sobre a possibilidade da passagem de um tufão pelo Japão. Mas Josei Toda desejava ardentemente que o clima estivesse agradável para que seus discípulos desfrutassem momentos tranquilos. E assim foi. O dia estava particularmente quente e o sol brilhava com radiância. O tufão enfraqueceu e se dissipou. Momento do discurso do presidente Josei Toda diante de 50 mil jovens, no estádio de Mitsuzawa, Japão: brado por um mundo de paz, livre das armas nucleares Da plateia jovem presente, Daisaku Ikeda, na época com 29 anos, abraça essa nobre causa. Isso aconteceu apenas sete meses antes da morte de Toda sensei, que colocou todo o seu ser em seu apaixonado apelo. Palavras que foram transformadas em ações “para proteger o direito da humanidade de viver e criar uma solidariedade de cidadãos do mundo por meio da força e da paixão dos jovens. Esse desejo se tornou o eterno ponto de partida do movimento de paz da Soka Gakkai e da Soka Gakkai Internacional (SGI)”,2 pondera o presidente Ikeda. Hoje, aos 95 anos, segue incansável abrindo caminhos por meio do diálogo para que esse objetivo seja realidade. Além disso, dedica-se a estimular a criação de instituições, como o Instituto Toda pela Paz, localizado em Yokohama. Somam-se às várias colaborações da SGI em projetos e seminários, bem como as Propostas de Paz que o Dr. Ikeda vem sugerindo à Organização das Nações Unidas (ONU) ao longo de quarenta anos, nas quais defendeu o respeito máximo à dignidade da vida, condição possível à humanidade com o fim das armas nucleares. Há seis anos, em julho de 2017, o Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares foi adotado por 122 nações na sede da ONU em Nova York. Ainda há muito a ser feito. Por meio de uma luta digna como praticantes do Budismo de Nichiren Daishonin, vamos corresponder, sem falta, à confiança do Mestre, criando uma renovada era de paz e de esperança em nossa vida e na vida das pessoas que nos cercam. No topo: momento do discurso do presidente Josei Toda diante de 50 mil jovens, no estádio de Mitsuzawa, Japão: brado por um mundo de paz, livre das armas nucleares Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.578, 4 set. 2021, p. 6. Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.005, 26 set. 2009, p. A3. 2. Idem, ed. 2.392, 21 out. 2017, p. B2-B3.
06/09/2023
Caderno Nova Revolução Humana
BS
“Tornem pessoas de bom senso”
PARTE 41 No dia seguinte, 7 de junho, como parte do curso de verão, foi realizada a convenção comemorativa dos vinte anos do kosen-rufu da Europa. Nessa ocasião também, Shin’ichi Yamamoto estudou os princípios do budismo junto com os participantes, apresentando trechos dos escritos de Nichiren Daishonin. Em um dos pontos, citando que todos os seres vivos possuem inerentemente a condição de buda, enfatizou que o budismo prega o respeito à vida e sempre foi pacifista. E declarou que a história da Soka Gakkai comprova esse fato. Na época da Segunda Guerra Mundial, no Japão, a Soka Gakkai lutou contra a opressão do governo militarista, que se envolveu na guerra tendo como pilar espiritual o xintoísmo do Estado. Na sequência, referiu-se à postura na sociedade de um budista que faz da paz a sua crença: — Incorporando profundamente a passagem dos escritos de Nichiren Daishonin — “Todos os fenômenos são manifestações da Lei budista”1 — no coração dos senhores, peço que se tornem pessoas de bom senso, que são um exemplo para os demais como bons cidadãos e bons trabalhadores na sociedade em seu respectivo país. Nós repudiamos absolutamente a violência. Com base nessa convicção, desejo que estendam as raízes da confiança na sociedade, respeitando ao máximo os costumes e as tradições de seu país e localidade. E assim, gostaria que objetivassem a paz, unindo seu coração com o coração dos amigos do mundo. Shin’ichi falou ainda sobre o poder do Gohonzon que incorpora a Lei Mística, a lei fundamental do universo. — Não há nada mais complexo que o coração humano que muda sutilmente de momento a momento. A plenitude e a felicidade da vida se definem a partir do quanto se conseguiu fortalecer esse coração, tornando-o inabalável. Na vida, podemos nos defrontar com as tempestades do destino e do carma pelas quais sentimos: “Por que tenho de passar por uma situação tão terrível?”. O objetivo da prática do budismo é fortalecer o coração para que não seja derrotado por nada, superando todas essas adversidades. O Gohonzon é o objeto que incorpora a lei fundamental do universo chamada de Lei Mística. Por meio do nosso “poder da fé” e do “poder da prática”, podemos inspirar a nossa vida com o “poder do Buda” e o “poder da Lei” contidos no Gohonzon do Nam-myoho-renge-kyo. Dessa forma, conseguimos manifestar uma extraordinária energia vital e abrir, infalivelmente, o espesso portal de ferro das dificuldades e dos sofrimentos. O filósofo francês Michel de Montaigne afirma: “A bravura não significa que os braços e as pernas são fortes, mas depende da firmeza do coração e da alma”.2 PARTE 42 Aqui, Shin’ichi passou a discorrer sobre a expressão “despertar espiritual” citada no budismo: — O “despertar espiritual” possui o significado de “despertar de uma aspiração à iluminação”. De forma simples, significa manifestar o espírito de buscar a iluminação, isto é, a decisão de se tornar Buda ou de alcançar o estado de buda. Para que se tenha uma existência plena, não há como deixar de enfrentar questões básicas como “Quem sou eu?”; “Qual é a minha missão nesse mundo?”; “O que é a minha vida?”; “Que tipo de valor devo criar para a sociedade e como contribuir para ela?”. Buscar e desafiar sempre a solução dessas questões, dedicando-se ao exercício budista que é, em si, o exercício do ser humano, correspondem ao “despertar espiritual”, ou seja, a expressão do espírito de se desenvolver. Shin’ichi vinha se preocupando em como transmitir os princípios e termos budistas aos companheiros da Europa de uma forma compreensível. Por mais que um princípio filosófico seja profundo, se as pessoas não o compreenderem, no final, não lhes acrescentará nenhum valor. É no desenvolvimento do budismo para a atualidade que se encontra o caminho para tornar a suprema sabedoria do homem o mais valioso tesouro espiritual comum a todo o mundo. Em 8 de junho, abrilhantando o encerramento do curso de verão, foi realizado um festival cultural da amizade. Os membros da Inglaterra cantaram com ardente paixão: Unidos por forte laço De coração a coração, Vamos desbravar o caminho da liberdade Por mais que esse caminho seja longo, Hasteando a luz da esperança Os membros da Dinamarca, da Noruega e da Suécia dançaram fazendo esvoaçar lenços floridos; os da Espanha bailaram com jovialidade e atiraram os chapéus pretos à plateia; os da Bélgica apresentaram uma coreografia própria com a música Doshi no Uta [Canção dos Companheiros] ao fundo; e seguiram-se as apresentações da Alemanha Ocidental, da Suíça, da Grécia e de outros países. O coração de todos se fundiu num só: “Não serei derrotado! Vencerei infalivelmente!”. O som das músicas ecoava na montanha da vitória, Sainte-Victoire. A Europa se tornava uma só. Era uma aliança de espírito a espírito dos seres humanos, que visam à paz do mundo. PARTE 43 No dia 9, após o meio-dia, Shin’ichi Yamamoto e comitiva visitaram Marselha. Sobre uma suave colina, via-se um campanário de formato quadrangular. Era a Basílica de Notre-Dame de la Garde. Do alto da colina, avistava-se uma pequena ilha cercada por sólidos muros de pedra no meio do Mar Mediterrâneo de águas da cor de cobalto. Era o Château d’If (Castelo de If), palco do romance O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas. Originalmente, o Château d’If havia sido construído como um forte, mas pela dificuldade de alguém sair de lá, acabou sendo utilizado como uma prisão, onde foram encarcerados criminosos políticos e outros. O personagem Edmond Dantès (posterior conde de Monte Cristo) é descrito como alguém que ficou preso por catorze anos nesse local. Meu mestre, Josei Toda, que foi aprisionado durante dois anos na época da Segunda Guerra Mundial, prometeu firmemente em seu íntimo: “Vou vingar a morte de Makiguchi sensei, que faleceu na prisão suportando todos os tipos de sofrimento, tal como o conde de Monte Cristo! Vou abrir o caminho do kosen-rufu e comprovar resolutamente a retidão do meu mestre!”. E assim, iniciou a jornada da reconstrução da Soka Gakkai após o término da guerra. Shin’ichi sentia que o espírito do conde de Monte Cristo pulsava também na Resistência Francesa (La Résistance) que conquistou a vitória, suportando a violenta opressão dos nazistas. O conde de Monte Cristo simboliza uma pessoa indomável, de coragem, de convicção e de persistência. O kosen-rufu só se torna possível com a presença desse tipo de pessoas. Portanto, deve-se continuar avançando com obsessão e forte perseverança até concretizar o objetivo, sem retroceder diante de quaisquer dificuldades. O que se levanta para obstruir esse caminho é a barreira no coração, por exemplo, “Já deve ser suficiente” ou “Mais que isso é impossível. Já chegamos ao limite”. Somente quando se rompe esse sentimento, extraindo todas as suas forças, e inicia-se a caminhada da obstinação, o sol da vitória resplandece. Observando o aspecto dos jovens da França e da Europa, e visualizando o século 21, Shin’ichi orava: “Surjam muitos e muitos como o ‘conde de Monte Cristo’ da Soka Gakkai! Com as mãos, façam badalar o sino do alvorecer da cooperação humana da nova era”. O mar reluzia prateado, banhado pelos raios do sol. PARTE 44 Kosen-rufu é uma constante nova partida. É uma jornada de desafio repleta de esperança. Pouco depois das 15h30 do dia 10, a comitiva de Shin’ichi Yamamoto partiu de Marselha, despedindo-se de cerca de cinquenta membros locais, em uma viagem ferroviária que levaria umas sete horas rumo a Paris. O palco de luta ininterrupta de Shin’ichi transferiu-se para Paris, a Cidade Luz. Durante a estada em Paris, no dia 11, participou de uma recepção comemorando a publicação do diálogo Escolha a Vida com o falecido historiador Arnold J. Toynbee, em língua francesa. No dia seguinte, 12 de junho, dialogou com René Huyghe, artista e escritor, membro da Academia Francesa. Conversaram e trocaram opiniões sobre o diálogo entre os dois A Noite Clama pela Alvorada, publicado no ano anterior em língua francesa, como também sobre Victor Hugo. E no dia 15, visitou o presidente do Senado francês, Alain Poher, com quem manteve o primeiro encontro na residência oficial dele. Antes do encontro, por cortesia do presidente, conheceu as dependências do Senado. Era o histórico Palácio de Luxemburgo, onde havia também a sala de Victor Hugo, que chegou a atuar como senador. Ali, o que chamava atenção era uma gravura de Victor Hugo na parede. Estava estampado o rosto dele com barba, demonstrando sua firmeza de caráter. Na majestosa sala principal, havia o lugar que foi ocupado por Victor Hugo. Uma placa comemorativa afixada ali e também uma placa dourada gravada com o rosto dele colocada em sua mesa louvavam a indestrutível contribuição prestada por ele. Shin’ichi foi conduzido até esse lugar. Parecia ressoar seu apaixonado discurso pela eliminação da pobreza, pela reforma da educação e contra a pena de morte. Abençoado por sua rara habilidade em literatura, Victor Hugo foi agraciado com a Ordem Nacional da Legião de Honra, a mais elevada honraria da França, aos 23 anos. Ele ingressou no mundo da política em 1845, aos 43 anos. Não conseguia fechar os olhos à realidade, por exemplo, da extrema miséria das pessoas. Era uma pessoa da literatura e, ao mesmo tempo, de ação. Sem dúvida, um grande ser humano. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Ilustrações: Kenichiro Uchida Notas: 1. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin], v. II. Tóquio: Soka Gakkai: 2006, p. 843.2. MONTAIGNE. Renomadas Obras do Mundo. v. 19. Tradução: Shotaro Araki. Editora Chuo Koron Sha.
06/09/2023
Conheça o Budismo
BS
Vença a si mesmo
A expressão original em japonês bonno soku bodai é traduzida como “desejos mundanos são iluminação”. “Desejos mundanos” referem-se aos desejos e sofrimentos que atormentam a mente de uma pessoa, e “iluminação” significa atingir um estado de felicidade absoluta. A palavra bonno às vezes é traduzida como “ilusões” ou simplesmente “desejos”. Soku significa “ser igual” ou “simultâneo a”. E bodai quer dizer “conhecer”, “entender”, “sabedoria perfeita” ou “iluminação da mente”. A essência desse princípio pode ser encontrada no Sutra do Lótus. Trata-se de um conceito baseado na visão de que se pode alcançar a iluminação sem eliminar os desejos mundanos. Essa visão é totalmente contrária à do budismo Hinayana, que pregava a ideia de que a erradicação desses desejos mundanos seria o pré-requisito para atingir a iluminação. A palavra “mundano” é utilizada no sentido de algo derivado do “mundo”. Portanto, “desejos mundanos” deve ser entendido como “desejos do mundo” ou como “desejos materiais”. Muitas pessoas almejam um bom emprego, enquanto outras querem uma bela casa. Há aquelas que lutam para superar o carma de doença ou para criar um bom relacionamento familiar. Todos esses anseios fazem parte da vida de qualquer pessoa. Normalmente, tende-se a pensar que os desejos mundanos e a iluminação são aspectos separados e distintos — especialmente pelo fato de os primeiros frequentemente causarem a desilusão e o sofrimento, o oposto de sabedoria e felicidade. Dos desejos originam-se as ações, mas quando eles se tornam incontroláveis, cegando o bom senso e a razão, levam as pessoas a criar um carma negativo que resulta em sofrimentos que dão origem a mais desejos, num ciclo interminável. O presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, explica: Quando encontramos dificuldades, recitamos daimoku para solucionar nossos problemas. Quando tristes, levamos nossa tristeza ao Gohonzon. Quando felizes, oramos com profundo sentimento de gratidão. À medida que assim fazemos, continuamos a avançar, olhando para nossos problemas de um estado de vida elevado. Quando oramos ao Gohonzon, é como se estivéssemos olhando todo o universo, permitindo-nos observar impassivelmente os sofrimentos que existem em nossa própria vida. Com base na fé, podemos estabelecer um estado de vida que, não importando o que aconteça, experimentamos alegria, esperança e convicção nas profundezas do nosso ser. Isso nos dá força para irmos àqueles que estão sofrendo e, juntos, buscarmos a verdadeira felicidade.1 Força propulsora Por meio da prática budista, é possível purificar os desejos básicos, transformando, por exemplo, o egoísmo, o apego a ganhos materiais e supérfluos em sentimentos mais nobres e altruísticos, despertando no coração o objetivo de utilizar tudo aquilo que almeja em prol da paz e da felicidade das outras pessoas. O simples fato de possuirmos desejos não significa que estamos automaticamente “iluminados”. A palavra-chave para a transformação dos desejos mundanos em iluminação é a recitação do Nam-myoho-renge-kyo ao Gohonzon. Quando recitamos daimoku com sincera fé ao Gohonzon, desenvolvemos o autocontrole não para sermos dominados pelos desejos mundanos, mas sim para que eles se tornem a força propulsora para nosso próprio crescimento. Na escritura Resposta a Kyo’o, Nichiren Daishonin afirma: “O Nam-myoho-renge-kyo é como o rugido de um leão. Que doença pode, portanto, ser um obstáculo?”.2 Assim, quando se fortalece a prática da fé, mesmo uma grave doença deixará de ser um obstáculo para a felicidade. Pelo contrário, poderá se tornar um trampolim para o próprio desenvolvimento. E, naturalmente, essa transformação se aplica não só a uma doença, mas também a outros tipos de problemas, desejos ou sofrimentos inerentes à vida diária. De fato, quando elevamos nossa condição de vida, os diversos tipos de desejos mundanos, muitas vezes oriundos da nossa própria personalidade, acabam sendo redirecionados para um lado positivo da vida. Por exemplo, uma pessoa fortemente materialista e egoísta que almeja seu enriquecimento mesmo à custa da infelicidade de outros, com a prática da fé ao Gohonzon e a compreensão da profunda filosofia de vida do Budismo Nichiren, passa a manifestar um sentimento de se empenhar pela felicidade dos demais e pelo autoaprimoramento como um “valor humano” para o movimento pelo kosen-rufu. Portanto, aquele intenso anseio inicial, de caráter puramente egoísta, transforma-se em forte desejo de se desenvolver para contribuir em prol da felicidade das pessoas, demonstrando e comprovando o caminho da própria revolução humana. O que nos permite elevar nossa condição de vida são, sem dúvida, os esforços que empreendemos com base na recitação do gongyo e do daimoku, bem como aqueles fundamentados na propagação do budismo (shakubuku), pois assim fazemos a causa para manifestar a sabedoria necessária a fim de concretizar nossos objetivos. Vida criativa A existência dos desejos e apegos é uma condição da nossa existência no mundo real. Consequentemente, assim como cada um de nós, individualmente, a sociedade também é regida por necessidades das mais variadas naturezas. Na obra Escolha a Vida, o presidente Ikeda enfatiza: É essencial controlar o desejo para que ele possa desempenhar um papel no direcionamento da humanidade, da sociedade e do Universo no caminho da vida criativa. O controle, e não tentativas fúteis de extinção, é a maneira significativa de lidar com os desejos.3 Dessa forma, entendendo melhor o princípio de bonno soku bodai, vamos determinar nossos objetivos baseando-nos na prática budista em primeiro lugar, conscientes de que esse esforço influenciará positivamente não apenas nossa vida, mas também toda a sociedade. Fontes: RDez, ed. 117, set. 2011, p. 30. Brasil Seikyo, ed. 1.722, 8 nov. 2003, p. A5. Idem, ed. 1.723, 15 nov. 2003, p. A7. Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.527, 9 out. 1999, p. 3. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 431, 2020. 3. TOYNBEE, Arnold J.; IKEDA, Daisaku. Escolha a Vida. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 427, 2022. Foto: GETTY IMAGES
06/09/2023
Matéria Grupo Coração do Rei Leão
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A confiança é um tesouro que nutre a vida
“Onde podemos encontrar a esperança?” Em uma série de incentivos do presidente Ikeda aos estudantes, ele faz essa reflexão. Após comentar sobre o marcante encontro com seu mestre, Josei Toda, Ikeda sensei diz: Eu era apenas um jovem como outro qualquer, pobre e doente, mas Toda sensei demonstrou grande confiança em mim e me incentivou calorosamente. Decidi seguir aquele homem como meu mestre e, dez dias depois, em 24 de agosto, comecei a praticar o Budismo Nichiren. Senti a esperança brotar forte dentro de mim.1 Refletindo sobre o trecho citado e buscando entender a realidade dos jovens, seja membros da Soka Gakkai, seja não membros, podemos nos questionar: “Quais sentimentos ou valores poderiam impulsionar a vida de um jovem para a vitória?”. Aprendemos na organização que, sem dúvida, um desses sentimentos é a confiança. A confiança é o elo que une duas pessoas e abre um caminho entre elas. Isso pode ocorrer entre amigos ou em meio aos familiares. Do contrário, quando não há confiança, as portas do coração se fecham e se torna quase impossível criar um laço verdadeiro ou duradouro com o outro. No budismo, em especial, existe uma relação de confiança ainda mais ampla e profunda, isto é, a relação de confiança entre mestre e discípulo. Esse é um dos pontos fundamentais da nossa prática, pois simboliza a força do mestre que acredita infinitamente no potencial de um indivíduo (o discípulo), e este, tendo a calorosa confiança do mestre, manifesta coragem e esperança para avançar, mesmo que surjam dúvidas e obstáculos. O Grupo Coração do Rei Leão da Divisão Sênior e da Divisão Feminina da nossa organização representa esses pais e companheiros que agem e devem pensar constantemente: “Se o mestre estivesse em meu lugar, qual seria a sua postura em relação aos estudantes da minha localidade?”. Esses integrantes do grupo orientam, incentivam e guiam os estudantes sem duvidar, sempre protegendo e emprestando sua convicção inabalável ao infinito potencial de cada um deles em realizar seus sonhos, sempre fundamentados nos incentivos de Ikeda sensei. Tudo o que um jovem precisa é de alguém que confie nele, principalmente nos momentos em que ninguém acredita na capacidade dele, às vezes nem ele mesmo. O presidente Ikeda orienta: Os pais tendem a prejulgar os filhos com base nas próprias concepções, tirando conclusões como “Isto é muito difícil para o meu filho compreender”. No entanto, a mente e o coração dos pequenos são muito mais expansivos do que qualquer adulto pode imaginar; eles têm grande habilidade para absorver tudo e, no processo, enriquecer a mente e expandir seu potencial. A questão é como os adultos interagem com eles. Adultos devem enxergar cada criança como um ser humano e tratá-la como tal, e isso também se aplica a como as ouvimos. Quando os filhos fazem alguma descoberta e os pais, em vez de ignorá-los, compartilham do seu entusiasmo, a vida deles se enriquece ainda mais.2 O Mestre sempre enaltece como é importante a forma como os pais, e aqui extensivo ao Grupo Coração do Rei Leão, confiam e tratam cada estudante não como adulto, mas como ser humano em desenvolvimento que possui total capacidade de assumir o futuro da sociedade. Por fim, o presidente Ikeda enfatiza o seguinte: Cada criança é um tesouro que abriga um potencial precioso. Todas são dotadas de esperança que irradia da própria vida. Se suas esperanças forem desencorajadas ou arruinadas, não seria falha dos adultos? Dói o coração ver isso ocorrendo na sociedade atual. Não quero ver os olhos desses jovenzinhos encobertos pelo medo ou com lágrimas de tristeza. A sociedade precisa mudar. As crianças são espelhos que refletem o ambiente social adulto, e quando este se mostra perturbado, com a visão turva, as crianças também sofrem. Vamos enxugar as lágrimas de tristeza do rosto de cada criança! Devemos protegê-las e dar-lhes coragem, força e vitalidade. Elas são a esperança da humanidade e os pais e mães são aqueles que as nutrem. Como são nobres e grandiosas a missão e a responsabilidade dos pais!3 Sejamos pessoas capazes de transmitir confiança e respeito e juntos desenvolvermos uma organização cada vez mais sólida, alegre e feliz. Caloroso abraço, Matéria elaborada pelo Grupo Coração do Rei Leão da CRE Oeste Notas: 1. RDez, ed. 260, ago. 2023, p. 2. 2. IKEDA, Daisaku. Família Felizes, Crianças Felizes. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. p. 18. 3. Ibidem, p. 46. Foto: GETTY IMAGES
06/09/2023
Especial
BS
Ponte da sincera amizade
Em 8 de setembro também, desta vez em 1968, uma corajosa iniciativa do presidente Ikeda abria as fronteiras da conturbada relação diplomática entre Japão e China. Foi quando ele apresentou um discurso que mais tarde ficaria conhecido como Proposta pela Normalização das Relações Diplomáticas entre Japão e China, numa convenção universitária da Soka Gakkai, no Japão, reunindo cerca de 20 mil participantes. São 55 anos a partir de então. Na obra Nova Revolução Humana, Ikeda sensei traz com detalhes o desenrolar dos fatos, como as críticas que lhe foram impostas. Ele parte para sua primeira viagem à China, retornando em dezembro, quando se dá o encontro com o primeiro-ministro chinês Zhou Enlai, que estava hospitalizado e que ansiava se encontrar com o presidente Ikeda. O presidente Ikeda, à direita da foto, encontra-se com o primeiro-ministro chinês, Zhou Enlai, em Pequim Zhou Enlai faleceu pouco mais de um ano do primeiro encontro com o Dr. Ikeda, em janeiro de 1976, não sem antes estreitarem os laços de amizade, fortalecidos depois com a esposa do primeiro-ministro chinês, Deng Yingchao. China e Japão assinaram em agosto de 1978 o tratado de paz e de amizade entre os países, dez anos após a proposta proclamada por Ikeda sensei aos jovens, somada às ações concretas de diálogo persistente realizadas nesse período pela edificação de um mundo de paz. Atualmente, várias universidades e instituições chinesas prestam homenagens ao nosso mestre, bem como há centros de pesquisa dedicados a estudar sua vida e obra. No topo: o presidente Ikeda, à direita da foto, encontra-se com o primeiro-ministro chinês, Zhou Enlai, em Pequim
06/09/2023
Notícias
BS
“Viva Bauru! Viva o Brasil!”
Setembro é o mês da primavera e, em especial, para os membros da RM Bauru. Os três primeiros dias deste período ficaram gravados na vida de cada integrante que participou da inauguração do centro cultural da organização local, um sonho acalentado por todos. O sorriso dos membros refletiu a cristalização da vitória tão almejada ao longo dos anos. Todos, sem exceção, manifestavam a alegria e a decisão de que uma nova história estava sendo registrada. Na sexta-feira, 1o de setembro, junto com Miguel Shiratori, presidente da BSGI, os líderes centrais da localidade realizaram diálogos com foco no futuro da organização. No sábado, visitas familiares e reuniões em pequeno grupo foram promovidas. No período da tarde, os jovens da RM fizeram o plantio comemorativo de uma azaleia na entrada da sede, o qual representa a força da Juventude Soka para a expansão da amizade, da confiança e do espírito de não deixar ninguém para trás. Plantio comemorativo representando a Juventude Soka Direcionamento claro No domingo, o sol dourado já brilhava no céu e aquecia o coração dos membros, os quais, vindos de diversas cidades da região, lotaram o Auditório Mestre e Discípulo da nova sede. Eles foram recepcionados pelo sorriso gentil das integrantes da Divisão Feminina da localidade que enaltecia o acontecimento. O Dr. Daisaku Ikeda, presidente da SGI, enviou mensagem para ocasião (leia abaixo). Nela, ele denomina o centro cultural de “novo castelo da Lei do centro-oeste paulista”. Em um trecho, Ikeda sensei menciona: Expresso meu sincero desejo de que este centro cultural seja o nobre ‘castelo da vitória’ e o ‘castelo da glória’ dos senhores, enviando efusivos aplausos de felicitações com o sentimento de apertar calorosamente a mão de cada um dos senhores. Eduardo Komori, responsável pela RM Bauru, bradou aos presentes: “Enfim, chegou o grande dia. A inauguração do Centro Cultural de Bauru”, arrancando aplausos. Abordando os próximos passos da organização, pontuou os objetivos da localidade: “Hoje, nossa inauguração marca uma nova etapa. Nosso foco será o estudo do budismo, a perfeita relação de mestre e discípulo, pois, quando ensinamos o budismo para as pessoas, conseguimos compreender a nossa vida. A essência da prática do budismo existe no ato de fazermos o shakubuku. Sol dourado de Bauru O Centro Cultural de Bauru será palco da última Reunião Nacional de Líderes (RNL) de 2023, em novembro. Nesse sentido, Miguel Shiratori, presidente da BSGI, além das felicitações pela inauguração, incentivou os participantes a vencer cada qual suas questões e a conquistar os benefícios da prática da fé. “Aqui é a cristalização da vida de todos os senhores. A partir da mensagem de Ikeda sensei, fazer com que a localidade de Bauru seja vitoriosa. Praticar o Budismo Nichiren é evidenciar a melhor capacidade e conquistar a suprema vitória. Vamos ler e reler a preciosa mensagem e edificar uma vida mais alegre e feliz. Vamos vencer nosso drama pessoal e em 18 de novembro, na RNL que será em Bauru, que o Brasil reconheça a grandiosidade do centro-oeste paulista. Pratiquemos com alegria e união harmoniosa rumo à vitória absoluta. O importante é nunca desistirmos tendo essa convicção, pois somos praticantes do Budismo Nichiren, membros da Soka Gakkai. Vamos vencer, vamos comprovar e conduzir as pessoas à felicidade”, reforça Shiratori. A conquista de um sonho é a partida para novos triunfos “Minha decisão para os próximos cinco anos será me desenvolver como ser humano com base na prática da fé e poder espelhar minhas vitórias da vida pessoal a todos ao meu redor, contagiando o maior número de pessoas para que entrem nessa onda do humanismo Soka!” Taisly Mazza da Silva, responsável pela DE de RM “A inauguração do nosso centro cultural proporcionará muita alegria e orgulho para todos os membros. Historicamente, o sonho de construir uma sede própria surgiu em 1988 com o nosso primeiro local em Bauru. Ultrapassamos várias questões. Mas, sempre com daimoku, incentivo e diálogo, vencemos passo a passo cada uma delas. No dia de hoje, inicia-se uma nova etapa com muito mais vigor.” Tokuzi Imasato, consultor de RM “A inauguração do nosso centro cultural representa, para mim, a paixão pela Gakkai e o esforço perante o desafio para essa conquista. Minha decisão é me desenvolver ainda mais como ser humano e atuar como digno ser humano e discípulo Ikeda.” Danton Melo de Assis, vice-responsável pela DMJ de bloco “O centro cultural, para mim, representa um lugar em que eu possa fortalecer a minha fé no budismo. Jamais vou desistir de praticar o budismo e sempre vou me esforçar para aprender cada vez mais.” Louise Trindade Consalter, membro da DE-Esperança Mensagem enviada pelo presidente Daisaku Ikeda Sinceros parabéns pela inauguração do tão aguardado Centro Cultural de Bauru, novo castelo da Lei do centro-oeste paulista! Tenho pleno conhecimento de que, desde a minha primeira visita ao Brasil na década de 1960, os senhores vieram promovendo, ao longo dos anos, o avanço consistente do kosen-rufu nesta vasta localidade, sem poupar esforços. Expresso meu sincero desejo de que este centro cultural seja o nobre “castelo da vitória” e o “castelo da glória” dos senhores, enviando efusivos aplausos de felicitações com o sentimento de apertar calorosamente a mão de cada um dos senhores. Nos escritos de Nichiren Daishonin consta: “Pássaros que se aproximam do Monte Sumeru adquirem tons dourados” (WND, v. II, p. 671). Por favor, fazendo brilhar sua vida dourada, com aspecto jovem, em torno deste novo centro cultural, avancem, de forma ainda mais harmoniosa e prazerosa, em união de “diferentes em corpo, unos em mente”. E assim, vamos expandir mais e mais a rede de solidariedade da paz e da esperança! Junto com minha esposa, estou enviando daimoku, orando pela boa saúde e tranquilidade, pelo imensurável benefício e boa sorte e pelo glorioso triunfo dos senhores e de seus familiares. Viva Bauru! Viva o Brasil! Desfrutem sempre excelente disposição! Em 3 de setembro de 2023 Daisaku Ikeda Presidente da Soka Gakkai Internacional Confira vídeo com depoimentos dos membros de Bauru Bauru sediará a 9ª Reunião Nacional de Líderes (RNL) que acontecerá em novembro. Confira a decisão da localidade Fotos: BS
06/09/2023
Especial
BS
A verdadeira felicidade está em cumprir a própria missão
Em 1271, o Japão foi assolado por uma terrível seca. O governo ordenou a Ryokan, famoso e respeitado prior de um templo budista, que orasse por chuva. Quando Nichiren Daishonin soube disso, ele o desafiou por meio de uma carta, declarando estar disposto a ser seu discípulo caso fosse bem-sucedido em fazer chover. Contudo, se falhasse, Ryokan deveria se tornar seu discípulo. Ele aceitou o desafio, mas, apesar de suas orações e de centenas de sacerdotes assistentes, nenhuma chuva caiu. Ao contrário, Kamakura foi assolada por fortes vendavais. No final, Ryokan não só se recusou a seguir Daishonin, como também começou a tramar contra ele em conluio com uma autoridade local chamada Hei no Saemon-no-jo. Como consequência, no décimo dia do nono mês de 1271, Nichiren Daishonin foi intimado a comparecer à corte para responder a uma série de acusações infundadas. Dois dias depois, no décimo segundo dia do nono mês de 1271, Daishonin foi levado para a localidade de Tatsunokuchi, próxima a Kamakura, onde seria decapitado conforme a determinação de Hei no Saemon-no-jo. Entretanto, no último momento, um objeto esférico luminoso surgiu repentinamente no céu aterrorizando os soldados que, então, desistiram da execução. Após isso, Daishonin declarou ter nascido de novo, agora como Buda dos Últimos Dias da Lei. O significado de hosshaku-kempon Esse é um dos princípios budistas mais importantes. Literalmente, hosshaku-kempon significa “abandonar o transitório e revelar o verdadeiro”. Indica o ato de um buda descartar a posição transitória ou provisória e revelar sua verdadeira identidade. No capítulo 16, “A Extensão da Vida” (Juryo), do Sutra do Lótus, Shakyamuni descarta sua identidade provisória de um buda que atingiu a iluminação em sua existência na Índia sob a árvore bodhi, revelando seu aspecto verdadeiro alcançado em um longínquo passado, há incontáveis existências. O conceito aplicado na vida de Nichiren Daishonin Nichiren Daishonin declarou na seguinte passagem do escrito Abertura dos Olhos: No décimo segundo dia do nono mês do ano passado [1271], entre as horas do rato e do boi [entre 23 horas e 3 horas], esta pessoa chamada Nichiren foi decapitada. Foi sua alma que chegou a esta Ilha de Sado e, no segundo mês do ano seguinte, cercado pela neve, escreve esta carta para enviá-la aos seus discípulos mais próximos.1 Essa é justamente a referência à Perseguição de Tatsunokuchi. Nos dias de hoje, o eterno caminho da Soka Gakkai baseia-se exatamente nesse espírito de Nichiren Daishonin, como se tivesse herdado o legado triunfante da justiça e da verdade do acontecimento de Tatsunokuchi. Em outras palavras, é o espírito benevolente de revelar e comprovar a verdade e a justiça, conduzindo as pessoas à felicidade, mesmo diante de inúmeras perseguições, obstáculos, calúnias, difamações e críticas infundadas. Pôr em prática em nossa vida O presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, declara: “Abandonar o transitório e revelar o verdadeiro” significa “revelar a verdade” para todas as pessoas — ou seja, evidenciar uma condição de vida suprema e nobre inerente a nós e ajudar os demais a fazer o mesmo. Somos budas, e os outros também. “Abandonar o transitório e revelar o verdadeiro” compõe a base fundamental de nossas ações assentadas no respeito a todos os seres humanos.Consequentemente, no que se refere a Daishonin “abandonar o transitório e revelar o verdadeiro”, isso não representa apenas um ato pessoal, mas uma demonstração de que todos podem revelar plenamente em sua vida o inexaurível repositório de tesouros que existe dentro de si. Como meio para atingi-lo, ele ensina a importância de se empenhar na fé com o espírito de “verdadeira causa” — de sempre avançar a partir deste momento — um modo de prática em que nos dispomos a enfrentar bravamente os mais duros desafios da realidade com base no juramento de unicidade de mestre e discípulo de lutar pela iluminação de toda a humanidade.2 Assim, embora seja em um nível totalmente diferente, cada um de nós deve manifestar sua verdadeira identidade, o que se torna possível pela fé e prática em prol do kosen-rufu, levantando-se com base na profunda consciência de seguidores e discípulos de Nichiren Daishonin. Verdadeira identidade Com certeza, essa questão está diretamente ligada à compreensão da natureza básica da presente existência e assim despertar para a verdadeira missão de realizar o kosen-rufu. Ikeda sensei comenta: Por mais que falemos do maravilhoso poder inato da vida, ou do potencial ilimitado dos seres humanos, por si só, isso não passa de uma abstração. Antes, ao nos empenharmos pelo autoaprimoramento em meio às adversidades mais intensas é que nosso poder inato como seres humanos se revela. O verdadeiro eu, do qual nem tínhamos consciência, vem à tona.3 De fato, evidenciar a verdadeira identidade significa conscientizar-se da mais nobre missão como bodisatva da terra. Entretanto, um ponto importante é que essa conscientização nasce da luta de cada um, por meio da fé e da prática, em prol do kosen-rufu, revelando a “verdadeira identidade” nas ações concretas do dia a dia. Longe de ser um princípio abstrato, este se refere a uma luta constante em busca da manifestação do infinito potencial contido em nossa vida por meio do ilimitado poder do Gohonzon. Vamos, a cada dia, fortalecer nossa sincera prática da fé, trilhando pelo caminho de mestre e discípulo, e nos empenhando nas atividades pela felicidade de si e dos outros. São meios para manifestarmos nossa verdadeira identidade e, assim, desfrutarmos elevada condição de vida sob todos os aspectos. No topo: ilustração retrata os acontecimentos da Perseguição de Tatsunokuchi, durante a qual Nichiren Daishonin revelou sua natureza de Buda dos Últimos Dias da Lei Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.532, 19 set. 2020, p. 6 e 7. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 281-282, 2020. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.340, 17 set. 2016, p. B2. 3. Ibidem. Ilustração: Kenichiro Uchida
06/09/2023
Editorial
BS
Expandir a nossa vida
O grande desejo pela paz no mundo abraçado pela Soka Gakkai tem ligação e impacto direto na felicidade das pessoas. Nesta edição do Brasil Seikyo, você acompanha um especial sobre a histórica Declaração pela Abolição das Armas Nucleares, proferida por Josei Toda, em 8 de setembro de 1957. Essa data também foi escolhida pelo presidente Ikeda para a conclusão do romance Nova Revolução Humana, em 2018. Tais eventos são o ponto primordial na caminhada pela paz e felicidade da humanidade. No prefácio da obra, Ikeda sensei grava seu sentimento: Em 8 de setembro de 1957, o presidente Josei Toda proferiu a Declaração pela Abolição das Armas Nucleares, confiando aos jovens discípulos a missão de propagar, como parte do legado dele, os ideais dessa declaração no mundo inteiro. [...] Ele bradou repetidamente: “Quero acabar com a miséria da face da Terra!”. Este era seu profundo desejo e sua firme determinação. Mestre e discípulo são inseparáveis. Assim, meu mestre segue junto comigo, em meu coração, enquanto percorro o mundo abrindo o caminho para um caudaloso rio de paz e felicidade.1 Seguindo essa correnteza, os membros do Brasil também cumprem o juramento ao mestre com ações concretas. Nesta publicação do BS, você confere a jornada de vitória até a inauguração da Sede Regional de Guarulhos e do Centro Cultural de Bauru, comprovando o aspecto de que “as sedes da Soka Gakkai são fortalezas para a criação de ‘valores humanos’ e fortalezas da compaixão que conduzem as pessoas à iluminação”.2 Essas edificações são pontos centrais para ampla propagação e prosperidade da organização local como também da vida dos membros. “Quando decidimos que nossa missão de vida é o kosen-rufu, nossa vida se expande.”3 Brasil Seikyo, que abre o último quadrimestre do “Ano dos Jovens e do Triunfo”, foi preparado para que você, leitor, renove o sentimento de missão com a localidade e, a partir das ações locais, garanta um grandioso crescimento, tal como Ikeda sensei enfatiza no ensaio “Irradie a Luz da Revolução Humana” desta edição: Agora, mais uma vez, é o momento do novo desafio para abrir o futuro. Deve-se encontrar com uma pessoa, dialogar com uma pessoa e conectar completamente o coração com o de uma pessoa. Vamos criar “valores humanos” sucessores, com a convicção de que “a vitória no futuro se encontra no presente!”.4 Ótima leitura! Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 26, p. 5-6, 2020. 2. Ibidem, p. 143. 3. Ibidem, p. 146. 4. Brasil Seikyo, ed. 2.642, 9 set. 2023, p. 4.
06/09/2023
Aprender com a Nova Revolução Humana
BS
Viver com o Gosho: volume 14 (parte 3)
Eu e meus discípulos, ainda que ocorram vários obstáculos, desde que não se crie a dúvida no coração, atingiremos naturalmente o estado de buda. Não duvidem, mesmo que não haja proteção dos céus. Não lamentem a ausência de segurança e tranquilidade na vida presente. Embora tenha ensinado dia e noite a meus discípulos, eles nutriram a dúvida e abandonaram a fé. Abertura dos Olhos1 Obstáculos são as melhores ferramentas para aprimorar nossa vida Em dezembro de 1969, Shin’ichi Yamamoto viajou de Osaka para a província de Mie. Ao chegar à Sede Comunitária da Soka Gakkai de Matsusaka, aproximadamente quatrocentos membros o aguardavam. Declamando uma passagem de Abertura dos Olhos, ele proferiu as seguintes palavras de incentivo: (…) É por isso que nossa prática diária do Budismo Nichiren é tão fundamental. É importante manter uma fé que flui como a água, com perseverança e serena determinação. Precisamos polir e fortalecer nossa vida e cultivar a total convicção na fé. Quando conseguirmos isso, poderemos manifestar força no momento crucial. Procurando despertar-lhes determinação, continuou: — No nível individual, “momento crucial” é aquele em que vocês ou alguém que amam é acometido de grave doença ou sofre um acidente inesperado, ou quando perdem o emprego ou os negócios. Acontecimentos assim são a manifestação de seu carma proveniente do infinito passado e servem de oportunidade para transformar seu destino. Ter a fé desafiada é outro exemplo de “momento crucial”, como quando a Soka Gakkai foi perseguida ou teve algum problema. O único caminho para a felicidade é criar uma condição de vida indestrutível como o diamante e fazê-la brilhar. Dificuldades são as melhores ferramentas para aprimorar a vida. As épocas de grande perseguição são oportunidades para transformarmos o carma e a nossa condição de vida. É por essa razão que precisamos ter coragem para enfrentar esses ataques bravamente. Não devemos ser covardes. (…) (Trechos do capítulo “Vendaval”) É por meio da palavra escrita que o Buda salva os seres vivos. Carta para Renjo2 Grande esperança em relação à missão do Seikyo Shimbun Desde a sua fundação, o Seikyo Shimbun havia se desenvolvido de forma monumental, e em setembro de 1970, um ano antes do 200 aniversário, ocorreu a cerimônia de inauguração do novo prédio. Nos dez anos passados desde que se tornara presidente da Soka Gakkai, Shin’ichi não deixou de pensar no jornal nem por um momento. Sentindo o cheiro de tinta fresca ao folhear as páginas do jornal todas as manhãs, ele e sua esposa, Mineko, oravam pela segurança das pessoas que faziam a entrega do Seikyo Shimbun em todo o país. Enquanto lia o Seikyo Shimbun a cada manhã, Shin’ichi Yamamoto pensava na edição do dia seguinte, imaginando qual seria a matéria de primeira página, qual o tema do editorial e que tipo de artigos seriam apresentados. Ele considerava o desenvolvimento do jornal, ao qual Josei Toda havia se dedicado de corpo e alma para criar, como sua missão e responsabilidade pessoais. Assim, havia vezes em que aconselhava a equipe do jornal, e sempre que o departamento editorial lhe requisitava um artigo, esforçava-se ao máximo para atender, não importando o quanto estivesse ocupado. Nichiren Daishonin escreveu: “É por meio da palavra escrita que o Buda salva os seres vivos”.3 Da mesma forma, o papel do Seikyo Shimbun de transmitir corretamente os princípios do budismo é de extrema importância. Além do mais, com a abundância de informação disponível no mundo moderno, não é incomum que as pessoas fiquem tão saturadas que não conseguem nem pensar em estabelecer seu próprio senso de valores. Portanto, nós precisamos de algum tipo de padrão filosófico por meio do qual possamos julgar o mundo que está ao nosso redor. A missão do Seikyo Shimbun é cumprir essa diretriz. (Trechos do capítulo “Rio Caudaloso”) (Traduzido a partir da edição do jornal diário da Soka Gakkai, Seikyo Shimbun, de 18 de dezembro de 2019.) Assista Vídeo da série “Aprender com a Nova Revolução Humana”, volume 14 Ilustração: Kenichiro Uchida Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 296, 2020. 2. Ibidem, v. II, p. 410, 2017. 3. Ibidem.
06/09/2023
Encontro com o Mestre
BS
A vitória no futuro se encontra no presente
Visualizando o futuro daqui a cem ou duzentos anos, o suor dourado do novo desafio na criação de “valores humanos” Neste verão, tanto no Japão como em diversas partes do mundo, o calor recorde é intenso, e parece que o clima vai entrar em ebulição. Por outro lado, vêm ocorrendo desastres frequentes provocados por chuvas torrenciais e fortes ventanias. Em particular, as regiões de Okinawa e Amami vêm sofrendo sérios danos causados pelo tufão número 6, que ainda hoje traz enormes consequências para o oeste japonês, a começar por Kyushu. O tufão número 7, que está em formação, também requer atenção especial. Orando acima de tudo pela paz e segurança das pessoas das áreas afetadas, desejo sinceramente que os danos sejam mínimos e que a situação seja restabelecida quanto antes. Continuo a enviar daimoku para que, debaixo desse calor severo, ninguém sofra com insolação e as colheitas agrícolas sejam protegidas. Nichiren Daishonin deplorava a situação afirmando: “Vivemos atualmente numa época de desordem, que não permite às pessoas comuns fazer muito”.1 Hoje, queremos fortalecer a conexão das “pessoas comuns” para “fazer muito” a fim de contribuir para a “pacificação da terra”.Prática da fé para o presente e para o futuro Quando lemos o Gosho, encontramos diversas vezes expressões que se referem ao futuro. Em Saldar as Dívidas de Gratidão consta: “Se a compaixão de Nichiren for realmente grande e abrangente, o Nam-myoho-renge-kyo se propagará por dez mil anos e mais, por toda a eternidade”.2 O escrito Abertura dos Olhos declara: “Shakyamuni, Muitos Tesouros e os demais budas desejam assegurar a propagação do Sutra do Lótus para todos os filhos do Buda das existências futuras”.3 Em A Profecia do Buda consta: “Percebo que a profecia do Buda se refere ao senhor. Então, qual seria a ‘sua’ predição?”.4 Na nova edição de Nichiren Daishonin Gosho Zenshu [Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin], o ideograma que se refere ao “futuro” aparece 175 vezes. Na verdade, o tema principal que atravessa o Sutra do Lótus é o futuro, pois elucida sobre qual é a lei a ser propagada na era maléfica dos Últimos Dias da Lei após a morte do Buda, e quem deveria propagá-la. Com o propósito de tornar felizes todos os seres vivos pelos dez mil anos dos Últimos Dias da Lei e mais, por toda a eternidade, Nichiren Daishonin superou grandes perseguições, revelou e deixou o Gohonzon como a essência do Sutra do Lótus. A prática da fé é para o presente e para o futuro. No Gosho consta: “Se deseja saber os efeitos que se manifestarão no futuro, observe as causas que estão sendo feitas no presente”.5 Conforme essa passagem dos sutras, devem-se criar grandiosas causas no momento presente em prol dos resultados de majestosas vitórias no futuro. Os mais nobres corredores ligados diretamente a esse magnífico trabalho do Buda não são outros senão os responsáveis pela Divisão dos Estudantes Soka. Gratidão pelo verão de dinâmico avanço Já se passou um mês desde o início do Período do Dinâmico Avanço da Divisão dos Estudantes [no Japão] no dia 8 do mês passado [julho de 2023].Não há palavras que expressem minha gratidão aos preciosos amigos que derramam o suor dourado, dia após dia, para enviar uma brisa refrescante de coragem e esperança às princesas e aos príncipes sucessores, oram pela felicidade das crianças, em meio ao contínuo calor escaldante. Além disso, o “Desafio de Verão da Divisão dos Estudantes”, que desenvolve os tradicionais concursos em várias áreas, é uma iniciativa maravilhosa. Quero também manifestar meu profundo respeito aos professores da Coordenadoria Educacional que criam e expandem lugares de paz e de simpatia aos pais, por exemplo, por meio de diálogos sobre a educação familiar, e às pessoas que se dedicam à criação de filhos ou netos, como também à família Soka da comunidade local que apoia as famílias. Herdando o bastão No dia 30 do mês passado [julho de 2023], foi realizado, radiantemente, o Curso de Aprimoramento Nacional de Verão da Divisão dos Estudantes [no Japão], interligando a Fortaleza da Paz, que é a Universidade Soka, com os centros culturais de todo o território japonês por transmissão simultânea. A melodia da canção da Divisão dos Estudantes, Corredores da Justiça, entoada por 25 mil representantes da DE-Esperança e da DE-Herdeiro, continua reverberando em minha vida de forma profunda e intensa. Rumo ao futuro com os “Corredores da Justiça”! Amigos que se reúnem animadamente no Curso de Aprimoramento Nacional de Verão da Divisão dos Estudantes [do Japão], na Universidade Soka, em Hachioji (Tóquio, jul. 2023) Uma integrante da DE-Herdeiro da província de Kanagawa, que se levantou para relatar sua experiência, falou sobre a sua trajetória de não ser derrotada graças aos encorajamentos da família Soka nos seus dias difíceis em que não conseguia frequentar a escola de forma desejável durante a fase do ensino fundamental. Agora, seus dias são repletos de plenitude em uma escola de ensino médio por correspondência, e ela acumula nobres esforços rumo ao seu sonho do futuro. Em sua família, a pessoa que acendeu as chamas da fé pela primeira vez foi seu bisavô, que para mim também é um estimado velho amigo, o qual jamais esquecerei. Nosso primeiro encontro foi no ano 1952 em uma reunião de palestra em Kawasaki, província de Kanagawa, da qual eu estava encarregado. Era um jovem que participava pela primeira vez, convidado por um amigo, depois de ter vindo da província de Saga, em Kyushu, para Tóquio, visando tornar-se um pintor de estilo ocidental. O jovem demonstrava ansiedade e insegurança ao pensar se conseguiria vencer ou não trilhando o caminho da arte. Disse-lhe, prontamente: “Não quer se tornar o melhor pintor japonês por meio desta prática budista?”. Ele assentiu profundamente e se converteu. Sempre que havia oportunidade, procurava enviar-lhe incentivos. Como pintor de estilo ocidental, ele conquistou imponentes realizações, e atuou na primeira turma do Departamento de Artistas da nossa organização. Nos últimos anos de sua vida, ele atuou como diretor honorário do Museu de Arte Fuji de Shizuoka (da época). Sua pintura está exposta também na Universidade Soka da América. O jovem com quem conversei na reunião de palestra daquele dia, naquele momento, abraçou a Lei Mística e pintou vividamente uma obra-prima da arte e da vida. E a canção triunfal do bastão de revezamento da prática da fé reverbera por quatro gerações na família. Em meio a esses vales e montanhas, quantos encorajamentos e apoios mútuos dos companheiros da organização devem ter acontecido! “Transformará em boa sorte” No oitavo mês de 1273, de Sado, em meio a uma grande perseguição, Nichiren Daishonin enviou uma carta à família de um discípulo em Kamakura que lutava contra a doença de sua pequena filha. Orando pela mais breve recuperação dela “às divindades do Sol e da Lua a cada minuto do dia”,6 Daishonin afirmou: “O infortúnio de Kyo’o se transformará em boa sorte. Reúnam sua fé e orem a esse Gohonzon. Então, o que não poderá ser concretizado?”.7 Em qualquer família, há problemas, como também há árduos esforços para a criação de filhos. Poderá haver momentos em que uma calamidade inesperada atinja nossa família e nossos filhos. No entanto, possuímos o rugido do leão denominado Nam-myoho-renge-kyo. Nós temos o Gohonzon que Daishonin descreve: “Eu, Nichiren, inscrevi minha vida em sumi; assim, creiam no Gohonzon com todo o coração”.8 Se reunir uma fé corajosa, com certeza, podem-se transformar os infortúnios em boa sorte. Diante de quaisquer dificuldades, devemos comprovar infalivelmente a transformação delas [dificuldades] em boa sorte da família e do futuro dos filhos. Diz-se que o lótus produz a flor e o fruto ao mesmo tempo. De maneira similar, no interior de todas as vidas jovens se encontra, com certeza, o fruto da esperança. Foto tirada por Ikeda sensei na região metropolitana de Tóquio (Jul. 2023) Esse é o poder da fé e o poder da prática capazes de transformar veneno em remédio que o buda Nichiren Daishonin nos ensinou ao longo de 750 anos. A vitória decisiva da minha existência No verão [japonês] da criação de “valores humanos”, eu também tenho inúmeras recordações de aprendizado e de aprimoramento junto com os amigos da Divisão dos Estudantes. Em agosto de 1982, foi realizado na província de Miyagi o Festival da Paz e da Esperança cujos figurantes eram exclusivamente os membros da Divisão dos Estudantes. Relembro-me do cenário em que cantei e dancei prazerosamente em um só coração com os 4 mil mensageiros do futuro, que eram os tesouros do castelo de “valores humanos” da região de Tohoku, como também do sorriso resplandecente de cada um deles, em meio ao calor intenso. Enviando forte salva de palmas para a entusiasmada apresentação de todos, disse-lhes: “A vitória decisiva da minha existência se encontra em observar o aspecto da luta digna e heroica de cada um de vocês em prol da paz no palco da sociedade e do mundo no século 21. Quando penso nisso, meus árduos esforços não são nada”. Exatamente dessa forma, eles se desenvolveram magnificamente. Esses amigos da Divisão dos Estudantes empenharam todos os esforços para a recuperação da região onde ocorreu o Grande Terremoto do Leste Japonês, sem precedentes, e até hoje, devotam-se com bravura. O futuro de esperança não é algo que chega repentinamente. Surge do acúmulo da determinação de viver e de sobreviver no presente momento. É por isso que se deve incentivar a pessoa diante dos seus olhos com sinceridade. E, unindo a força de todos, deve-se continuar avançando, juntos, envolvendo-se hoje e amanhã. Nesta continuidade, cria-se um majestoso futuro. A partitura da luta conjunta imponentemente “Que tipo de vida pode ser considerado uma existência correta?” É a pergunta que fiz aos 19 anos para o venerado mestre, Josei Toda, por ocasião do meu primeiro encontro com ele em agosto de 76 anos atrás (1947). O mestre respondeu claramente: “É bom pensar no que significa viver uma existência correta. Porém, enquanto estiver pensando, experimente praticar a filosofia de Nichiren Daishonin. Afinal, você é jovem. Com certeza, algum dia, descobrirá, de forma natural, que está trilhando uma existência correta”. De fato, foi exatamente como disse o mestre. Vim trilhando o caminho junto com a Lei Mística, o mestre, os companheiros e a Gakkai. Para registrar esse caminho da “existência correta”, escrevi os romances Revolução Humana e Nova Revolução Humana com coração repleto de sentimento de retribuir com gratidão. Foi no dia 6 de agosto de trinta anos atrás (1993) que comecei a escrever o manuscrito do romance Nova Revolução Humana nas terras de Nagano. Escolhi a data em que foi lançada a bomba atômica sobre Hiroshima, a primeira na história da humanidade, escrevendo as seguintes palavras iniciais: “Nada é mais precioso do que a paz. Nada traz mais felicidade do que a paz”.9 A partitura da luta conjunta da “revolução humana” dos amigos emergidos da terra do Japão e do mundo, que estão contribuindo para a obra sagrada sem precedentes denominada kosen-rufu, pelo bem da felicidade das pessoas e da paz perene, com o coração igual ao meu, é a “história mais maravilhosa [para o futuro]”10 observada por Nichiren Daishonin. Assim, concluí o total de trinta volumes. Estou convicto de que, por meio dessa obra, poderei continuar o diálogo eternamente, por todo o futuro, com os jovens sucessores do “espírito de mestre e discípulo dos três primeiros presidentes da Soka Gakkai”, em qualquer época, onde quer que seja. A história comprovará infalivelmente Pensando bem, Shakyamuni treinou as vidas jovens observando o pico mais alto do mundo, o Himalaia. Nichiren Daishonin o fez observando o grande Oceano Pacífico, o maior do mundo. Hoje, nós temos o sol do budismo do povo, o maior do universo, e o grande solo dos emergidos da terra da canção triunfal do povo a ser oferecidos aos amigos da Divisão dos Estudantes. Façamos desse fato nosso maior orgulho e a infindável esperança. Certa vez, em meio às tempestades de críticas, o venerado mestre disse: “Deve-se lutar agora em prol do futuro daqui a cem ou duzentos anos”. Mesmo que naquele momento não houvesse ninguém que o compreendesse, ele estava com uma postura calma de que a história haveria de comprovar infalivelmente a retidão. Lembro-me com saudades de que, ao falar sobre isso com Mikhail Gorbachev e sua esposa, Raisa, durante um diálogo, o casal assentiu com sorriso no rosto. Agora, mais uma vez, é o momento do novo desafio para abrir o futuro. Deve-se encontrar com uma pessoa, dialogar com uma pessoa e conectar completamente o coração com o de uma pessoa. Vamos criar “valores humanos” sucessores, com a convicção de que “a vitória no futuro se encontra no presente!”. Publicado no jornal Seikyo Shimbun de 10 de agosto de 2023. No topo: Vocês são o tesouro da esperança do mundo! Casal Ikeda com membros da Divisão dos Estudantes e a família Soka dos Estados Unidos (Flórida, jun. 1996) Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 402, 2017. 2. Ibidem, v. I, p.770, 2020. 3. Ibidem, p. 300. 4. Ibidem, p. 421. 5. Ibidem, p. 292. 6. Ibidem, p. 431. 7. Ibidem. 8. Ibidem. 9. IKEDA, Daisaku. Alvorecer. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, 2022. 10. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 522, 2020.
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Caderno Nova Revolução Humana
BS
“A prática do budismo é a força motriz para avançar sempre”
PARTE 37Shin’ichi disse ainda: — Nos últimos anos, ouvi que há uma tendência mundial de aumento de casos de separação de casais. Mas, se uma das partes se empenhar na prática budista com resoluta determinação, e caminhar rumo à solução do problema, estou certo de que a maioria dos casos pode ser superada de forma sábia. Enfim, o mais importante é levantar-se com sólida fé. O objetivo da prática budista é viver plenamente, tornar-se feliz e enviar o brilho da esperança para a sociedade. Portanto, deve se tornar um bom casal, criar um lar excelente, conquistar o respeito e a confiança de todos e comprovar o budismo na vida. Nessa noite, a convite do superintendente Badini do Teatro alla Scala, Shin’ichi, junto com Mineko, assistiu à apresentação da composição de Modest Mussorgsky, Quadros de uma Exposição, e outras pela Orquestra Sinfônica de Londres, sob a regência do maestro Claudio Abbado. Foi uma maravilhosa apresentação. Shin’ichi desejou que aquela emoção pudesse ser saboreada pelas pessoas comuns do Japão. Um dos objetivos de ele ter fundado a Associação de Concertos Min-On era aproximar o povo das melhores músicas e artes do mundo. A arte e a cultura não são privilégios de um grupo especial de pessoas. Pouco depois do meio-dia do dia seguinte, 5 de junho, Shin’ichi e comitiva se despediram dos membros e partiram de Milão de avião rumo a Marselha, na França. A estada de Shin’ichi em Milão foi de apenas quatro dias e três pernoites. No entanto, havia algo que ficou gravado profundamente no coração dos jovens de Milão, que acompanharam de perto a comitiva. Era o aspecto de manifestar palavras de gratidão e de agradecimento com toda a cortesia, igualmente, para todo tipo de pessoa, fosse porteiro ou cozinheiro do hotel, motorista, executivo de uma empresa ou intelectual erudito. O budismo expõe que todas as pessoas são iguais e possuem indistintamente a condição de buda em sua vida. Os jovens diziam que sentiram que as ações de Shin’ichi incorporavam, de fato, esse espírito. O verdadeiro valor de uma ideologia, de uma filosofia e de uma religião manifesta-se nas ações e no modo de vida da pessoa. O budismo se encontra no aspecto das pessoas que se empenham alegremente em prol da felicidade dos amigos e da sociedade. PARTE 38 Com as montanhas dos Alpes cobertas de neve do lado direito, o avião que levava Shin’ichi Yamamoto dirigiu-se à Marselha, segunda maior cidade da França, na costa do Mar Mediterrâneo. Pouco depois das 13 horas do dia 5 de junho, horário local, a comitiva desembarcou no aeroporto de Marselha. De imediato, promoveu reunião de acertos das atividades na França nas dependências do hotel em Aix-en-Provence. E ainda, Shin’ichi se deslocou até o Centro de Treinamento da Europa, em Trets, onde participou da conferência de representantes da Europa, realizada a partir das 18 horas. Nessa conferência, reuniram-se representantes de treze países e discutiram diversos assuntos rumo ao kosen-rufu da Europa. Visando dar uma esperançosa partida para um avanço, unindo ainda mais as forças de cada país da Europa, foi determinada a nomeação de novos vice-presidentes e do secretário do conselho de orientação da Europa em torno do seu presidente, Eiji Kawasaki. Os vice-presidentes nomeados para esse conselho eram o diretor-geral da Inglaterra Raymond Gordon e o diretor-geral da Alemanha Dieter Kahn. Como secretário, foi nomeado Akihide Takayoshi, que havia tido a experiência como coordenador da Divisão dos Estudantes Herdeiro e chefe da Secretaria da Divisão Masculina de Jovens no Japão. Takayoshi era um jovem que havia sido treinado por Shin’ichi em grupos de “valores humanos” desde a sua época como estudante do ensino médio. Depois de concluir o curso de pós-graduação, passou a trabalhar como funcionário da sede da Soka Gakkai. Portanto, essa nomeação era uma estratégia preparatória para o século 21. Shin’ichi declarou aos participantes: — A visita desta vez é para anunciar o amanhecer de uma nova era da Europa. Se os jovens se conscientizarem da missão de se encarregar da era vindoura, estabelecerem a filosofia de respeito à vida como modo de vida e caminharem pela jornada da contribuição social, então poderão unir as pessoas separadas entre si na sociedade atual. A paz começa daí. Por isso, vou me empenhar diretamente para me encontrar e dialogar com os jovens. E, por meio de ações e do contato de coração a coração, vou inspirar a alma de cada pessoa. Quando as pessoas se convencem do fundo do coração, simpatizam-se e se emocionam com a decisão de “Eu vou me levantar!”, começam a agir por iniciativa própria. Então, conseguem manifestar sua máxima capacidade. O ato de criar tal inspiração é o verdadeiro incentivo e encorajamento. Essa é a relação de vida a vida, e o diálogo imbuído de paixão e sinceridade. PARTE 39 No lado norte do Centro de Treinamento da Europa, erguia-se a montanha Sainte-Victoire, e sob o céu azul, banhadas pelos raios solares, reluziam as rochas de calcário. Fascinado também por essas montanhas, Paul Cézanne, considerado o “pai da pintura do século 20”, criou aqui renomadas obras. No dia 6 de junho, antes da hora do almoço, Shin’ichi visitou a prefeitura de Trets acompanhado de sua esposa, Mineko, e do presidente do conselho de orientação da Europa, Eiji Kawasaki. O prefeito de Trets, Jean Feraud, e cerca de vinte vereadores da Câmara os receberam. O prefeito se levantou para os cumprimentos usando uma faixa para cerimônias nas cores azul, branca e vermelha da bandeira da França: — É uma grande alegria para os cidadãos de Trets receber o presidente Yamamoto em nossa cidade. Sabemos bem sobre o importantíssimo trabalho de âmbito mundial em prol da paz desenvolvido pelo presidente Yamamoto e conhecemos sua ideologia de excelência por intermédio de suas obras. O senhor veio realizando árduos esforços para a prevenção do perigo das armas nucleares em meio aos conflitos entre o Leste e o Oeste. E ainda é o líder do movimento internacional pela paz desenvolvido pela Soka Gakkai Internacional (SGI). Além disso, é notória sua dedicação para aprofundar o intercâmbio entre pessoas por meio de sucessivos diálogos com renomados intelectuais representativos do mundo e da luta pela paz. Manifestamos nossos mais sinceros agradecimentos pela visita do presidente Yamamoto justamente ao nosso Centro de Treinamento de Trets dentre numerosas sedes da SGI em todo o mundo. Shin’ichi ouvia as palavras de louvor do prefeito com humildade e gratidão. Na sequência, o prefeito disse solenemente com voz ainda mais enérgica: — Aqui, nós recebemos o presidente Yamamoto, o “embaixador da paz” que atua com fidelidade e perseverança, com sinceridade e ardente paixão e com vigorosa vitalidade e energia como o cidadão honorário. Em meio aos aplausos, o prefeito entregou a medalha da cidade e o título de cidadão honorário a Shin’ichi, que expressou gratidão do fundo do coração por sua cortesia e profunda compreensão. Por trás desse fato, com certeza deve ter havido esforço e diálogo sinceros dos membros. O diálogo sincero de muita persistência é a força que gera a compreensão em relação ao nosso movimento. PARTE 40 Na tarde do dia 6, no Centro de Treinamento da Europa, foi descortinado radiantemente o curso de verão comemorativo dos vinte anos do kosen-rufu da Europa com a presença de Shin’ichi. Nesse evento, participaram quinhentos membros de dezoito países, dentre os quais, cem companheiros da França. Shin’ichi recitou solene gongyo junto com os membros, orando pela imensa felicidade dos participantes e pelo progresso do kosen-rufu da Europa. Em seguida, dirigindo-se ao microfone, propôs: — Hoje, 6 de junho, realizamos o curso de treinamento para alçar voo rumo ao século 21. Ao mesmo tempo, é o aniversário natalício do primeiro presidente da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi. Gostaria de propor que façamos dessa significativa data o Dia da Europa, tornando-o comemorativo e um marco em que anualmente possam juntos prometer um novo avanço. O que os senhores acham? Todos levantaram as mãos em concordância e foi oficialmente estabelecido o dia 6 de junho como Dia da Europa. Tsunesaburo Makiguchi havia falecido na prisão três anos antes da conversão de Shin’ichi ao budismo e não chegaram a ter um convívio pessoal. Todavia, por intermédio do seu mestre, Josei Toda, Shin’ichi havia aprendido sobre a personalidade, a fé, as ações e os pensamentos sobre a educação de Makiguchi. Além disso, leu repetidas vezes as obras dele, tornando-as uma importante referência para si próprio. Em suas obras, Makiguchi apresenta sua visão futurista para o caminho da paz, da mudança da “competição militarista”, da “competição política” e da “competição econômica” para a “competição humanística”. Shin’ichi renovava sua decisão de que pela paz da humanidade era necessário criar nesse momento uma maré certeira da “competição humanística” no mundo. No curso de verão, foi realizado um plantio comemorativo seguido de uma série de relatos de experiência. Uma integrante da Divisão Feminina de Jovens da Alemanha Ocidental declarou que se tornou uma pessoa positiva e construtiva por meio da fé e venceu a luta contra a doença; um membro da Divisão Masculina de Jovens da Itália relatou sua atuação tão almejada como músico. Enfim, todos os relatos trouxeram uma grande emoção aos participantes, pois continham um drama de transformação de sua vida por meio da coragem e do desafio. A prática do budismo é a força motriz para avançar sempre, superando a desesperança e a resignação. E, nesse avanço, pode-se polir e fortalecer a si mesmo, e expandir enormemente a condição de vida. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Ilustrações: Kenichiro Uchida
24/08/2023
Rede da Felicidade
BS
Desabrochar das “flores humanas”
Em Chicago, cidade visitada logo após a ida a Washington, DC, foram realizados o Festival Cultural de Chicago e a Convenção Comemorativa, contando com a participação de 5 mil membros que se reuniram alegremente no Medinah Temple da cidade, no dia 12. Ao pensar que vinte anos atrás, quando Shin’ichi Yamamoto visitou pela primeira vez a cidade, a quantidade de membros era de pouco mais de uma dezena de pessoas, sentia-se a chegada de uma nova era. No festival cultural, o que tocou seu coração em especial foi a apresentação de Sachie Perry e seus sete filhos. Ela foi atingida pela bomba atômica em Hiroshima quando tinha 14 anos. Em 1952, casou-se com um militar americano e se mudou para os Estados Unidos. Contudo, o que a aguardavam eram o alcoolismo e a violência do marido, as dificuldades financeiras, a delinquência dos filhos, a parede do idioma, a discriminação e o preconceito. Ela trabalhou desesperadamente para criar os sete filhos. A localidade em que a família morava era palco constante de confrontos raciais e disputas de poder, e o marido lhe fez carregar arma de fogo para sua proteção. Diariamente, ela vivia amargurada em sofrimentos e trêmula de medo. Certo dia, ela ouviu a respeito do budismo por intermédio de uma mulher oriental que morava perto de sua casa e iniciou a prática budista. Era ano de 1965. A chama do seu coração ardeu diante dos incentivos que afirmavam que ela conseguiria ser feliz sem falta. Mais que qualquer outra coisa, ela queria transformar seu destino. Ao recitar daimoku, sentiu a coragem emergindo de sua vida. E ao estudar o budismo, aprendeu que, como bodisatva da terra, possuía a missão de ensinar a Lei Mística aos norte-americanos e comprovar a felicidade tanto de si como dos demais ao redor. Quando se descobre o verdadeiro significado de sua existência, a vida revivesce. Utilizando seu pouco vocabulário do inglês, ela começou a propagar o budismo. O carma negativo se manifestou como ondas bravias e a assolou. A filha caçula ficou doente e teve de passar por várias cirurgias. O alcoolismo do marido e as dificuldades financeiras persistiam. Contudo, ela tinha se tornado uma pessoa que encarava resolutamente os sofrimentos, tendo como base a fé. Estava decidida a não ser derrotada por nada. Os sete filhos também passaram a se empenhar na fé, e formaram uma banda para ajudar no sustento da casa, e depois atuaram profissionalmente. Embora estivesse lutando contra o seu carma, sentia esperança e alegria no dia a dia. Ela contou sua história de vida no palco do festival cultural. É por meio do relato de experiência do “revivescer” de cada pessoa que se comprova a veracidade da Lei universal. No Festival Cultural de Chicago, Sachie Perry seguiu apresentando seu relato de experiência que escreveu como se fosse uma carta para Shin’ichi Yamamoto: — Querido Yamamoto sensei! Quando iniciei minha prática do budismo, levava meus dias agoniada e prostrada diante das dificuldades da vida, sem autoconfiança, sem coragem e sem qualquer aspiração. Quando pensei que não havia outra forma de conquistar a felicidade a não ser por meio desta fé, eu me esforcei com todas as forças na propagação do budismo. A história da família foi projetada por meio de slides. Com a voz estremecida pela emoção, ela bradou: — Sensei! Agora conquistei a harmonia familiar e me tornei muito feliz! Meus filhos se desenvolveram de maneira admirável. Vim orando para que o senhor pudesse vê-los um dia. Esses são os meus filhos! Os holofotes do palco iluminaram os sete filhos dela. A apresentação musical se iniciou, e os filhos cantaram e tocaram instrumentos acompanhando o ritmo suave. Nos olhos da mãe brilhavam as lágrimas. Essas vozes eram o canto que anunciava o alvorecer da esperança e a melodia era o compasso da alegria da felicidade. Shin’ichi aplaudiu efusivamente essa apresentação que representava o drama da vitória dessa família. A paz do mundo se inicia a partir da revolução humana e da transformação do destino de uma única pessoa. Na harmonia e na felicidade de uma família se encontra a verdadeira imagem da paz. Ele compôs e ofereceu diversos poemas de incentivo aos participantes. E representando a família Perry, Shin’ichi ofereceu ao filho mais velho o seguinte poema: Canção da mãe. Resplandeça orgulhosamente. Filhos monarcas. Os filhos herdaram as aspirações da mãe e se desenvolveram como líderes da sociedade e também do kosen-rufu. Por exemplo, a filha caçula Ayumi, que tinha saúde frágil e vivia doente, mesmo em meio às dificuldades financeiras, conseguiu se formar na faculdade, trabalhar com educação, fazer pós-graduação e concluir o doutorado. Ela se engajou como líder dos educadores e de empresas e organizações, e também atuou em programas de desenvolvimento de “valores humanos” como de funcionários das Nações Unidas. Na SGI-Estados Unidos, ela se tornaria coordenadora nacional da Divisão Feminina. Vinte anos do kosen-rufu dos Estados Unidos — com o Budismo Nichiren, que elucida que todas as pessoas estão igualmente dotadas da vida do Buda, o novo sonho americano gerou frutos e fez desabrochar muitas “flores humanas” de felicidade. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. No topo: ilustração retrata a família Perry durante uma apresentação no Festival Cultural de Chicago. No detalhe, Sachie conta seu relato de experiência no evento Fonte: IKEDA, Daisaku. Levantando Voo. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 30-I, p. 275-278, 2022. Ilustração: Kenichiro Uchida
24/08/2023
Matéria da Divisão Feminina
BS
Mulheres determinadas e inspiradoras
Queridas rainhas do imenso Brasil! Desejamos que todas estejam bem, vencendo e desafiando todas as circunstâncias com “muito mais daimoku”. Por falar em daimoku, no próximo dia 12 de setembro, teremos a conclusão do período dos cem dias de recitação do daimoku. Soubemos que várias rainhas se desafiaram e conquistaram imensuráveis benefícios com essa oportunidade. Vamos, cada vez mais, nos desafiar em nossa recitação diária, na leitura dos incentivos de Ikeda sensei e nos conectar a essa rede da vitória. Neste mês, gostaríamos de convidar você para um bate-papo sobre empoderamento. O que significa empoderar? “Empoderar” é um verbo que se refere ao “ato de dar ou conceder poder para si próprio ou para outrem”.1 Conceito tão utilizado ultimamente que vem do inglês empowerment e foi usado pela primeira vez no Brasil pelo educador Paulo Freire. Segundo ele, empoderamento é a capacidade de um indivíduo de buscar por si mesmo as ferramentas necessárias para evoluir e se fortalecer. Podemos dizer que empoderar é a capacidade do indivíduo de provocar a si mesmo, a ação de dominar ou ter poder sobre determinada situação, condição ou característica. Porém, esse poder nada tem a ver com superioridade; é um movimento de emancipação individual, de se conscientizar de quem você é, ter o domínio sobre a sua vida e tomar as próprias decisões. Resumindo, o empoderamento tem a ver com a nossa escolha da vida e, por meio dessa conscientização, somos capazes de transformar o meio em que vivemos, bem como nossas relações pessoais, profissionais e sociais. Fantástico, não é mesmo?! Cá entre nós, podemos dizer que se empoderar é manifestar nossa condição de buda para realizar nossa revolução humana. E por que esse tema é tão presente entre as mulheres? Por vários séculos, a mulher viveu em uma cultura patriarcal, na qual seu papel na sociedade era restrito unicamente à família. Ela era a única responsável pelo serviço doméstico e pela educação dos filhos, sendo sempre governada pelo homem (pai, marido, irmão ou tio). Assim, a virtude das mulheres era a de reproduzir, de ser a mãe perfeita e protetora. A mulher era tida como o sexo frágil e como alguém sem direitos de escolhas.2 Na Constituição de 1824, a primeira constituição brasileira, a mulher não era considerada cidadã, portanto sem direito ao voto.3 Empoderamento nos jardins da Lei Mística Há centenas de anos, o Oriente também era permeado por uma cultura em que as mulheres eram consideradas inferiores. Os ensinamentos pré-Sutra do Lótus não consideravam a igualdade entre homens e mulheres. Nesse cenário, Nichiren Daishonin revelou que não havia distinção entre homens e mulheres; enfatizando que as mulheres também tinham a condição de buda. Por meio de cartas, Daishonin encorajava as mulheres a se empoderar por intermédio da Lei Mística para atingir a iluminação na forma que se apresentavam. Com esse mesmo sentimento de Daishonin, os Três Mestres vieram incentivando as mulheres, destacando a força, o potencial e o papel crucial delas em todas as esferas de atuação, sendo capazes de provocar ondas de mudança na sociedade. O presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, afirma: No passado, esperava-se que as mulheres no Japão obedecessem aos pais na juventude, aos maridos quando se casassem, e aos filhos na velhice. As mulheres atuais romperam esses grilhões e conquistaram seus direitos individuais. No “século das mulheres” é imprescindível que esse empoderamento propicie felicidade genuína. É essencial que as pessoas consigam pensar de maneira autônoma e efetuem seus próprios julgamentos, sem se deixarem influenciar indevidamente pela opinião pública, por tendências sociais ou pela pressão dos pares. Caso contrário, não estarão refletindo profundamente sobre seus próprios objetivos e metas, mas meramente tentando evitar ser deixada de fora.4 Podemos e temos o direito de conquistar o que desejarmos e de ser o que quisermos. E é importante destacar que, nessa jornada, é essencial nos manter no caminho da prática da fé, a base da nossa vida, bem como a forma para atingir a felicidade absoluta por meio da nossa revolução humana. Independentemente de onde estivermos, podemos incentivar a nós mesmas e conquistar uma vida radiante. Na mesma proporção em que enfrentamos grandes provações e sofrimentos, uma grandiosa condição de vida de plena realização desabrochará em nossa vida. Ikeda sensei declara: No reluzente espelho chamado Sutra do Lótus reflete-se a essência da flor de lótus inerente em nossa vida. Por mais que nossa realidade seja difícil como um pântano lamacento, nela podemos desabrochar flores, sem sermos derrotados. E a filosofia que ensina o caminho dessa perseverança e da esperança é o Sutra do Lótus.5 Empoderada sendo exatamente como é O best-seller Corajosa Sim, Perfeita Não, da autora indo-americana Reshma Sayujani, fala sobre um comportamento que está enraizado no nosso dia a dia sem nem percebermos: a busca irracional por sermos perfeitas o tempo todo. Sayujani compartilha sua trajetória desde a escola até uma vida profissional bem-sucedida. Embora tivesse obtido êxito na carreira, ela ainda sofria com a discriminação e o preconceito por ser mulher. Então, ela fundou a organização não governamental (ONG) chamada Girls Who Code (Mulheres que Programam) para que todas as mulheres também tivessem a oportunidade de desenvolver sistemas, destacando que essa não era uma função exclusiva dos homens. Atualmente, cerca de 130 corporações apoiam a ONG sem fins lucrativos, que já ajudou mais de 185 mil meninas e mulheres a ingressar no mercado de cientista da programação. Grandes empresas de tecnologia contratam essas profissionais. Aprendemos com Sayujani que é possível ir além da programação de sistemas; podemos reprogramar a nós mesmas (reinstalar “nosso sistema”). O livro menciona uma pesquisa muito interessante na qual se observou que a mulher só se candidata a uma vaga de emprego quando ela se sente 100% qualificada, enquanto o homem precisa apenas de 66% de compatibilidade para acreditar que é qualificado. Quem foi que disse que precisamos ser perfeitas? O ponto aqui é “quantas vezes deixamos de nos posicionar ou tomar uma atitude simplesmente por não querer confrontar ou por não nos sentir à altura?”. Nossa autoestima sofre um baque quando nos silenciamos. Sofremos e prejudicamos nossas relações quando nos escondemos por trás de um verniz de perfeição. Essa camada protetora pode impedir que os outros enxerguem nossos defeitos e vulnerabilidade, mas também pode nos isolar daqueles a quem amamos e dificultar a construção de relações autênticas que façam sentido de verdade. Para se reprogramar, Sayujani recomenda exercitar o músculo da coragem diariamente. Ao abandonar a necessidade de perfeição, dando lugar à coragem, podemos ter a ousadia de realizar o impensável do nosso jeito. A coragem é uma busca que enriquece nossa vida com algo que a perfeição ameaçava tirar: felicidade autêntica, sensação de realização genuína, responsabilidade pelos próprios medos, abertura para novas experiências e possibilidades, aceitação dos erros e defeitos, os quais a tornam interessante e que fazem da nossa vida algo exclusivamente nosso. Empoderadas da porta para dentro Então, amigas? Empoderadas e corajosas, podemos hoje dar um novo passo? E como direcionar com sabedoria nossa liberdade de decisão e escolha? O Mestre salienta: Quanto maiores forem a liberdade e a democracia, maiores devem ser a autodisciplina e a iniciativa de cada um forjar-se. Caso contrário, as pessoas se tornarão escravas de suas ambições e viverão na ilusão e na busca de vantagens superficiais, sem poder encontrar a verdadeira felicidade. Por isso, é importante que todos se empenhem em realizar sua revolução humana, que é o ato de forjar e polir o próprio caráter. Sem esse empenho, não poderão seguir em direção à verdadeira felicidade. O ensino que possibilita alcançar a revolução humana é o Budismo de Nichiren Daishonin. Quero dizer que os senhores têm a importante tarefa de criar o exemplo de liberdade capaz de conduzir as pessoas à realização da verdadeira felicidade.6 O daimoku é o norteador dessa liberdade com sabedoria capaz de nos libertar das amarras do destino e das tendências cármicas. O daimoku é a chave para promover o empoderamento da porta para dentro. Estamos na reta final do daimoku dos cem dias rumo a 12 de setembro, dia de “abandonar o transitório e revelar o verdadeiro” (hosshaku-kempon), ou seja, a revelação da verdadeira condição de vida. Se tiverem de mudar, falar, trocar, posicionar-se e sair da zona de conforto, comecem agora e com daimoku, como Ikeda sensei sempre nos incentiva: Muito mais daimoku. Não há regra fixa de tempo. Recite em abundância até seu coração transbordar de satisfação — até o ânimo da sua alma ficar mais forte que a negatividade da sua realidade. Faça o seu melhor e crie um ritmo diário conforme sua necessidade, desejo e decisão.7 Tudo começa com a oração! Para concluir, nosso mestre nos incentiva salientando: A oração das mulheres e sua atuação arraigada na vida diária são a forma motriz capaz de mudar as circunstâncias de uma época. A força das mulheres é como a força do solo. Quanto o solo se move, tudo que existe sobre ele também se movimenta. Até mesmo a fortaleza do autoritarismo e a montanha que parece inabalável acabam ruindo. O poder das mulheres é imensurável e não há nada que seja impossível para elas.8 Um forte e carinhoso abraço! Divisão Feminina da BSGI ReprogrAME-SE! Atualmente, consigo realizar por dia uma hora e quarenta minutos de daimoku com base no incentivo que aprendemos com nossas queridas veteranas. Hoje, atuo no Brasil e em Angola, difundindo socialmente o poder da mulher. Meu empoderamento não é somente da porta para fora, busco principalmente a mulher negra brasileira. Como membro da BSGI, entendo que, a partir da minha missão, tenho a oportunidade de me conectar com diversas mulheres na sociedade e, juntas, dialogamos e criamos projetos para que nossas pautas sociais e pessoais sejam ouvidas e respeitadas. Assim, utilizo o meu empoderamento interior para cada vez mais seguir e caminhar com o propósito de dar vozes a mulheres e meninas. É importante avançar focada na valorização de gênero e entender a sociedade e seus anseios. Acredito no compartilhamento e na determinação de uma mulher forte, que nunca caminha sozinha e está sempre alçando projetos que abarquem a todas e a todos. TATIANA SANTOS Vice-responsável pela Divisão Feminina do Distrito Itaboraí, RM Serra Imperial, Sub. Niterói, CSMRJ Tatiana com sua filha, Aisha No topo: participantes da Conferência de Líderes das Mulheres Soka, realizada no Auditório da Paz do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda (São Paulo, SP, 4 jun. 2023) Fotos: BS / Arquivo pessoalIlustração: GETTY IMAGES Notas: 1. Disponível em: https://www.significados.com.br/empoderar/. Acesso em: 16 ago. 2023. 2. Disponível em: https://www.hojeemdia.com.br/opiniao/opiniao/a-evoluc-o-da-mulher-na-sociedade-1.827030. Acesso em: 16 ago. 2023. 3. Disponível em: https://richtergruppe.com.br/o-papel-da-mulher-na-sociedade/ Acesso em: 16 ago. 2023. 4. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 25, 2020. 5. Idem. Ensaio sobre as Mulheres. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, p. 20, 2020. 6. Idem. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 7, 2020. 7. Brasil Seikyo, ed. 2.193, 31 ago. 2013, p. A4. 8. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 11, 2020.
24/08/2023
Notícias
BS
A base do triunfo
A Praia da Bica está localizada no bairro do Jardim Guanabara, na Ilha do Governador, zona norte do município do Rio de Janeiro. Essa praia dá nome a um bairro no qual se encontram participantes de uma organização de base da BSGI: a Comunidade Praia da Bica, formada pelo Bloco Novo Cambaúba e Bloco Babaçú, dentro da estrutura da RM Ilha do Governador. Com o apoio de seus integrantes, trazemos, nesta edição, alguns bastidores do movimento local. Assim como boa parte dos núcleos de base espalhados pelo Brasil, a Comunidade Praia da Bica vem se adaptando aos formatos de atividades, acompanhando de perto a realidade das famílias. Muitas delas, após o período da pandemia, acabaram se mudando para outras regiões, não sem antes receber o carinho e a dedicação de todos. “Acabamos sendo exportadores de pessoas valorosas, que começaram aqui e hoje estão brilhando pelo Brasil afora”, enfatiza Solange Fernandes de Farias, responsável pela Divisão Feminina (DF) da comunidade. Com isso, a estrutura de lideranças ficou reduzida. Assim que foi identificada pelos níveis acima, estes imediatamente partiram para dar apoio direto. Chega também um reforço jovem, Mariana Bineza Maia. Ela, que conhece o budismo há seis anos, comenta ter sido transferida de localidade no fim de 2022, período que coincidiu com dramas de virada em sua vida. “Abracei o novo desafio de colaborar com o crescimento das comunidades como uma grande oportunidade de vencer meus próprios desafios pessoais”, relata a jovem, que, ao chegar à localidade, se comprometeu, junto de seus pares no distrito, a unir forças com os líderes de bloco e de comunidade para que todos fortalecessem a vida por meio do estudo do budismo e do diálogo de vida a vida. Uma frase das escrituras de Nichiren Daishonin tem inspirado o movimento em curso: Empenhe-se nos dois caminhos da prática e do estudo. Sem prática e estudo não pode haver budismo. Deve não só perseverar como também ensinar aos outros. Tanto a prática como o estudo surgem da fé. Empregue o máximo de sua capacidade ao ensinar os outros, mesmo que seja uma única sentença ou frase”.1 “Os estudos promovidos pela Comunidade Praia da Bica são muito ricos. Sempre buscam integrar os membros, trazer os que por algum motivo estão mais distantes, criar um diálogo valoroso e colocar o budismo como parte do nosso dia a dia.” Esse é o sentimento que permeia as programações locais, que a cada dia se tornam mais intensas. Fortaleza de valores Outra iniciativa que vem sendo conduzida pelos líderes da Praia da Bica refere-se aos dias de melhor acesso para membros e convidados. Prevalecem ainda atividades no formato híbrido, atendendo os que não podem participar de forma presencial. Boa parte é composta por jovens, que prefere reuniões nos dias de semana, envolvendo-se diretamente nas programações. Os resultados são sentidos também no desenvolvimento pessoal deles. Assim reforça a jovem Mariana: “Quando comecei minha prática eu era extremamente tímida, hoje consigo me expressar muito melhor e explanar matérias para grandes públicos sem medo. Por isso, digo sempre que a Soka Gakkai não só cria valores para as atividades da organização, mas desenvolve grandes valores para a sociedade”. As visitas também seguem esse olhar de identificar como e quando chegar à vida dos membros. “Por persistirmos, e não deixarmos de levar incentivos, estamos conseguindo trazer de volta pessoas tão queridas”, ressalta Solange, responsável pela DF da comunidade, entusiasmada com o recente retorno de uma família que há três anos não participava. “Sensei sempre nos encoraja a não desistir de ninguém, não é mesmo? Como é gratificante ver o aspecto de felicidade nas visitas.” Aspecto dos participantes da Comunidade Praia da Bica nas reuniões de palestra, nos encontros de estudo e também na movimentação de visitas para famílias e, em especial neste mês, integrando forças na Divisão Sênior Atuar com união Uma característica bastante reforçada pelos participantes da comunidade corresponde ao apoio que recebem dos níveis acima. Neste mês de agosto, o movimento envolvendo a Divisão Sênior (DS) incluiu visitas e também maior aproximação com os integrantes advindos da Divisão Masculina de Jovens (DMJ). Houve formatura e integração, tudo conduzido com muita alegria e apreço. “Estamos unindo forças e criando um ambiente para que todos se sintam abraçados. Não há caminho mais nobre que a sincera amizade e é isso que encontramos na Soka Gakkai. Esse é o ambiente criado por Ikeda sensei. Onde mais temos uma oportunidade como essa?”, pondera o responsável pelo distrito, José Carlos Andradas. Os resultados vêm aos poucos, com a expectativa das lideranças de fechar o “Ano dos Jovens e do Triunfo” com total sucesso. Sedimentam essa convicção na crença de que “Quando se empenha nestes três fundamentos — fé, prática e estudo —, a vida é conduzida ao estado de buda. Estamos no caminho certo. Vamos vencer!”. Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 405, 2020. Fotos: Colaboração local
24/08/2023
Aprender com a Nova Revolução Humana
BS
Momentos inesquecíveis: volume 14 (parte 2)
O bailar do mestre imbuído do juramento pela vitória Em dezembro de 1969, Shin’ichi visitou a região de Kansai numa viagem de orientações. Apesar da febre alta, ele empenhou toda a sua energia para proferir seu discurso a fim de incentivar os membros presentes na reunião de líderes da província de Wakayama. Shin’ichi dedicou toda a sua vida para proferir seu discurso. Dez, quinze, vinte minutos se passaram. Mineko, o médico e os líderes que o acompanhavam estavam observando-o ansiosos, certos de que ele atingira o limite de suas forças. O desejo sincero do médico era de que Shin’ichi encerrasse rapidamente, mas ele continuou falando por vinte e quatro minutos. Quando ele terminou, o apresentador anunciou o momento das canções da Soka Gakkai. (...) Ao final das canções, surgiram brados gritando “sensei!” por todo o ginásio. Então, um participante gritou: — Por favor, reja uma canção! — Shin’ichi sorriu e assentiu com a cabeça. Mas, justamente nesse momento, ele foi acometido de uma tosse violenta. Cobriu a boca com a mão e tossiu várias e várias vezes, estremecendo as costas a cada vez que tossia. Tomou fôlego, o que de nada adiantou, e então outro acesso de tosse começou a torturar seu corpo. O microfone no palco irradiava o som. Depois que a tosse parou, podiam ouvir a respiração difícil dele e o olharam preocupados. Mas logo que se recobrou, ele se levantou bem animado e disse: — Estou bem. Então está certo, vou reger uma canção! Os presentes vibraram de alegria. — Farei de tudo se isso os deixar felizes. Sou o presidente de vocês, afinal. Todos aplaudiram. (...) A banda masculina começou a tocar a vigorosa melodia. (...) Com o leque na mão, Shin’ichi começou a reger a canção. Seus movimentos eram dignos e graciosos, como se estivesse voando pelo vasto firmamento. Ele conclamava em seu coração às forças malignas do Universo: “Demônios da doença, venham! Não importando o que aconteça, continuarei a lutar!”. (...) Os membros de Wakayama ficaram profundamente comovidos com o jeito vigoroso como estava regendo a canção e muitos estavam com lágrimas nos olhos. Ao mesmo tempo, algumas integrantes da Divisão Feminina, preocupadas com a condição em que ele se encontrava, suprimiam a vontade que sentiam de gritar para que ele parasse. Todos os presentes gravaram aquela cena no coração, jurando: “Eu também farei o melhor! Eu vencerei!”. E então batiam palmas vigorosamente e cantavam bem alto. (Trechos do capítulo “Vendaval”) Sempre se lembrem do espírito pioneiro Em setembro de 1970, foi inaugurado o prédio do Seikyo Shimbun em Shinanomachi, Tóquio. Ao percorrer o local, Shin’ichi refletiu sobre o ponto inicial do jornal. — Estou muito feliz por vocês terem agora estas maravilhosas instalações e por todos poderem realmente apreciar o trabalho aqui. Ao mesmo tempo, jamais devemos nos esquecer das dificuldades que enfrentamos quando produzíamos o jornal naquele cômodo apertado em Ichigaya. Quanto melhores forem o ambiente e os equipamentos que estiverem à sua disposição, mais importante será lembrarem-se do espírito pioneiro daqueles primeiros anos. De outra forma, vão se acostumar com a situação favorável e, assim que enfrentarem o menor problema que seja, começarão a reclamar. Como integrantes da equipe de redação, reclamar é um sinal de derrota e de condescendência. Essa é uma das maiores preocupações que tenho. Enquanto visitava as dependências do novo escritório, Shin’ichi se recordava com clareza da época em que trabalhara com seu mestre Josei Toda, antes do lançamento do jornal. A primeira edição foi publicada no dia 20 de abril de 1951, depois de Toda ter conseguido se recuperar da falência de sua empresa e pouco antes de se tornar o segundo presidente da Soka Gakkai. Toda havia mencionado que queria publicar um jornal interno em agosto do ano anterior, quando a empresa dele, a Cooperativa de Crédito de Construção Toko, foi forçada a suspender suas operações. Toda e Shin’ichi estavam numa cafeteria em Toranomon, Tóquio, onde se encontraram com um jornalista que ficara sabendo do fechamento da cooperativa de crédito. Ao retornarem, Toda disse para Shin’ichi, num tom de grande seriedade: — Shin’ichi, os jornais têm uma força inimaginável no mundo atual. Publicar um jornal significa exercer uma influência enorme. A Soka Gakkai precisa ter seu próprio jornal no futuro bem próximo. Por favor, pense nisso, Shin’ichi.(…) O título Seikyo Shimbun (Jornal dos Sagrados Ensinamentos) foi enfim escolhido após muitas deliberações. O nome carregava todo o desejo de Toda de transmitir a lei essencial do universo, o Budismo Nichiren, para o mundo inteiro. E a primeira edição do jornal foi publicada no dia 20 de abril de 1951. (Trechos do capítulo “Rio Caudaloso”) (Traduzido a partir da edição do Seikyo Shimbun de 11 de dezembro de 2019.) Assista Se você é assinante digital, veja o vídeo da série “Aprender com a Nova Revolução Humana”, volume 14 Ilustração: Kenichiro Uchida
24/08/2023
Notícias
BS
A vitória dos jovens é o triunfo de todos!
“Por favor, irradiem de Maringá a luz da esperança e da felicidade para todo o Brasil, sempre com harmonia e união de ‘diferentes em corpo, unos em mente’” Trecho da mensagem enviada pelo presidente Ikeda para a inauguração do Centro Cultural da BSGI de Maringá (2 dez. 2018) Concretizar os sonhos do Mestre. O desejo sincero dos discípulos Ikeda do oeste paranaense cristalizou-se na forma de sorrisos, muitos sorrisos dos mais de setecentos jovens que passaram a fazer parte do movimento humanístico da BSGI na região. A grande expansão da Juventude Soka ecoou pelas terras vermelhas, fazendo “jorrar” alegria, encorajamento e nova disposição para todo o Brasil durante a realização da 8a Reunião Nacional de Líderes (RNL) da BSGI. O centro cultural da organização local foi palco do encontro promovido no dia 20 de agosto, com transmissão ao vivo pela internet que atingiu mais de 8 mil visualizações. Os mais de quatrocentos líderes presentes, representando organizações do Paraná, da CRE Sul e da BSGI, uniram-se aos participantes que assistiram à transmissão em todo o país, e até no exterior, para criar uma renovadora onda do movimento pelo kosen-rufu, inspirados pela dedicação sincera dos membros da RM Maringá. Corresponder ao Mestre Durante a RNL, quem contou os detalhes da luta da RM Maringá foram José Aparecido Pereira, responsável pela RM, e Camille Ito, responsável pela Divisão dos Estudantes (DE) da RM. Em suas palavras de boas-vindas, expressaram sinceros agradecimentos a todos e, em especial, aos veteranos pela concretização da inauguração do Centro Cultural de Maringá cinco anos atrás, ocasião em que receberam uma mensagem de congratulações na qual o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, solicita “Irradiem de Maringá a luz da esperança e da felicidade para todo o Brasil”. Com essa diretriz de Ikeda sensei no coração, em abril, ao serem informados de que a 8a RNL seria realizada na cidade, os líderes bradaram ao presidente da BSGI, Miguel Shiratori, que alcançariam o objetivo de acolher cem jovens por distrito na órbita da relação de mestre e discípulo até a realização da atividade. Todos superaram diversas dificuldades com forte união das cinco divisões e, baseados na firme recitação do daimoku, ultrapassaram a meta em cada um dos sete distritos da RM, levando os ideais humanísticos da Soka Gakkai a mais de setecentos jovens. Em vídeo apresentado na RNL, os jovens Diego Sanches e Amanda Cortes Rodrigues relataram seu empenho para consolidar esse nobre objetivo, ao ultrapassarem um quadro grave de contágio pela Covid-19 e a depressão, respectivamente, a fim de incentivar os amigos a fazer parte do movimento Soka pelo bem das pessoas. Meu encontro ideal “Enquanto o Mestre estiver no coração dos membros, eles jamais serão derrotados” — essa foi a mensagem do vídeo (imagem acima) sobre os 76 anos do primeiro encontro entre o jovem Daisaku Ikeda e Josei Toda, em 14 de agosto de 1947, e de sua conversão ao Budismo Nichiren no dia 24 daquele mês, datas cuja comemoração foi o ponto central da RNL. Realizações de Ikeda sensei, como a fundação do Seikyo Shimbun e do sistema educacional Soka, registradas na apresentação, representam o juramento feito pelo discípulo ao seu mestre e traduzido em ações concretas. Emergir dos bodisatvas O presidente da BSGI, Miguel Shiratori, parabenizou os participantes pela realização do significativo encontro comemorativo, estendendo seus cumprimentos aos integrantes da Divisão Sênior que comemoram o Dia da DS em 24 de agosto. Destacou que a RNL é “Uma verdadeira assembleia de bodisatvas, na qual se encontravam para ajustar o coração ao do Mestre, visando ao avanço do kosen-rufu”. Compartilhando direcionamentos de Ikeda sensei, louvou a abnegada atuação de todos, relembrando que o presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, que recentemente visitou o país, declarou que “definitivamente o Brasil é modelo do mundo”, conclamando os participantes a corresponder a essa expectativa. Shiratori transmitiu ainda importantes incentivos relacionados ao estudo do budismo e à participação no Departamento de Contribuição (Kofu) como alicerces fundamentais para alcançar a felicidade e promover a paz. Fazendo uma analogia com a origem do nome Maringá, ele se referiu à fonte de criação de jovens “valores humanos” na organização local. Incentivou os membros de toda a BSGI a se inspirar nessa dedicação para vencer os desafios diários, empreender esforços na organização de base e levar encorajamento aos companheiros. Pilares de comprovação Referindo-se à recente mensagem do presidente Ikeda comemorativa do Dia da Divisão Sênior, Ricardo Miyamoto, coordenador da DS da BSGI, incentivou os integrantes da divisão a cultivar uma vida vitoriosa mesmo em meio às adversidades, como as decorrentes da pandemia da Covid-19, tornando-se verdadeiros pilares na sociedade e na fé. Também ressaltou que mantenham uma clara compreensão das mudanças da época à luz dos princípios imutáveis do budismo. Em especial, solicitou o empenho dos seniores na promoção das atividades comemorativas da DS e na participação no Kofu. Rainhas, sejam felizes Com dinamismo e vibração, Selma Inoguti, coordenadora da DF da BSGI, agradeceu às rainhas da felicidade pela dedicação às atividades comemorativas da divisão realizadas em junho. Compartilhou sobre a nova fase de atuação do grupo Zenshin cujos detalhes serão divulgados oportunamente; destacou ainda a importância da recitação do daimoku, das pequenas conquistas e do espírito de “levantar-se só”, com a convicção de mudar a própria vida para transformar o ambiente. Citou quatro pontos importantes de atuação pelo kosen-rufu: união, oração, apoio e respeito. Minha decisão é... “Fazer desta RNL o ponto de partida para que minha localidade seja sempre fonte, modelo e referência de jovens valores humanos, verdadeiros discípulos que vençam na sociedade por meio da prática da fé, sempre ligados ao coração de Ikeda sensei!” Reinaldo Kenji Sato, vice-responsável pelo distrito “Continuar com garra, coragem, vontade de desafiar sempre, para transformar minha vida, junto com todas as companheiras. Esta atividade veio coroar o início de nossa nova decisão” Juliana Nakaie, vice-responsável pela DF de comunidade “Reconfirmar o juramento de não deixar nenhum companheiro para trás, trazendo-os para a órbita do Mestre e para experimentar quão maravilhoso é fazer parte da BSGI” Douglas Palmieri Rodrigues, responsável pela DE de RM “Retomar, ainda com mais força, o movimento de trazer os jovens da minha localidade para as atividades, fortalecendo também os grupos horizontais como o Cerejeira, do qual faço parte” Amanda Cortes Rodrigues, vice-responsável pela DFJ de comunidade Gostou? Veja mais depoimentos no BS+ e no site www.brasilseikyo.com.br Expansão A antiga CRE Sul foi dividida em duas coordenadorias: CRE Paraná e nova CRE Sul (Santa Catarina e Rio Grande do Sul). Confira apresentação dos novos líderes nesta edição. Pelo Brasil Ao final da RNL, foi exibido um vídeo apresentando a próxima cidade a receber a atividade: Bauru, SP. Assista ao vídeo dos jovens da RM Maringá Assista ao vídeo da 8a RNL no aplicativo BS+ e no site da EBS: https://brasilseikyo.com.br/central-de-noticias/noticia/999561748 Não perca Em breve, Brasil Seikyo publicará matéria sobre o movimento dos cem jovens por distrito da RM Maringá. Novidade Durante a atividade, é apresentada, em primeira mão, a nova funcionalidade do site da Editora Brasil Seikyo, a assistente virtual Sol. No formato de chat, ela facilitará o processo de assinatura e outros serviços com atendimento caloroso Castelo da Paz Por meio de uma apresentação em vídeo, todos conhecem um pouco mais sobre a verdejante e planejada cidade do oeste paranaense, que tem como pontos fortes a cultura e a preservação ambiental, e sobre o Centro Cultural da BSGI na localidade, inaugurado há cinco anos. A mensagem de Ikeda sensei recebida na ocasião torna-se eterna diretriz de atuação dos membros da localidade, que selam o juramento de cumprir dignamente os ideais do Mestre “Sensei, a sua Kotektai está aqui” Com esse brado, as integrantes da banda feminina Asas da Paz Kotekitai do Brasil apresentam a canção Oh, Jovem de Juramento! ao final da RNL. No dia anterior, 19, o grupo realizou encontro comemorativo dos seus sessenta anos de fundação também no Centro Cultural de Maringá, recebendo calorosa mensagem do presidente Ikeda. Veja matéria completa na próxima edição do BS Fotos: BS
24/08/2023
Relato
BS
O caminho da vitória
A vida é feita de oportunidades e de escolhas, e a cada dia sinto imensa gratidão por todos os passos dessa minha trajetória. Eu me chamo Carlos Oliveira, 53 anos, resido em Londrina, PR, com minha esposa, Edicéia, e nossos dois filhos, Priscyla e Italo. Há quarenta anos, por pouco uma escolha (de minha mãe, Tui vi Aiutê) me distanciaria de estar falando com vocês. Eu tinha 13 anos, e ela, indígena raiz que lutava bravamente para criar minhas duas irmãs e eu, pôs na cabeça que eu deveria ser padre, pois tinha medo das influências do ambiente onde vivíamos. Por sorte, ela percebeu que aquilo não era para mim. Dois anos depois, em 1985, ingressou na Soka Gakkai. Meu futuro de desenvolvimento começaria a partir dali. Antes de sair todos os dias para o trabalho, minha mãe deixava uma matéria do Brasil Seikyo com a instrução de que eu deveria ler e à noite contar para ela o que havia entendido. Lembranças que guardo como tesouro. Com certeza, a semente do budismo já havia sido plantada. Aos 9 anos, enquanto brincava com colegas, fui atraído por um som diferente, e, ao me aproximar de uma residência, ouvi nitidamente a recitação do Nam-myoho-renge-kyo, bem como a leitura do sutra. Era um velório, e esse foi meu primeiro contato com a Lei Mística. Mais de cinco anos se passaram. Estava eu na Divisão dos Jovens da organização, podendo construir uma juventude de propósito. Dei muito trabalho no início, confesso. Fugia do meu responsável, pulando o muro de casa para não encontrá-lo. Certa vez, perguntei-lhe por que insistia em me visitar, ouvindo dele que um dia eu poderia precisar. Palavras carregadas de máxima sinceridade. Isso foi um divisor de águas. Aproveitei todos os momentos que a organização me oferecia. Integrei dois grupos horizontais: durante catorze anos fui do Gajokai (proteção das sedes), e minha maior alegria é não ter faltado a nem um plantão sequer. Depois, no Sokahan (coordenação de atividades e eventos), fazendo parte da primeira liderança na localidade. Viver o espírito de companheirismo como jovem da Gakkai é um grande orgulho. Foram anos também desafiadores, mas agora tinha um mestre da vida, Daisaku Ikeda. Conheci minha esposa em 1987. Em lágrimas, logo me informou que não poderíamos ter filhos em razão de abuso sexual que sofrera aos 6 anos. Os médicos foram unânimes nessa confirmação. Com convicção, disse à Edicéia que possuía um tesouro em casa, o Gohonzon (objeto de devoção budista) e o apoio da minha amada mãe, que me incentivava e orava junto comigo. No ano seguinte, nasce Priscyla, saudável. Atualmente, casada, formada em direito e com nova formação em curso; é responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ) da Sub. Norte do Paraná. Depois, veio Ítalo, para completar a alegria da família. Não há oração sem resposta. Momentos com a família: Carlos ao centro da foto, ladeado pela filha, Priscyla e a esposa, Edicéia, e atrás o filho, Ítalo. A esquerda da foto traz Emilio, companheiro da mãe de Carlos, Tui, à frente do grupo, em selfie feita por Eduardo, genro do relatante. O trabalho como missão Passei por diversas áreas: rádio, construção civil, vendas. Em 2005, atuava em uma emissora de TV e decidi trabalhar na Austrália. Vivendo lá, minha esposa foi envolvida em um grave acidente a caminho do trabalho: cinco dias em coma e dois meses internada, cuja diária hospitalar custava 950 dólares. Os valores, porém, foram cobertos pela seguradora do condutor, assim como a sequência do tratamento quando retornamos ao Brasil em 2010. Vencemos juntos, e hoje ela está com plena saúde. Em 2018, fui contratado como funcionário da BSGI, não tendo palavras para expressar tamanha gratidão e felicidade por poder cuidar e zelar do nosso Centro Cultural Norte do Paraná, verdadeiro castelo da paz. Mais oportunidades? Sim, desta vez, as ações da maldade vieram me testar como pai. Meu filho passou por momentos desafiadores, causando-nos muitas dores. Nós nos unimos em uma batalha intensa de daimoku, convictos de que família que recita daimoku nada teme. Meu filho nos fez crescer como pais, e hoje ele atua como chef de cozinha, sua grande paixão. Vitória! Iniciamos 2020 e, certo dia, acordei com um barulho terrível nos ouvidos, parecendo uma panela de pressão. Eu mal conseguia dormir, raciocinar. Ampliei meu daimoku para cinco horas diárias, com o sentimento de que “O inverno nunca falha em se tornar primavera”.1 Foi constatado um zumbido de escala severa e tive a boa sorte de encontrar uma excelente especialista, indicando-me aparelhos auditivos. Hoje levo uma vida normal. Fazer das dificuldades e dos sofrimentos oportunidades para virar a chave e vencer é minha maior honra. Escolhi trilhar o caminho da vitória, tendo como base o daimoku do rugido leão, de coragem insuperável. Imensamente grato à minha esposa e aos meus filhos, e à minha mãe, pelo apoio incondicional. E aos companheiros e veteranos, que a todo momento estão comigo. Aos 53 anos, atuando na Divisão Sênior (DS), eu me inspiro no Mestre e naquele veterano que jamais desistiu de mim. Moramos em cidades distintas, mas, misticamente, encontrei o José Edvaldo em Maringá, na recente Reunião Nacional de Líderes (RNL) da BSGI. O encontro com o veterano, José Edvaldo, em atividade recente em Maringá: “Como é maravilhoso viver na órbita do Mestre” Seja nas visitas, seja nas reuniões, busco ser braço e ombro para todos, em especial para os jovens, a fim de que tenham a mesma chance de encontrar e fortalecer um nobre propósito de vida. Ikeda sensei, conte sempre comigo! Reunião de distrito promovida na residência de Carlos Carlos Roberto Batista de Oliveira, 53 anos, vice-responsável pela RM Londrina Norte e também responsável pela Divisão Sênior da RM. No topo: Carlos posa nas dependências do Centro Cultural Norte do Paraná, junto com o busto de Ikeda sensei exposto no local Fotos: Arquivo pessoal Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 560, 2020.
24/08/2023
Frase da Semana
BS
Frase da Semana
Com novas ideias, tenham novos desafios! O frescor da determinação e as ações corajosas da juventude são a força para abrir o futuro! Dr. Daisaku Ikeda Publicada no jornal Seikyo Shimbun em 19 de agosto de 2023.
24/08/2023
Notícias
BS
Editora Brasil Seikyo apresenta a assistente virtual Sol
As integrantes da Divisão Feminina são a grande força motriz da divulgação e da expansão dos conteúdos da Editora Brasil Seikyo (EBS). São elas que, muitas vezes, abraçam essa luta e engajam as demais divisões para levar a carta do Mestre a todos os cantos do Brasil. Por isso, a Sol Representa nossas “rainhas da felicidade”, especialmente aquelas que são carinhosas, dedicadas, leitoras assíduas dos nossos periódicos e têm um sorriso e uma presença que alegram e confortam a todos. Foi desenvolvida não só para facilitar o processo de assinatura dos periódicos físicos e digitais, como também para oferecer uma experiência calorosa no atendimento. A Sol funciona no formato de chat Ela pode ser acessada na página inicial do site da editora pelo computador ou pelo celular. Por meio de botões simples e poucas interações via texto digitado, ela guia o usuário em todas as etapas. Está presente nos lembretes de assinatura, que serão enviados por e-mail e SMS para cada assinante com os detalhes do plano atual e o link da Sol. O usuário pode optar por continuar com o mesmo produto e vigência ou alterá-los, garantindo assim total liberdade de escolha. O e-mail será enviado primeiro e, caso não seja possível o contato ou o retorno, será enviado um SMS com o mesmo link alguns dias depois. As informações de confirmação de pagamento, acesso, beneficiários (nos casos dos planos DUO e PREMIUM) e demais detalhes serão indicados pela Sol e enviados para o e-mail cadastrado no site da editora a fim de oficializar as tratativas do chat e facilitar a consulta. Atualmente, a Sol permite: Realizar assinatura individual ou para terceiros. Escolher entre produtos físicos e digitais. Optar por múltiplas assinaturas em um mesmo pedido. Editar o carrinho de compras antes do pagamento. Escolher a forma de pagamento: PIX, boleto bancário ou cartão de crédito (neste último caso, o pagamento pode ser à vista, parcelado ou renovado automaticamente). A Editora Brasil Seikyo tem o compromisso de lembrar que nossas ferramentas são apenas meios para aproximar o coração das pessoas ao de Ikeda sensei. Ciente disso, a EBS continuará exercitando a escuta ativa para captar o que os leitores precisam e oferecer soluções cada vez melhores e mais conectadas às necessidades deles. Nossa gratidão por todos os incansáveis esforços da rede de incentivos humanística, formada por leitores, membros e simpatizantes, que possibilita a existência da editora e, principalmente, ajuda a construir um amanhã melhor com base nos direcionamentos dourados do Mestre. Em caso de dúvida ou sugestão, estamos à disposição na Central de Relacionamento (segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, exceto feriados): Telefone: 0800-775-1900 E-mail: sac@brseikyo.com.br WhatsApp: (11) 3349-1900 Assista ao vídeo da assistente virtual Sol Imagens: BS / GETTY IMAGES / Reprodução
24/08/2023
Notícias
BS
“Os laços baseados na Lei Mística são eternos”
Envolto pela florada das cerejeiras, o Palácio Memorial da Paz Eterna, localizado no Centro Cultural Campestre, em Itapevi, SP, foi palco da cerimônia realizada em memória dos pais com transmissão ao vivo pela internet, no dia 13 de agosto. A cerimônia teve o profundo significado de dignificar a nobre vida dos pilares de ouro, que dedicaram esforços em prol do kosen-rufu, bem como o de aprofundar a convicção dos participantes na Lei Mística. Ricardo Miyamoto, coordenador da Divisão Sênior (DS) da BSGI, em suas palavras de cumprimento, reforçou a importância da oração e de manifestarmos o sentimento de gratidão: “Não estamos sozinhos em nossa jornada. Nesse sentido, vamos reforçar a união e o humanismo”. Miyamoto também compartilhou um trecho do escrito O Inferno é a Terra da Luz Tranquila, que diz: “Quando estava vivo, ele era um buda em vida, e agora é um buda em morte. Ele é um buda tanto em vida quanto em morte”,1 e solicitou “Vamos, a cada dia, manter viva a memória do ente querido e manifestar gratidão, coragem e sabedoria, pois os laços baseados na Lei Mística são eternos”. Miguel Shiratori, presidente da BSGI, enalteceu a participação de todos os membros na cerimônia e transmitiu incentivos de Ikeda sensei: “A Lei Mística tem o poder de transformar a vida de qualquer pessoa, mesmo a mais infeliz, a qualquer momento e em qualquer circunstância, em uma vida de suprema felicidade”.2 Isso significa que devemos ter plena convicção em nossas orações. Jamais devemos ter a sensação de solidão. Ele ainda compartilhou o incentivo de Ikeda sensei publicado no aplicativo BS+ em 13 de agosto, no qual ele frisa: “Este é o daimoku que ilumina a escuridão [dos sofrimentos] de nascimento e morte”.3 Orar pela iluminação do precioso ente falecido e pela felicidade e pelo avanço da família sucessora também se dá a partir do gongyo e daimoku diários. Por fim, o presidente Miguel Shiratori reforçou que nossas ações são importantes para desfrutarmos uma vida de ilimitada alegria. O Coral Filarmônico Ikeda do Brasil enalteceu a cerimônia com a apresentação de três canções ao público presente, abrilhantando significativamente o encontro. Manifestar alegria em todos os momentos Brasil Seikyo conversou com duas famílias que participaram presencialmente da cerimônia e o sentimento é de gratidão. Para José Barreto de Matos, integrante da Divisão Sênior, e seu filho, Renato Oliveira Barreto de Matos, membro da DMJ, participar da solenidade é entender a relação entre a vida e a morte. “Hoje, reuni minha família para prestar homenagem ao meu pai. É uma forma de agradecer por todo o empenho durante a sua vida. Essa cerimônia, que homenageia os entes queridos, é uma forma de renovar esse elo”, compartilha José. Já para Renato, o principal sentimento é aplicar tudo o que ouviu na atividade. “O que mais gostei foi o primeiro incentivo sobre a visão budista da morte. Isso mexeu muito comigo e, para mim, é uma renovada partida para entender o momento presente e olhar a vida de uma forma diferente”. Rosalia Caetano, integrante da Divisão Feminina, afirmou que estar com a família e homenagear os entes falecidos é uma forma de se reconectar: “Essa cerimônia é de imensa gratidão por pertencer à BSGI. O carinho e o zelo são imensos, e isso faz toda a diferença. A cerimônia foi maravilhosa. Saio daqui renovada por saber que temos esse carinho e receptividade. Isso é incrível”. Momento do encontro realizado no Palácio Memorial da Paz Eterna (Itapevi, SP, 13 ago. 2023) Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 477, 2020. 2. Cf. Brasil Seikyo, ed. 2.360, 18 fev. 2017, p. A3. 3. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, 2004. p. 10. Fotos: BS
24/08/2023
Editorial
BS
Ímpeto de um leão no ataque
No decorrer da vida, muitos objetivos são lançados, e metas, traçadas. Por vezes, vitórias são conquistas e, ao menos, a experiência pelo empenho é adquirida. Na Soka Gakkai, aprende-se sobre a importância e quanto é espetacular concretizar um objetivo estabelecido, ultrapassando os obstáculos e vencendo. O termo “ímpeto de um leão no ataque”1 é citado no capítulo 15, “Emergindo da Terra”, do Sutra do Lótus. O presidente Ikeda incentiva: Não afrouxem no ímpeto do ataque! – essa foi a última diretriz que os jovens receberam diretamente do venerado mestre, Josei Toda. É ataque! É avanço! O momento de se levantar é agora. Não há vitória nem felicidade sem avanço.2 Há cinco anos, Ikeda sensei finalizava a maior obra de sua existência, a Nova Revolução Humana. No prefácio, escrito em 1993, aos seus 65 anos, ele registrou: Meu objetivo é concluir a Nova Revolução Humana em trinta volumes. Se considerarmos o limite de tempo que tenho nesta existência, este trabalho será certamente o maior desafio. No entanto, viver no sentido verdadeiro somente tem significado quando cumprimos a nossa missão.3 Foram 25 anos de escrita ininterrupta. Em 2018, ao concluí-la, Ikeda sensei escreveu: Os protagonistas da construção da sociedade, da nação e do mundo são os próprios seres humanos. O ódio ou a confiança, o desprezo ou o respeito, a guerra ou a paz são todos produtos da determinação em um único momento do ser humano. Portanto, não é possível conquistar a felicidade pessoal, nem a prosperidade da sociedade, nem a paz perene do mundo, sem a realização da revolução humana. Sem esse ponto essencial, todo o esforço empreendido resultará em castelo de areia. Certamente, a filosofia da “revolução humana” embasada no budismo será o novo guia da humanidade que já iniciou o terceiro milênio.4 Nesta edição, Brasil Seikyo preparou um especial da conclusão dessa epopeia, além da cobertura da Reunião Nacional de Líderes (RNL) da BSGI, realizada pela primeira vez em Maringá, PR. A cidade, conhecida por ter sido planejada e indicada como melhor lugar para se viver,5 já concedeu título honorário a Ikeda sensei e à Sra. Kaneko. Nos bastidores desses feitos está o genuíno coração dos membros que correspondem ao Mestre com seguidas vitórias. E, no mesmo ano em que Ikeda sensei concluía o romance Nova Revolução Humana, Maringá inaugurava seu centro cultural. Acompanhando o ritmo de avanço, a Editora Brasil Seikyo (EBS) lançou na RNL o chatbot para melhorar ainda mais a comunicação com você, leitor. Veja mais neste jornal. Esperamos que este BS o conduza a manifestar o ímpeto para registrar avanços e vitórias nas páginas de sua vida. Ótima leitura! Notas: 1. Cf. The Lotus Sutra and Its Opening and Closing Sutras [Sutra do Lótus e seus Capítulos de Abertura e Conclusão]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, , p. 258. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.321, 30 abr. 2016, p. B3. 3. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v 1, 2020. 4. Ibidem, v. 30-II, p. 358, 2020. 5. Disponível em: http://www.maringa.pr.gov.br/site/noticias/2023/01/17/maringa-conquista-marca-estrela-em-ranking-que-destaca-melhores-lugares-para-viver-investir-e-visitar/40968#:~:text=Considerada%20a%20melhor%20cidade%20do,Maring%C3%A1%2C%20t%C3%AAm%20atra%C3%ADdo%20novos%20moradores. Acesso em: 16 ago. 2023.
24/08/2023
Datas Significativas
BS
Datas Significativas de Setembro
8 Declaração pela Abolição das Armas Nucleares (1957) Conclusão do romance Nova Revolução Humana, de autoria do presidente Ikeda (2018) Presidente Ikeda apresenta sua Proposta pela Normalização das Relações Diplomáticas entre Japão e China (1968) 12 Perseguição de Tatsunokuchi (1271) Lançamento da Pedra Fundamental do Centro Cultural da BSGI, São Paulo (1976) 21 Perseguição de Atsuhara (1279) 26 Presidente Ikeda profere a palestra “A Era do Soft Power e a Filosofia Interiormente Motivada” na Universidade Harvard (1991)
24/08/2023
Especial
BS
Escreva sua revolução humana
Quando o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, repousou a caneta sobre a mesa após terminar de redigir o último capítulo do volume 30, “Juramento Seigan”, do romance Nova Revolução Humana (NRH), haviam se passado 25 anos desde que ele iniciara essa verdadeira batalha de palavras. Era 6 de agosto de 2018, e o local, o mesmo do início da obra, o Centro de Treinamento de Nagano, em Karuizawa, Japão. Alguns dias depois, em 8 de setembro, foi veiculada, no jornal Seikyo Shimbun, a parte final da grande obra literária da vida de Ikeda sensei. Conforme Brasil Seikyo publicou na matéria sobre as três décadas desde que o Mestre começou a escrever a NRH (ed. 2.639, 15 jul. 2023), o dia 6 de agosto de 1993 marcava os 48 anos do lançamento da bomba atômica em Hiroshima. Era a expressão do profundo desejo de Ikeda sensei de que o destino trágico de guerras da humanidade fosse transformado em um futuro de paz e de respeito à dignidade da vida. Em meio à sua intensa agenda de atividades e de compromissos, dedicando cada momento a incentivar os companheiros e a impulsionar o avanço do kosen-rufu, ele ultrapassou os desafios, triunfando até sobre o próprio limite do tempo para completar o romance. Escreveu as primeiras linhas aos 65 anos e concluiu a obra com 90 anos. A força para cumprir essa tarefa monumental nasceu do solene juramento de registrar a grandiosidade e os ideais de seu mestre, Josei Toda, para as futuras gerações. Em 14 de agosto de 1957, exatamente dez anos após conhecer Toda sensei em uma reunião de palestra, Ikeda sensei decidiu dar continuidade à escrita do romance Revolução Humana, iniciada por seu mestre, missão finalizada em novembro de 1992. No posfácio do volume 30-II da NRH, o presidente Ikeda declara: Meu profundo desejo é que os membros da Soka Gakkai façam da conclusão do romance Nova Revolução Humana um novo ponto de partida, levantando-se como “Shin’ichi Yamamoto”, e escrevam sua própria história brilhante da revolução humana, empenhando-se pela felicidade dos amigos por meio de ininterruptas ações indomáveis.1 Sobre esse sentimento do Mestre, o presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, salienta: Para nós, discípulos, não é exagero dizer que este momento de solene registro histórico da conclusão do romance Nova Revolução Humana é o ponto de partida do juramento seigan para iniciarmos a continuidade de sua narrativa com nosso próprio comportamento e ação. (...) Revolução Humana e Nova Revolução Humana são o límpido espelho a iluminar o futuro. Com seus próprios passos, sensei indicou o rumo para que os discípulos continuassem vencendo na vida pessoal e no movimento pelo kosen-rufu por todo o eterno futuro. Além disso, Revolução Humana e Nova Revolução Humana são o portal do diálogo com o Mestre.2 A fim de corresponder sinceramente aos anseios de Ikeda sensei, os integrantes da Soka Gakkai pelo mundo dedicam-se a escrever uma nova história de vitórias em sua vida com base nos direcionamentos do Mestre contidos nas duas obras. No Brasil também, os membros da BSGI têm se empenhado em seu estudo, tanto individualmente como nas organizações de base e em outras atividades, e aplicado o precioso conteúdo na vida para vencer os desafios pessoais, comprovar a prática budista na sociedade e triunfar como discípulos. Membros do Distrito Independência em encontro virtual de estudo da obra de Ikeda senseiOs componentes do Distrito Independência, em São Paulo, por exemplo, adotaram o estudo da Nova Revolução Humana como uma de suas principais atividades. No início da pandemia da Covid-19, promoveram os encontros de forma virtual, utilizando os volumes 30-I e 30-II da NRH, e encontraram nessa iniciativa a força, a coragem e a determinação para avançar em meio à realidade diária. Além disso, os participantes enriqueceram o diálogo revezando-se na apresentação de interessantes pesquisas sobre as personalidades, os lugares e outros aspectos dos trechos abordados. Recentemente, concluíram o estudo dos dois volumes. Uma das participantes mais assíduas, Andreia Jacob Oliveira, integrante da Divisão Feminina (DF), comenta: “Os encontros de estudo da NRH são ótimas oportunidades para compreendermos a luta de Ikeda sensei e para trocarmos ideias, contribuindo com nosso ponto de vista e aplicando o que aprendemos em nosso dia a dia”. Da mesma forma, por todo o país, vêm sendo realizadas atividades semelhantes e, em especial, a Juventude Soka adotou como alicerce de sua atuação o estudo da Nova Revolução Humana. A geração atual é a primeira a ter contato com a versão completa dessa obra de Ikeda sensei e, portanto, possui não somente a oportunidade de se aprofundar no estudo dela e de pôr em prática esse aprendizado, como também carrega a missão de transmitir às demais gerações a importância desse inestimável romance para o bem da humanidade. Leia mais Sobre a jornada empreendida por Ikeda sensei para escrever as obras Revolução Humana e Nova Revolução Humana no Brasil Seikyo, ed. 2.639, 15 jul. 2023. No topo: Capas de volumes da Nova Revolução Humana em português. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Posfácio. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 30-II, p. 359. 2020. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.435, 15 set. 2018, p. A3.Foto: Colaboração local / BS
24/08/2023
Encontro com o Mestre
BS
Vamos criar um rio cada vez maior de pessoas capazes!
Trechos do discurso proferido pelo presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, na cerimônia em que representantes da Universidade Nacional de Itapúa, no Paraguai, outorgaram-lhe o título de doutor honoris causa. O discurso foi realizado na reunião conjunta das Divisões dos Universitários e dos Estudantes no Centro Internacional da Amizade Soka, em Tóquio, em 29 de abril de 2005. O vídeo gravado foi exibido durante a mais recente Reunião de Líderes da Soka Gakkai, em 9 de julho de 2023.Há um velho ditado do Paraguai, conhecido como o coração da América do Sul: “Os bravos crescem através de sua luta”.1 Essa é a verdade. O tempo da juventude também é um tempo de luta. Sem luta espiritual, os jovens não podem crescer nem triunfar. Nada é mais belo do que jovens com uma filosofia sólida que lutam corajosa e seriamente pela verdade e para levar uma vida com sentido. Minhas felicitações e agradecimentos aos membros da Divisão dos Estudantes de 130 universidades e faculdades de todo o Japão, incluindo a Universidade Soka, e aos membros da nossa Divisão dos Universitários, por ocasião da Reunião Geral Conjunta da Divisão de Estudantes e da Divisão dos Universitários de hoje! O célebre escritor paraguaio Augusto Roa Bastos (1917–2005) foi um grande defensor do espírito que, junto com a vossa estimada Universidade Nacional de Itapúa, abriu o caminho para uma era de humanismo. Escritor e jornalista corajoso, usou sua caneta com firmeza na resistência contra a antiga ditadura militar que governava o Paraguai. A perseguição das autoridades obrigou-o ao exílio por mais de quarenta anos (1947–1989). Podemos imaginar as dificuldades que ele deve ter suportado. Mas manteve-se fiel às suas convicções, levando uma vida excepcional. É importante conhecer grandes personalidades como Roa Bastos. Pessoas de maior bem são as mais invejadas e as mais atacadas. Essa é uma triste verdade da natureza humana e uma cruel realidade do mundo. Contudo, em nome da vitória na vida e da vitória das nossas convicções, jamais devemos comprometer nosso empenho pela verdade e pela justiça. O professor Bastos declarou com a determinação de um campeão indomável: “Tal como os pássaros levantam voo contra a corrente atmosférica, a força do desafio contra as adversidades faz com que o ser humano alce voo”.2 É uma extraordinária visão da vida. Suportando as perseguições, ele deixou solenemente um hino imortal do ser humano para a história da literatura mundial. Apesar de ter sido perseguido pelas autoridades, Roa Bastos deixou um legado imortal do triunfo humano na história da literatura mundial. Eu tinha 19 anos quando conheci meu mestre, Josei Toda [em 14 de agosto de 1947], mais ou menos a mesma idade de muitos de vocês que estão aqui hoje. Cena do memorável encontro do presidente Josei Toda, terceiro a partir da esq., com o jovem Daisaku Ikeda de 19 anos, em pé, numa reunião de palestra realizada em 14 de agosto de 1947 (pintura a óleo de autoria de Kenichiro Uchida) Quantos têm 19 anos? [Vários membros levantaram a mão.] Já se passaram 58 anos (em 2005) desde esse encontro e 45 anos (em 2005) desde que me tornei terceiro presidente da Soka Gakkai, em 1960. Enfrentando dificuldades, como “calúnias e difamações” e “ódio e inveja”, elucidadas no budismo, consegui superar todas elas. Foi graças a vocês. O fato de eu ter edificado a rede de solidariedade humanística da paz, cultura e educação no mundo é meu maior orgulho. Obrigado! Hoje, declaro para todos ouvirem que os membros da Divisão dos Universitários e da Divisão dos Estudantes são os sucessores a quem confio esse orgulhoso caminho da missão e da convicção! É natural que todos enfrentem várias dificuldades. Todas as pessoas sofrem com algum problema. Quanto mais grandiosa for a pessoa, que se preocupa com o mundo ou com a humanidade, maiores serão as angústias. É por isso que as angústias se tornam metas para valiosas vitórias de preciosas construções. Elas são a força motriz. Por favor, esforcem-se todos. Por existirem os problemas e as angústias é que a pessoa se fortalece. Por existirem os problemas e as angústias é que a pessoa se engrandece. Os problemas são uma fonte importante de crescimento e uma força motriz para a vitória. Quanto mais grandiosa for a pessoa, maiores serão seus problemas ou preocupações. Como posso fazer do mundo um lugar melhor? Como posso fazer com que a humanidade seja feliz? Grandes problemas ou preocupações como essas são a marca registrada das grandes pessoas. Os problemas nos tornam mais fortes. Os problemas expandem nossa capacidade como seres humanos. Lidar seriamente com os problemas também estimula nosso cérebro e promove nosso crescimento espiritual. Em nossas atividades diárias da Soka Gakkai, nós nos preocupamos com os outros, “Hoje vou recitar daimoku para salvar aquela pessoa”. É algo formidável. O microbiologista americano de renome mundial René Dubos (1901–1982), com quem dialoguei, observou que “o cérebro se desenvolve com o uso e se desgasta com o desuso”.3 Mais que tudo, nossos esforços incansáveis em prol do budismo, do bem-estar da sociedade e da felicidade dos outros, à medida que lutamos e nos desafiamos para encontrar o melhor caminho a seguir, estão destinados a se tornar uma extraordinária fonte de crescimento e de desenvolvimento. O budismo também nos ensina que “Se deseja saber as causas que foram feitas no passado, observe os efeitos que se manifestam no presente. E se deseja saber os efeitos que se manifestarão no futuro, observe as causas que estão sendo feitas no presente”,4 isto é, veja o modo de vida e o comportamento como ser humano no momento presente. Há alguém aqui hoje que tenha perdido a sua mãe? [Vários membros levantaram a mão.] Ofereço minhas sinceras orações para todos vocês. Por mais tristes que se sintam, tentem ser alegres. É importante que vocês, seus irmãos e todos os membros da família sejam positivos e otimistas. Essa é a maneira verdadeiramente sábia de viver, o modo de vida ensinado pelo Budismo Nichiren. Não deixem que a tristeza tome conta da vida. Demonstrem um espírito invencível. Nada é mais poderoso que a sinceridade. Nada pode vencê-la. Mesmo que, por vezes, pareça que ninguém repara em seus esforços, a sinceridade de sua dedicação acabará por vencer. Aqueles que se esforçam sinceramente com uma perseverança inabalável saboreiam sempre a vitória final. Por observar a vida de muitas pessoas e conversar com muitos líderes mundiais de renome, posso atestar isso por experiência própria. O nome Paraguai deriva de uma palavra que significa “de um grande rio”. Gostaria de criar um rio cada vez maior de pessoas capazes, como o poderoso rio Paraguai. As pessoas capazes são a chave. São a única forma de construir um futuro mais risonho. Por favor, da maneira como são, avancem sem parar. E assim devem se movimentar, estudar e dialogar. Lutando desse modo, espero que cada indivíduo se torne resolutamente “doutor da vitória”, “doutor da felicidade”, “doutor em filosofia da grande vitória”. Prometendo isso uns aos outros, concluo meu discurso de agradecimento. Muito obrigado! Momentos da 14a Reunião de Líderes da Soka Gakkai, realizada em conjunto com o Encontro das Divisões dos Universitários (DUni) e dos Estudantes (DE). Durante a atividade foi apresentado o novo vídeo intitulado “Preocupações são a Força Motriz da Vitória”. Integrantes da DE de transbordante sorriso juntamente com representantes da SGI-Costa do Marfim Traduzido a partir da edição do jornal diário da Soka Gakkai, Seikyo Shimbun, de 24 de julho de 2023. No topo: Ikeda sensei profere seu discurso na cerimônia de concessão do título de doutor honoris causa da Universidade de Itapúa, do Paraguai, no Centro da Amizade Internacional Soka de Tóquio da época (abr. 2005)Fotos: Seikyo PressIlustração: Kenichiro Uchida Notas:1. PANGRAZIO, Miguel Ángel. Arriéro Porte. Assunção: Criterio Ediciones, 2007. p. 89.2. BASTOS, Augusto Roa. Metaforismos. Barcelona: Edhasa, 1996. p. 119.3. DUBOS, René. So Human an Animal: How We Are Shaped by Surroundings and Events. New Jersey: Transaction Publishers, 1998. p. 124.4. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 292, 2020.
24/08/2023
Notícias
BS
Coragem perene
Chega em setembro o volume 6 da coleção Revolução Humana para os participantes do Clube de Incentivo à Leitura (CILE), da Editora Brasil Seikyo (EBS), e para quem deseja adquiri-lo. A narrativa acompanha os principais fatos que marcaram o ano 1952 no Japão. A população comemorava com alívio a entrada em vigor do Tratado de Paz com o Japão, depois de sete anos do término da Guerra do Pacífico, deflagrada na Segunda Guerra Mundial. A Soka Gakkai desenvolvia-se a pleno vapor, tendo à frente o segundo presidente Josei Toda, vigoroso na defesa da filosofia humanística do Budismo de Nichiren Daishonin, que, naquele ano, assinalava o 700º aniversário de seu estabelecimento. A saga é escrita pelo filósofo e pacifista Dr. Daisaku Ikeda, na época com 24 anos. Fiel discípulo de Josei Toda, vivenciou a sequência de acontecimentos, e, mais tarde, sucedeu-o na presidência da Soka Gakkai, tornando-se o líder máximo da organização. Hoje, aos 95 anos, mantém-se em seu esforço de edificar um mundo de paz por meio do diálogo sem fronteiras. Atualmente, preside a Soka Gakkai Internacional (SGI), presente em 192 países e territórios, com cerca de 12 milhões de membros. Na obra, com a riqueza de apropriação da real situação vivida em 1952, o autor descreve os bastidores protagonizados pelos clérigos da Nichiren Shoshu e como a Divisão dos Jovens da Soka Gakkai firmou-se diante da injustiça. Para a Soka Gakkai, a efeméride principal era, sem dúvida, o aniversário do levantar-se só de Nichiren Daishonin para estabelecer seu budismo. A história do menino Zennichi-maro que, aos 12 anos, ingressara no templo Seicho-ji e determinado a ser “a pessoa mais sábia do Japão” nos é contada com encantamento e riqueza de detalhes. Posteriormente, passou a se chamar Nichiren Daishonin, conduzindo a vida com o ardente desejo de abrir o coração das pessoas para a verdade pela qual se iluminara, recitando Nam-myoho-renge-kyo, pela primeira vez, aos 32 anos, em 28 de abril de 1253. A partir daí, não teve um dia sequer de sossego na propagação do Nam-myoho-renge-kyo, sendo torturado e exilado. Mas ele venceu. Ao deixar para a posteridade seu legado de força e coragem, celebrar os setecentos anos do chamado Budismo do Sol por ele se revestia de profundo significado para os membros da Soka Gakkai, que herdaram a linhagem correta desse ensinamento. O presidente Josei Toda liderava a Soka Gakkai com ânimo renovado. Havia tornado a organização independente do clero da Nichiren Shoshu, colocado seu discípulo direto Shin’ichi Yamamoto (pseudônimo do presidente Ikeda na obra) à frente da organização de base e publicado uma coletânea com os escritos de Nichiren Daishonin. Nas 280 páginas do volume 6 da Revolução Humana, encontram-se também episódios que alinham a postura da organização à defesa do ensinamento do Buda. No Japão, o budismo tradicionalmente praticado, inclusive com o apoio das autoridades militaristas do Japão, se tornara mera formalidade. Era considerado pelo povo como uma religião para proteger cemitérios e realizar cerimônias em memória dos falecidos. Em outra passagem, o livro trata de um episódio conhecido como Incidente Kasahara, identidade de um clérigo da Nichiren Shoshu, Jiko Kasahara. Ele não só colaborou com a prisão do educador Tsunesaburo Makiguchi, fundador da Soka Gakkai que anos depois morreu no cárcere, como também propagou infâmias e discórdias. Era alguém a ser confrontado por ordem da justiça, em especial pela dinâmica juventude preparada por Toda sensei para que se mantivessem atentos a qualquer ranhura dos clérigos no ensinamento do Buda. São fatos essenciais, narrados para a profunda compreensão da importância da retidão e da verdade, atributos dos quais não se pode abrir mão. O ano de 1952 também foi o marco do casamento do presidente Ikeda, em 3 de maio, e dos bons resultados alcançados pela organização, cenários de vitória trazidos aos leitores na obra. Excelente leitura! Quer fazer parte do CILE? Conheça os planos do clube de leitura e veja qual melhor se encaixa ao seu gosto. Cileiros recebem em setembro o livro Revolução Humana, volume 6. Garanta o seu! Assine até 31/08/2023 e receba o kit em sua casa! Plano Diamante 1 livro lançamento1 card colecionável1 resenha sobre o livro do mês1 brinde especial1 marcador de páginas Plano Esmeralda 1 livro lançamento1 card colecionável1 resenha sobre o livro do mês1 marcador de páginas Plano Ouro 1 livro lançamento1 marcador de páginas Veja também o CILE Digital Acesse e leia os livros da Editora Brasil Seikyo em formato digital. Uma plataforma interativa, personalizada e cheia de funcionalidades que vai transformar sua experiência com a leitura! Você contará com uma visualização personalizada da sua estante, poderá acompanhar o avanço de suas leituras, salvar e colocar como favoritos os trechos escolhidos. Conheça agora os planos do CILE Digital, acessando o site: https://ciledigital.brasilseikyo.com.br/
24/08/2023
Aprender com a Nova Revolução Humana
BS
Momentos inesquecíveis: volume 14 (parte 1)
Jovens revolucionários dedicados ao kosen-rufu Em 1969, o movimento estudantil que havia se espalhado pelas universidades do Japão aumentou, acarretando violentos confrontos com a polícia e fazendo muitas vítimas. Os manifestantes tinham ampla gama de objetivos, mas, de forma geral, os protestos buscavam a liberdade acadêmica e a mudança institucional, além de abordar questões políticas e de injustiças sociais. Isso levou os integrantes da Divisão dos Universitários (DUni) da Soka Gakkai a tentar, desesperadamente, entender quais reformas eram realmente necessárias para a transformação da sociedade. Diante desse cenário, Shin’ichi Yamamoto manteve a seguinte interlocução com os membros da DUni: Após liderar os participantes na recitação do sutra, Shin’ichi dialogou com eles. Um estudante perguntou: — Qual a melhor maneira de construirmos uma sociedade melhor? Eles sentiam necessidade de uma reforma social que acabasse com a opressão por parte das autoridades governamentais e acreditavam firmemente que esse era o caminho correto para os que são conscientes, mas não que a sociedade passaria por uma reforma com manifestações estudantis nem com levantamento de barricadas nos campi das universidades. Estavam também cientes de que, embora os estudantes reivindicassem a reforma social enquanto se encontravam na escola, depois de se formarem e entrarem para o mercado de trabalho não teriam outra escolha a não ser seguir o regulamento da empresa. O que significava que havia uma grande possibilidade de eles se tornarem parte da estrutura social que sustentava a opressão contra a qual se opunham. Nesse sentido, muitos integrantes da Divisão dos Universitários estavam preocupados em como executar seus ideais reformistas. Shin’ichi respondeu: — Não há necessidade de entender a revolução com base apenas em exemplos históricos como a Revolução Francesa ou a Revolução Russa. É superficial pensar que se pode construir uma nova sociedade seguindo os mesmos métodos das revoluções do passado, e está simplesmente fora da realidade imaginar uma reforma agitando bastões de madeira ou empregando a violência. A imagem do revolucionário que emprega táticas assim está ultrapassada. (...) — E eu mesmo não desejo ver nem um único jovem sendo ferido! — disse ele enfaticamente. “Somente o Budismo Nichiren consegue derrotar o egoísmo e sua natureza maligna e criar uma era em que prevaleça o humanismo — é uma batalha para vencer a escuridão fundamental de nossa vida. Nichiren Daishonin escreveu: “A espada afiada que corta a escuridão fundamental inerente na vida não é outro senão o Sutra do Lótus”.1 A solução está em realizar o kosen-rufu, um movimento em que cada pessoa revela a nobre condição de vida do estado de buda por meio da prática budista e transforma sua existência, pois é uma revolução abrangente embasada na revolução do indivíduo. O propósito é que define os métodos. No momento em que se emprega a violência, mesmo o mais nobre dos ideais fica maculado. Qualquer desumanidade ou contradição que surgir na busca da reforma reflete que tipo de sociedade aparecerá após o término da batalha. (Trechos do capítulo “Coragem e Sabedoria”) Aprimorar nossa vida na “escola da juventude” Em julho de 1969, a banda feminina Fuji Kotekitai da Soka Gakkai viajou para os Estados Unidos para uma apresentação conjunta com a banda feminina americana para celebrar a Sexta Convenção da Soka Gakkai da América. As jovens do grupo se esforçaram arduamente para esse evento, encorajando-se mutuamente e obtendo um extraordinário desenvolvimento pessoal. Logo a banda começou a ser mais do que um espaço onde as jovens podiam polir seus talentos musicais, passando a ser como uma escola, onde elas cultivavam amizades e espírito do trabalho em equipe, polindo também o caráter. Shoko Odano, que viajou para os Estados Unidos com a banda e posteriormente foi nomeada como sua terceira responsável, era uma jovem que havia aprendido tanto o espírito da Soka Gakkai como um modo humanístico de viver graças ao seu envolvimento com o grupo musical. Odano entrara para a banda por incentivo da irmã mais velha quando estava no primeiro ano do ensino médio. Recebeu logo em seguida a responsabilidade de entrar em contato com várias outras integrantes para comunicar sobre os horários e locais dos ensaios. Ela percebeu então que algumas meninas que faziam parte de sua lista não compareciam, mesmo apesar de ela ter telefonado. Isso a deixava um tanto chateada, mas, como achava que havia cumprido sua tarefa ao avisá-las, então era problema delas se não participavam. Sendo ela mesma uma pessoa independente e autossuficiente, não gostava de interferir nos assuntos dos outros nem que os outros interferissem nos seus. (...) Mas, ao saber de que forma as outras integrantes da banda lidavam com essa mesma responsabilidade, ela ficou surpresa. Quando alguém com quem elas haviam entrado em contato deixava de comparecer ao ensaio, elas ficavam profundamente preocupadas. Direcionavam suas orações para essa questão, recebiam orientação das líderes da banda e até mesmo iam até a casa da pessoa para incentivarem-na. (...) Não há nada que se compare ao sentimento de criar uma bela e inspiradora apresentação. Creio que todas que entram para a banda feminina têm essa aspiração, e quero mesmo que possamos alcançar juntas o nosso objetivo. É por isso que jamais desistirei. Mesmo que ninguém não diga nada se eu me esforçar menos, eu saberei que estarei prejudicando a mim mesma. Cada pessoa possui uma missão, e a verdadeira união nasce quando ela se levanta e cumpre plenamente a sua própria missão. É assim também que se cria uma nova história. (Trechos do capítulo “Missão”) Ilustração: Kenichiro Uchida Nota: 1. The Writings of Nichiren Daishonin [Escritos de Nichiren Daishonin]. v. I. Tóquio: Soka Gakkai, 2006. p. 138. Assista Veja o vídeo da série "Aprender com a Nova Revolução Humana", volume 14
10/08/2023
Vida - Princípios budistas no dia a dia
BS
Transformar carma em missão
Um provérbio chinês de autoria desconhecida diz: “O pessimista reclama do vento, o otimista espera que ele mude, o realista ajusta as velas”.1 Na vida, todos nós nos deparamos com dificuldades e sofrimentos. Então, como devemos lidar com eles? A profundidade da doutrina de uma religião deve ser medida pelo princípio de transformação do carma. O Budismo Nichiren é o ensinamento que expõe claramente essa teoria. O que é carma? Todas as pessoas enfrentam adversidades como doenças, acidentes ou desarmonia familiar. O budismo explica que o carma é determinado pelas ações físicas, verbais e mentais realizadas pelo indivíduo. Ou seja, os sofrimentos vividos nesta vida são efeitos das causas negativas praticadas pela própria pessoa em existências passadas. Em resumo, o indivíduo é responsável pela própria felicidade ou infelicidade. Mas se sua vida é predeterminada pela própria ação do passado, não é melhor se conformar? Alguns agem assim, outros se tornam pessimistas. Os ensinamentos pré-Sutra do Lótus elucidaram apenas a teoria do carma do passado e não expuseram que a ação do presente determina o futuro. Assim, o indivíduo ficaria preso apenas ao carma imutável do passado. Nichiren Daishonin negou essa teoria e elucidou que todos, sem exceção, podem transformar o carma nesta existência, revertendo a vida de sofrimentos em felicidade. Ele esclarece também o poder da Lei Mística que transforma o carma. Quando abraçamos a Lei, manifestamos o estado de buda por meio da recitação do Nam-myoho-renge-kyo. Com o poder do Buda evidenciado em nossa vida, infalivelmente transformamos o nosso carma. Por isso, não devemos nos desviar ou fugir dele. Em vez disso, devemos encará-lo e desafiar todas as adversidades. Nichiren Daishonin expõe ainda que, com a prática budista, não somente transformamos nosso carma, como podemos ajudar outras pessoas a transformá-lo também por meio do shakubuku, ou seja, apresentando-lhes esta filosofia. O presidente da Soka Gakkai Internacional, Dr. Daisaku Ikeda, afirma: Se tudo se restringisse ao carma, as pessoas estariam fadadas a viver carregando o peso da culpa e sob uma forte ansiedade por não saberem que ofensas teriam cometido em existências passadas. Nesse sentido, o destino das pessoas seria algo determinado, imutável — um pensamento que facilmente poderia lhes privar de sua energia e paixão. Poderia também levá-las à passividade, a se preocuparem apenas consigo mesmas e em não fazerem nada de mal. O Budismo de Nichiren Daishonin vai além dessa noção superficial de causalidade. Elucida a causa fundamental e nos mostra o meio para voltarmos à vida original, pura, que existe desde o tempo sem início. Essa causa fundamental nos faz despertar para a nossa missão como bodisatvas da terra, a dedicar a nossa vida à ampla propagação da Lei.2 Com a prática da fé, podemos transformar o carma negativo em missão e converter o negativo em positivo, o sofrimento em felicidade. Comprovar o poder da Lei Mística em nossa vida e propagá-la — eis a nossa missão como bodisatvas da terra. Histórias de comprovação O romance Nova Revolução Humana, de autoria do presidente Ikeda, está repleto de episódios que narram como membros da Soka Gakkai no Japão e em diversos países suplantaram os sofrimentos gerados pelo carma negativo e mudaram o rumo de sua vida por meio da prática budista. Brasil Seikyo selecionou cinco dessas histórias. 1. Shin’ichi Yamamoto [pseudônimo de Ikeda sensei na obra] incentiva um líder de comunidade do Japão que estava enfrentando sérias dificuldades financeiras e lutava para sustentar seus seis filhos. (NRH, v. 27, cap. “Espírito de Procura”, p. 366) 2. Masaya Ueno era membro da Divisão Masculina de Jovens e, quando estava no terceiro ano do ensino médio, foi acometido pela tuberculose, que, na época, era uma doença incurável e fatal. (NRH,v. 9, cap. “Jovens Herdeiros”, p. 87) 3. Por causa das dificuldades no trabalho e o vício do jogo, Choji Horiyama leva a família ao sofrimento. Veja como ele e sua esposa, Chie, transformaram a situação. (NRH, v. 26, cap. “Estrela Guia”, p. 106) 4. Apesar de Taikyu Kawase ter sofrido de uma doença que lhe causou a perda gradativa da capacidade visual, ele não esmoreceu. (NRH, v. 10, cap. “Coroa de Louros”, p. 214) 5. Conheça a história de Yoshimi Tachikawa, integrante da Divisão Feminina de Jovens e da banda feminina Kotekitai, que enfrentou questões financeiras e de saúde dos familiares. (NRH, v. 14, cap. “Missão”, p. 100) Triunfar sobre o destino Sarahanna Costa de Sousa nasceu em 22 de julho de 1996, em São Luís, Maranhão, região nordeste do país. A caçula chegou para a alegria dos pais, José Sandro e Dorinei, que já tinham Sarahwendy, Saimon Sandro e José Sander. “Todos com a boa sorte de ouvirem o som da recitação do Nam-myoho-renge-kyo no meu ventre”, orgulha-se Dorinei, que conhecera o Budismo Nichiren sete anos antes. Até os primeiros quinze dias de vida, tudo parecia normal com a bebê, quando foram percebendo o aumento gradual da cabeça de Sarahanna. Começa o desafio pela vida, inclusive com um diagnóstico de que ela não passaria do primeiro ano de vida. “Diante daquela situação, meu marido e eu determinamos que ela sobreviveria sim, com base no poder da recitação do daimoku”, relembra, emocionada, Dorinei. Encontram uma médica que identifica se tratar de hidrocefalia moderada e dependeria de cirurgia e muito tratamento. Sinal de que havia luz no fim do túnel, ainda bem fraca por conta de nova suspeita de ananismo e de fortes indicações de que se a garota sobrevivesse, poucas seriam as chances de ela andar, ler e falar. O casal se dedica a levar a bebê a seções de fisioterapia, a fazer exames e a tudo o que lhes fosse indicado para tentar salvar a filha. Internações eram constantes. “Não seremos derrotados.” Essa era a convicção dos pais, os quais tinham como base a frase da escritura do Buda que diz: “O Nam-myoho-renge-kyo é como o rugido de um leão. Que doença pode, portanto, ser um obstáculo?”4 A boa sorte se manifesta ao localizarem o melhor neurocirurgião da cidade, o qual fez uma incisão para a colocar uma válvula que controlaria a expansão da cabeça. A garota estava prestes a completar seu primeiro ano, com um cérebro de tamanho proporcional ao de um adulto. Intensifica-se o trabalho de reabilitação, sem garantias do que ocorreria depois. “Não há nada que possa acalmar mais o coração do que recitar Nam-myoho-renge-kyo”, enfatiza Dorinei, que, junto com o marido e os filhos maiores, carregando a pequena Sarahanna nos braços, não perdia os encontros de recitação de dez horas de daimoku programados pela organização local. E muita luta na base. “Não havia dúvida em nosso coração”, ressalta o pai, José Sandro. “Amo ser budista” O tempo foi recompensado pela árdua batalha da família. Quatro anos após o diagnóstico, Sarahanna dava os primeiros passos, depois começa a falar, e assim veio se desenvolvendo. Em julho último, ela completou 27 anos. Leva uma vida normal, com as limitações abrandadas por sua dedicação e desejo de servir de inspiração para crianças e jovens. Ela passa por consultas esporádicas com o médico. Não cursou o ensino regular, mas é expert em computador e videogame, exercícios que a ajudam muito. Fala pouco, por opção, sendo reconhecida pelas amigas por seu carinhoso olhar e zelo em tudo o que faz. Formou-se na Academia Magia da Leitura, em 2019, e, pelo exemplo de superação e esforço, é confiada na organização local como responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ) de bloco. Anda e ainda dança, sim, abraçada como integrante do grupo Taiga. Uma presença símbolo de obstinação para todos os que a veem. Com as companheiros do grupo Taiga Sarahanna é só gratidão. “Amo ser budista, amo meus companheiros, e Ikeda sensei. E amo muito minha família.” Os irmãos, exemplos de companheirismo, estão juntos também como membros e na liderança jovem local: Sarahwendy, 32 anos, é responsável pela DFJ de distrito; Saimon Sandro, 32, é responsável pela DMJ de bloco; José Sander, 29, é membro. O pai é responsável pela comunidade, e a mãe, pela DF de distrito. Eles manifestam: “É uma alegria acordar e ver que Sarahanna vive uma juventude saudável e feliz. Determinamos seguir pelo caminho do kosen-rufu, com muita gratidão. Agradecemos a Ikeda sensei, por nos proporcionar praticar este maravilhoso budismo”. Sarahanna, ao centro, comemora aniversário com seus familiares. Saiba mais: Leia mais sobre a teoria do carma e os conceitos de “amenizar o efeito cármico” (tenju kyoju) e “carma adotado por desejo próprio” (ganken ogo) na seção Conheça o Budismo do Brasil Seikyo, ed. 2.636, 10 jun. 2023, p. 21. “Reconhecer a impermanência como requisito para a felicidade” é o tema do Especial da revista Terceira Civilização (ed. 471, nov. 2007), que relaciona o carma e nossa visão sobre os fenômenos ao nosso redor. Ouça podcast sobre o carma e a transformação do destino na seção Conheça o Budismo do BS+. Fotos: GETTY IMAGES / Arquivo pessoal Notas: 1. Disponível em: https://www.pensador.com/frase/MTY5NDU0/ Acesso em: 3 ago. 2023. 2. IKEDA, Daisaku. Desbravadores. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 240, 2019. 3. Brasil Seikyo, ed. 2.454, 2 fev. 2019, p. B4. 4. IKEDA, Daisaku. Estandarte da Lei. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 26, p. 92, 2019.
10/08/2023
RDez no BS
BS
O verão é a estação do crescimento dinâmico — trilhe o caminho do desenvolvimento e do desafio
Série de incentivos escrita pelo presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, para a Divisão dos Estudantes Esperança e Herdeiro “Que tipo de vida é o modo correto de viver?”,¹ perguntei ao meu futuro mestre, Josei Toda, na reunião em que o encontrei pela primeira vez em 14 de agosto de 1947, quando tinha 19 anos. Sua resposta foi clara e direta. Ele me disse para praticar o Budismo Nichiren e, se assim o fizesse, naturalmente me encontraria no caminho correto. Da mesma forma que os pássaros seguem uma rota no céu, e os peixes, um trajeto no mar, nós também temos um caminho que leva à felicidade genuína. Esse caminho é o Budismo Nichiren, o caminho do kosen-rufu e o de “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra”. Em outras palavras, o caminho da criação da paz mundial. Agora, para vocês, membros da Divisão dos Estudantes, o caminho correto na juventude é avançar por meio do estudo, da amizade e da demonstração de gratidão aos seus pais e familiares com base na recitação do Nam-myoho-renge-kyo. Quando eu era jovem, estava engajado em uma batalha contínua contra a doença e tinha muitas preocupações. Mas, precisamente por ter essas lutas, consegui recitar Nam-myoho-renge-kyo, superar cada uma delas e experimentar verdadeiramente o poder da fé. O verão,² estação em que os membros da Divisão dos Estudantes buscam crescimento dinâmico, chegou! Espero que trilhem juntos o caminho do desenvolvimento e do desafio com coragem vibrante! Fonte: Traduzido da série “Rumo a 2030: Dedico aos Meus Jovens Sucessores Corredores da Justiça” da edição de agosto de 2021 do jornal Mirai (Futuro), publicação mensal da Soka Gakkai voltada para a Divisão dos Estudantes Esperança e Herdeiro. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Revolução Humana. Editora Brasil Seikyo: São Paulo, v. 2, p. 197, 2022.2. No Japão, o verão inicia em junho e encerra em setembro. Confira alguns spoilers da edição de agosto O que é, o que é: é um romance, contém trinta volumes e fará você embarcar na jornada de mestre e discípulo? Acertou quem respondeu Nova Revolução Humana! Para se aprofundar nesta obra, que comemora trinta anos, veja a Matéria do Mês. Agora, para saber como aplicar esses trinta volumes no dia a dia e entender como a revolução humana e os sonhos se relacionam, leia as matérias dos níveis.Matéria da Divisão Futuro: https://www.brasilseikyo.com.br/home/rdez/edicao/260/artigo/sonhar-e-agir/999561684 Matéria da Divisão Esperança: https://www.brasilseikyo.com.br/home/rdez/edicao/260/artigo/o-volume-31-comeca-agora/999561686 Matéria da Divisão dos Herdeiros: https://www.brasilseikyo.com.br/home/rdez/edicao/260/artigo/apli car-os-ideais-do-mestre/999561687 Falando em revolução humana, inspire-se no relato de vitória nos estudos de Gustavo Gonçalves. Esses e outros conteúdos da edição de julho estão disponíveis para os assinantes da RDez ou do plano digital completo. www.brasilseikyo.com.br/home/rdez
10/08/2023
Mensagem
BS
“Com espírito jovem, vamos cumprir até o fim a grandiosa missão pelo kosen-rufu”
Estimados pilares de ouro da BSGI, parabéns pelo encontro comemorativo do Dia da Divisão Sênior! Meus sinceros agradecimentos pelos dedicados esforços na nobre e árdua luta de todos no dia a dia! No Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente consta: “O Buda do verdadeiro aspecto da realidade reside em meio à lama e ao lodo dos desejos mundanos. Isso se refere a nós, seres humanos. Agora, quando Nichiren e seus seguidores recitam Nam-myoho-renge-kyo, eles podem ser denominados de Buda da entidade do Myoho-renge-kyo”.1 Recitando Nam-myoho-renge-kyo da prática individual e altruística, e agindo em prol das pessoas, os senhores derramam suor dourado no seio da sociedade real de hoje. Observando esse aspecto dos senhores, com certeza, Nichiren Daishonin os considera o Buda do verdadeiro aspecto da realidade. Juntos, com espírito jovem, vamos cumprir até o fim a grandiosa missão pelo kosen-rufu e da nossa existência, evidenciando um aspecto cada vez mais juvenil ao lado dos jovens! Por favor, haja o que houver, ressoem o daimoku do rugido do leão, e demonstrem a prova real de vitórias, à sua maneira, no trabalho e na localidade. Peço que, assim, expandam cada vez mais a rede de solidariedade da paz e da esperança no Brasil, terra do seu juramento seigan. Estou orando sinceramente pela boa saúde e longevidade, pelos benefícios e harmonia, e pelo glorioso triunfo de todos os senhores. Transmitam também minhas melhores recomendações a seus familiares. Em agosto de 2023 Daisaku Ikeda Presidente da Soka Gakkai Internacional Nota: 1. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 91.
10/08/2023
Incentivo do líder
BS
Nosso encontro ideal
Queridos companheiros da BSGI, Já chegamos ao significativo mês de agosto, mês do encontro ideal de mestre e discípulo Soka. Ao pesquisarmos as palavras “encontro ideal”, nos sites de busca, os primeiros resultados que aparecem são dicas de como realizar um encontro ideal “romântico”. Mas, para nós, praticantes do Budismo Nichiren, remete ao encontro ideal do jovem Daisaku Ikeda com aquele que viria a ser seu mestre, Josei Toda, no dia 14 de agosto de 1947, e logo sentimos gratidão por esse encontro ideal ter acontecido. Em outubro do ano passado, passei pelo inverno mais rigoroso da minha vida: a perda repentina da minha amada mãe. No primeiro momento, como mortais comuns, enxergamos como uma perda repentina, visto que ela não tinha nenhum diagnóstico de saúde grave. Porém, ao encararmos essa perda com os olhos do Buda e baseados na Lei Mística, minha mãe prolongou sua existência por 45 anos, pois ela se converteu ao Budismo Nichiren por ter tido uma saúde frágil durante a infância e a adolescência. Ao longo de sua existência, um dos fatores que minha mãe mais prezou foi ter boa saúde física e mental. E assim ela viveu após o seu encontro ideal com o budismo, convertendo-se em 1977. Isso aconteceu depois de conhecer e de se inspirar na vida de Ikeda sensei, transformando sua condição de saúde por meio da prática da fé. Ela também teve maravilhosos veteranos que lhe ensinaram com o próprio exemplo, sempre direcionando-a para o estudo do budismo e para a recitação do daimoku. Na Nova Revolução Humana (NRH), volume 22, consta: “Inicialmente aprendi sobre o budismo com Josei Toda. A fé não ocorreu primeiro, e sim meu encontro com ele. A fé veio mais tarde”.1 Em toda a sua existência, minha mãe se esforçou para transmitir os ensinamentos budistas por meio da sua revolução humana e, de forma natural, meu irmão, tias, primos, netas e eu viemos trilhando essa estrada. Por nascer em uma família já praticante, aprendi desde cedo a importância da prática diária e de realizar meu encontro ideal com Ikeda sensei todos os dias em meu coração, independentemente da circunstância. Esse tem sido meu ponto primordial, meu juramento seigan. Aprendemos que não é sempre que teremos as pessoas que mais nos ensinam e nos incentivam conosco fisicamente. Na realidade, isso é de fácil compreensão. No entanto, quando vivenciamos essas perdas, nós nos lembramos da frase do famoso escrito As Perseguições ao Venerável de Nichiren Daishonin, no qual ele solicita: “Fortaleçam sua fé dia após dia e mês após mês”.2 Em outro trecho da NRH, volume 25, lemos: Praticando o budismo há trinta anos, cheguei à conclusão de que, para viver com base na fé, devemos avançar sempre em pura e perfeita conformidade com os escritos de Nichiren Daishonin. Além disso, o rumo da nossa vida é influenciado por nossa boa sorte. Para acumular boa sorte, é importante ter gratidão. Mesmo que participemos das atividades da Soka Gakkai, se ficarmos sempre reclamando e formos negativos, apagaremos a boa sorte que deveríamos estar acumulando. Em contraste, se tivermos gratidão ao Gohonzon, a Nichiren Daishonin e à Soka Gakkai, que nos ajudaram a desenvolver nossa fé, e iniciarmos cada dia com o compromisso positivo de fazer a nossa parte como emissários do Buda, experimentaremos uma grande alegria.3 Dessa forma, convido todos a renovar o juramento de lutarmos pela nossa felicidade e pela felicidade das pessoas ao nosso redor feito no momento do nosso encontro ideal com Ikeda sensei, sempre com gratidão à Lei, a Nichiren Daishonin e à Soka Gakkai. Um carinhoso abraço e muito obrigada! Anielle Yamamoto Shimada Vice-coordenadora da Divisão dos Jovens da BSGI Ilustração: GETTY IMAGES Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Novo Século. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 22, p. 49, 2022. 2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 263, 2017. 3. IKEDA, Daisaku. Luz da Felicidade. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 25, p. 80, 2022.
10/08/2023
Editorial
BS
Despertar para a vida
A fase da juventude é de muitas descobertas e decisões. Possíveis mudanças de escola, percursos, escolha de cursos e carreira, como também busca por uma filosofia e propósitos de vida. Daisaku Ikeda, aos 19 anos, possuía angústias e anseio por respostas. Era muito estudioso e gostava de filosofia. Foi nessa época que conheceu Josei Toda. No primeiro encontro entre eles, o jovem Ikeda declamou um poema e impactou os presentes com sua atitude. Dez dias depois, no dia 24 de agosto, ele se converteu ao budismo. No romance Revolução Humana consta o momento dessa decisão: — Ontem, lemos juntos as seguintes palavras de Goethe: “Não se deve caminhar pensando que algum dia chegará à conclusão final. Cada passo da caminhada é a conclusão e, por isso, deve-se valorizar um passo após o outro”. Hoje, sinto fortemente essas palavras. Pela primeira vez, me defrontei com o mundo do budismo. Eu vou em sua busca para saber do que se trata. Não consigo deixar de tomar essa decisão. (...) Shin’ichi também sentia a conversão como uma amarra e uma viagem para um outro mundo nunca antes visto. O sentimento era confuso e se misturava com um futuro obscuro e incerto. Porém, o impacto recebido naquela noite era inegável. (...) Depois de uma longa recitação do sutra e do daimoku, ele recebeu o Gohonzon. Shin’ichi não conseguia esconder uma fisionomia complexa. Para ele que analisava os fatos de uma forma séria e honesta, sua saúde era motivo de preocupação. Ela estava longe de ser forte e vigorosa. Pelo contrário, ele precisava lutar contra a enfermidade todos os dias. Certamente, ele não imaginava que poderia atuar na prática budista e na revolução religiosa por toda a vida.1 Contrariando a própria expectativa de destino da época em que decidiu praticar o Budismo Nichiren, Ikeda sensei completa, este ano, 76 anos de conversão. Nesta edição, você acompanha o Especial sobre a conversão do presidente Ikeda ao budismo, bem como o significado de carma e destino na editoria Vida. Brasil Seikyo narra ainda, na nova seção Minha Localidade, a mística relação de mestre e discípulo e como ela impacta a vida dos membros e o ambiente em que atuam. Para você, leitor, desejamos que as próximas páginas sejam fonte para, assim como Ikeda sensei finaliza na mensagem para a 14a Reunião de Líderes da Soka Gakkai, “Continuar expandindo alegre e harmoniosamente a grande marcha de contínuas vitórias do povo, junto com o povo e em prol do povo, com o coração do rei leão por toda a eternidade!”.2 Ótima leitura! Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Emergindo da Terra. Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 208-209, 2022. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.640, 12 ago. 2023, p. 4.
10/08/2023
Notícias
BS
O avanço da Juventude Soka
“O que importa é o coração.”1 Com base nessa frase, assim como Nichiren Daishonin expõe nos escritos O Tambor no Portal do Trovão e A Estratégia do Sutra do Lótus, a Juventude Soka da BSGI, ao longo do mês de julho, em comemoração dos 72 anos de fundação das Divisões Masculina e Feminina de Jovens (DMJ e DFJ), rompeu seus limites e foi ao encontro dos companheiros do nosso imenso Brasil. Como resultado, em todos os cantos, houve amplo movimento criado na organização de base, formando excelente conexão para a vitória, o conhecimento e o renovar diário da determinação. O tema sugerido para os encontros foi “Criação de Valores Humanos” e cada localidade usou a criatividade, realizando passeios em parques, reuniões temáticas, entre outros tipos de atividades. No Distrito Caucaia, RM Ceará, CRE Leste, desde o ano passado, os líderes e membros definiram planos de recitação de daimoku e de visitas; e a cada etapa, a união e força da localidade vêm gerando novos frutos. Os jovens selaram o encontro com atividades no Parque Botânico do Ceará, em Caucaia, CE, ocasião em que Livia Endo, coordenadora da DFJ da BSGI, incentivou os participantes a se desenvolver como verdadeiros protagonistas. Distrito Caucaia, RM Ceará, CRE Leste Já na RM Vale do Ivaí, Sub. Oeste do Paraná, CRE Sul, os jovens promoveram a “Primeira Academia dos Jovens da RM” e uma reunião de palestra comemorativa. Cuidados com a saúde física e mental e como conquistar os objetivos foram assuntos do encontro. No momento do diálogo, Monique Tiezzi, coordenadora da Divisão dos Jovens (DJ) da BSGI, trouxe a seguinte reflexão para os jovens: “Mudar o coração não se refere a fazer algo que levante nosso ânimo ou nos faça sentir momentaneamente melhores, sem que a realidade se transforme. A mudança genuína do coração é mais profunda; produz transformação efetiva da vida. Ampliar a profundidade do coração — da condição de vida — é a essência da religião da revolução humana. Receber benefícios com a prática budista na verdade sinaliza nossa transformação no âmbito mais profundo”. A força da sincera amizade Nas organizações de base, respeitando a característica de cada uma delas, a Juventude Soka da BSGI realizou os encontros com um único sentimento: revivescer a amizade e pôr em ação o espírito de não deixar ninguém para trás. Distrito Jaraguá, SP Distrito João XXIII, SPSobre a importância da amizade, o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, pontua: Creio que a amizade é a forma mais genuína de relacionamento humano que somos capazes de construir. Ser compreendido e estimado é uma experiência vital, fortalecendo direta e indiretamente nossa vontade de viver. A amizade multiplica a quantidade de valor que podemos criar e experimentar. Como diz um ditado, a amizade dobra nossa alegria e corta pela metade nossa tristeza. Nada traz uma satisfação mais profunda ou uma recompensa mais duradoura que ser um verdadeiro amigo para alguém.2 A Juventude Soka descortinou uma nova fase de avanço rumo ao brilhante futuro a partir das visitas, dos diálogos cativantes e da sinceridade em perpetuar os ideais de Ikeda sensei por meio da ação. RM São José do Rio Preto, SP RM São Gonçalo, RJ Visitas Momento de visita da Divisão dos Jovens na RM Maringá, PR Momento de visita da Divisão dos Jovens na RM Noroeste Paulista, SP Leia mais Presidente Ikeda enviou uma significativa mensagem para o encontro. Leia no BS https://www.brasilseikyo.com.br/central-de-noticias/noticia/999561613 No topo: RM Vale do Ivaí, PR Fotos: Colaboração local Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 214 e 267, 2019. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.393, 28 out. 2017, p. A3.
10/08/2023
Encontro com o Mestre
BS
Rumo à solidariedade espiritual da humanidade, bailem alegremente a juventude de emergidos da terra
As canções da nossa Divisão dos Estudantes são os sinos do alvorecer da esperança. O sorriso dos integrantes da nossa Divisão dos Estudantes é o arco-íris da paz. Sinceros parabéns pela realização desta inspiradora e animada Reunião de Líderes, com os “motores em potência máxima”,1 acompanhada por essa voz e sorriso dos nossos jovens amigos! Estudantes apresentam a canção Be Brave! durante a Reunião de Líderes realizada no dia 9 de julho de 2023. * * * Há oitenta anos, no dia 1º de julho de 1943, em plena Segunda Guerra Mundial, o primeiro presidente, Tsunesaburo Makiguchi, recebeu três estudantes em sua residência, em Mejiro, bastante próxima deste local, Auditório Memorial Toda de Tóquio, e dialogou amigavelmente. Um deles era natural de Kyushu e estudava na Universidade de Comércio de Tóquio (atual Universidade Hitotsubashi). Ele se emocionou com os incentivos cheios de compaixão e de convicção, e, ao mesmo tempo, muito claros do presidente Makiguchi. Então, naquele dia, tornou-se membro da Soka Gakkai. Makiguchi sensei dedicou-lhe o seguinte direcionamento: “Com devoção filial aos seus pais, dedique-se aos estudos, escolhendo uma trajetória que lhe permita criar o mais alto valor de grandioso bem!”. Com essa orientação concreta em seu coração, esse estudante recém-convertido continuou abraçando brilhantemente a prática do budismo mantendo sua fé inabalável por toda a vida. Foram cinco dias depois desse encontro que Makiguchi sensei, defensor da paz e do humanismo, foi preso injustamente pelas autoridades do governo militarista japonês. * * * Mesmo no redemoinho de grandes perseguições, Makiguchi sensei continuou cuidando dos estudantes com carinho e preocupação, orando pela gloriosa vitória deles no futuro, e plantando as sementes da Lei Mística no grande solo dos corações juvenis. Quando o segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, fundou a Divisão dos Universitários no dia 30 de junho de 1957, ele e eu estávamos em meio às intensas batalhas contra a natureza maligna do poder que se manifestou na forma do Incidente do Sindicato de Mineradores de Carvão de Yubari2 e do Incidente de Osaka.3 Naquela ocasião, ardiam as chamas ferozes desse mesmo espírito invencível de Makiguchi sensei em nós dois. Como Makiguchi sensei e Toda sensei devem estar felizes por este Encontro das Divisões dos Universitários e dos Estudantes do dia de hoje que ilumina o futuro do kosen-rufu mundial! * * * Relembrando o espírito de ambos os mestres, Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda, e comemorando o encontro de hoje, gostaria de lhes apresentar quatro caligrafias. A primeira é Ôji Ôjo no Shiro [“Castelo dos Príncipes e Princesas”]. O profundo desejo de ambos os mestres, Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda, extraordinários educadores, era a felicidade de todas as crianças. A Soka Gakkai é o castelo a realizar esse arden-te desejo, e os membros da nossa Divisão dos Estudantes são os preciosos príncipes e princesas, insubstituíveis, desse castelo de mestre e discípulo. Nichiren Daishonin assegurou a Nanjo Tokimitsu, predecessor da nossa Divisão dos Estudantes, que perseverava em sua correta prática do budismo: “Embora possa sofrer por um tempo, no final conquistará sem falta uma grandiosa condição de vida prazerosa como a de um soberano”.4 Desejo que meus jovens amigos da Divisão dos Estudantes cresçam como o “grande monarca da vitória da sabedoria e da boa sorte” e sejam capazes de fazer todas as pessoas felizes, em ritmo com a Lei Mística e a Soka Gakkai, tornando-se “campeões da felicidade” junto com os companheiros do mundo. Ou melhor, que se tornem assim infalivelmente. Eu, que iniciei a prática da fé na faixa etária dos 10 aos 20 anos, considerando Josei Toda como meu mestre, e também minha esposa, Kaneko, que se converteu ao budismo com sua família na época em que frequentava o ensino fundamental 1, e conduzia Makiguchi sensei da estação de trem até a reunião de palestra realizada em sua casa, puxando-o pelas mãos, conti-nuaremos enviando daimoku para cada uma das pessoas que trilham por esse grande caminho da felicidade absoluta. * * * A próxima caligrafia é a Seishun Rampu [“Alegre Dança da Juventude”]. Ofereço-a às Divisões dos Universitários e dos Estudantes, como também à Divisão Masculina de Jovens, às irmãs Kayo, à jovem geração Lírio-Branco da Divisão Feminina, e à família Soka de juventude por toda a vida. Por falar em “alegre dança”, na ocasião da palestra que proferi no Instituto de França [em junho de 1989], apresentei o escrito O Grande Mal e o Grande Bem. Trata-se da passagem: “Ainda que não sejam o venerável Mahakashyapa, deveriam estar todos bailando. Ainda que não sejam Shariputra, deveriam estar saltando e bailando. Quando o bodisatva Práticas Superiores emergiu da terra, não o fez bailando?”.5,6 Então, sugeri aos intelectuais e pensadores de primeira grandeza da Europa: “O bailar dos bodisatvas da terra simboliza a ‘maior das alegrias’. O movimento da revolução humana, que é o bailar alegre da vida criativa, haverá de abrir o caminho para a solidariedade espiritual da humanidade e para revitalizar todos os empreendimentos e atividades humanas”. Justamente por ser uma época de provações sem precedentes, brilha mais que nunca a sabedoria budista do caminho do meio, de respeito à vida e à dignidade do ser humano, e também de criação de valor. Espero que os jovens Soka, repletos de energia e exuberância, convidem muitos novos amigos a se juntar a vocês no “alegre bailar dos jovens” sobre o palco do juramento seigan pelo kosen-rufu como emergidos da terra. * * * A outra caligrafia é a que registra a palavra Minshu [“O Povo”]. Nichiren Daishonin ensina que todos os seres vivos sobre a face da Terra possuem inerentemente o estado de buda. O Budismo Nichiren é o Budismo do Sol para o povo que faz cada pessoa brilhar ao máximo. Exatamente de acordo com esse espírito de Nichiren Daishonin, na Soka Gakkai, as próprias pessoas se levantaram no mundo todo para se tornar cada vez melhores, mais fortes e sábias, apoiando-se e se inspirando mutuamente. É, de fato, uma comunidade mundial milagrosa de pessoas comuns. No dia de hoje, recebemos os nobres campeões do povo, representantes da Costa do Marfim. Eles formam a verdadeira legião de emergidos da terra que vieram reverberando o rugido do leão da justiça do kosen-rufu da África em meio a muitas dificuldades e desafios, conforme os ditos sagrados: “Deve reunir a coragem do rei leão e jamais sucumbir às ameaças de ninguém. (...) Os seguidores de Nichiren são como leões que rugem”.7 Nichiren Daishonin, Buda dos Últimos Dias da Lei, certamente está observando todo esse esforço com louvor! Vamos demonstrar nossos elogios e apreço com estrondosa salva de palmas! Como membros da Soka Gakkai, unidos pela relação de mestre e discípulo, vamos continuar expandindo alegre e harmoniosamente a grande marcha de contínuas vitórias do povo, junto com o povo e em prol do povo, com o coração do rei leão por toda a eternidade! Caligrafias do presidente Ikeda, da esq. para a dir.: Ôji Ôjo no Shiro [“Castelo dos Príncipes e Princesas] dedicada, em julho de 1982, às vésperas do Período de Avanço Dinâmico da Divisão dos Estudantes; Seishun Rampu [“Alegre Dança da Juventude], na qual consta que o dia 16 de julho de 1966, é a data em que se realizou o 1º Treinamento ao Ar Livre do Grupo Hosu (Jovens Fênix); e Minshu [“O Povo”]. * * * Por fim, é a caligrafia em que registrei um poema waka que compus originalmente por ocasião da Convenção da Divisão dos Universitários, realizada nos tempos turbulentos8 em julho de 1970. Quero concluir minha mensagem oferecendo-lhes esse poema mais uma vez. Poema waka: “Avancem, meus amigos, / com a firme decisão de que / eu sou o campeão da paz, / segurando o leme corajosamente, / em meio à tempestade!”, no qual está registrado: “Em 5 de julho de 1970, comemorando a 12ª Convenção da Divisão dos Universitários” Avancem, meus amigos,com a firme decisão de queeu sou o campeão da paz,segurando o leme corajosamente,em meio à tempestade! Representantes da SGI-Costa do Marfim durante a atividade No topo: Ikeda sensei discursa na cerimônia de outorga do título de doutor honoris causa pela Universidade Nacional de Itapúa, do Paraguai, realizada na sequência do Encontro Conjunto das Divisões dos Universitários e dos Estudantes (Tóquio, abr. 2005). Publicado no Seikyo Shimbun do dia 11 de julho de 2023. Fotos: Seikyo Press Notas: 1. Referência a uma estrofe da canção Be Brave! With a Lion’s Heart! [Seja Corajoso! Com o Coração do Rei Leão!] da DE-Futuro. 2. Incidente do Sindicato de Mineradores de Carvão de Yubari: Caso de flagrante discriminação religiosa ocorrida em 1957 pela qual os mineradores de Yubari, Hokkaido, foram ameaçados de perder seus empregos por terem se tornado membros da Soka Gakkai. 3. Incidente de Osaka: Ocasião em que Ikeda sensei, na época, coordenador do staff da Divisão dos Jovens, foi preso injustamente sob a falsa acusação de violação das leis eleitorais na eleição suplementar para a Câmara Alta, em Osaka, no ano 1957. No final do processo judicial que perdurou por mais de quatro anos, ele foi totalmente inocentado das acusações, em 25 de janeiro de 1962. 4. Cf. The Writings of Nichiren Daishonin [Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, v. II, p. 882. 5. Mahakashyapa e Shariputra são dois dos principais discípulos de Shakyamuni, conhecidos respectivamente como o mais notável em práticas ascéticas e o mais sábio. O bodisatva Práticas Superiores é o líder dos incontáveis bodisatvas da terra convocados por Shakyamuni no capítulo “Emergindo da Terra”, do Sutra do Lótus, para a missão de propagar a Lei Mística nos Últimos Dias da Lei. 6. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 387, 2017. 7. Ibidem, p. 263. 8. Refere-se ao Incidente da Liberdade de Expressão, nome dado a uma controvérsia que surgiu em 1970, quando a Soka Gakkai se defendeu de acusações difamatórias. Os detalhes desse acontecimento estão descritos no capítulo “Vendaval”, do volume 14, da Nova Revolução Humana.
10/08/2023
Conheça o Budismo
BS
O caminho da gratidão
No escrito Saldar as Dívidas de Gratidão, o buda Nichiren Daishonin observa: A velha raposa jamais se esquece da colina onde nasceu. A tartaruga branca retribuiu ao ato de bondade de Mao Bao. Se mesmo criaturas inferiores têm essa consciência, os humanos deveriam ter muito mais!1 Nesse escrito, Daishonin nos ensina a importância de saldar a dívida de gratidão com os pais, o mestre, os Três Tesouros do budismo e o soberano, também conhecidos como “as quatro dívidas de gratidão”. Algumas fontes citam a dívida de gratidão com todos os seres vivos. Ele ressalta a importância de saldar a dívida de gratidão como uma atitude fundamental do comportamento humano. Enfatiza especificamente a dívida com o mestre e afirma que, para saldar tal dedicação, a pessoa deve compreender o budismo e atingir a iluminação. Para isso, ela deve se empenhar com determinação na prática budista, e, para atingir a iluminação, deve também praticar os ensinamentos do budismo. Mas quais? Um dos seus princípios mais importantes trata dos Três Tesouros. Eles se referem aos três elementos essenciais que definem a linhagem de uma doutrina. Assim, analisando os Três Tesouros, pode-se verificar se a linhagem está sendo seguida de acordo com o ensinamento do fundador. Os Três Tesouros são: Tesouro do Buda, que se refere ao próprio Buda; Tesouro da Lei, que corresponde ao ensinamento revelado pelo Buda; e Tesouro da Ordem (Budista), que se refere ao discípulo que herda, transmite e propaga a Lei ou o ensinamento do Buda. Dessa forma, percebe-se que as correntes religiosas e filosóficas não teriam sentido sem esse princípio. Toda religião possui um fundador, um ensinamento e uma perpetuação por intermédio dos discípulos. Se um desses pontos forem alterados, perde-se sua linhagem original e sua veracidade, deixando de ser a mesma religião. Costumes, formalidades, tendências sofrem evoluções e mudanças. Porém, os princípios conceituais de uma doutrina são eternos. São chamados de Três Tesouros porque jamais perderão a grandiosidade do seu valor. No Budismo de Shakyamuni, o Tesouro do Buda é Shakyamuni, o Tesouro da Lei são os vinte e oito capítulos do Sutra do Lótus e o Tesouro da Ordem (Budista) é o bodisatva Jogyo. No Budismo de Nichiren Daishonin, o Tesouro do Buda é Nichiren Daishonin, o Tesouro da Lei é o objeto de devoção (Gohonzon) e o Tesouro da Ordem (Budista) é Nikko Shonin, sucessor imediato de Nichiren Daishonin. Daishonin é o buda eterno que incorpora as três virtudes de soberano, mestre e pais. Ele enfrentou incontáveis perseguições a fim de abrir o caminho direto para o estado de buda para todas as pessoas. O Tesouro da Lei corresponde ao Gohonzon, a manifestação da vida eterna do Buda. É também a entidade do Buda da unicidade de pessoa (Nichiren Daishonin) e Lei (Nam-myoho-renge-kyo) e possui incontáveis outras virtudes insondáveis. Nichiren Daishonin transferiu seus ensinamentos a seu sucessor imediato, Nikko Shonin. Dos seis sacerdotes seniores que juraram proteger o budismo após a morte do Buda, somente Nikko Shonin compreendeu totalmente a profundidade da iluminação de Nichiren Daishonin. Suportando bravamente as terríveis pressões, ele preservou os ensinamentos de Nichiren Daishonin com sua pureza e assegurou a transmissão deles para as futuras gerações. Assim, Nikko Shonin é reverenciado como Tesouro da Ordem (Budista). Em sentido mais amplo, todos os que creem no budismo e o propagam podem ser considerados como o Tesouro da Ordem (Budista). De toda forma, conhecer os princípios budistas, como os Três Tesouros, é fundamental para discernir o correto caminho da prática do budismo. Somente com a visão ampliada pela sabedoria e pela benevolência visando livrar as pessoas do sofrimento é que se consegue ampliar o caminho para o kosen-rufu mundial. E esse é o desejo e o decreto do buda Nichiren Daishonin. Na história da Soka Gakkai, devido aos sucessivos presidentes que compreenderam o real signifi-cado dos Três Tesouros do Budismo de Nichiren Daishonin e os protegeram pondo em risco a própria vida, é que inúmeras pessoas abraçaram o Gohonzon e despertaram para a natureza de buda existente na vida. Assim, o correto caminho da fé para os membros da Soka Gakkai é proteger esses Três Tesouros. Fontes: Brasil Seikyo, ed. 2.048, 21 ago. 2010, p. A7. Idem, ed. 1.696, 19 abr. 2003, p. A5. Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 722, 2020. Ilustração: GETTY IMAGES
10/08/2023
Encontro com o Mestre
BS
Com plena energia vital, comece a partir da oração
O que é importantepara uma vida feliz e de vitórias?É o ato de recarregar plenamentea energia vital,a cada dia e a cada momento.A chave para isso é a fé.É a oração com seriedade.O importante é o gongyo da manhã.O gongyo da manhã desperta a vida,é a fonte que faz levantaro brilhante sol no seu interior.Ao começar o dia com esse grandiosolocal do despertar da vida,esse dia se preenche com a refrescanteatmosfera da manhã, ese pode registrar o primeiro passoda perfeição e do crescimento certeiros.O gongyo possui a função depôr a vida em ordeme de ajustá-la.Ele organiza a trajetória paraque não entre na direção da infelicidade.Além disso, a recitação do daimokutorna-se a poupança da boa sorte.Assim como a chuva revive o verde do gramado,a recitação revitaliza e abre a vida ativamente,edificando uma perfeita conclusão.Por isso, por toda a vida,não se deve afastar do Gohonzon.A pessoa que recita daimoku é vitoriosa.As divindades celestiais se reúnem sucessivamenteem torno das pessoas que recitam daimoku até o fim.A pessoa é conduzida rumo à suprema felicidade.Não há nada que supere o daimoku.Oração é luta.Se duvidar e não pô-la em prática,acabará reprimindo o poder extraordinário do Buda.Oração é vigor.Por favor,tal como o galopar do corcel branco pelos céus,avancem juntos, vigorosamente, nas atividades do kosen-rufu,repletos de energia vital,fazendo reverberar as vozes do daimoku,leves e refrescantes. Publicado no Seikyo Shimbun de 23 de julho de 2023. No topo: As pétalas prateadas banhadas pela luz solar entre as árvores parecem ainda mais refrescantes e brilhantes. Ikeda sensei aponta a câmera fotográfica para a ipomeia japonesa (asagao), que anuncia mais um dia de verão, neste mês [julho de 2023], em Tóquio. A ipomeia japonesa aguarda pacientemente o sol se levantar e floresce perto do amanhecer. É desejável que nós também iniciemos o dia com uma sonora oração, imbuídos de energia vital, que se assemelha ao levantar do sol da manhã. Nichiren Daishonin afirma: “Manhã após manhã nos levantamos com o Buda, noite após noite nos deitamos com o Buda”.1 A recitação do gongyo e do daimoku da manhã e da noite é o melhor ritmo para vencer o dia, o ano e a vida toda. Com base na forte oração, e prestando atenção à saúde, vamos aproveitar prazerosamente a temporada perfeita para a criação de valor e para o aprimoramento físico e mental. Nota: 1. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, 2004. p. 83.
10/08/2023
Frase da Semana
BS
Frase da Semana
Nós somos bodisatvas da terra. Perseverem na prática altruística em sua honrosa terra da missão. Ações em prol de outras pessoas tornam-se a própria riqueza e virtude. Dr. Daisaku Ikeda Publicada no jornal Seikyo Shimbun em 30 de julho de 2023.
10/08/2023
Especial
BS
Vencer junto com o mestre
Foi em 14 de agosto de 1947 que o jovem Daisaku Ikeda conheceu o Budismo de Nichiren Daishonin numa reunião de palestra. Ele havia recebido um convite de dois amigos para participar de uma explanação sobre “filosofia de vida”, conduzida pelo professor Josei Toda, o qual, mais tarde, se tornou o segundo presidente da Soka Gakkai. Dez dias depois daquele encontro, Ikeda sensei recebeu o Gohonzon, iniciando uma grandiosa jornada no movimento pelo kosen-rufu. Era uma noite tranquila, porém quente e úmida, de verão. A vizinhança estava quieta e as famílias provavelmente tinham acabado de jantar. Notava-se, porém, uma movimentação de várias pessoas pelas ruas escuras que se dirigiam à residência da família Miyake, no bairro de Ota, em Tóquio, para participar de uma reunião de palestra da Soka Gakkai. Mesmo sofrendo com tuberculose e febre persistente, o jovem Daisaku Ikeda, na época com 19 anos, decidiu aceitar o convite dos amigos para ir à reunião, movido pela esperança de encontrar um direcionamento para sua vida em meio às circunstâncias em que vivia. Daisaku Ikeda chegou ao local por volta das 20 horas. Enquanto tirava os sapatos na entrada, percebeu uma voz rouca, mas vigorosa, vinda do interior da casa. Era a primeira vez que ouvia Josei Toda. Ele explanava o escrito Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra, em que Nichiren Daishonin proclama sua extraordinária filosofia para a concretização de uma sociedade pacífica. Ikeda sensei relembra esse momento: O Sr. Toda, meu mestre, aguardava-me como um pai afetuoso. Foi um momento solene, eterno, que abarcou as três existências. Foi o dia do juramento — o meu — de me tornar discípulo do Sr. Toda e de devotar minha vida ao kosen-rufu. (...) Na explanação que ele fez nessa primeira vez que participei numa reunião, o Sr. Toda imprimiu forte paixão e determinação num alerta às pessoas. Foi um rugido do leão proclamando a essência do Budismo de Nichiren Daishonin. A explicação do Sr. Toda não era de um budismo antiquado e ultrapassado. Revelava um caminho grandioso com a promessa de um futuro brilhante, que transbordava convicção e dinamismo. (...) Após concluir sua explanação, o Sr. Toda iniciou um diálogo informal. (...) Não demonstrou a mínima atitude de superioridade pretensiosa e arrogante que muitos falsos líderes políticos e religiosos exibem. Estava sendo ele mesmo. Embora aquele fosse o nosso primeiro encontro, senti-me à vontade para fazer qualquer pergunta que guardava em meu jovem coração. Lembro-me de ter arriscado, com certa intensidade, esta questão: “Senhor, qual é o modo correto de vida?”. O Sr. Toda me deu uma resposta clara, com plena convicção, isenta de qualquer jogo intelectual ou desonestidade que obscurecesse o verdadeiro ponto de minha pergunta.1 Em determinado momento, o jovem Ikeda contemplava algo, com olhares atentos, o que deixava sua face inteiramente corada. Parecia estar impaciente, desejando pronunciar algo novamente. De súbito, levantou-se decidido e externou: — Sensei, muito obrigado. Há um antigo ditado que diz: “Faz bem pensar mais uma vez, mesmo que concorde. É bom pensar novamente, mesmo que discorde”. Acreditando nas palavras do senhor ao me sugerir que como jovem estudas-se e colocasse em ação, gostaria de segui-lo e me empenhar nos estudos. Nesse momento, gostaria de expressar meu sentimento de gratidão com um poema, embora não tenha nenhuma habilidade e tenha sido de improviso...2 Josei Toda concordou em silêncio. O rapaz fechou levemente os olhos e começou a declamar com voz sonora: Ó viajante!De onde vens?E para onde irás?A lua desceno caos da madrugada;mas vou andando,antes de o Sol nascer,à procura de luz.No desejo de varreras trevas de minh’alma,a grande árvoreeu procuroque nunca se abalouna fúria da tempestade.Neste encontro ideal,sou eu quemsurge da terra!3 Todos ficaram surpresos. Para Josei Toda, especialmente, a última frase soou de forma muito significativa. “Sou eu quem surge da terra!” — era a missão dos bodisatvas da terra que surgiram nos Últimos Dias da Lei para propagar o ensinamento do budismo. Ikeda sensei recebeu o Gohonzon e se converteu ao Budismo Nichiren em 24 de agosto de 1947. Embora sua família, a princípio, não fosse a favor de sua prática, o jovem não hesitou por depositar confiança em Josei Toda. Em pouco mais de dez anos de convívio, mestre e discípulo tiveram uma existência em perfeita harmonia e união, conquistando grandes feitos como a conversão de 750 mil famílias ao budismo, a Declaração pela Abolição das Armas Nucleares, em 1957, e a Cerimônia do Kosen-rufu, realizada em 16 de março de 1958. Após o falecimento de Josei Toda, em 1958, Ikeda sensei assumiu a terceira presidência da Soka Gakkai em 3 de maio de 1960. Em outubro desse ano, partiu para a primeira viagem ao exterior a fim de propagar o budismo em diversos países, entre eles o Brasil. Desde essa ocasião, vem se empenhando incansavelmente para cumprir os ideais do seu mestre e impulsionar o movimento pelo kosen-rufu. Passados 76 anos desde o primeiro encontro entre Daisaku Ikeda e Josei Toda em uma reunião de palestra da Soka Gakkai, a correnteza da propagação do Budismo de Nichiren Daishonin ampliou-se em nível mundial, mantendo a essência do diálogo de vida a vida e da relação de unicidade de mestre e discípulo a partir de suas organizações de base. O ato de compartilhar a prática budista com nossos familiares, amigos e demais pessoas do nosso convívio, ou seja, a realização do shakubuku, possui profundo significado e valor, pois os capacita para vencer quaisquer dificuldades, construir uma vida de felicidade inabalável e contribuir para a edificação de uma sociedade de paz. No topo: ilustração retrata Josei Toda, à esq., e o jovem Daisaku Ikeda. Unidos pelo ideal do kosen-rufu, mestre e discípulo enfrentam inúmeros desafios com a coragem e o ímpeto do rei leão Ilustração: Kenichiro Uchida Fontes: Brasil Seikyo, ed. 2.615, 16 jul. 2022, p. 8-9. IKEDA, Daisaku. Emergindo da Terra. Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 187-207, 2022. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Pilares de Ouro Soka. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, p. 51 a 55, 2022. 2. Idem. Emergindo da Terra. Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 205, 2022. 3. Ibidem, p. 206.
10/08/2023
Especial
BS
Triunfo dos pilares de ouro Soka
A data que marca a conversão do presidente Ikeda ao Budismo de Nichiren Daishonin, em 1947, foi adotada como Dia da Divisão Sênior, por seu profundo significado. A oficialização ocorreu em 1976, na comemoração do décimo aniversário de fundação da divisão. Na ocasião, ficaram evidentes a base e a missão dos seus membros — caminhar ao lado de Ikeda sensei, com a responsabilidade de liderar as atividades pelo kosen-rufu, e ser exemplo para as demais divisões. Todos reconfirmaram as diretrizes eternas lançadas dez anos antes, quando da fundação da Divisão Sênior (DS) em 5 de março de 1966, reunindo 750 representantes. Então, estas três diretrizes eternas são a base de atuação dos componentes da DS: 1) Ser vitorioso no local de trabalho. 2) Ser um líder que contribui para o bem-estar da comunidade. 3) Ser um pilar de confiança na organização. Conforme consta no capítulo “Coroa de Louros” do romance Nova Revolução Humana, a fundação da Divisão Sênior teve origem em um projeto do presidente Ikeda de promover a sintonia entre os veteranos e os jovens no processo de desenvolvimento da Gakkai. Ele desejava que o potencial dos jovens como força propulsora das atividades fosse desenvolvido e bem direcionado por meio da experiência e da seriedade dos membros da DS. Na reunião de fundação, ele disse: O avanço da Soka Gakkai é desenvolvido com a cooperação entre as divisões. Entretanto, da mesma forma como o marido ou o pai é o pilar da família, a Divisão Sênior é a principal responsável pelo progresso da nossa organização. No distrito, é a responsável pelo distrito; na comunidade, é a responsável pela comunidade. Naturalmente, a Divisão Sênior vai se preocupar em desenvolver seus membros, mas não poderá pensar que é uma divisão como as outras. Terá a missão de manter a harmonia entre as divisões e proteger com responsabilidade a Gakkai e seus integrantes.1 A BSGI foi a primeira organização fora do Japão a ter uma Divisão Sênior. No dia 5 de março de 1982, quando se comemoravam dezesseis anos de fundação da DS da Soka Gakkai, sem que ninguém esperasse, o presidente Ikeda anunciou a possibilidade de o Brasil fundar a própria estrutura. Assim, a data de 5 de março é oficialmente considerada como a da fundação da Divisão Sênior da BSGI. No entanto, devido aos preparativos para se estabelecer uma estrutura para a nova divisão, a reunião ocorreu em 4 de abril do mesmo ano. Os integrantes da Divisão Sênior carregam a missão fundamental de proteger a organização e proporcionar as condições necessárias para o florescer de pessoas valorosas que impulsionam o avanço do kosen-rufu, enquanto se desenvolvem como verdadeiros pilares de ouro que comprovam os ideais do Mestre. No topo: participantes da Conferência de Líderes dos Leões e Pilares de Ouro Soka, realizada no Centro Cultural Campestre da BSGI (Itapevi, SP, 4 jun. 2023) Foto: BS Fonte: Brasil Seikyo, ed. 1.643, 9 mar. 2002, p. A7. Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Coroa de Louros. Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 10, p. 258, 2019.
10/08/2023
Relato
BS
O poder da determinação
Sou Jorge Maciel, 55 anos, e divido com vocês um ponto primordial que se fixou em meu coração há trinta anos, mudando minha jornada de vida. Pratico o budismo desde 1980; e, em 1993, era um jovem estudante de engenharia com muitos sonhos e objetivos na vida. Tive a imensa boa sorte de receber Ikeda sensei como integrante da Orquestra Filarmônica Brasileira do Humanismo Ikeda (OFBHI), tocando tuba sinfônica (doada por ele à Filarmônica), em uma apresentação no Centro Cultural Campestre da BSGI, em Itapevi, SP, em fevereiro daquele ano. Lembranças marcantes da quarta visita do Mestre ao Brasil, ocasião em que houve a fundação oficial do grupo e nos possibilitou ouvir palavras de encorajamento que se tornaram um divisor de águas. Determinei romper os grilhões do carma, com base na prática da fé. Em 2002, fui ao Japão renovar minha decisão de luta conjunta, e três anos depois minha trajetória profissional ganhava novos contornos. Uma promoção na empresa na qual trabalhava me levou até Catalão, no estado de Goiás, e deixei para trás a cidade de São Paulo, SP, base de minha criação. Levei no peito o direcionamento recebido de um grande veterano sobre a importância de abrir novos caminhos para a paz e a felicidade das pessoas, onde quer que eu estivesse. Os desafios acompanham. Em 2006, em meio a um movimento intenso de propagação do budismo na localidade, o carro em que minha esposa, Zilda, estava colidiu com uma carreta na estrada entre Uberlândia, MG, e Catalão, GO. Os médicos envolvidos no resgate não acreditavam que ela sobreviveria, pois apresentava muitas fraturas expostas, traumatismo craniano e hemorragias diversas. Um deles chegou a me dizer que, se ela sobrevivesse, teria de amputar as pernas. Em casa, fiz cerca de nove horas de daimoku (recitação do Nam-myoho-renge-kyo) pela recuperação imediata dela. Voltando ao hospital, percebi uma mudança em seu aspecto. Conversando com os médicos, um deles disse: “É realmente incrível! Durante esta noite, todo o organismo desta paciente entrou em harmonia e tudo passou a funcionar normalmente”. A partir dessa grandiosa comprovação da prática da fé, várias pessoas da localidade quiseram conhecer a magnífica oração recitada em minha casa e, daí em diante, as conversões ao Budismo de Nichiren Daishonin foram acontecendo uma após outra; oito anos depois nascia um distrito. No trabalho, depois de dezessete anos como executivo, fui demitido. Mesmo em meio a imensas dificuldades, em 2018, participei de um curso de aprimoramento no Japão. Hora de reconfirmar o juramento. Em um curso de aprimoramento no Japão. Aprendi na Soka Gakkai a buscar formas efetivas de concretizar os objetivos, por mais desafiadores que eles parecessem. Investi nos estudos para me colocar à altura da conquista profissional que abrisse caminhos de felicidade para minha família e para o movimento pelo kosen-rufu. No período da pandemia, lancei-me a uma pós-graduação na área de engenharia, além de aprimorar a língua inglesa. Entrou 2021 e meu principal objetivo era chegar em 24 de agosto, Dia da Divisão Sênior (DS) e marco da conversão do presidente Ikeda ao budismo, com uma grandiosa vitória junto com meus companheiros da Sub. Triângulo Mineiro. Com base em intenso daimoku, na tarde do dia 24 de agosto daquele ano recebi um comunicado de minha aprovação para a função de gerente de suprimentos de um dos maiores grupos do agronegócio e geração de energia renovável da América Latina. Minha base de trabalho seria São Paulo, e a família permaneceria em Catalão, unida mais que nunca pela prática da fé e pelas orientações do Mestre. Entramos no ano 2022 com vitória total. Porém, em fevereiro, uma tremenda dor no peito quase me levou ao desmaio. Estava em um processo de cetoacidose diabética a 410 mg/dL de glicose, o que causou um descompasso coronário. Foi realizado o cateterismo e, para surpresa de todos, somente uma artéria estava obstruída. Vitória! Esse acontecimento nos fez refletir, em família, que era o momento de estarmos juntos. A organização em Catalão estava se desenvolvendo bastante. Nos últimos anos, de uma RM ampliou-se para uma subcoordenadoria com cinco RM. Decidimos então voltar à nossa terra natal, o estado de São Paulo, optando pela cidade de Mogi das Cruzes. Minha transferência para a organização local já foi efetivada, mas, por enquanto, sigo atuando na liderança da Sub. TM. Atividade em Uberlândia, MG Hoje, desfruto muita saúde e com muitas vitórias. Minha mãe, já falecida, foi uma grande veterana. Meus três irmãos, Julio, Angélica e Moacyr Jr., seguem firmes na prática; e meu pai, Moacyr, me inspira sempre: aos 87 anos, cursa atualmente sua 13ª graduação. Minha esposa, Zilda, mantém seu consultório de psicologia em pleno funcionamento de forma on-line. Nosso filho André Yuri, que se formou na segunda turma do Colégio Soka, faz faculdade e estagia em uma grande empresa; e nossa filha, Larissa, está com toda a energia de seus 11 anos. Oramos todos os dias juntos, com muita alegria. Jorge em família, ao lado da esposa, Zilda, e dos filhos André Yuri e Larissa. Esses trinta anos foram intensos. Agradeço aos meus queridos companheiros da Gakkai e afirmo que a maior de todas as alegrias é ter vivido todos esses anos tendo o presidente Ikeda como mestre. Encerro com um trecho de uma de suas preciosas orientações: Não se preocupem com o que aconteceu até agora; o passado é passado. Ao contrário, concentrem-se em como abrir o caminho para o avanço e o autoaprimoramento, o crescimento e o desenvolvimento, a partir do momento presente até o futuro. Esse é o início do drama da revolução humana.1 Muito obrigado! Jorge Luiz Lopes Maciel é responsável pela Subcoordenadoria Triângulo Mineiro (CRE Leste), CGRE, e reside atualmente em Mogi das Cruzes, SP. Fonte: 1. Brasil Seikyo, ed. 1.714, 6 set. 2003, p. A3. Fotos: Arquivo pessoal
10/08/2023
Especial
BS
Ao ritmo de contínuas vitórias
Em sua quarta visita ao Brasil, em 1993, o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, expressou: “O coração do kosen-rufu do Brasil — o Rio de Janeiro — venceu gloriosamente”.1 Foi um caloroso e inesquecível incentivo que criou ondas sucessivas de vitórias na vida dos integrantes da BSGI da localidade. Atualmente, a Coordenadoria-Geral do Estado do Rio de Janeiro (CGERJ) abrange mais de mil blocos e quatrocentas comunidades. Mas a jornada do movimento pelo kosen-rufu na região começou com a árdua dedicação de alguns poucos pioneiros. Eram os componentes das primeiras famílias de imigrantes japoneses, membros da Soka Gakkai, nos anos 1960, que chegaram à Cidade Maravilhosa e venceram inúmeras dificuldades, entre elas a barreira do idioma, para propagar o Budismo de Nichiren Daishonin. Essa saga está retratada no volume 11 do romance Nova Revolução Humana, de autoria de Ikeda sensei, e simbolizada pelos esforços do casal Masatada e Misako Kohno, primeiros praticantes residentes no Rio de Janeiro. Em um trecho da obra, durante a sua segunda visita ao Brasil, em 1966, Shin’ichi Yamamoto (pseudônimo do presidente Ikeda no romance) vai à cidade pela primeira vez. No alto do morro do Corcovado, ele incentiva o casal Kohno: A organização do Rio de Janeiro é ainda pequena, porém, se vocês empreenderem todos os esforços, recitando firmemente o daimoku, ela certamente atingirá um grande progresso. É fundamental que não se esqueçam da decisão de avançar, de crescer e de vencer a cada dia. Assim, criarão uma magnífica história na vida, sem motivos para se arrependerem mais tarde. Para isso, é importante que perguntem a si mesmos: “o que eu posso fazer agora?”, “como devo atuar no dia de hoje?” Com isso em mente, mantenham sempre o desafio de dedicar-se ao máximo em prol do kosen-rufu.2 Ilustração retrata momento em que o presidente Ikeda dialoga com pioneiro da BSGI durante uma visita à capital fluminense em 1966 Dezoito anos depois, o presidente Ikeda retornou ao Brasil, em 1984, e constatou que o número de famílias praticantes do Rio, que em 1966 era de 166, havia atingido 6 mil. Foi um avanço grandioso alcançado devido ao empenho incansável de gerações de praticantes com base na unicidade com o Mestre. Assim como o ritmo vibrante e cadenciado do samba, o movimento em prol do kosen-rufu da BSGI na cidade e em todo o estado do Rio de Janeiro seguiu ininterrupto, levando a filosofia humanística do Budismo de Nichiren Daishonin ao povo carioca e fluminense. Em 1992, por ocasião da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Eco-92), a BSGI realizou, na cidade, o Festival Eco Cultural Rio-92 e também a Exposição sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Em meio aos desafios da vida diária, a atuação dos membros da organização, alicerçada na prática budista e nas orientações de Ikeda sensei, cada qual divulgando os ideais da Soka Gakkai em seu campo de atuação, resultou no reconhecimento e na confiança da sociedade brasileira. Como fruto desses esforços, o presidente Ikeda e sua esposa, Kaneko, receberam mais de 150 homenagens governamentais, de instituições de ensino e de outras entidades. Durante a sua quarta visita ao nosso país, em 1993, no Rio de Janeiro, o presidente Ikeda recebeu o título de sócio correspondente da Academia Brasileira de Letras, o de doutor honoris causa da Universidade Federal do Rio de Janeiro3 e a medalha da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). E ainda, os membros viveram momentos dourados ao lado de Ikeda sensei, nesse período, recebendo inestimáveis incentivos e importantes direcionamentos para a condução do movimento pelo kosen-rufu. A ocasião também foi marcada pelas denominações oferecidas pelo Mestre de “Josho Rio” (Rio de Contínuas Vitórias) e “Rio, Number One” (Rio, Primeiro do Mundo), verdadeiras diretrizes de avanço ininterrupto. Neste ano, foi realizada a 7a Reunião Nacional de Líderes da BSGI rumo a 2030 no Centro Cultural do Rio de Janeiro,4 quando os membros da CGERJ e de toda a BSGI se uniram para levar avante as atividades do segundo semestre, com ênfase nas iniciativas na organização de base. Participantes da 7a Reunião Nacional de Líderes da BSGI, realizada no Centro Cultural do Rio de Janeiro (maio 2023) Com o olhar no futuro, os companheiros do Rio de Janeiro lançaram-se a novos desafios, percorrendo a estrada de mestre e discípulo ao som da inesquecível canção Saudação a Sensei, que nasceu em terras cariocas e se espalhou pelo Brasil e pelo mundo: “Sensei, o nosso sonho está realizado com vossa presença no Brasil...” E como está sendo a luta pelo kosen-rufu em sua localidade ao lado do Mestre? Visando os setenta anos de fundação da BSGI e o centenário da Soka Gakkai em 2030, vamos, em nossos respectivos campos de atuação, comprovar a força da prática budista na própria vida e construir uma sociedade de paz a partir da nossa família, do local de trabalho e da comunidade local. Representantes da BSGI do Rio de Janeiro contam suas conquistas ao comprovarem a força do Budismo Nichiren e concretizarem os ideais do Mestre Inspirar as pessoas ao redor Encontrar um mestre na juventude e comprovar a força de um juramento são motivos da maior honra para mim. Cheguei até aqui pelo Mestre, que não tive oportunidade de conhecer pessoalmente, encontrado nas minhas decisões diárias de ser cada vez melhor. Eu era menor de idade quando conheci o budismo há vinte anos. Levei dois anos para que meus familiares, que não aceitavam minha prática, vissem, por meio da mudança que tive, o poder transformador da prática do Nam-myoho-renge-kyo e das sinceras companhias que passaram a fazer parte da minha vida. O ambiente Soka é algo extraordinário, bem como o próprio coração do Mestre de abraçar os jovens e lhes dizer quão grandiosos são. E assim foi comigo. Nesses dezoito anos como membro da organização, muitas transformações ocorreram. De uma jovem cujo empenho nunca faltou, aprendi a sonhar alto: eu me formei, fiz duas pós-graduações, um mestrado e estou finalizando o doutorado. Assim, como professora, pude voltar à instituição que estudei, pondo em prática tudo o que aprendi nesse maravilhoso treinamento recebido, sobretudo como integrante do grupo Cerejeira por onze anos, ao lado também dos meus companheiros da organização local. Fui ao Japão com o Departamento de Relações Públicas da BSGI, em 2015, vivendo momentos inesquecíveis da história da Gakkai e do sensei. Aprendi com o Mestre a não medir esforços em tocar o coração do outro. Por isso, nesses anos realizei 47 shakubuku, apresentando-lhes esta filosofia grandiosa. Preenchendo minha vida com o juramento seigan, transbordo amor aos membros, aos meus alunos, a cada pessoa que encontro, cumprindo a minha missão, vencendo e inspirando a todos. Não existe alegria maior. Avante! Monique Bezerra da Silva Responsável pela Divisão do Jovens da Sub. Barra da Tijuca. Professora do ensino superior *** Esperança e alegria Passa um filme em minha mente ao falar da minha vida antes de ingressar na Soka Gakkai e conhecer o presidente Ikeda, meu mestre da vida. Encontrei este maravilhoso budismo quando estava com 34 anos, em 1987, e vivenciava muito sofrimento. Tive de comprovar tudo com relação à família: desarmonia, alcoolismo, condições financeira precárias. Minha mãe era de outra religião, mas se encantou com o que dizia o presidente Ikeda. Seis anos depois de me converter ao budismo, fiquei sabendo que assistiria à posse dele como membro correspondente da Academia Brasileira de Letras (ABL). Eu mal tinha o dinheiro do transporte para ir até lá. Minha mãe, que estava internada na época, me disse, antes de eu seguir: “Ele é um homem muito sábio”. Misticamente, voltei em junho último na comemoração dos trinta anos da posse do Mestre na ABL. Agora em outra condição, vitoriosa e feliz pelas inúmeras conquistas. Sempre trabalhei, superei várias dificuldades. Apresentei o budismo para diversas pessoas, que, ao me verem transformar aquelas condições desfavoráveis de antes, passaram a acreditar na força do budismo. Sou de origem modesta, mas, com a força da recitação do Nam-myoho-renge-kyo, realizei o sonho de me formar em administração de empresas na faculdade. A Gakkai é minha vida. E busquei estar continuamente na sintonia do Mestre, tendo em mãos o Brasil Seikyo, que leio com o coração desde a inesquecível primeira reunião que participei há quase quarenta anos. Que orgulho, quanta gratidão! Hoje, sou aposentada e dedico meus dias a ajudar os familiares e amigos que precisam, levando os incentivos de Ikeda sensei. Tenho me empenhado nas atividades da Academia Magia da Leitura, por ser a educação o último empreendimento da vida do Mestre. Se é objetivo dele, é meu também! Nos últimos dois anos, sofri muitas perdas; em curto espaço de tempo, levaram-me dois irmãos, um sobrinho e meu marido, entre outros. No entanto, unindo forças com os companheiros da BSGI, venho superando e avançando determinada, corajosa e com o coração ligado ao do Mestre. O Rio de Janeiro é minha cidade, e aqui vamos construir juntos a organização da vitória absoluta. Ikeda sensei, conte comigo! Jorgina Fátima da Silveira Dutra Conselheira da RM Valqueire, Sub. Méier. Aposentada *** Juramento por toda a vida Em 1993, eu era um jovem rapaz de 21 anos, membro da banda masculina Taiyo Ongakutai e da Divisão dos Universitários do Rio de Janeiro. Quanta emoção e entusiasmo ao recebermos o presidente Ikeda no Rio! Sou fukushi (quem nasce numa família budista) e seria a primeira vez que estaria diante do Mestre. Finalmente encontrei Ikeda sensei, que sempre cuidou de mim, embora de longe, mas sempre muito perto do coração. Como membro do Taiyo Ongakutai, pude soprar minha flauta transversal, cheio de emoção e com forte determinação de realizar o juramento ao Mestre de sempre me manter no caminho do kosen-rufu, sem jamais traí-lo e aos companheiros. Foi extraordinário me superar para tocar dignamente e poder impulsionar minha vida a evoluir em meio a tantos desafios e incertezas de um jovem. Era aluno da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro e atuei, mais uma vez, nos preparativos para a concessão do título de doutor honoris causa da UFRJ ao Mestre. Estava no corre-dor, sensei passou por mim e se curvou, colocando a mão no peito, como um gesto de respeito e gratidão a todos que se encontravam ali. Que humildade! Que sentimento de um homem simples e honrado! Mais uma vez, olhando com sincera gratidão para ele, fiz meu juramento como aluno universitário daquela casa do saber. Quanto a realizar ainda pelo kosen-rufu do Rio, do Brasil e do mundo! Também assisti à sua posse na Academia Brasileira de Letras. Quanto orgulho! Quanta honra! Que felicidade! Meu mestre sendo o primeiro oriental a receber esse título na maior casa das letras e da literatura do nosso país. Sem me dar conta, o tempo passou, o juramento se fortaleceu. Encontrei-me com o Mestre em 2001, no Japão, como membro do Grupo Seigan, eternizando meu juramento de jamais abandonar a prática da fé, a Gakkai e os companheiros. Hoje, como sênior de 51 anos, sou educador, empresário da educação, da cultura e da preservação do meio ambiente, além de ter me tornado poeta, escritor, membro e presidente da Academia Duquecaxiense de Letras e Artes, da qual Ikeda sensei se tornou sócio correspondente em dezembro de 2010. Ainda tenho muito a fazer, mas mantenho a chama forte e viva do juramento ao Mestre, que jamais será apagada, construindo sempre o amanhã junto com sensei! Sidney de Oliveira Silva Vice-responsável pela Sub. Grande Rio. Empresário e professor No topo: Convenção Comemorativa do 32o Aniversário pelo Movimento do Kosen-rufu no Rio de Janeiro com a presença do presidente Ikeda (13 fev. 1993) Ilustração: Kenichiro UchidaFotos: Seikyo Press / BS / Colaboração local Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.168, 23 fev. 2013, p. B5. 2. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 11, p. 27-28, 2019. 3. Saiba mais no Brasil Seikyo, ed. 2.407, 17 fev. 2018, p. C2-C3. 4. Saiba mais no Brasil Seikyo, ed. 2.634, 13 maio 2023, p. 8-9.
10/08/2023
Caderno Nova Revolução Humana
BS
Força e diálogo para criar a época
PARTE 33 Sob a referência da justiça divina, a Divina Comédia, de Dante, descreve o resultado cruel no mundo após a morte decorrente da inveja, da enganação, da arrogância, da violência, da mentira, da traição, entre outras. Pode-se dizer que é uma obra literária de luta contra todos os tipos de males que conduzem o homem à infelicidade. Por mais que conquiste posição social, fama ou fortuna, enquanto não resolver a questão da morte, o ser humano não consegue estabelecer a felicidade nem o verdadeiro modo de viver. Pode-se dizer que a distorção da época atual é resultado da busca desenfreada pelos desejos de curto prazo, fugindo da questão mais importante do ser humano que é a morte. Shin’ichi tinha forte convicção de que a nova Renascença da vida só aconteceria a partir do despertar das pessoas para a grande Lei da eternidade da vida chamada budismo. Shin’ichi criou, ainda, um momento de diálogo com os jovens, dirigindo-se até as colinas de Fiesole, na periferia de Florença: — O budismo dá uma grande importância ao diálogo. Está no extremo oposto da submissão das pessoas por meio do poder e do autoritarismo religioso. Shakyamuni elucidou a Lei pelo diálogo. E Nichiren Daishonin também deu a máxima importância ao diálogo. A reunião de palestra da Soka Gakkai também é realizada herdando esse espírito. Bem, se tiverem algo que queiram saber, perguntem sem cerimônias. Com brilho nos olhos, os jovens perguntaram a Shin’ichi sobre temas como teoria de Dante, princípios da “unicidade da vida e seu ambiente” (esho-funi) e “simultaneidade de causa e efeito” (inga-guji). Quando diminuíram as perguntas, Shin’ichi disse avistando a cidade que se estendia no horizonte: — Certamente virá o dia em que as chamas da Lei Mística brilharão nas janelas de muitas casas que enxergamos daqui. A época do kosen-rufu já chegou. Agora é o momento de todos se levantarem sós munidos de coragem. Quando Toda sensei tomou posse como segundo presidente da Soka Gakkai, o número de membros não passava de 3 mil. Porém, os jovens que despertaram para a missão de luta conjunta de mestre e discípulo se levantaram e, em menos de sete anos, a Soka Gakkai concretizou o empreendimento da vida do mestre, de 750 mil famílias praticantes. Essa foi a vitória do resoluto diálogo. Nós tínhamos a grande convicção no budismo. Todos se empenharam no estudo do budismo e falaram com raciocínio lógico sobre os princípios de forma clara. Havia uma abundante paixão. O diálogo une os corações e se torna a força para criar a época. PARTE 34 Na tarde do dia 2 de junho, Shin’ichi Yamamoto despediu-se de cerca de cem membros que se juntaram na estação central de Florença, e embarcou no trem com destino a Milão. No lado de fora das janelas, via-se o rosto de muitos jovens que pareciam relutar a despedida. Em um diálogo sem palavras, Shin’ichi trocava os olhares através do vidro com o sentimento de “conto com vocês; é a época de vocês”. O trem começou a se movimentar. Todos acenavam intensamente. Seus olhos estavam marejados. Shin’ichi também continuou acenando. Quando os jovens se levantam, o portal do futuro se abre. Observando a cidade de Florença, ele sentiu como se ouvisse o altivo ressoar do sino do alvorecer, anunciando a Renascença do século da vida. Os jovens daquela época cresceram vigorosamente e passaram a contribuir enormemente em prol da sociedade italiana. Em julho de 2016, 35 anos depois, o governo da República da Itália e o Instituto Budista Italiano Soka Gakkai firmaram o acordo de cooperação religiosa Intesa. Essa era, de fato, a prova da confiança da sociedade. Shin’ichi chegou a Milão e, no dia 3, visitou Carlo Maria Badini, superintendente do Teatro alla Scala que se orgulha pela sua tradição e história de mais de duzentos anos. E, conduzido pelo superintendente, realizou uma visita de cortesia ao prefeito Carlo Tognoli no prédio da prefeitura de Milão, localizado em frente ao teatro. Na verdade, estava prevista para outono daquele ano a apresentação no Japão do Teatro alla Scala a convite da Associação de Concertos Min-On e de outras associações. Essa apresentação que reúne um total de cerca de quinhentos integrantes seria numa escala sem precedentes. Seguindo à exibição da Ópera Estatal de Viena, realizada no ano anterior, havia uma enorme expectativa dessa apresentação no Japão do mais proeminente grupo de ópera do mundo. Na ocasião do encontro, o prefeito Tognoli outorgou a medalha de prata da cidade para Shin’ichi. E, também, no Teatro alla Scala, dialogou com o superintendente Badini e com o diretor artístico Francesco Siciliani. O superintendente afirmou: — Enaltecendo plenamente o valor do nome do Teatro alla Scala como também da Associação de Concertos Min-On, entidade musical de âmbito internacional, realizaremos a melhor apresentação. Em sua fisionomia, notava-se uma decisão incomum para a apresentação no Japão. A tradição não é criada meramente pela passagem dos anos. Os seguidos desafios de sempre fazer o melhor, sem compromisso, cultivam o nobre acúmulo de experiências ano após ano. PARTE 35 O superintendente prosseguiu: — Sem o esforço do presidente Yamamoto, essa apresentação não seria realidade. Relembrando, as negociações para realizar a apresentação do Teatro alla Scala no Japão haviam sido iniciadas pelo diretor responsável pela Min-On, Eisuke Akizuki, há dezesseis anos quando ele visitou o teatro. Não havia exemplo anterior de uma apresentação convidando todo o grupo do Scala nem no Japão nem na Ásia. Quando tomavam conhecimento da intenção da Min-On em convidar o Teatro alla Scala, invariavelmente as pessoas do mundo cultural e artístico do Japão zombavam dizendo ser um sonho. Elas afirmavam que era impossível a Associação de Concertos Min-On ou a Soka Gakkai trazerem esse grande teatro de ópera, o melhor do mundo. Mas Shin’ichi disse a Akizuki: — Não precisa se preocupar. Sinto no Teatro alla Scala o espírito de altivo orgulho em contribuir sempre para a prosperidade da música. Não é possível que músicos herdeiros dessa tradição não se interessem pela Min-On que promove um novo e grandioso movimento musical do povo. Exatamente de acordo com essa convicção de Shin’ichi, o Teatro alla Scala manifestou concordância pela apresentação no Japão, chegando finalmente a ponto de firmar um contrato provisório. Todavia, o falecimento do superintendente da época e o afastamento do seu sucessor devido a uma doença fizeram com que o assunto não avançasse. Como fundador da Min-On, Shin’ichi veio sempre se empenhando em apoiar nos bastidores e, finalmente, foi definida a apresentação do Teatro alla Scala no Japão em outono de 1981. Desafiar persistentemente com o sentimento de avançar corpo a corpo a cada barreira encontrada. O acúmulo dessas ações faz com que se realizem empreendimentos considerados impossíveis pelas pessoas e se crie uma nova história. No dia seguinte, 4 de junho, Shin’ichi foi convidado pela Editora Mondadori e dialogou com o diretor de publicações educacionais e com outros. Essa era a maior empresa de publicações da Itália e havia um plano para editar as obras provenientes do diálogo de Shin’ichi com intelectuais do mundo em língua italiana, razão da visita desse dia. Mais tarde, essa editora publicou a Sabedoria do Sutra do Lótus, obtendo grande repercussão. Essa publicação se tornou uma força para divulgar os ideais, cultivar o diálogo espiritual e desenvolver a cultura. PARTE 36 Ao final da tarde do dia 4, Shin’ichi Yamamoto reuniu-se com cerca de cinquenta representantes jovens e estudantes na sala de conferências do hotel em que estava hospedado e realizou um diálogo sobre a prática da fé. Respondendo às perguntas dos membros, ele transmitiu orientações e incentivos. Um dos assuntos enfatizados foi o de que, mesmo com uma reforma do sistema, era imprescindível realizar a transformação da vida de si próprio. Ainda que se crie um maravilhoso sistema, quem o administra é o próprio ser humano. Se não houver o estabelecimento da filosofia da revolução humana capaz de controlar o desenfreado egoísmo, não haverá a prosperidade social no sentido verdadeiro. Shin’ichi queria que os jovens se levantassem como “cavaleiros da revolução humana” para abrir o século da vida. Além disso, na Itália, o número de membros jovens era expressivo. Assim, considerando também o pedido dos pais para que ele falasse sobre a concepção de casamento, Shin’ichi se referiu a essa questão. — Desnecessário dizer que, no casamento, o mais importante é a própria intenção. Todavia, não se pode negar que, pelo fato de ser jovem, a experiência na vida ainda é escassa e haja certa imaturidade. Portanto, gostaria de lhes afirmar que é importante receber aconselhamentos dos pais e veteranos próximos, e realizar o casamento no qual as pessoas ao redor os felicitem. Além disso, ao se casar, a pessoa compartilhará alegrias e sofrimentos por toda a vida. Na jornada da vida, não se sabe que tipo de destino e provações nos aguarda. Para que consigam superá-los a dois, além do amor, é necessário avançar com um objetivo de vida comum embasado em uma ideologia, uma filosofia e, principalmente, uma fé. Se ambos forem praticantes deste budismo, procurem se esforçar diligentemente e criem um relacionamento para polir mutuamente a fé e a personalidade. Se em virtude do namoro acabarem se distanciando da organização, perderem a alegria da fé e deixarem de progredir e se desenvolver, vocês se tornarão infelizes. Budismo é fonte da energia para superar as ondas bravias da vida. O caminho para construir a felicidade indestrutível se encontra na linha de frente das atividades da organização. O suor escorrido em prol do kosen-rufu converte-se em preciosa boa sorte, e cada passo dessa caminhada transforma nosso destino e abre a jornada da vida de alegria e de felicidade. Shin’ichi enfatizou que, por isso mesmo, jamais se deve apagar as chamas da fé. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Ilustrações: Kenichiro Uchida
10/08/2023
Matéria Grupo Coração do Rei Leão
BS
Educando os filhos na era digital
Já faz muito tempo que a tecnologia se tornou parte integrante da vida das pessoas, transformando a forma de trabalhar e a vida pessoal, beneficiando todas as gerações. Com a internet, temos amplo acesso a uma série de recursos e de informações que antes era limitada. Isso permite que exploremos vários assuntos, ampliando nosso conhecimento. A tecnologia digital introduziu experiências de aprendizagem interativas e envolventes por meio de aplicativos, plataformas educacionais, jogos etc. Esse rápido avanço na tecnologia também teve impacto profundo na educação, principalmente na maneira como educamos nossos filhos. E isso tem sido um dos grandes desafios para as famílias. Os jovens de hoje têm maior intimidade e familiaridade com a tecnologia e isso é essencial para o mundo moderno. Não podemos privá-los dessas habilidades, porém é preciso entender quais são os verdadeiros benefícios e riscos para que se possa buscar o equilíbrio entre o excesso de uso e outras atividades. Diversos estudos e pesquisas médicas têm mostrado os prejuízos que a superexposição às telas pode causar. Crianças e adolescentes que passam horas em frente às telas podem apresentar dificuldades de compreender sinais não verbais, brincar menos, interagir pouco socialmente, inclusive com outras crianças. Além disso, o uso excessivo de telas pode acarretar problemas de saúde física e mental, como sedentarismo, obesidade, postura, dificuldades de visão e audição, irritabilidade, baixa autoestima, quadros de ansiedade e de depressão, distúrbios do sono e até dependência digital. E, ainda, o mundo on-line pode expor os indivíduos a conteúdo impróprio para sua idade, motivar comportamento nocivo, cyberbullying e assédio, resultando em sofrimento emocional para a criança e para a família. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) aborda também o contexto familiar e diz que ele não está associado apenas a fatores de proteção, mas também aos de risco. Dentre os principais fatores de risco estão a “falta de afeto, falta de limites, negação dos comportamentos inadequados dos filhos, violência familiar, desestruturação da família, episódios frequentes de estresse tóxico, uso de álcool e drogas, falta de suporte e apoio”. Sobre os cuidados que a família deve ter, a SBP recomenda limites, sugerindo que crianças menores de 2 anos não sejam expostas de forma alguma às telas (televisão, celular, computador, tablet) nem passivamente; para crianças entre 2 e 5 anos, o uso recomendado seria de no máximo uma hora por dia; crianças entre 6 e 10 anos, o limite de tempo seria de uma/duas horas diárias; já os adolescentes entre 11 e 18 anos seria de duas/três horas por dia; e todos os casos com supervisão dos pais/cuidadores/responsáveis. Além do mais, existem ferramentas de controle parental que podem ser usadas para proteger a privacidade e a segurança das crianças e dos adolescentes, definindo os limites por faixa etária, controle de conteúdo e interações. Cada família tem a própria rotina e, muitas vezes, devido às demandas do dia a dia, acaba encontrando dificuldades para administrar todos os aspectos da parentalidade. O presidente Ikeda explica que a prática da fé é a base para boa sorte, estabilidade e saúde de uma família. Em seu livro Famílias Felizes, Crianças Felizes, ele coloca que a “Família deve ser a influência mais positiva, ou a ‘boa amiga’, para as crianças polirem a sua humanidade”.1 Em outro trecho, ele orienta que “É importante se esforçar para se tornar um pai ou uma mãe que age com sabedoria”.2 Os pais são modelos para os filhos que seguem os exemplos deles. É importante que busquem ser um exemplo positivo, pois não adianta impor limites às crianças se os pais ficarem o tempo todo mexendo no “celular”. Ao estabelecerem regras e horários específicos para o uso de telas, os pais podem dialogar com os filhos para que, juntos, encontrem o melhor caminho. Daisaku Ikeda aponta o diálogo como forma de conectar as pessoas. O diálogo de coração a coração permite um relacionamento saudável entre pais e filhos. Sensei diz que se “Chegaram à conclusão de que TV ou videogame em excesso estão influenciando seus filhos de forma negativa, é importante dialogar sobre isso com eles e estabelecer limite de tempo”.3 Os familiares também podem incentivar e promover atividades alternativas que não envolvam telas. Isso pode incluir brincadeiras ao ar livre, leitura de livros, atividades criativas como desenhar ou tocar um instrumento musical, participar de esportes ou de outras atividades físicas. Ao fornecerem diversas opções, os pais podem ajudar os filhos a desenvolver um conjunto completo de interesses e habilidades. Tudo isso envolve mudar os hábitos que implicam alterar a rotina. Para o escritor americano Charles Duhigg, existem três etapas para que uma atividade se torne um hábito: gatilho (o que o motiva), rotina (frequência da ação) e recompensa (efeito causado). Quando o cérebro consolida essas três etapas, pronto, formou-se um hábito. A fim de quebrar um hábito, principalmente ruim, é preciso ter grande força de vontade, pois é necessário identificar essa estrutura para criar um comportamento. No caso do uso excessivo de telas, ao encontrarmos uma alternativa saudável que ainda forneça uma sensação de recompensa, podemos gradualmente substituir o antigo hábito por um novo. Em uma atividade que tratou do tema “tecnologia”, Rosa Cristina Almeida, integrante da BSGI, relatou sua experiência: “Estava enfrentando dificuldades com meu filho. Ele já não queria ir à escola, só queria ficar no celular. Eu tive várias reclamações da escola de que ele não queria fazer nada. Aqui em casa também, só queria jogar. (...) E ao usar a criatividade, sair com ele, brincar, esquecer um pouco o celular (...) é que consegui administrar os horários para uso do celular e do computador. Não foi fácil. Porém, com muito daimoku, paciência e dedicação, fui participando mais do dia a dia dele, (...) preenchendo muito mais a vidinha dele.” Para o presidente Ikeda, não há tarefa mais nobre do que se dedicar ao desenvolvimento dos jovens. Mesmo sem ter muito tempo para se relacionar com seus filhos, procurava criar boas recordações com eles. Ikeda sensei diz ainda que o comportamento problemático dos filhos tem alguma razão e “devemos nos esforçar para compreender o motivo”, sintonizando nosso coração ao deles. Os pais desempenham papel importante na criação e formação dos filhos. Para tanto, devem compreender o que se passa no coração deles, perceber suas necessidades e promover um ambiente familiar saudável, e assim poderão ajudá-los a avançar. Os resultados dependerão sempre do compromisso, do envolvimento e do empenho de todos os membros da família, lembrando que é preciso entender que você — pai, mãe ou responsável — tem papel fundamental nisso e que é necessária a ação de sua parte, principalmente sendo um bom exemplo. Não é uma tarefa fácil, mas o resultado será gratificante, pois, ao final, os filhos se tornarão ativos, sociáveis, saudáveis e felizes. Matéria elaborada pelo Grupo Coração do Rei Leão da Coordenadoria Norte-Sul Paulistana (CNSP) Fontes: DUHIGG, Charles. O Poder do Hábito. Objetiva, 2012. IKEDA, Daisaku. A Família Criativa. Editora Brasil Seikyo, 2009. A Influência da Tecnologia na Infância: Desenvolvimento ou Ameaça? Psicologia. Disponível em: https://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0839.pdf Acesso em: 12.jul. 2023. 11:15 Manual de Orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria. Disponível em: https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/sbp-lanca-conjunto-de-orientacoes emdefesa-da-saude-das-criancas-e-adolescentes-na-era-digital/ Acesso em: 12 jul. 2023. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Famílias Felizes, Crianças Felizes. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. 2. Ibidem. 3. Ibidem. Foto: GETTY IMAGES
10/08/2023
Notícias
BS
Legado eterno
Brazlândia é a segunda cidade satélite mais antiga do Distrito Federal, a aproximadamente 50 quilômetros do Plano Piloto. Ela abriga cerca de 54 mil habitantes na zona urbana e 34 mil na zona rural. Nesses dois polos, encontramos os membros da Soka Gakkai que integram uma comunidade e um distrito de nome idêntico ao do município. Os dois blocos existentes atualmente são o Vila São José, mais na área urbana, e o bloco Setor de Chácaras, com os participantes de ambos os blocos unidos com o objetivo de fortalecer a estrutura, oferecendo incentivo direto às famílias na prática da fé com visitas familiares, atividades direcionadas ao estudo de ação e muito diálogo. O Distrito Brazlândia integra a Área Taguá Norte e, desde fevereiro, conta com as lideranças jovens nomeadas e em pleno vigor, assumindo a dianteira das programações. Motivo de extrema alegria para os veteranos Bruno Cesar Alves de Azevedo e Aiko Miura, respectivamente, líder do distrito e responsável pela Divisão Feminina (DF). “Estamos trazendo um a um os membros, muitos da terceira e quarta gerações de praticantes, que passam a entender com a vida a missão e o legado de seus antecessores”, enfatiza Aiko. Já Bruno fortalece os meios pelos quais essa organização de base vem assentando sua força: estudo e mais estudo, procurando nas explanações oferecidas por Ikeda sensei a fonte de vitória diante das dificuldades. Com esse apoio essencial, as lideranças jovens se sentem confiantes na promoção de atividades. Estão também buscando o aprimoramento na carreira profissional para contribuir da melhor forma. Gabriel Akito Okamoto, vice-responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) do distrito, como professor do idioma japonês, se propõe a inspirar outras pessoas por meio do seu esforço. Nativo do Japão, veio para o Brasil aos 12 anos. “Não sabia nada de português e tive de aprender às pressas. Com muito esforço, ingressei na faculdade pública na área de meu conhecimento. Agora, sou formado, atuo na profissão e meu objetivo é expandir ainda mais e poder incentivar os jovens da Gakkai.” Na liderança das meninas do distrito está a nova responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ), Daniele Pereira dos Santos Moreira. Ela integra a Soka Gakkai há oito anos, embora tenha conhecido o budismo na adolescência. “Fiquei encantada com os membros, que, independentemente da idade, são sempre cordiais e simpáticos uns com os outros. Parecia que tinha encontrado um lugar onde me sentia à vontade, ou melhor, em casa. Nesses oito anos, esse sentimento é sempre renovado a cada encontro com os membros nas atividades da BSGI”, relata Daniele. Apesar de ser a única praticante na família, reforça, sempre recebeu o apoio dos membros do distrito quanto ao incentivo para os sonhos nutridos no coração. “Consegui fazer faculdade”, vibra, manifestando gratidão. “Quero apoiar e incentivar os membros, assim como meus veteranos fizeram por mim, e para que nosso distrito se desenvolva cada vez mais”, determina. São constantes as visitas que realiza junto com a responsável pela DF do distrito. “Várias jovens estão retornando ao convívio Soka. Uma grande vitória”, celebra Aiko. Ela, que mora em uma chácara, abre a casa aos animados e envolventes encontros de diálogo, “para criar e fortalecer os laços de amizade”. Visita promovida aos jovens no Bloco Vila São José, tendo Ana Yukari ladeada por Gabriel Akito, Marcos Vinicius, e os irmãos Lucas e Bruno Alves. Outra grande conquista para os líderes do distrito centra-se nas pessoas valorosas que se levantam e assumem o movimento na base, com histórias de vida para lá de inspiradoras. No Bloco Vila São José, o depoimento vem de Bruna Alves, vice-responsável pela DF. Ao iniciar a prática do budismo em 2015 e superar uma depressão profunda, sua condição de vida se expandiu. “Desafiar uma grande revolução humana na minha família e na minha comunidade, para que as pessoas possam sentir, vivenciar o que o Budismo de Nichiren Daishonin pode fazer na vida delas.” E no Setor de Chácaras, a responsável pela DF, Rebeca Massumi Ogawa Arnor, relata que, apesar de ter nascido numa família budista, ficou afastada da organização por 25 anos. “Mas retornei às minhas origens em 2019, quando recebi meu Gohonzon”. A partir de então, segue com os companheiros do distrito, com o objetivo de “junto com os membros, vencer em todos os aspectos”. Para tanto, todas as terças realizam o Daimoku da Vitória com foco na aplicação das “Cinco diretrizes eternas da Soka Gakkai”. “Também objetivamos transformar nosso distrito em uma área e, para isso, oramos o daimoku do rugido do leão todos os dias. Avançar sem deixar ninguém para trás!” Como as lideranças de bloco visualizam amplo crescimento da organização, por meio do fortalecimento de cada família, vislumbra-se um futuro de triunfo e solidez, tal qual têm em mente os líderes do Distrito Brazlândia, com base no estudo para fortalecer a prática dos membros. Eles têm na mira as pessoas das pequenas cidades do entorno do município, que receberão o abraço dos membros Soka para se unirem ao dinâmico avanço de coração a coração em curso. “O legado de nossos veteranos não será em vão. Vamos transmitir essa herança da Lei Mística para toda a região”, selam as lideranças. Momento de integração DF/DFJ: da esq. para a dir., Sumiko Miura, Marileide Lopes, Fátima Gomes, Bruna Alves (ao fundo), Iraina Cerqueiro e Daniele Pereira Na entrega do BS no pós-pandemia, da esq. para a dir., estão Aiko Miura, Ana Yukari, Daniele Pereira, Darah Nóbrega e Carla Lorena Rebeca Ogawa e sua shakubuku Patricia Magalhães Vitor, 8 anos, lê o BS para a bisavó Yuriko OgawaNo topo: reunião do Bloco Setor de ChácarasFotos: Colaboração local
10/08/2023
Livros
BS
Eixos da cultura de paz
Os participantes do Clube de Incentivo à Leitura (CILE), da Editora Brasil Seikyo (EBS), serão brindados em primeira mão com uma obra literária que coloca em pauta os eixos para a cultura de paz. São conceitos e reflexões que lançam luz sobre a premente necessidade de se estabelecer relações humanas baseadas na busca de entendimento. O Princípio Humanístico, em suas 248 páginas, elucida o valor do diálogo e o princípio humanístico que deve regê-lo ao mesmo tempo em que o exercita. O próprio livro é o resultado de um diálogo tecido com os fios da tolerância, entre dois importantes interlocutores do pensamento contemporâneo, que partem de premissas filosóficas e religiosas, a princípio, diferentes: o budismo e o cristianismo. São eles o pacifista Dr. Daisaku Ikeda e o presidente honorário da Academia Europeia de Ciências e Artes, Dr. Felix Unger. O Dr. Unger é uma autoridade mundial em cirurgia cardíaca que salvou, com sua habilidade comprometida, inúmeras vidas. O Dr. Ikeda, presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), se dedica ao fortalecimento de uma sociedade baseada na dignidade da vida, fundando instituições que promovem ações em prol da paz, do intercâmbio cultural e da educação humanística, além de empreender diálogos com líderes, pensadores e especialistas de várias vertentes do conhecimento (até a edição inicial da obra já havia dialogado com mais de 1.600 personalidades). A SGI está presente hoje em mais de 192 países e territórios, promovendo o humanismo. O pensamento de ambos os autores se converge para uma única verdade: não há saída para a cultura de paz sem o diálogo imbuído da virtude da tolerância. As ações direcionadas por essa virtude serão os alicerces dourados da paz. Nesse sentido, os diálogos são cada vez mais necessários para que distantes noções filosóficas se aproximem e criem as bases para a paz em um mundo propenso a fundamentalismos e ideologias. Nas páginas de O Princípio Humanístico são destacados temas atuais e de muita relevância. A obra também estimula reflexões no sentido da concepção de relações humanas, ao construir pontes e não miná-las com fundamentalismos e rigidez ideológica. O diálogo, nesse sentido, no consenso dos dois, nos abre para a experiência e a visão do mundo do outro, e essa abertura amplia nossos próprios horizontes. O caminho que melhor nos ajuda a descobrir nossa humanidade compartilhada e a retornar aos valores universais. Num artigo intitulado “A missão da Nossa Rede Soka: Unir a Humanidade com o Espírito de Compaixão”, o presidente Ikeda enfatiza que “O budismo existe para aqueles que estão enfrentando o maior sofrimento. A luz da compaixão brilha quando criamos empatia por essas pessoas, quando sentimos sua dor como se fosse a nossa, quando entramos em ação colocando-nos no lugar delas”.1 Na obra lançamento do CILE, os autores enveredam também por questões de saúde, alimentação, bioética, limites da engenharia genética, transplante de órgãos, eutanásia, prática médica e ética. E a defesa do meio ambiente, considerando a necessidade de medidas urgentes. Algumas atitudes ambientais sempre foram compartilhadas pelo budismo e pelo cristianismo, pontuam. Agosto se reveste, portanto, da oportunidade de abrir caminhos para a cultura do diálogo, com essa obra estimulante para o convívio na família e na sociedade. Pontes para uma nova era de paz, a partir da ação de cada um. Veja aqui os kits de agosto para cada plano do CILE PLANO DIAMANTE1 livro lançamento1 card colecionável1 resenha sobre o livro do mês1 brinde especial1 marcador de páginas PLANO ESMERALDA1 livro lançamento1 card colecionável1 resenha sobre o livro do mês1 marcador de páginas PLANO OURO1 livro lançamento1 marcador de páginas Quer fazer parte do CILE? Conheça os planos do clube de leitura e veja qual melhor se encaixa ao seu gosto. Cileiros recebem em julho o livro O Princípio Humanístico: Diálogo sobre a Compaixão e a Tolerância. Garanta o seu! Assine até 31/07/2023 e receba o kit em sua casa! Veja também o CILE Digital Acesse e leia os livros da Editora Brasil Seikyo em formato digital. Uma plataforma interativa, personalizada e cheia de funcionalidades que vai transformar sua experiência com a leitura!Você contará com uma visualização personalizada da sua estante, poderá acompanhar o avanço de suas leituras, salvar e colocar como favoritos os trechos escolhidos.Conheça agora os planos do CILE Digital, acessando o site: https://ciledigital.brasilseikyo.com.br/ Foto: BS Nota:1. Terceira Civilização, ed. 580, dez. 2016, p. 44.
13/07/2023
Incentivo do líder
BS
Um gesto de amor
Queridos companheiros da BSGI, Sou Mario Marcio e é um prazer dialogar com todos vocês! Gostaria de realizar algumas reflexões sobre as minhas experiências ao longo desses anos em que pratico este extraordinário budismo. Fui criado pela minha avó, uma mulher sem escolaridade, mas de grande sabedoria e coragem. Lembro-me muito bem do quanto ela desafiava a recitação do daimoku. Acredito que esta prática gerou a condição para que criasse inúmeros “valores humanos”, atraindo mais e mais pessoas com o modo carinhoso e humano com que ela tratava a todos. Nunca vou me esquecer disso! Ela era uma verdadeira rainha do kosen-rufu! Minha avó sempre tinha a preocupação de me conectar com as atividades da organização. Tenho o orgulho de falar que cresci nos jardins da Soka Gakkai, construindo uma relação pura e verdadeira com o Mestre. Quando iniciei minha atuação na Divisão Masculina de Jovens (DMJ), havia um líder de comunidade que aos sábados vinha me visitar. Recitávamos gongyo e daimoku e estudávamos orientações de Ikeda sensei. Após isso, ele me levava para visitar os membros. Confesso que não entendia muito aquele esforço, mas sempre o recebia e atendia à sua convocação. Hoje, sei que aquela dedicação e o exemplo da minha avó fizeram com que eu me tornasse um ser humano que tem como base prezar cada pessoa. Mas como seria realmente prezar cada pessoa? Penso: “Até que ponto, na prática, eu consigo prezar as pessoas?”. É uma ação que realmente necessita da nossa benevolência, do esforço de olhar além de nós mesmos, de criar o tempo e o momento de estar com as pessoas, porque não sabemos se será a última vez. Nesse sentido, tive a oportunidade de viver uma experiência única. Ao saber da enfermidade de um nobre companheiro, veterano dos tempos da banda masculina Taiyo Ongakutai, criei uma condição de prontamente visitá-lo, pois ele estava em processo de conclusão de sua missão. Assim, junto com a esposa dele e outro companheiro da fé, recitamos daimoku com a firme determinação de que sua existência se tornasse repleta da iluminação do estado de buda. Foi um momento muito emocionante! Na mensagem de Ikeda sensei para convenção comemorativa dos trinta anos de sua última visita ao Brasil, ele diz: No capítulo 25, “Portal Universal”, do Sutra do Lótus, consta: “Contempla os seres vivos com olhar compassivo. O mar de seus benefícios acumulados é imensurável”.1 Daishonin demonstra por meio desse trecho do sutra que, ao incorporar a benevolência da Lei Mística, imensuráveis boa sorte e sabedoria, tal como o vasto mar, se manifestam na própria vida e na vida dos outros, na sociedade e na nação. Nas atividades diárias da Gakkai, preza-se com carinho a pessoa que se encontra à frente, conversa-se com a natureza de buda dela e, assim, cria-se os nobres laços budistas com ela. Esse sublime trabalho do Buda somente pode ser cumprido por nós.2 Então, queridos companheiros, neste momento de reconstrução da vida e da organização, após o drama da pandemia, vamos nos levantar com a mais sublime benevolência do Buda e prezar a cada pessoa que se encontrar diante de nós. Este é o desejo de Ikeda sensei de que possamos juntos construir uma nova época de respeito à diversidade humana, um mais um, expandindo a grande esperança do kosen-rufu pelas terras do nosso amado Brasil. Forte abraço a todos e muito obrigado! Mario Marcio Leite da Silva Vice-coordenador da Divisão Sênior da BSGI Ilustração: GETTY IMAGES Notas: 1. Lotus Sutra and its Opening and Closing Sutras [Sutra do Lótus e seus Capítulos de Abertura e Conclusão]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, cap. 25, p. 306.2. Brasil Seikyo, ed. 2.636, 10 jun. 2023, p. 3.
13/07/2023
Especial
BS
Epopeia de mestre e discípulo pela paz
No dia 6 de agosto, comemoram-se trinta anos desde que o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, começou a escrever o romance Nova Revolução Humana. “Essa obra é minha carta diária para todos vocês.”1 Com esse sentimento, Ikeda sensei se dedicou ao longo de 25 anos, desafiando o limite da própria existência, a escrever os trinta volumes do romance Nova Revolução Humana, finalizados em 8 de setembro de 2018. Era 6 de agosto de 1993, quando o Mestre, aos 65 anos, empunhou a caneta para dar início ao grandioso empreendimento no dia que marcava os 48 anos do lançamento da bomba atômica em Hiroshima. Seu desejo era gravar para a posteridade o avanço da Soka Gakkai fundamentada na pura relação de mestre e discípulo, narrando também fatos marcantes da vida dos membros e perpetuando suas vitórias conquistadas por meio da prática da fé. O local escolhido para começar a escrita foi o Centro de Treinamento de Nagano, em Karuizawa, Japão. A localidade trazia vívidas lembranças ao presidente Ikeda, pois foi o berço da obra precursora, Revolução Humana. No verão de 1957, ele decidiu escrever esse romance biográfico sobre a vida do seu mestre, segundo presidente da organização, Josei Toda. Revolução Humana Era 14 de agosto, décimo aniversário do primeiro encontro entre os dois. Toda sensei se recuperava de uma enfermidade, mas sua mente se mantinha constantemente ocupada preparando sua Declaração pela Abolição das Armas Nucleares, que pretendia proferir aos jovens no dia 8 de setembro. Ikeda sensei relembra: Foi então que perguntei a mim mesmo “quem irá preservar a história deste grande homem por toda a eternidade? Não seria minha esta nobre missão, uma vez que tenho a imensa boa sorte de estar ao seu lado, como se fosse sua sombra?”. A ideia de escrever Revolução Humana havia passado pela minha cabeça muitas vezes, porém nesse momento decidi que faria sem falta.3 Com esse sentimento e determinação, após o falecimento do presidente Josei Toda, em 1958, Ikeda sensei deu continuidade ao romance iniciado por seu mestre sete anos antes. Os doze volumes narram a história da reconstrução da organização sob a liderança de Toda sensei logo depois do término da Segunda Guerra Mundial. Sua publicação efetiva, em partes no jornal Seikyo Shimbun, começou em julho de 1965 e, no mesmo ano, o primeiro volume foi lançado. Em 1993, na data de aniversário do presidente Josei Toda, 11 de fevereiro, Ikeda sensei concluiu a obra Revolução Humana cujo posfácio ele redigiu na cidade do Rio de Janeiro, durante a sua quarta visita ao Brasil. Nova Revolução Humana O presidente Ikeda comenta: Inclinei-me a escrever o romance Nova Revolução Humana porque ponderei que a narração do desenvolvimento da paz no âmbito mundial, após o falecimento do professor Josei Toda, comprovará a verdadeira grandiosidade do meu venerado mestre. Tenho pensado também que é preciso perpetuar o espírito do meu mestre para todo o futuro, deixando como herança o registro do “caminho do discípulo” para todos os sucessores.4 Assim, na obra, a narrativa da trajetória de Ikeda sensei, representado com o pseudônimo de Shin’ichi Yamamoto, começa com sua posse como terceiro presidente da Soka Gakkai, em 1960, e sua primeira viagem ao exterior no mesmo ano. “Nada é mais precioso do que a paz. Nada traz mais felicidade do que a paz. A paz é o primeiro passo para o avanço da humanidade.”5 As primeiras palavras do capítulo “Alvorecer”, do volume 1, expressam a determinação do presidente Ikeda de transformar o destino da humanidade com base no Budismo de Nichiren Daishonin e estabelecem um marco na história do kosen-rufu. Ele comenta: É possível observar em muitas partes desse romance narrativas sobre o drama da transformação do destino. Considerar o “carma” como “missão” — essa ideia de reviravolta se tornou a filosofia de vida dos companheiros Soka para enfrentar as adversidades e está enraizada no modo de vida de cada um. A Nova Revolução Humana está tingida pela “filosofia da esperança e da coragem” fundamentada no Budismo Nichiren. Na leitura aprofundada dessa obra e a sua aplicação no dia a dia se encontra o verdadeiro caminho para a “transformação do destino de toda a humanidade”.6 Obra grandiosa O romance é considerado a obra de maior tempo publicada em partes em um jornal diário. O Fórum Mundial de Escritores considerou o título como uma das maiores obras-primas da literatura do século. Junto com a Revolução Humana, já foram vendidos mais de 50 milhões de exemplares em diversas línguas. O autor mescla momentos marcantes vivenciados por ele ao mesmo tempo em que narra a trajetória vitoriosa dos membros. Intercala incentivos sobre diversos aspectos, trechos do Gosho, as histórias de várias civilizações e de diversos países, além de diálogos memoráveis que teve com personalidades. Exemplares da edição em português da Nova Revolução Humana Dedicados ao Brasil O Brasil tem destaque na obra. Logo no primeiro volume, no capítulo “Desbravador”, o autor relata a primeira visita de Shin’ichi Yamamo-to ao país em 1960. Nesse episódio encontra-se a famosa frase “Contudo eu irei...” que até hoje inspira os membros da BSGI. Outro momento em que o Brasil é citado consta no volume 11. No capítulo “Luzes do Alvorecer”, o autor conta sobre o período em que o protagonista faz a segunda visita ao país em 1966, relata também o cancelamento da visita em 1974 e sua gloriosa vinda às terras brasileiras em 1984. Atualmente, no Brasil e no mundo, os membros da Soka Gakkai, em especial os jovens, empenham-se na leitura e no estudo da Nova Revolução Humana, aplicando os incentivos de Ikeda sensei na própria vida a fim de comprovar os ideais humanísticos do Budismo Nichiren e eternizar a relação de unicidade de mestre e discípulo por todo o futuro. Levantar-se como Shin’ichi Yamamoto A seguir, trechos da entrevista, publicada no jornal Seikyo Shimbun do dia 3 de outubro de 2018, com o vice-presidente da SGI, Hiromasa Ikeda, realizada por ocasião do lançamento da série “Aprender com a Nova Revolução Humana”. Escrever as obras Revolução Humana e Nova Revolução Humana, um trabalho dedicado de 54 anos, resultou do empenho em cada instante disponível, mesmo em meio a intensas atividades ou nas viagens ao exterior. Nossa gratidão por esse árduo esforço é imensa. * * * Os dois romances convergem para a ilimitada confiança e respeito de que “a grandiosa revolução humana de uma única pessoa” despertará a condição de bodisatva da terra de inúmeras pessoas. A Nova Revolução Humana traz vários relatos de pessoas que venceram na transformação do destino, superando o que parecia impossível, com base em dois pontos-chave, o juramento seigan e o princípio de “adotar voluntariamente o carma apropriado” (ganken ogo). * * * Parece difícil ler todos os trinta volumes do romance, mas é importante fazer esse esforço. Pode-se começar por qualquer volume, seja qual for o episódio. Sugiro, por exemplo, que leiam profundamente as passagens com as quais se identificarem ou que narram a respeito do local em que vivem atualmente ou sobre sua terra natal. * * * A chave da vitória no futuro dependerá de como nos aprofundaremos e poremos em ação a Nova Revolução Humana na posição de discípulos, e de que maneira vamos incorporar e transmiti-la corretamente às gerações posteriores. Pode-se dizer que a Divisão dos Jovens é a “geração da Nova Revolução Humana”. São possuidores desta missão. Manter por toda a eternidade o juramento seigan pelo kosen-rufu, fazendo prosperar e resplandecer a própria vida e a dos outros — nós temos a missão de corresponder a esse sentimento de Ikeda sensei. Que cada um de nós, dedicando-nos dia após dia ao estudo da Nova Revolução Humana, sigamos expandindo pontes de paz, felicidade e senso de missão pela paz no mundo. Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.472, 22 jun. 2019, p. 14 e 15. Saiba mais: Acompanhe as matérias publicadas no Brasil Seikyo com trechos do romance Nova Revolução Humana na série “Aprender com a Nova Revolução Humana” e na editoria Rede da Felicidade. Atualmente, o BS também publica, em partes, o capítulo “Sino do Alvorecer” do volume 30-I. Para adquirir os romances Revolução Humana e Nova Revolução Humana, acesse o site do Clube de Incentivo à Leitura (CILE) . Você também pode assinar o CILE Digital com a versão virtual das obras. Se você é assinante digital, veja os vídeos da série “Aprender com a Nova Revolução Humana ” No topo: presidente Ikeda dedica incansavelmente a registrar em suas obras o espírito básico da relação de unicidade de mestre e discípulo pelo bem das futuras gerações Fontes: Brasil Seikyo, ed. 2.472, 22 jun. 2019, p. 14 e 15. Idem, ed. 2.191, 17 ago. 2013, p. A6. Idem, ed. 2.434, 8 set. 2018, p. C4. Fotos: Seikyo Press / BS Notas: 1. Terceira Civilização, ed. 356, abr. 1998, p. 22.2. Brasil Seikyo, ed. 2.434, 8 set. 2018, p. C5.3. Idem, ed. 2.431, 11 ago. 2018, p. A3.4. Ibidem.5. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 9, 2019.6. Brasil Seikyo, ed. 2.191, 17 ago. 2013, p. A6.
13/07/2023
Especial
BS
Legado perene para o futuro da humanidade
Comemorando os trinta anos do início da escrita do romance Nova Revolução Humana, Brasil Seikyo publica reflexões do autor, presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, sobre os desafios e as expectativas durante essa histórica jornada. Em 1957, último verão do meu mestre, decidi que escreveria um romance biográfico sobre a sua vida. A ideia amadureceu quando me pediu para se encontrar com ele em Karuizawa, província de Nagano, onde se recuperava de uma enfermidade. Era 14 de agosto, décimo aniversário do nosso primeiro encontro. Embora estivesse se recuperando nessa tranquila cidade turística, sua mente não descansava. Ele se mantinha constantemente ocupado, planejando o futuro da Soka Gakkai, dialogando, orientando e incentivando os líderes da Comunidade Karuizawa. Nesses momentos, pensava muito sobre o que escreveria em sua Declaração pela Abolição das Armas Nucleares que pretendia proferir aos jovens no dia 8 de setembro como o primeiro de seus preceitos finais. Sua luta era incessante e intermi-nável, exatamente como afirma a passagem do Sutra do Lótus: “Essa prática, própria de um buda, eu a tenho realizado ininterruptamente, sem nunca negligenciá-la por um momento sequer”.2 Foi então que perguntei a mim mesmo “quem irá preservar a história deste grande homem por toda a eternidade? Não seria minha esta nobre missão, uma vez que tenho a imensa boa sorte de estar ao seu lado, como se fosse sua sombra?”. A ideia de escrever Revolução Humana havia passado pela minha cabeça muitas vezes, porém nesse momento decidi que faria sem falta. Fonte: Terceira Civilização, ed. 582, fev. 2017. * * * Mestre e discípulo são inseparáveis. Assim, meu mestre segue junto comigo, em meu coração, enquanto percorro o mundo abrindo o caminho para um caudaloso rio de paz e felicidade. A grandiosidade de um rio demonstra a imponência de sua nascente. Inspirei-me para escrever a Nova Revolução Humana — como continuação da Revolução Humana — em razão de o kosen-rufu ter alcançado tamanho progresso mesmo depois do falecimento de meu mestre; e esse fato serve como prova genuína de sua grandiosidade. Além disso, para que a posteridade conheça a essência do Sr. Toda, concluí que seria preciso registrar o caminho que seus discípulos e sucessores seguiram. Mas, para realizar essa tarefa, seria impossível não falar de mim mesmo, o que me deixou num verdadeiro dilema.3 Existe também uma infinidade de questões e problemas que devem ser resolvidos para que a paz duradoura — alicerçada no kosen-rufu global — possa enfim se tornar realidade. Receava ainda se conseguiria tempo suficiente para mais esse empreendimento. Devo admitir que, nesse momento, pensei em solicitar a outra pessoa que desse continuidade à nova série. Entretanto, mesmo que essa outra pessoa pudesse narrar minhas viagens e meus diálogos, ela não seria capaz de descrever o que se passava em minha mente e em meu coração. Existe um aspecto da verdadeira história da Soka Gakkai que somente eu conheço. Além disso, recebi insistentes pedidos do Seikyo Shimbun para publicar a série da Nova Revolução Humana. Apesar de já ter várias outras preocupações, ponderei sobre essa realidade e, então, decidi pegar novamente minha caneta e começar a escrever. Meu objetivo é concluir a Nova Revolução Humana em trinta volumes. Se considerarmos o limite de tempo que tenho nesta existência, este trabalho será certamente o maior desafio. No entanto, viver no sentido verdadeiro somente tem significado quando cumprimos a nossa missão. Goethe, Hugo e Tolstói continuaram trabalhando para registrar suas convicções, com todo o vigor, mesmo após os 80 anos. Eu ainda tenho 65 anos, sou jovem. Assumi a responsabilidade da Nova Revolução Humana como a obra da minha existência. Determi-nei escrever ininterruptamente, aplicando o máximo de habilidade para eternizar o caminho genuíno e adamantino de mestre e discípulo. Comprometo-me também a relatar as glórias conquistadas pelos preciosos filhos do Buda, que avançam orgulhosamente pelo ideal da paz mundial exatamente como Nichiren Daishonin ensinou. A verdade e a falsidade, o bem e o mal, os vencedores e os perdedores — todos serão retratados sob a mais clara luz da realidade. Sinto que o presidente Toda está sempre ao meu lado, a me observar. Fonte: IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 7-8, 2019. * * * Se não escrever agora, quando vou fazê-lo? Este é o meu real sentimento. Em meu coração pulsa a forte determinação da batalha de palavras. O grande caminho do kosen-rufu deve ser criado neste momento. Para eternizar essa ampla e profunda trajetória da propagação, devo registrar por escrito agora, de forma solene. Estou certo de que essa é a importante estratégia da batalha da Lei para a posteridade. Os Últimos Dias da Lei são a época de “conflitos e disputas”, isto é, a “era da batalha de palavras”. Ao descrever a vitória de uma pessoa de coragem que perseverou na Lei Mística em contrapartida aos opressores, Daishonin escreveu: “E por eu escrever isso agora, as pessoas do futuro reconhecerão minha sabedoria”.4 O registro claro da verdade por escrito torna-se o espelho límpido para as pessoas do futuro. Se não narrá-la, a verdade não será preservada. O silêncio apenas intensifica a escuridão. Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.431, 22 ago. 2018, p. A3. * * * Seis de agosto de 1993 — eis a data de quando iniciei a primeira parte do primeiro volume da Nova Revolução Humana. Nesse mesmo dia, reencontrei o Dr. Neelakanta Radhakrishnan, ex-diretor do Museu Memorial Gandhi da Índia, no Centro de Treinamento de Nagano. Antecedendo o nosso encontro, o Dr. Radhakrishnan citou a frase de Gandhi que diz: “A força do espírito é mais forte que a bomba atômica” — com base nessa afirmação o Dr. Radhakrishnan manifestou sua profunda simpatia e admiração pelo nosso movimento de paz. Ele afirmou: “O movimento pela paz promovido pela SGI traz à tona a força do espírito inerente em todas as pessoas e, consequentemente, gera a paz mundial que a humanidade tanto anseia”. Dias 6 e 9 de agosto de 1945 representam as datas em que Hiroshima e Nagasaki vivenciaram a força da bomba atômica. Sete meses antes do seu falecimento, meu venerado mestre, Josei Toda, fez sua declaração sobre a abolição das armas nucleares. Nela, o presidente [Josei] Toda declarou categoricamente que “a verdadeira natureza das armas nucleares é demoníaca e usurpa o direito de viver dos seres humanos. É o mal absoluto”. Ele confiou aos jovens para que infalivelmente eliminassem esse mal da superfície da Terra. Renovando o meu juramento de concretizar esse eterno legado de meu mestre, escrevi o trecho na abertura do primeiro capítulo do primeiro volume da Nova Revolução Humana. Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.191, 17 ago. 2013, p. A3. Manuscrito do primeiro volume da Nova Revolução Humana Ilustração: GETTY IMAGES Foto: Seikyo Press Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 30-II, p. 359, 2019.2. The Lotus Sutra [Sutra do Lótus], cap. 16, p. 226.3. Para narrar o romance Nova Revolução Humana, Daisaku Ikeda adota o heterônimo Ho Goku [ho = “Lei”; goku = “percebedor”. Assim, “Ho Goku” significa “Percebedor da Lei”]. Nessa obra, como protagonista, ele assume também o pseudônimo Shin’ichi Yamamoto.4. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 643, 2020.
13/07/2023
Reflexões sobre Cidadania
BS
Nichiren Daishonin e a ação política
Uma pessoa com engajamento político é alguém que se preocupa com o bem-estar coletivo, com os rumos da sociedade e da localidade em que vive. Nesse sentido, além da atuação nos campos religioso e doutrinário, tanto Nichiren Daishonin (1222–1282) quanto os três primeiros presidentes da Soka Gakkai — Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e Daisaku Ikeda — tiveram, ao longo da vida, uma visão aguçada do contexto político-social em que viviam e promoveram ações concretas para a transformação da realidade. Os temas sociais e políticos que chamaram a atenção de Daishonin refletem a conjuntura de sua época. Ele viveu no Japão medieval durante o chamado período Kamakura (1192-1333). A forma de governo era a diarquia, em que a chefia era compartilhada pelo imperador (que vivia em Quioto, junto com a aristocracia) e pela família ou clã que obtivesse a hegemonia militar. Yoritomo Minamoto (1147–1199) estabeleceu sua base em Kamakura e foi o líder do clã que se sobressaiu à época. Ele recebeu, em 1192, o título de xógum, comandante supremo, maior honraria concedida a um guerreiro. Iniciou-se assim o período Kamakura e o sistema de xogunato (ou bakufu), que perdurou por quase setecentos anos. Após a sua morte em 1199, o poder passou para a família de sua esposa, Masako, dando início ao período da regência Hojo. O pai de Masako, Tokimasa Hojo, foi o primeiro de um total de nove membros da família Hojo que se sucederam na função de regente até o fim do período Kamakura (1333). Durante a vida de Daishonin, seis regentes da família Hojo se sucederam. A época de Daishonin foi também um período muito conturbado, com uma sequência de distúrbios de ordem natural e social, tais como terremotos, enchentes, ventanias, tempestades, epidemias, secas e escassez de alimentos. As transformações sociais com o declínio da aristocracia e a ascensão dos grupos de guerreiros e militares estão ligadas ao interesse por religiões com ensinamentos e cultos mais simplificados, quando comparados com as formas antigas de budismo. Daí a popularidade e o prestígio alcançados pelas escolas budistas associadas à Terra Pura (Nembutsu), Zen, Palavra Verdadeira (Shingon) e Preceitos (Ritsu). Sensibilizado por esse ambiente, Daishonin mergulhou nos estudos dos escritos budistas e dos antigos sutras até compreender que os distúrbios e os problemas diversos pelos quais o país passava estavam precisamente relacionados com a difusão dos ensinamentos associados às escolas budistas mais populares e, por contraste, à pouca importância dada aos ensinamentos contidos no Sutra do Lótus. Essa compreensão norteou as ações de Daishonin pelo restante de sua vida, ações essas concentradas na produção de textos e documentos de admoestação enviados às autoridades, de um lado, e o combate às crenças das várias escolas budistas, do outro, tanto por meio de seus escritos como de desafios e debates públicos com os líderes de tais seitas. Como resultado de sua atuação, Daishonin atraiu a ira das autoridades militares e religiosas sofrendo inúmeras perseguições e exílios, que tampouco pouparam seus discípulos. O texto de admoestação mais conhecido de Nichiren Daishonin é Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra, mas não é o único. Também merecem destaque as “onze cartas de advertência”,2 enviadas a líderes políticos e religiosos em 1268 ante a iminente ameaça de invasão mongol. Em Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra, escrito em 1260 e enviado a Tokiyori Hojo, que já não era mais o regente, mas ainda exercia forte influência, Daishonin atribui o período de instabilidade vivido pelo país em função dos desastres naturais à crença nos ensinamentos da escola Terra Pura. Adverte que se as pessoas continuarem a ignorar os ensinamentos do Sutra do Lótus, o país sofreria duas outras calamidades que ainda não haviam sido verificadas: as “revoltas dentro do próprio reino” e a “invasão estrangeira”. E, de fato, em 1272, houve a tentativa frustrada de tomada do poder dentro do clã Hojo e as tentativas de invasão do país pelos mongóis em 1274 e em 1281. A importância e atualidade do referido escrito reside no fato de que ele norteia nossa ação como budistas na sociedade, fazendo a conexão entre nossa transformação individual (revolução humana) e a transformação social (kosen-rufu). Como resume o presidente Ikeda: Daishonin fez seus os sofrimentos das pessoas e se levantou pela causa do kosen-rufu, hasteando a bandeira da verdadeira Lei em prol da realização da paz e da felicidade. Seu propósito era erradicar a miséria real que ele via à sua volta. Com suas ações, ele nos mostrou que a missão religiosa de “estabelecer o ensinamento do budismo” é concluída pelo cumprimento de nossa missão de “assegurar a pacificação da terra”. Nesse ponto reside a afinidade do budismo com as atividades e preocupações da sociedade, que abrangem as esferas da política, da educação, da cultura e da economia.3 Baseando-nos no comportamento do buda Nichiren Daishonin, que promoveu ações contundentes de transformação da sociedade por meio de uma postura não violenta, vamos aprofundar nossa prática da fé com a consciência de que o exercício budista constante e diligente está intrinsecamente ligado às nossas ações diárias para transformar positivamente toda a realidade que nos rodeia. Fontes: A Vida de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2007.IKEDA, Daisaku. Diálogo Sobre Religião Humanística. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, 2019.Medieval Japan. Encyclopedia Britannica. Disponível on-line em: https://www.britaniica.com/place/Japan/Medieval-Japan Ilustração: GETTY IMAGES Notas:1. Comissão de Estudos sobre Consciência Política da BSGI: Grupo criado para a pesquisa e a produção de materiais que versam sobre cidadania e política à luz dos princípios budistas, dos escritos de Nichiren Daishonin e das publicações oficiais da Editora Brasil Seikyo.2. Publicadas na Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 732 a 750, 2017.3. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 38, 2019.
13/07/2023
Relato
BS
Juventude de esperança
Como é gratificante vivermos uma juventude na qual encontramos valor em tudo. Com a certeza de como essa afirmação faz todo sentido para mim, e que possa também inspirar os que estiverem lendo, compartilho com vocês um pouco da minha jornada. Sou a Ariana Kelly, faço parte da Juventude Soka, pratico o Budismo Nichiren há 29 anos, atuando na organização no Rio de Janeiro. Aprendi desde muito cedo a importância da oração no budismo. Minha mãe iniciou a prática aos 44 anos, em 1994, a partir da luta dos membros do Rio de Janeiro após a visita de Ikeda sensei em 1993, eu tinha 8 anos. Sem conseguir terminar o ensino fundamental 1, ela estava desempregada, com uma filha pequena para criar e com a necessidade de apoiar a família. Desafiou então orar mais de cem horas de daimoku (recitação do Nam-myoho-renge-kyo) em uma semana, com a comprovação surgindo em forma de um novo emprego, onde ela ficou por quase vinte anos até se aposentar. Bem, tive uma adolescência difícil, com muitas dificuldades financeiras e desarmonia com minha mãe. Em todo esse processo, muitas companheiras da Gakkai estiveram ao meu lado, visitando-me e me incentivando. Elas acreditaram na capacidade da Ariana de se tornar uma pessoa melhor, nutrindo sonhos e gratidão. Aos 16 anos, resolvi praticar seriamente. Determinando não fazer parte das estatísticas negativas da sociedade, lancei-me aos desafios e às atividades que a organização proporcionava. Consegui vencer a relação de desarmonia com minha mãe. Passei a orar para amar e ter gratidão a ela, consegui mudar meu coração e hoje somos grandes amigas. Aos 20 anos, desafiei-me a entrar em um curso superior. Para tanto, estudava doze horas por dia durante a semana mesmo trabalhando, fazia daimoku e usava o fim de semana para me dedicar às atividades da organização, atuando como líder de comunidade. Consegui, assim, ser aprovada no vestibular. Foi nesse ano que concretizei minha primeira shakubuku (pessoa a quem apresentamos o budismo). Como boa carioca, foi no samba; e de lá para cá, eu me esforço para encontrar as pessoas e apresentá-las à prática budista. Em 2009, aos 23 anos, como responsável pelo distrito, vivi a maravilhosa convenção dos jovens, apresentando pela banda feminina Asas da Paz Kotekitai. Mas também foi um dos períodos mais difíceis da minha vida em relação à prática da fé. Comecei a questioná-la, a achar que tudo o que havia conseguido tinha sido somente por meus esforços; a arrogância foi se manifestando. Fui perdendo a paixão de atuar na Gakkai. Com as companheiras da banda Asas da Paz Kotekitai Por meio da leitura das cartas de Nichiren Daishonin, entendia que estava enfrentando os “três obstáculos e quatro maldades”. Naquele momento, decidi vencer. Comecei a recitar forte daimoku e a criar um diário de vitórias. Então, entendi o trecho do escrito O Daimoku do Sutra do Lótus, que diz: “A fé é o requisito básico para entrar no caminho do Buda”.1 Aprendi que a maldade, qualquer que seja ela, só pode ser vencida com daimoku! Fiquei quatro anos nessa batalha espiritual comigo mesma e alcancei a vitória. Após isso, tive a oportunidade de atuar como coordenadora da Divisão dos Universitários do Rio de Janeiro. Pude desbravar minha vida acadêmica e profissional. Foi nessa liderança que realizei o sonho de encontrar o Mestre em terras japonesas, em 2014 e em 2017. Fui aprovada no mestrado, conquistando o sonho de cursar a pós-graduação. Em um dos cursos no Japão, em 2014 Em dezembro de 2018, mesmo antes de finalizar o mestrado, fui aprovada no doutorado, e, na mesma semana, fui convidada a atuar como coordenadora da Divisão dos Jovens do RJ. Que imensa honra e responsabilidade! Desde essa ocasião, busco me desafiar e vencer todos os dias, conciliando tempo e oportunidade, orando para proteger e fazer avançar esse movimento pela paz que abraçamos. Em 2020, mesmo com o desafio financeiro que o país enfrentava, reuni condições para viver e apoiar quem precisava. Também fui convocada para lecionar na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a mesma instituição que homenageou Ikeda sensei em 1993. Foram dois anos de gratificantes aprendizados. Ano passado, determinei que qualificaria minha tese, e conciliando atividades e trabalho iniciei a escrita do projeto. Criei também, com alguns amigos, um instituto, onde atuo no eixo de políticas para garantia de direitos das mulheres e fundei um curso de pós-graduação, em nível de especialização, no campo de políticas públicas de enfrentamento à violência contra as mulheres, segmento em que me dedico profissionalmente. Minha qualificação do doutorado ocorreu em outubro de 2022, indo para a fase final neste ano (2023), com previsão de término até 18 de novembro, quando completaremos 93 anos de fundação da Soka Gakkai. Serei a primeira da minha família e de várias gerações a ser titulada como doutora. Titulação de qualificação do seu doutorado Contrariando todas as estatísticas, sigo avante, como uma jovem ainda com muitos sonhos a serem realizados e com a disposição de fazer a diferença e de abrir caminhos onde estiver. Agradeço à Juventude Soka do RJ, por inspirar minha vida, e ao meu companheiro Wellington, que nos últimos sete anos tem atuado ao meu lado. Imensa gratidão a Ikeda sensei, pelos constantes incentivos. Muito obrigada! Ariana Kelly dos Santos é assistente social. Na BSGI, é a atual coordenadora da Juventude Soka do Rio de Janeiro e vice-coordenadora da Juventude Soka da BSGI. No topo: Ariana acompanhada da mãe, Gilza Fotos: Arquivo pessoal Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 147, 2020.
13/07/2023
Notícias
BS
Impulso para o progresso
São José dos Campos é o principal município da Região Metropolitana do Vale do Paraíba no estado de São Paulo. É nessa região que está o Distrito Paraíso, formado pelas Comunidades Oriente e Morumbi, cada uma com dois blocos. Seus integrantes vivem os desafios de muitas organizações de base da BSGI: a restruturação dos níveis de bloco, por conta do período desafiador da pandemia. Mesmo voltando às atividades presenciais, ainda há membros que não conseguiram participar. A consideração é da responsável pela Divisão Feminina (DF) do Distrito, Izabel Fujiwara, que reforça a iniciativa das lideranças de visitar e visitar, buscando chegar ao coração de todos. As programações vêm sendo realizadas por comunidade, e a principal delas é a reunião de palestra mensal. Há ainda o daimoku semanal, o encontro da rede da felicidade e muito estudo, ressalta a vice-responsável pela DF do distrito, Polyana Medeiros Hayashi. A Comunidade Oriente tem como principal característica o grande número de veteranos. Ali estão Pedro Laurindo, vice-responsável pela comunidade, e a esposa Miriam Auxiliadora Saldanha Laurindo, vice-responsável pela DF da comunidade. Põem em prática o direcionamento encontrado na Nova Revolução Humana (NRH), de autoria de Ikeda sensei: Para criar o impulso para o progresso e crescimento, é necessária uma mudança de atitude. Nada mudará se dermos desculpas para a estagnação como “A época está complicada” ou “Não há pessoas capazes suficientes”.1 Dessa forma, realizam desde janeiro, semanalmente, um daimoku de líderes, objetivando a criação de pessoas de grande valor e de jovens sucessores. E uma vez por mês, antecedendo a reunião de palestra, oram juntos para o total sucesso da atividade, encontro este aberto à participação dos membros. “Todos os esforços que estamos dedicando para a nossa transformação individual, bem como para o desenvolvimento da nossa comunidade, estão surtindo efeitos”, vibram os líderes da comunidade, exemplificando os resultados no aumento do número de membros na participação do Kofu (contribuição voluntária), assim como no comparecimento nas reuniões de palestra e nas assinaturas dos periódicos. Na outra comunidade, Morumbi, onde a característica predominante é a presença de membros jovens, os líderes de distrito assumiram o apoio direto. “Até o fim do ano, pessoas valorosas surgirão infalivelmente. Teremos o exame de budismo em setembro e este tem sido nosso maior foco. É o ano do triunfo, vamos marcar o triunfo de nossa localidade”, determinam as lideranças. O Distrito Paraíso integra a RM São José dos Campos Sul. No topo: unidos mais que nunca, participantes do Distrito Paraíso avançam para concretizar os objetivos do segundo semestre Foto: Colaboração local Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 26, p. 122, 2021.
13/07/2023
Matéria da Divisão Feminina
BS
Rumo aos 73 anos da Divisão Feminina com “muito mais daimoku”!
Olá, queridas amigas! Parabéns pelo sucesso dos encontros comemorativos dos 72 anos da Divisão Feminina! Foi um momento único, no qual a maioria se esforçou em realizar encontros híbridos, com o tema “Revolução Humana” e os incentivos recebidos da comitiva da SGI. A partir de agora, com “muito mais daimoku” e juntas com Ikeda sensei e Sra. Kaneko, vamos lançar objetivos a ser concretizados dentro dos cem dias (12 de setembro) e até junho de 2024 — 73 anos da Divisão Feminina! Por ocasião de sua recente visita ao Brasil, a coordenadora das Mulheres da SGI, Yumiko Kasanuki, transmitiu os seguintes incentivos de Ikeda sensei: A vitória-régia é uma planta aquática, típica da região amazônica. Possui uma grande folha em forma de círculo, que fica sobre a superfície da água e pode chegar a 2,5 metros de diâmetro e suportar até 40 quilos se forem bem distribuídos. Sua flor de coloração branca a amarela expele uma fragrância noturna adocicada que se sobressai ao rio lamacento. “Vitória-régia” significa “rainha da vitória”. Minha esposa e eu consideramos esse nome como o título concedido às invencíveis mães brasileiras que se empenham persistentemente para manter uma ligação de vida a vida, haja o que houver. Mães e mulheres do Brasil, sorriam e avancem destemidamente.1 Cada uma de vocês é uma rainha da vitória louvada por Ikeda sensei, afirma a Sra. Kasanuki. O budismo nos ensina que, para conquistar a vitória na vida, é necessário manter firme a prática da fé, com um coração determinado a romper com nossas próprias dúvidas e limites, não permitindo que a fraqueza interior domine nossa mente. Essa é a mais importante força para a conquista da felicidade. Na Nova Revolução Humana, volume 1, capítulo “Desbravadores”, consta: Por exemplo — se alguém que sempre viveu como uma rainha, sem grandes dificuldades ou problemas, dissesse que se tornou feliz graças à prática do budismo, ninguém lhe daria ouvidos. Contudo, se uma pessoa doente, de família pobre, menosprezada pelos outros, consegue transformar a vida por meio da prática budista, tornando-se feliz e ainda uma líder na sociedade, isso será uma esplêndida prova da grandiosidade do budismo. A senhora não concorda que isso levaria outros a querer praticar o budismo também? Ao vencer a situação de grande pobreza, o praticante consegue transmitir esperança a outras pessoas que enfrentam dificuldades financeiras. Ao adquirir boa saúde e vitalidade, alguém que sempre lutou contra a doença consegue acender a chama da coragem no coração daqueles que enfrentam circunstâncias similares. Ao construir um ambiente familiar feliz e harmonioso, alguém que sofreu com desentendimentos no lar se tornará um líder para outros afligidos por problemas de relacionamento familiar.2 Vamos ser essa pessoa que inspira coragem e incentiva outros por meio da nossa própria comprovação. A Sra. Kasanuki transmitiu as seguintes palavras: “Somente quando os jovens valores são criados calorosamente por seus veteranos e demonstram suas habilidades vivamente é que podemos construir uma rede de paz que perdurará no futuro”. Minhas amigas, julho é o mês dos jovens, portanto, vamos apoiar ao máximo a Juventude Soka em seus encontros, diálogos e reuniões de palestra, envolvendo-os com nosso calor humano, encorajando-os para que manifestem seu pleno potencial em nossa organização, na família e na sociedade, sempre com base numa relação de confiança, respeito e amizade. Um forte e caloroso abraço! Aproveitem as férias com seus familiares e amigos! Divisão Feminina da BSGI Felizes e vitoriosas Relatos de comprovação de integrantes da Divisão Feminina Agradeço a vocês pela oportunidade de compartilhar a imensa alegria que senti ao atuar no encontro comemorativo dos 72 anos da Divisão Feminina. Como sempre falo, “Tudo começa e termina com a oração”. Nosso maior objetivo sempre foi prezar cada membro, inclusive com a realização de visitas. Defini com cada componente da DF o melhor dia e horário e todas as visitas foram feitas presencialmente. Em mãos, levei o Brasil Seikyo com a matéria da reunião comemorativa da Divisão Feminina e uma pequena lembrança oferecida pela comunidade. Uma nova história começa aqui e agora, e minha decisão, rumo aos 73 anos da Divisão Feminina, é dar continuidade com ânimo e coragem e transmitir alegria, leveza e sabedoria. Elaine Cristina de Almeida Oliveira - Responsável pela Divisão Feminina do Bloco Internacional, CGESP *** O distrito vem realizando daimoku on-line todas as segundas-feiras para o fortalecimento individual por meio da prática da fé. Como resultado, nomeamos duas novas integrantes da Divisão Feminina como responsáveis pelo bloco que vieram a se juntar às demais, formando um grupo que luta na linha de frente sempre com o “BS na mão e sensei no coração”. Realizamos o encontro da Divisão Feminina do Bloco Cachoeira do Arari de forma presencial. Cinco companheiras e eu cruzamos a Baía do Marajó rumo à maior ilha fluviomarítima do planeta no arquipélago do Marajó. Depois de três horas de viagem de barco, chegamos à Cachoeira do Arari. Em meio a essa luta, concretizei um shakubuku e aprendi a usar o tempo com sabedoria, aproveitando cada instante. Luto contra uma doença há treze anos e, neste momento, estou tratando um tumor. Minha determinação é erradicar essa enfermidade da minha vida e comemorar junto com meu mestre os cem anos da Soka Gakkai. Obrigada, Ikeda sensei! Obrigada, companheiras e companheiros do Distrito São Braz. Estaremos sempre juntos! Rossana Patricia Souza de Almeida - Responsável pela Divisão Feminina do Distrito São Braz, CGRE *** Pratico o Budismo Nichiren há 31 anos, e a atuação na Região dos Lagos é diferente da organização de base onde eu me encontrava. Aqui é mais calmo. E eu, que sou muito agitada, estranhei quando cheguei. Porém, fui treinada na Divisão dos Jovens para atuar onde meu mestre não podia estar, representando-o. Nessa época, só havia algumas localidades e eu fazia reuniões assim mesmo, chamando líderes convidados ou outras meninas de outras localidades. Durante a pandemia, inclusive, a luta continuou de modo virtual. Eu tinha o desejo pessoal de ter meu consultório, pois sou psicanalista/psicopedagoga e, como já atendia on-line, intensifiquei ainda mais o daimoku. Junto com outras mulheres, tivemos a ideia de nos reunir todo último sábado do mês e fortalecer então a nossa organização fazendo com que os membros comparecessem à atividade presencialmente. Na reunião comemorativa, uma integrante da DF recebeu o Gohonzon. Vitória! Dos objetivos pessoais que conquistei, um deles é uma parceria que fiz com mais duas psicólogas. Agora possuo meu consultório com vista para o mar! Então, não dá para ser a Julielle que vence no social e não na Gakkai, né?! Por isso, vou continuar, nem que seja a passos lentos, um por vez. Também terei os pacientes mais empenhados em vencer suas limitações. E, claro, minhas companheiras e eu seremos as integrantes da Divisão Feminina mais felizes do mundo! Julielle Zamba - Responsável pela Divisão Feminina do Bloco Bacaxá, CGERJ Ilustração: GETTY IMAGES Fotos: Colaboração local Notas: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.225, 26 abr. 2014, p. B2. 2. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, 2020.
13/07/2023
Encontro com o Mestre
BS
Bulgária - Por uma sociedade em que mães e filhos possam sorrir
Brasil Seikyo publica, nesta edição, a vigésima primeira parte da série de ensaios do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, “Viagens Inesquecíveis — Com um Coração como o Sol”, na qual ele narra suas recordações das pessoas com quem criou laços de amizade nas localidades que visitou no Japão e em diversos países, abordando também aspectos da cultura e história locais. A série foi veiculada, a princípio, na revista mensal Pumpkin e em livro; depois também foi divulgada no jornal Seikyo Shimbun Desta vez, apresentaremos a parte “Bulgária — Estenda o Brilho da Cultura para a Vida do Futuro”, extraída do volume 4, da coletânea de ensaios de mesmo nome da série, lançada pela editora Ushio. A Bulgária está localizada na península balcânica, ao sudeste da Europa. Tornou-se palco de intercâmbios entre a Ásia e a Europa e nutriu uma rica cultura como uma “encruzilhada de civilizações”. Foi há 42 anos, em maio, que Ikeda sensei visitou o país pela primeira vez e foi recepcionado pelo coral dessa nação cultural amante da paz. O país comemora 1.300 anos de existência. Vamos aprender sobre o “espírito indomável” e o “coração benevolente”, enraizados nas pessoas desse país, fortalecidos em meio às repetidas turbulências vividas, e darmos uma nova partida com renovada decisão. Que as rosasexalem felicidadepara mães e filhos. É o quinto mês [quando o texto foi publicado] em que a brisa sopra com refrescância e doce fragrância. Em maio, no Japão, temos o Dia das Crianças e o Dia das Mães. É o “Mês das Mães e das Crianças” que ressoa afetuosamente o amor benevolente das mães, as quais desejam o desenvolvimento saudável de seus filhos, com a sincera gratidão dos filhos, os quais oram pela saúde e longevidade de sua mãe. Nesta época, flores de todos os tipos e cores brilham jubilosas. Entre elas, como a “rainha das flores”, sinto que as rosas se destacam pelo seu aspecto especialmente elegante e nobre. A rosa possui uma dignidade singular capaz de transformar o ambiente de um quarto simplesmente por ela estar inserida ali. Certa ocasião, ofereci um poema a uma amiga que se dedicava arduamente ao movimento cultural de base: “Garrafa de leite / adornada / com uma rosa”. Queria louvá-la e incentivá-la dizendo que onde quer que seja e, mesmo sozinha, ela é capaz de iluminar tudo o seu redor, tal como uma rosa que floresce com altivez e nobreza, e nisso estão a verdadeira força do caráter de uma pessoa e o poder da cultura. A Bulgária, na Europa Oriental, é também chamada “terra das rosas”. Naturalmente, a rosa é a flor nacional. Relembro em meu coração a bela canção de boas-vindas da Bulgária: Neste dia maravilhoso de hoje, por favor,Receba esta rosa búlgara.Deixe-nos falar sobre essas montanhas, este mar e sobre todos nósAtravés desta rosa com uma doce melodia. Ouvi dizer que a Bulgária produz cerca de 70% do óleo de aroma de rosas (matéria-prima para o perfume) consumido no mundo. Na área cercada por duas cadeias de montanhas (as dos Bálcãs e as de Sredna Gora), existe o “Vale das Rosas”, onde as rosas são cultivadas ao longo de 120 quilômetros. Houve um tempo em que uma base de fabricação de armas foi montada nesse “Vale das Rosas”. Contudo, agora é um perfumado “jardim de paz”, onde pessoas do mundo inteiro se reúnem, especialmente nos meses de maio e junho. Podemos dizer que isso simboliza que as rosas ganharam das armas e a cultura superou a barbárie. Quando meus amigos búlgaros vêm de longe ao Japão, eu também os recepciono calorosamente com um coração de amizade e de paz. [Nota do Editor: Ikeda sensei dedicou o poema: Rosas / Dignas e distintas / Mesmo em meio ao caos do mundo. / Oh, aroma da paz, / Oh, brilho da amizade. Ele recorda os dias de sua primeira visita à Bulgária em maio de 1981.] Foi no 1.300º aniversário de fundação da Bulgária (1981) que gravei meu primeiro passo na capital Sofia, atravessando de avião as montanhas dos Bálcãs ainda cobertas de neve prateada. Fotos tiradas por Ikeda sensei em maio de 1981: vistas de dentro do avião, montanhas dos Bálcãs, que se erguem no centro da Bulgária, na “encruzilhada de civilizações” É uma “cidade das florestas”, exatamente como é cantada em suas canções folclóricas: “Oh, minha linda floresta / Que cheira a juventude”. A cadeia de montanhas do Monte Vitosha que avistava ao longe era magnífica. Desde o início da minha chegada, havia uma coisa que os líderes das mais diversas áreas com quem me encontrei enalteciam: a Bulgária é um país que ama a paz e valoriza a cultura. Significava que alianças militares não são perenes, e que o mais importante eram as alianças culturais. Em vez do tamanho de suas terras, do seu poderio militar ou econômico, valorizavam mais a grandeza do espírito humano, sua riqueza, beleza e os laços formados. A sábia líder Ludmila Zhivkova, então presidente do Comitê Cultural (correspondente à ministra da Cultura), disse resolutamente: O mundo não deve viver mais sob a ameaça da guerra. [Crianças] Morrem antes que possam aprender a escrever — antes que possam escrever as mais acalentadas palavras do mundo — “mãe” e “liberdade”. Não devemos permitir que isso continue. Podemos dizer que um mundo verdadeiramente de paz é uma sociedade em que mães e filhos podem viver com o sorriso no rosto. Asas da cultura de paz [Nota do Editor: A Bulgária é uma “encruzilhada de civilizações”, um ponto-chave no Caminho da Seda que liga o Leste ao Oeste, marcada por vários ciclos de ascensão e queda. Sensei fala sobre a alma de seu povo, que não sucumbe às provações, por meio de sua história de superação e de construção de uma rica cultura.] Existe o seguinte ditado búlgaro: “O sol também nasce à nossa porta”.1 Quem vive com forte otimismo e é o sol que ilumina as pessoas são as mulheres. No romance do grande escritor Ivan Vazov, há uma cena comovente em que uma mãe, que espera ansiosamente pelo retorno do filho em segurança do campo de batalha, fica sensibilizada ao ver soldados inimigos sendo capturados e levados à prisão, e intercede: “São pessoas boas... Sinto pelas mães dessas pessoas... Será que elas sabem como seus filhos estão?”.2 Durante a guerra, lembro-me de que minha mãe também disse em relação à prisão de uma pessoa nascida no país inimigo pelos soldados japoneses: “Coitada! Coitada! Como a mãe dela deve estar preocupada com ela!”. Podemos dizer que o “espírito indomável”, que enfrenta as adversidades, e o “coração do amor benevolente”, que se importa com o outro, são as asas da cultura de paz. Tornem-se leõesque todos manifestem o espírito indomávelem sua vida. A família da Dra. Axinia Djourova, importante historiadora de arte do Leste Europeu, com quem publiquei uma coletânea de diálogos, também possui esse “belo espírito de leão”. Lutando contra o fascismo cruel, seu pai recebeu a condenação de morte diversas vezes, e sua mãe só escapou da prisão porque estava grávida. Segundo a Dra. Djourova, depois da guerra, a mãe, que não pôde estudar tanto quanto desejava, criou muitos filhos ao mesmo tempo em que voltou a estudar, aprendeu técnicas de engenharia têxtil e presenteou as crianças com roupas lindas feitas por ela mesma. Ela ensinou a alegria de continuar aprendendo e a arte de dar cores à vida. Ela relata que seu pai lhe transmitiu o modo de viver: em primeiro lugar, viver com perseverança diante das provações; em segundo, quando surgir a oportunidade, agir com ousadia; em terceiro, distinguir com sabedoria se é o momento de perseverar ou de tomar atitude com coragem. E ainda, ele dizia frequentemente: “Qualquer que seja a situação, o ser humano é sempre o ser humano”.3 A Dra. Djourova afirma que ele lhe ensinou o mais importante: o valor da natureza humana. Ela declarou que a missão das mulheres neste mundo é “proteger o valor e a espiritualidade da vida humana”.4 [Nota do Editor: “A missão das mulheres é proteger o valor e a espiritualidade da vida humana”, disse a Dra. Djourova. Falando sobre essa crença, Ikeda sensei enfatiza a importância de “escolher o caminho mais difícil”.] Suplantar o caminho das dificuldades, explorar a dignidade da vida, prezar e salvar outras vidas e construir a paz. Meus amigos também estão trilhando corajosamente por esse majestoso caminho da missão da Bulgária. Da Universidade Soka, que eu fundei, existem alunos que foram estudar na Bulgária e acabaram adotando-a como segunda pátria e estão contribuindo para o bem-estar da sociedade búlgara. Como bons cidadãos, todos estão atuando pelo bem das pessoas, da comunidade e estão ampliando com entusiasmo a rede de amizade e de convivência humana. “Compartilhemos!” —, assim como o jovem poeta Hristo Botev bradou, dividindo alegrias e tristezas! Que o grande coroecoe alegrementeaté os céus,exultante esem arrependimentosdo caminho do juramento! Fotos tiradas por Ikeda sensei em maio de 1981: cidade de Plovdiv, uma das mais antigas do mundo — o espírito indomável do povo búlgaro pulsa em sua longa história No topo: presidente Ikeda, à dir., dialoga com a ministra da Cultura, Ludmila Zhivkova, durante o evento comemorativo dos 1.300 anos de fundação da Bulgária nos subúrbios da cidade de Sófia (maio 1981) Fotos: Seikyo Press Notas: 1. Shigeo Kurihara. Provérbios Eslavos. Hayka.2. Kaette Kimasuka. In: Ivan Vazov Tanhenshu. Tradução: Rokuya Matsunaga. Daigakushorin.3. DJOUROVA, A.; IKEDA, D. Utsukushiki Shishi no Tamashii. In: Obras Completas de Daisaku Ikeda. v. 109. Seikyo Shimbunsha.4. Ibidem. Publicado no Seikyo Shimbun do dia 11 de maio de 2023.
13/07/2023
Caderno Nova Revolução Humana
BS
“Comprovar o poder extraordinário do budismo”
PARTE 29 O céu estava azul sem uma única nuvem. Na tarde do dia 31, foi realizada num parque, localizado em Settignano, na periferia de Florença, a Convenção Cultural da Amizade comemorando os vinte anos do kosen-rufu da Itália. Nessa atividade, reuniram-se setecentos membros vindos de toda a Itália, além de um grupo de intercâmbio da amizade que havia vindo do Japão. Foi uma festividade alegre e animada, de intercâmbio entre Japão e Itália. Para os membros da Itália, era a primeira grande atividade realizada no país. Todos se empenharam nos preparativos e nos ensaios vários dias antes. Mesmo para construir o palco, era um árduo trabalho. Enfim, todos receberam aquele dia dedicando-se a diversas tarefas e ensaiando para as apresentações; muita gente atuando em mais de um papel. Assim que chegou ao local, Shin’ichi se dirigiu diretamente aos jovens das comissões que atuavam nos bastidores, e os incentivou com toda a força. — Vamos tirar uma foto comemorativa juntos. Depois de tirar a foto em dois grupos, da Divisão Masculina de Jovens e Divisão Feminina de Jovens, ele disse: — Nos escritos de Nichiren Daishonin, há a expressão “significado de emergir da terra”. Essas palavras indicam o surgimento de bodisatvas da terra em sucessão para se encarregar da missão pelo kosen-rufu e salvar as pessoas. Vocês são bodisatvas da terra. Acredito que tenham esperança e também grandes sofrimentos e frustrações. A vida é uma batalha contra as dificuldades e os sofrimentos. Mas todos os tipos de sofrimentos e de adversidades existem para ser ultrapassados e comprovar o poder extraordinário do budismo. Em outras palavras, por meio da superação do destino cheio de sofrimentos, podem-se estabelecer a verdade e a justiça do budismo para propagá-lo amplamente; e, assim, cumprir a missão como bodisatva da terra. Pode-se dizer que os sofrimentos são condições indispensáveis para cumprir a missão dos emergidos da terra. Por isso, o destino é, em si, a missão. Por piores que sejam as tempestades do destino, não há absolutamente nada que não possa ser superado. O surgimento de grande número de jovens em Florença fez com que Shin’ichi sentisse a forte convicção do “significado de emergir da terra”, e a grandiosa esperança do kosen-rufu mundial. PARTE 30 Nos arredores, havia muitas árvores, e uma refrescante brisa soprava no local. Na parte frontal do palco, especialmente construído, tinha um cenário com o desenho do sol e com plantas, flores e animais crescendo sob os raios solares. Nesse palco, os membros de Nápoles apresentaram uma dança típica tradicional, seguida de sucessivas músicas e danças apresentadas por membros de Roma, Florença, Milão, Gênova e Turim. Houve também uma apresentação solo repleta de energia vital por um vocalista de idade avançada. Um membro de Bérgamo dançou alegremente por todo o palco ao ritmo de assobio e batida de mãos. As integrantes da Divisão Feminina de Jovens cantaram em japonês a canção Hoshiwa Hikarite [Brilha a Estrela] dedicada por Shin’ichi ao grupo Byakuren.1 As componentes da Divisão Feminina (DF) também entoaram a canção Kyomo Genkide2 em japonês. O grupo de intercâmbio do Japão juntou as vozes e, no final, se tornou um grande coral, e a canção se estendeu pelo céu azul. Por sua vez, esse grupo apresentou a dança típica Kochi Ondo [Canção de Kochi] e, em seguida, cantou O Sole Mio [O Meu Sol], em italiano, sendo fortemente ovacionado. A cada apresentação, Shin’ichi a louvava com forte aplauso. E, quando os membros que acabavam de apresentar se aproximavam de Shin’ichi, ele manifestava suas palavras de agradecimento: — Obrigado. Foi uma apresentação maravilhosa. E trocava forte aperto de mãos. No lugar onde ele se encontrava não cessavam as ondas de pessoas. Havia jovens que apresentavam seus pais não praticantes; e pais que traziam a filha com deficiência visual, puxando-a pelas mãos. Ele ouviu atentamente cada uma das pessoas e se empenhou nos incentivos e nas orientações extraindo forças do fundo da alma. Shin’ichi possuía o forte sentimento de que “se perder este momento, nunca mais terei outra oportunidade de encontro”. Cada segundo era decisivo, de vitória ou de derrota. A Convenção Cultural da Amizade chegava ao momento dos cumprimentos do responsável pela organização da Itália, Hironobu Kanemitsu, líder de regional. Com brilho nos olhos ao fundo de seus óculos, ele fez um brado de juramento representando todos os membros: — Nós somos felizes por recebermos Yamamoto sensei. Hoje é a nova partida da Itália. Vamos, agora, percorrer o caminho do kosen-rufu! Com coragem, vamos iniciar a desafiadora batalha! O momento é agora”. PARTE 31 O desenvolvimento espetacular da Soka Gakkai da Itália em vinte anos deixava Shin’ichi mais feliz que nunca. No local do evento, havia um membro franzino da Divisão Sênior (DS) de origem japonesa que corria por todas as partes como integrante da comissão. Era Yasuo Kojima, o qual Shin’ichi incentivara havia catorze anos por ocasião de sua visita à Itália no elevador do hotel em Roma. Na época, ele era estudante de uma escola de artes. De acordo com a comunicação do responsável pela regional, Hironobu Kaneda, hoje ele atua como uma das pessoas centrais do distrito, em Roma, e dedica-se protegendo os membros. Uma pessoa que se empenha silenciosamente incentivando os novos jovens, mesmo que não seja foco das atenções, é realmente valiosa. O número de pessoas desse tipo que lutam nos bastidores em torno do líder é o que define o fortalecimento e o desenvolvimento da organização. No final, o kosen-rufu é um jogo de cooperação e depende inteiramente da férrea união. Shin’ichi subiu ao palco e assumiu o microfone: — Cada gota de água que nasce nas longínquas montanhas dos Alpes corre pelas terras italianas tornando-se uma grande correnteza do rio Pó e, no fim, deságua no Mar Adriático. Hoje, nosso movimento que visa a Renascença da vida iniciou apenas a descida pelas montanhas. Declaro que daqui a trinta ou cinquenta anos, esse movimento se tornará uma caudalosa correnteza de um grande rio e, enfim, de uma nova corrente marítima da paz da humanidade. Para que isso aconteça, deve-se levantar só determinando que “eu próprio sou o responsável pelo kosen-rufu”, sem implorar a outras pessoas. A pequena ação de avançar a cada dia com todas as forças, passo a passo, sem relaxar, e o acúmulo de pequenas vitórias levam a uma grandiosa e histórica vitória. Shin’ichi concluiu sua fala com um direcionamento: — Sejam sempre joviais, com seriedade na oração. Cuidem bem de sua vida diária e de sua saúde. Solicito-lhes um vigoroso avanço em prol da paz mundial, de mãos dadas com os jovens do mundo. À noite, ele ainda dialogou com membros representantes. O forte desejo de Shin’ichi era de que a Itália criasse uma onda de diálogo inter-religioso e construísse uma nova história de cooperação humana. PARTE 32 Na manhã do dia 10 de junho, Shin’ichi Yamamoto manteve diálogo com o presidente do Clube de Roma, Aurelio Peccei, nas dependências do hotel onde estava hospedado. O presidente havia retornado de Londres para sua residência em Roma no dia anterior. E naquela manhã, partiu de Roma, dirigindo pessoalmente seu carro em uma viagem de quatro horas para aquele encontro. Shin’ichi ficou impressionado com a vigorosa disposição dele, sem demonstrar cansaço, apesar de seus 72 anos. Uma pessoa que age com convicção rumo a um ideal é sempre jovem. Os preparativos para a publicação do diálogo entre os dois já estavam adiantados. Nesse dia, dialogaram sobre temas como liderança, além de alguns aspectos de organização e composição do livro, resultado do diálogo realizado. Após o término do encontro com o presidente Aurelio Peccei, Shin’ichi se dirigiu à Casa de Dante junto com representantes jovens. A casa construída de pedras era de quatro andares, e foi transformada em um museu. Na parede externa, havia um busto dele. Dante era o mais conceituado filósofo e poeta da Itália na Europa da Idade Média. Nasceu em Florença em 1265 e, com o desejo de servir à pátria, tornou-se político aos 30 anos, passando a se destacar. Porém, engolido pela maré de inveja e de conflitos políticos, acabou sendo banido eternamente do país sob falsas acusações. Em seu coração ardiam as chamas da ira para demonstrar a inversão de valores que considerava certo o errado, e vice-versa, decorrente das mentiras, das falsidades e de conspiração. Então, começou a escrever a Divina Comédia, ilustrando o mundo depois da morte embasado no cristianismo. Ali, nenhum tipo de ostentação ou de falsidade teria validade. Todas as pessoas seriam rigorosamente julgadas e punidas pelas suas ações em vida. Políticos populares, cientistas famosos, generais condecorados, clérigos, enfim, todos são friamente julgados, sem tolerância, e são levados ao inferno. Descrevendo o mundo após a morte, ele quis apontar o correto modo de vida das pessoas. O budismo é a lei de causa e efeito da vida pelas “três existências” — passado, presente e futuro. Em conformidade com essa lei, nós trilhamos diariamente o caminho do supremo bem chamado kosen-rufu. Portanto, não há dúvida de que estabeleceremos uma indestrutível condição de felicidade por toda a eternidade pelas “três existências”. Nichiren Daishonin afirma em seus escritos: “Quando estava vivo, ele era um buda em vida, e agora é um buda em morte. Ele é um buda tanto em vida quanto em morte”.3 A condição de alegria de quem vive pela missão e luta corajosamente é eterna. E, mesmo depois da morte, nossa vida continua resplandecendo de alegria. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Ilustrações: Kenichiro Uchida Notas: 1. No Brasil, grupo Cerejeira.2. Mais um Dia Feliz, no Brasil.3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. Editora Brasil Seikyo: São Paulo, v. I, p. 477, 2020.
13/07/2023
Relato
BS
A expansão dos sonhos
Eu me chamo Paulo Menegheti, tenho 25 anos. Atualmente, curso engenharia de controle e automação no Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), campus Três Lagoas. Divido com vocês um pouco da minha trajetória na Soka Gakkai, que começou no instante em que nasci. É que meus pais, os quais já praticavam o Budismo Nichiren, fizeram um milhão de daimoku (recitação do Nam-myoho-renge-kyo) para que eu viesse ao mundo com saúde e para que eu me tornasse uma pessoa de grande valor. Imensa gratidão a eles, que me integraram desde cedo aos jardins Soka, onde aprendi a importância de ser feliz e também de lutar pela felicidade dos outros — esse movimento de paz que chamamos kosen-rufu. Paulo com os pais, Paulo Henrique e Marta. Foi uma evolução crescente, uma vez que na escola sempre fui um aluno com notas medianas, conversava muito, era inquieto, tinha dificuldades nos estudos, características identificadas no diagnóstico de transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). A chance de iniciar meu processo de revolução humana iniciou na base, sendo treinado pela DF e DS do bloco. Para mim, um aprendizado precioso sobre a liderança humanística. Uma mudança de mentalidade que expandiu minha vida, pois aprendi a sonhar alto e a acreditar no potencial que existia dentro de mim. No ensino médio, aos 17 anos, chegara o momento de escolher uma profissão. Pela afinidade com a área de exatas, decidi cursar engenharia. Na época, eu morava em Andradina, interior de São Paulo, uma cidade pequena e com poucas oportunidades. Durante três anos, foram várias tentativas e nenhuma deu certo. Vem o ano 2018, com desafios e conquistas. Consegui ser aprovado em uma universidade pública, o que tanto almejava. A distância até o campus de Três Lagoas, MS, é de 50 quilômetros, por essa razão tive de me instalar na cidade. No meu primeiro semestre, obtive o apoio de uma grande veterana da localidade, que me acolheu com seu grandioso coração. Outros desafios se acumularam, pois parei, por vontade própria, com o tratamento; além disso, estava em um relacionamento conturbado. No segundo semestre, retornei a Andradina e passei a viajar diariamente para frequentar os estudos. E assim transcorreram os quatro anos de faculdade, período que envolveu a pandemia e muitas dificuldades. A única coisa que me manteve firme foram as atividades on-line da localidade e minha atuação no Brasil Ikeda Myo-on Kai (grupo de bastidor da Divisão Masculina de Jovens). A partir daí, comecei a perceber uma pequena chama acesa dentro de mim. Decidi então que 2022 seria o ano da minha vida, em todas as áreas. Agradeci pelo trabalho, que, mesmo não sendo na minha área, me proporcionou estar em dia com a assinatura dos periódicos, a participação no Kofu; também pude comprar meu notebook e meu primeiro veículo. Na faculdade, encarei as DP conciliando as matérias do ano, além do trabalho e as atividades. Como budismo é vida diária, entendi que seria a hora de transformar o carma negativo da doença em minha vida, retornando ao tratamento. Como mencionei, 2022 foi extremamente desafiador, porque, nos meses seguintes, terminei o namoro e perdi o emprego. Por fim, tinha somente a bolsa de estudos vinda do meu projeto de pesquisa da faculdade. Meu objetivo era conseguir um estágio na área, também como forma de provar a mim mesmo a minha capacidade. Devido ao meu transtorno, carregava comigo até aquele momento 22 anos de dificuldades e uma situação em que acumulei dezenove DP de matérias. Portanto, conseguir mudar essa situação era realmente importante. Desempregado e sem confiança, recebi a notícia de que havia sido selecionado para a segunda edição da Academia Índigo da Juventude Soka do Brasil, em março de 2023, e assim renovei a decisão. Determinei, de uma vez por todas, que seria o ano do meu triunfo e que jamais seria derrotado. Havia enviado meu currículo para uma vaga em uma empresa multinacional e na primeira etapa de entrevistas, ocorrida em janeiro, falei sobre mim, meus objetivos e sobre a Gakkai. Veio a última fase e, por fim, conquistei meu tão sonhado estágio, e hoje trabalho na área, arcando com os custos da participação na academia com meu salário. A partir do projeto de pesquisa que realizei na faculdade, pude utilizá-lo como TCC e no dia 22 de junho último apresentei com êxito em minha pré-banca. Consegui também comprar meu novo carro. Vitória! A imagem traz o jovem na Academia Índigo em São Paulo Das DP, restam apenas seis que concluirei no próximo semestre. Para o tratamento do TDAH, agora consigo conciliar medicação com acompanhamento médico. Adotei meu carma como missão e, com minhas comprovações, que estão sendo muitas, quero inspirar outros jovens que vivem o mesmo desafio que eu. A Soka Gakkai é maravilhosa! Na RM onde atuo, este ano estamos unidos na realização de visitas e atividades, apoiando a amada Divisão dos Estudantes e também os jovens, em programações nas quais temos utilizado o livro Juventude: Sonhos e Esperança, no qual Ikeda sensei incentiva diretamente nosso coração. Agradeço à minha família, pelo apoio, e a todos os companheiros que estiveram comigo nessas batalhas. Estou muito feliz, pois minha atual companheira me apoia em tudo. Por fim, gostaria de compartilhar um trecho de um incentivo do presidente Ikeda: Na vida sempre haverá um “momento crucial” no qual você será posto à prova. Por isso se faz importante o quanto e com que espírito você se prepara e quais esforços empreende em seu cotidiano. É acumulando contínuos e diligentes esforços no dia a dia que, no momento certo, conseguirá aproveitar a oportunidade ao seu favor.1 Muito obrigado a todos, pela oportunidade! Ikeda sensei, conte comigo! Paulo Eduardo Menegheti Gonçalves, 25 anos. Estudante e estagiário. Na BSGI, é responsável pela Divisão dos Estudantes da RM Noroeste Paulista, CNOP. Fotos: Arquivo pessoal Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Citações de Daisaku Ikeda. Editora Brasil Seikyo, 2023. p. 29.
13/07/2023
Aprender com a Nova Revolução Humana
BS
Viver com o Gosho: volume 13 (parte 3)
Apesar de a senhora ter permanecido em Sado, seu coração chegou a esta província. O Tambor no Portal do Trovão1 Esforços corajosos unem mestre e discípulo Em setembro de 1968, Shin’ichi Yamamoto esteve em Wakkanai, Hokkaido, e encorajou os membros que se empenhavam arduamente na cidade ao extremo norte do Japão, citando uma passagem de uma carta que Nichiren Daishonin escreveu para a monja leiga Sennichi. Como Wakkanai estava no extremo norte do Japão eles raramente tinham acesso à orientação dos veteranos e muitos realizavam suas atividades com uma sensação de solidão e isolamento. O objetivo de Shin’ichi naquele dia era dissipar as nuvens que ofuscavam o coração dos membros. (...) Referindo-se ao trecho “Embora esteja em Sado, seu coração chegou a esta província”,2 Shin’ichi afirmou: — Mar e montanhas separavam a Ilha de Sado do Monte Minobu, mas o forte espírito de procura de Sennichi a fez estar sempre ligada a Nichiren Daishonin. Distância geográfica não tem nada a ver com a distância espiritual. O coração daqueles que lutam com coragem e a determinação de conduzir as pessoas à felicidade e de realizar o kosen-rufu no lugar onde estão por mais remoto que seja são unos com o coração de Daishonin. Esse é o espírito da Soka Gakkai; é a prática da fé que está em sintonia com a sede da Soka Gakkai. Se aqueles que vivem ou até mesmo trabalham na sede perderem o espírito de luta e deixarem de agir, estarão distantes do espírito de Daishonin e do movimento para o kosen-rufu. (Trechos do capítulo “Estrela Guia”) Convertam funções da maldade em trampolim para a revolução humana Líderes da cúpula da Soka Gakkai foram enviados para apoiar os membros de Amami Oshima, ilha onde os membros da Soka Gakkai haviam enfrentado contínuas perseguições. Pouco antes da partida deles para a ilha, receberam a seguinte orientação de Shin’ichi sobre a natureza das funções da maldade. Assim como as pessoas podem desempenhar o papel das funções maléficas, elas também podem agir como forças protetoras que vêm em nosso auxílio. É de nossa determinação interior que depende se uma determinada pessoa ou incidente irá servir de obstáculo para a nossa felicidade ou trampolim para a nossa revolução humana. Há pessoas que se alegram e aprofundam sua fé quando surgem grandes dificuldades, encarando-as como prova da veracidade das palavras de Daishonin. Por outro lado, há também aquelas que alcançam benefícios de sua prática e criam uma vida confortável e, logo em seguida, fraquejam na fé. Na época do presidente Josei Toda também houve indivíduos que se ressentindo da orientação rigorosa, porém compassiva do mestre, acabaram dando as costas para a organização. Em última análise, o nosso ambiente nada mais é do que um meio propício para a manifestação das funções da maldade, já que elas residem em nosso próprio coração. Shin’ichi, então, afirmou de modo contemplativo, fitando o horizonte: — A solução fundamental para este problema está na transformação do estado de vida dos membros. Nichiren Daishonin escreveu: “Oro para que, antes de tudo, eu consiga guiar e conduzir os governantes e outras pessoas que me perseguiram”.4 Tudo depende de eles conseguirem ou não manifestar a mesma condição de vida que Nichiren Daishonin, que estava determinado a salvar primeiro as autoridades responsáveis pelas perseguições contra ele. Daishonin afirma ainda que foi justamente por causa dessas pessoas que ele conseguiu se tornar um devoto do Sutra do Lótus. (...) De agora em diante, a luta deles é ganhar a confiança das pessoas, e o segredo é o diálogo sincero. Também é importante que cada membro faça o melhor para contribuir para a sociedade. (Trechos do capítulo “Canto da Fortaleza”) (Traduzido da edição do jornal Seikyo Shimbun do dia 20 de novembro de 2019.) Ilustração: Kenichiro Uchida Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 214, 2017.2. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin]. v. I. Tóquio: Soka Gakkai: 2006. p. 949.3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Dai-shonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 422-423, 2020.4. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin]. v. I. Tóquio: Soka Gakkai: 2006. p. 402. Assista Se você é assinante digital, veja o vídeo da série “Aprender com a Nova Revolução Humana”, volume 13
13/07/2023
Frase da Semana
BS
Frase da Semana
A prática da fé existe para extrair o infindável potencial da vida. Reconhecendo os esforços e nos apoiando mutuamente ante os desafios do dia a dia, vamos cumprir nossa nobre missão! Dr. Daisaku Ikeda Publicada no jornal Seikyo Shimbun em 11 de julho de 2023.
13/07/2023
Datas Comemorativas
BS
Datas significativas de agosto
14 Primeiro encontro de Daisaku Ikeda com Josei Toda (1947)24 Conversão do presidente Ikeda ao budismo (1947)Dia da Divisão Sênior27 Perseguição de Matsubagayatsu (1260)
13/07/2023
Notícias
BS
Cerejeiras florescem no Centro Cultural Campestre
Neste mês de julho, mês dos jovens, as cerejeiras começam a florescer em diversos pontos do Centro Cultural Campestre da BSGI (Itapevi, SP) *** *** *** ***
13/07/2023
Rede da Felicidade
BS
Levantar-se com sincera fé e agir
[Em 1978, Shin’ichi Yamamoto (pseudônimo do presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, na obra) visitou a residência de Yoshihiro e Shizue Mizobuchi, na cidade de Takamatsu. Yoshihiro, médico e proprietário de uma clínica particular, era coordenador do Departamento de Profissionais da Saúde na região. Eles também eram líderes das Divisões Sênior e Feminina da província de Kagawa.] Yoshihiro iniciara a prática em março de 1964, antes de sua mulher. Ele estava numa situação complicada em virtude de uma enorme dívida decorrente do fato de um amigo ter deixado de pagar uma nota promissória da qual havia sido fiador. Isso só o levou a desconfiar muito das pessoas, mas também lhe acarretou a preocupação de como lidar com credores. Não conseguia dormir e padecia de ansiedade terrível provocada pela tensão. O fato de ele, um médico, não ser capaz sequer de curar a própria insônia, o perturbava ainda mais. Yoshihiro confidenciou seus problemas a outro amigo. Essa pessoa, membro da Soka Gakkai, falou-lhe sobre o Budismo Nichiren e, no dia seguinte, apresentou-o ao líder de comunidade. Citando exemplos dos escritos de Nichiren Daishonin, o líder de comunidade explicou-lhe eloquentemente sobre a causa da doença da perspectiva budista. Yoshihiro ficou muito impressionado. Convencido de que o budismo expunha um meio para superar doenças que a ciência médica não era capaz de entender, decidiu associar-se à Soka Gakkai. Quando recebeu o Gohonzon, vários membros da Soka Gakkai foram à sua casa celebrar. Sua esposa, Shizue, não sabia quem eram aquelas pessoas ou por que estavam em sua casa e, com certeza, não ficou muito entusiasmada com os trajes delas. As roupas eram simples, e os sapatos, velhos e surrados. Não desejando se envolver muito com elas, nem lhes serviu chá. Naquele dia, Yoshihiro recitou o sutra e daimoku sinceramente antes de ir se deitar. Caiu imediatamente num sono profundo. Era a primeira vez em dois anos que dormia bem. Ele acordou renovado na manhã seguinte. Para Yoshihiro, aquela experiência abriu seus olhos para o valor da prática do Budismo Nichiren. (...) Quando Yoshihiro contou à esposa que havia ingressado na Soka Gakkai, ela presumiu que devia ser algum tipo de associação médica.1 Shizue, portanto, ficou chocada ao descobrir, logo depois, que se tratava de um grupo religioso. Ao se recuperar de sua severa ansiedade, Yoshihiro encorajou a mulher a se associar também à organização. Apesar de acreditar que poderia haver algo naquela prática religiosa, o pai dela era o principal representante dos adeptos de outra escola budista, e ela se preocupava com o que os outros pensariam. Shizue criticava a Soka Gakkai de maneira ríspida e se recusava firmemente a aderir à organização, alegando ao marido que tinha o direito de escolher a própria religião. Yoshihiro disse que não apreciava o fato de ela criticar algo de que não tinha conhecimento e questionou o caráter dela. Ela acabou decidindo se filiar apenas no nome, mas sem intenção de participar das atividades. Foi então que uma líder da Divisão Feminina a visitou para lhe oferecer apoio e encorajamento. — Só me associei porque meu marido queria que eu o fizesse. Não frequentarei as atividades — disse-lhe Shizue. A líder da Divisão Feminina respondeu: — Independentemente do motivo que a levou a se converter, ao praticar o budismo, terá muitos benefícios. O budismo ensina: “Mesmo que alguém ainda não tenha despertado uma fé verdadeira, conquistará benefícios imensos conectando-se ao objeto [de devoção, ou seja, o Gohonzon] correto”.2 — O que quer dizer com benefício? — Bem, o que significa para a senhora? — Ter comida e roupas suficientes e um teto, creio eu. — Sim, certamente isso é benefício, mas não é o único tipo. Há uma categoria de benefício mais importante. Por exemplo, desenvolver força interior, para não ser derrotada por nada na vida. Ou cultivar uma condição existencial na qual a vida em si seja incrivelmente prazerosa. Ou ter uma vida jubilosa, desejando realmente tornar outras pessoas felizes e podendo lhes ensinar o caminho infalível para a felicidade. As palavras “força interior” a acertaram em cheio. Vendo o marido, que tivera de arcar com uma dívida enorme por ter uma índole bondosa, ela passara a se sentir muito ansiosa. Temia que a vida fosse repleta de reviravoltas inesperadas e de incertezas. (...) Tanto Yoshihiro como Shizue passaram a se empenhar com maior seriedade à prática budista. Nisso, os parentes do casal e os médicos que Yoshihiro conhecia começaram a se opor à fé abraçada por eles. Era uma época em que ainda predominavam fortes equívocos e ideias preconceituosas em relação à Soka Gakkai. Uma das pessoas contra a prática deles era a mãe de Shizue. Ela implorou em prantos à filha que desistisse, dizendo que nem estava conseguindo sair de casa de tanta vergonha. Entretanto, observando a condição do marido melhorar dia a dia, Shizue permaneceu inabalável. (...) Sete anos depois de ingressar na Soka Gakkai, terminou de saldar a enorme dívida que fora forçado a assumir, e também superou totalmente os problemas cardíacos que desenvolvera subsequentemente. Com base no desejo de Mizobuchi de proteger a vida das pessoas de sua comunidade, a clínica particular dele começou a aceitar casos de emergência 24 horas por dia. [Apesar da agenda de trabalho cheia, juntamente com sua esposa, ele também se devotava às atividades da Soka Gakkai com alegria. Durante a visita, Shin’ichi incentivou Yoshihiro:] — (...) Não conseguiremos expandir nosso movimento em prol do kosen-rufu a não ser que os homens de nossa organização se levantem com sincera fé e ajam. Crie, não somente aqui em Kagawa, mas em toda a Shikoku, uma era em que a Divisão Sênior da Soka Gakkai assuma a liderança. Eu também sou da Divisão Sênior. Esforcemo-nos juntos — disse Shin’ichi, assentindo com a cabeça. O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku. Fonte: IKEDA, Daisaku. Líderes Audazes. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 26, p. 227-232, 2019. Ilustração: Kenichiro Uchida Notas: 1. A palavra japonesa Gakkai significa simplesmente “sociedade”.2. Escritos em Vinte e Seis Volumes, de Nichikan.
13/07/2023
Editorial
BS
Fórmula para sucessivas vitórias
Iniciamos a segunda metade de 2023! O segundo semestre marcou também a história da Soka Gakkai. Há oitenta anos, dois educadores e praticantes do Budismo de Nichiren Daishonin foram perseguidos e aprisionados. Eles se empenhavam pela reforma religiosa em meio à repressão de pensamento e à tempestade do autoritarismo militar japonês. Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda foram presos em 6 de julho de 1943, acusados do crime de lesa-majestade e de violarem a Lei de Manutenção da Paz. O Estado não tolerava uma religião que atuasse em benefício do povo.1 O registro dessa batalha pela paz e pela felicidade das pessoas está num romance de autoria de Ikeda sensei, o qual teve sua origem cinquenta anos depois do episódio relatado acima. Nesta edição, você acompanha o Especial que narra os trinta anos do início da Nova Revolução Humana. Julho, mês dos jovens, é o momento para reconfirmar a fórmula de sucessivas vitórias: mestre, discípulo, kosen-rufu. Como se brindasse o surgimento das novas vidas se juntando ao movimento índigo do Brasil, Ikeda sensei escreve em seu poema: A eterna vitória da Soka Gakkai também se definecom a criação de “valores humanos” no presente.Por isso mesmo,a virtuosa boa sorte de criar “valores humanos”com toda a sinceridade, por meio de árduos esforçosmuitas vezes maiores que os de outras pessoas,é indestrutível pelas três existências.Não há a menor dúvida de que todos os familiaresprosperarão eternamente.2 Em gratidão aos mestres, vamos conquistar a boa sorte indestrutível gravando nas páginas da própria vida os próximos capítulos da Nova Revolução Humana. Ótima leitura! Notas: 1. Cf. IKEDA, Daisaku. Raios de Paz. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 3, p. 224, 2019.2. Brasil Seikyo, ed. 2.639, 15 jul. 2023, p. 3.
13/07/2023
Encontro com o Mestre
BS
Sementes da esperança no grande solo dos corações juvenis
As pessoas se desenvolveminspirando-se mutuamente,de vida a vida.A força de um bom ser humanocria uma boa pessoa.A força de um mau ser humanogera uma má pessoa.Possuir um relacionamento entreseres humanos de bemé o princípio absolutamente necessário.Plantar as sementes da esperançano grande solo dos corações juvenis,protegê-las cuidadosamente, nutri-lase observá-las como frondosas árvores do futuro.A criação da Divisão dos Estudantesé uma tarefa realmente sagrada,repleta de romantismo.Devem-se dedicar vozes de encorajamento.“Isso está ótimo!"“Bom trabalho!”“Maravilhoso!”Se houver algo positivo,deve-se elogiá-lo sem falta.O que inspira uma vida juvenilsão a sincera oração e o incentivo honesto.Falem e transmitam animadamente agrandiosa convicção na fé.Fazendo crescer majestosamentea frondosa árvore do futuro!Para desenvolverem os sucessores,em primeiro lugar, vocês própriosdevem avançar bravamente.Devem desafiar os assuntos corajosamente.Gostaria de que não se esquecessem dessadeterminação inflexível para o aprimoramento.A eterna vitória da Soka Gakkai também se definecom a criação de “valores humanos” no presente.Por isso mesmo,a virtuosa boa sorte de criar “valores humanos”com toda a sinceridade, por meio de árduos esforçosmuitas vezes maiores que os de outras pessoas,é indestrutível pelas três existências.Não há a menor dúvida de que todos os familiaresprosperarão eternamente.Vamos, pois, incentivar a Divisão dos Estudantes,tesouro Soka, esperança da humanidade!Vamos crescer juntos!Avançando com orgulho no coraçãode realizar o trabalho sagrado a estabelecera eterna correnteza do kosen-rufu,vamos passar o verão de plenitude e de aprimoramento,com saúde em primeiro lugar! No topo: Ciprestes crescem para o alto no tapete de grama que parece um mar. Foto tirada por Ikeda sensei no Centro Cultural da Itália, em Florença, em maio de 1994. Raios de sol e solo fértil transformam plantas jovens em árvores frondosas. Às vezes, é necessário colocar talas. Nos escritos de Nichiren Daishonin consta: “Quando uma árvore é transplantada, ainda que soprem ventos fortes, ela não tombará se estiver sustentada por uma firme estaca”.1 As pessoas também crescem tendo como nutriente o ardente entusiasmo daqueles com quem se relacionam. A Reunião de Líderes da Soka Gakkai deste mês [no Japão] será realizada com o significado de “Encontro das Divisões dos Universitários e dos Estudantes”. A partir do dia 8, inicia-se também o período do avanço dinâmico da Divisão dos Estudantes (até o dia 31 de agosto) [no Japão]. Visualizando o futuro com o crescimento das jovens vidas como monarcas humanos, enviemos sinceros encorajamentos. Nota: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 625, 2020. Publicado no Seikyo Shimbun de 2 de julho de 2023.
13/07/2023
Notícias
BS
Novo castelo da paz em Taubaté
Emoção, gratidão, dinamismo. Poderíamos passar horas destacando vários sentimentos e qualidades que os membros da RM Taubaté, CLP, emanavam na tarde de 8 de julho com a inauguração da sede regional, que será centro do desenvolvimento da organização local. Ao longo da manhã durante os preparativos, cada detalhe era repassado e, às 16h30, horário da cerimônia, todos demonstravam o aspecto e a postura de vitória. Descerramento da placa comemorativa Representando a RM, os líderes João Ricardo Gujev, responsável pela RM, e Maria Aparecida Cardoso, responsável pela Divisão Feminina, agradeceram e salientaram a importância da união dos membros. Para Maria Aparecida, a nova sede será o local em que todos irão para se nutrir de incentivos e conhecimentos para aplicá-los na organização de base. E João Gujev enfatizou que o dia da inauguração era para renovar os objetivos: “Hoje é um dia especial e renovo meu juramento de que nós concretizaremos grandiosos objetivos”. Miguel Shiratori, presidente da BSGI, participou da cerimônia e incentivou os presentes: “Esta sede é o quartel-general do Vale do Paraíba. Vamos objetivar daqui a um ano o crescimento pessoal e da nossa organização. Onde pulsa o coração do Mestre, existe a vitória. Avançar significa encontrar-se com as pessoas”. Miguel Shiratori, presidente da BSGI, incentiva os membros da RM Taubaté Leticia Freitas, integrante da DFJ, afirma que a inauguração a fez refletir e decidir: “O sentimento que se destaca é de respeito e gratidão. Hoje, minha decisão é continuar o grandioso caminho do kosen-rufu e expandir ainda mais o grupo Cerejeira na RM Taubaté. Que nossa nova sede seja o palco de muitas vitórias!”. Para José Felipe, integrante da DMJ, a inauguração foi um momento único: “A partir de agora, renovo meu juramento seigan e, junto com os companheiros da Juventude Soka, estou pronto para enfrentar o árduo caminho do kosen-rufu sem arrependimentos. Infalivelmente, iremos vencer”. No topo: foto com os integrantes da RM Taubaté em frente ao prédio da nova sede Fotos: BS/ Colaboração local
13/07/2023
Notícias
BS
Sede comunitária em Santos
No dia 10 de junho, foi realizada a cerimônia de inauguração da Sede Comunitária Matsui, localizada na cidade de Santos, CGSP. O espaço possui uma sala principal e outras duas salas para atividades menores e atenderá a todos da localidade. Membros, líderes e convidados participaram da solenidade. Norberto Matsui disse: “Com o espírito de gratidão e para corresponder à dedicação de Ikeda sensei, oferecemos de coração esta sede particular a fim de que possamos desenvolver juntos o kosen-rufu da nossa localidade para que aqui seja um celeiro de criação de valor para todo o Brasil”. Em suas palavras durante a solenidade de inauguração, Luciano Gonçalves, vice-coordenador da CGESP, compartilhou trechos do romance Nova Revolução Humana. “O segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, costumava dizer: ‘Aqueles que sempre são gratos ao Gohonzon desfrutam prosperidade e boa sorte cada vez maiores’1 e parabenizou à família Matsui pelas vitórias conquistadas com a prática do budismo e salientou: ‘Inaugurar esta sede tem um propósito fundamental, que é a felicidade de todos’.” No topo: corte da fita inaugural marca a solenidade de inauguração da Sede Comunitária Matsui Foto: Colaboração local Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 26, p. 305, 2020.
13/07/2023
Notícias
BS
Educação e paz
“Reunindo a Criatividade Histórica para Restaurar a Paz” foi o tema proposto para a atividade do dia 2 de julho, que teve a participação de cerca de mil membros da Coordenadoria Educacional (CEduc) da BSGI. De forma virtual, a programação girou em torno do diálogo com o olhar da educação sobre as propostas de paz sugeridas à ONU pelo Dr. Daisaku Ikeda, presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI). As explanações ficaram a cargo dos especialistas Célio Borges, André Melo e Fabiano de Souza, que integram a CEduc. “A paz está em nossas mãos”, foi o consenso de todos. “A partir de mim, como posso fazer a diferença? A proposta de paz sou eu.” Todos puderam participar com reflexões, por meio de enquete compartilhada, cujos resultados foram apresentados por Fabiano de Souza. Seguiu-se relato de comprovação de Amasa Carvalho, sendo a programação finalizada por Thiago Tobias. A Declaração uma Cultura de Paz visando à Dignidade da Vida ficará disponível na página da CEduc, na Extranet da BSGI. No topo: print comemorativo do encontro da CEduc que teve como eixo as propostas de paz do presidente Ikeda Foto: Reprodução
13/07/2023
RDez no BS
BS
Vamos criar belos arcos-íris de amizade e de paz
Série de incentivos escrita pelo presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, para a Divisão dos Estudantes Futuro Vocês já se perguntaram por que o arco-íris que aparece depois da chuva é tão bonito? Talvez seja porque várias cores estão brilhando juntas e em harmonia. Eu tenho a certeza de que seus amigos são especiais e únicos. Eles possuem aparências e personalidades diferentes. Os interesses e os talentos deles são variados também. Mas é exatamente isso que torna a amizade de vocês tão interessante! Todos são diferentes e maravilhosos! Recitar Nam-myoho-renge-kyo ilumina a vida de vocês como o sol e traz à tona suas melhores qualidades. Vocês também podem trazer o melhor de seus amigos. Espero que vocês e seus amigos aprendam uns com os outros com um grande coração e cresçam para ser pessoas que criam arcos-íris de amizade e de paz no futuro e em todo o mundo. Fonte: Traduzido e adaptado da série “Rumo a 2030: Dedico aos Radiantes Faróis da Esperança” da edição de junho de 2022 da Boys and Girls Hope News, publicação mensal da Soka Gakkai voltada para a Divisão dos Estudantes Futuro. Passatempo Respostas
13/07/2023
Editorial
BS
Sorriso encorajador
Iniciamos o segundo semestre de 2023. Julho, mês dos jovens, chegou. A edição do jornal Brasil Seikyo está repleta de força jovem. Traz experiências das jovens vidas, histórico da fundação da Divisão Masculina de Jovens e da Divisão Feminina de Jovens, além de uma maravilhosa mensagem enviada por Ikeda sensei, na qual ele diz: Hoje, mais que nunca, o mundo anseia por essa grande filosofia do respeito à dignidade da vida. Conforme consta numa escritura sagrada “O sábio se alegra, ao passo que o tolo recua”,1 peço a vocês, jovens de profunda missão, que, quanto mais árduas forem as circunstâncias, recitem mais intensamente daimoku e escalem com alegria e coragem a montanha da vitória na revolução humana, incentivando uns aos outros.2 Pegando carona no frescor da Juventude Soka do Brasil, BS retoma a editoria Meu Bloco, Minha Alegria. Os encontros, o contato de vida a vida, ganham palco na temática. Visitar amigos, familiares, lugares faz parte do roteiro das pessoas em geral. Na Soka Gakkai, “visitar” tem um significado especial. Nessa seção, confira quão grandiosas são as visitas exercitadas na organização. E veja também um trecho em que são destacadas as palavras do presidente Ikeda: As visitas familiares e as orientações individuais são atividades que consomem tempo e são quase invisíveis aos olhos dos outros, mas servem para nutrir as “raízes” da fé. A árvore só consegue crescer em direção ao céu e produzir galhos e folhas verdejantes quando suas raízes se expandem profundamente no solo.3 Ikeda sensei fincou raízes na sociedade brasileira com um grande marco ao ocupar a cadeira 14 como sócio correspondente da Academia Brasileira de Letras (ABL) em 1993. Também neste BS, acompanhe o evento comemorativo dos trinta anos do discurso do presidente Ikeda na ABL. Assim, leitor, no ritmo do recente ensaio de Ikeda sensei e com a plenitude das rosas fotografadas por ele, “avancemos, fazendo reverberar juntos as vozes de encorajamento e as canções de contínuas vitórias para a localidade e para o futuro!”4 Ótima leitura! Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 666-667, 2020. 2. Brasil Seikyo, ed. 2.638, 8 jul. 2023, p. 3. 3. Ibidem, p. 16. 4. Ibidem, p. 6.
06/07/2023
Incentivo do líder
BS
Uma coleção de eternos aprendizados
Eu era uma menina tímida que mal cumprimentava as pessoas quando chegava às reuniões. Lembro-me de que um dia minha irmã me explicou a importância de romper essa timidez e falar com as pessoas. Isso aconteceu há uns dezessete anos. A partir de então, posso dizer que comecei a colecionar aprendizados. Uma líder de bloco que não conseguia fazer a apresentação de uma reunião e uma líder da Divisão dos Estudantes (DE) que mais parecia participante do que aquela que organizaria a atividade — essa era eu aos 14 anos. Apesar de me sentir insegura e inexperiente, estava num ambiente tranquilo para tentar acertar e errar também, porque tinha ótimas pessoas me apoiando. Recordo-me dos meus líderes da DE realizando atividades para mim e outro membro da divisão como se fosse um encontro com uma sala cheia de crianças. Tenho boas recordações de líderes de bloco, de comunidade, de distrito, e dos pais das minhas colegas que, agindo como condutores do kosen-rufu, me davam carona nas ocasiões em que eu não sabia chegar ao local da reunião ou era perigoso andar sozinha. Guardo calorosas lembranças das minhas líderes da Divisão Feminina de Jovens (DFJ), as quais me visitavam a fim de prepararmos as reuniões e criarmos planos para cumprir nosso objetivo de levar 25 meninas ao nosso encontro de julho. Quanta saudade sinto de líderes que já não estão por aqui, mas que me incentivavam com as palavras certas! Tenho uma grata lembrança que aquece meu coração sempre que chega a época do Exame de Budismo. Havia uma líder que me buscava em casa, incentivava-me no caminho, imprimia o material de estudo para os membros, explicava os conteúdos e fazia um resumo cheio de perguntas ao final dos encontros. Aquele apoio me fazia sentir confiante para prestar o exame. Fico pensando quantas horas ela dedicava para incentivar, apoiar e treinar não só a mim, mas os companheiros da localidade. Cada uma dessas pessoas me ajudou a adquirir aprendizados, que se tornaram joias valiosas em minha memória e em meu coração, como uma coleção riquíssima que ninguém pode tirar. Se hoje consigo, ainda tímida, falar em reunião, romper o medo de dirigir e dar carona, incentivar alguém nos preparativos de uma atividade, encontrar os estudantes ou fazer o que posso para estar junto com os companheiros é porque essa minha coleção me inspira a dar sempre o meu melhor. Cada pessoa deixou um pouquinho de si e empregou seu precioso tempo aos nossos encontros. Li recentemente na Revolução Humana: Devo criar um novo e verdadeiro companheiro. E, então, devo criar mais outro, seguido de mais outro. É isso que significa criar o tempo. O tempo para a difícil tarefa de se criar um genuíno companheiro é agora.1 Meu coração se enche de gratidão por ter líderes que se dedicaram para criar o tempo e me desenvolver, pois apliquei esse treinamento em tudo em minha vida. Como jovem, neste mês de julho, penso que, assim como eu, muitos colecionam aprendizados e guardam lembranças calorosas, joias com o rostinho de cada veterano, com muita gratidão. Da mesma forma, todos, sem exceção, cada qual com o seu jeitinho, neste retorno das atividades, são capazes de incutir tesouros de valor inestimável na vida dos jovens de todas as idades. Muitas vezes, para incentivar alguém, achamos que precisamos saber falar bem ou ter alto grau de estudo do budismo. Mas, para isso, basta termos o coração conectado ao sentimento do presidente Ikeda, que herdou esse mesmo sentimento do seu mestre, Josei Toda. Hoje, vejo que fui incentivada por corações grandiosos como o de Ikeda sensei. Sejamos nós aqueles que transbordam o acervo de aprendizados dos colecionadores do futuro em cada encontro e reconexão. Eu me esforçarei para isso também. Alessandra Miyagawa Vice-coordenadora da Divisão dos Estudantes da BSGI Nota: 1. IKEDA, Daisaku. Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 110, 2022. Ilustração: GETTY IMAGES
06/07/2023
Matéria Grupo Coração do Rei Leão
BS
Agora é o momento de criar o futuro
Julho é uma época em que as crianças e os adolescentes iniciam o recesso escolar, realizam provas finais de semestre e ficam um pouco mais de tempo em casa com a família. Nesse período, em que a rotina dos estudantes desalenta, nasce o momento ideal para criar oportunidades significativas de diálogos e de aprendizado, para descobrir hobbies em comum entre pais e filhos, assistir a séries ou a filmes e também para apresentar a história da Soka Gakkai, por exemplo. Em inúmeros ensaios ou lendo a Nova Revolução Humana, encontramos exemplo de como Ikeda sensei e a Sra. Kaneko educaram seus filhos. Entrevistado por uma revista feminina, Ikeda sensei declarou: “‘A quantidade de recordações é mais importante do que o tempo de relacionamento.’ Para ele, mesmo sem ter tempo e por mais difícil que fosse, criar boas recordações com os filhos era uma atitude fundamental”.1 Nosso mestre afirma que “O que importa é o momento presente, não algum outro tempo no futuro’’.2 Os estudantes são o grandioso tesouro para o futuro, e o essencial agora é incentivar cada um deles a descobrir seu enorme potencial, dia após dia. O grande escritor Romain Rolland disse: “Viva o presente. Reverencie cada dia. Ame o presente, respeite o presente...”3 Nós temos, cada qual, uma intensa rotina: afazeres domésticos, reuniões no trabalho, atividades na organização; e, em alguns momentos, pensamos que não estamos dando conta. Contudo, aprendemos com o buda Nichiren Daishonin que o coração é o tesouro mais fundamental. Assim, nossas palavras e nossos pensamentos são o coração das nossas ações. Por isso, o mais importante é de que forma valorizamos e enaltecemos cada encontro, quais ações empreendemos para construir o futuro. Não amanhã, mas agora. No livro Famílias Felizes, Crianças Felizes, encontramos um exemplo compartilhado por Ikeda sensei sobre a felicidade de Tsunesaburo Makiguchi e de Josei Toda, ao serem informados de que os membros estavam felizes devido às comprovações na prática da fé, e como deveria ser a convicção inabalável para a criação dos jovens sucessores: Os presidentes Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda com frequência encorajavam, com lágrimas nos olhos, os amigos aflitos, considerando o sofrimento deles como se fossem seus. A maior alegria dos dois era ver aqueles aos quais haviam encorajado superarem suas dificuldades e iniciarem com coragem um novo caminho na vida. Essa é a maravilhosa tradição da Soka Gakkai. Vivi até hoje, apesar de minha saúde fraca, graças à oração resoluta e ao encorajamento do presidente Josei Toda, que por diversas vezes me disse: “Não deixarei você morrer!” e “Não morra jovem!”. O nosso sincero desejo de ajudar os amigos a superarem o sofrimento e a se tornarem felizes irá instilar neles, e em nós, a esperança e a coragem de viver, e assim abriremos amplamente o caminho para a felicidade mútua. Neste modo de vida brilha a suprema humanidade. O mesmo espírito se aplica à educação dos filhos. Devemos ouvir com toda sinceridade cada criança e partilhar de seus desafios. Essa atitude é o ponto de partida para todos os nossos esforços.4 Sendo assim, vamos valorizar cada encontro com os estudantes, não deixando passar nenhuma oportunidade para conhecer sua realidade, seus desafios, pois, com esse sublime ato de devoção, estamos contribuindo para criar o futuro. Como pais e líderes, vamos vencer em nossa prática diariamente e incentivar nossos filhos e os jovens da organização com coragem, sabedoria e dinamismo. Cuidem-se! Matéria elaborada pelo Grupo Coração do Rei Leão da Coordenadoria Serra-Mar do Rio de Janeiro (CSMRJ) Notas: 1. Cf. Terceira Civilização, ed. 533, jan. 2013, p. 36. 2. RDez, ed. 206, fev. 2019, p. 6-10. 3. Cf. Brasil Seikyo, ed. 1.783, 12 fev. 2005, p. A4. 4. IKEDA, Daisaku. Famílias Felizes, Crianças Felizes. São Paulo: Editora Brasil Seikyo,2022. Foto: GETTY IMAGES
06/07/2023
Encontro com o Mestre
BS
O planeta Terra é nosso palco!
Avancemos juntos, ecoando as vozes de encorajamento Nada é tão forte quanto o desafio dos jovens e suas asas criativas. Sem se intimidarem diante dos ventos furiosos de qualquer época, os jovens alçam novo voo com força, inteligência e paixão. Quando o grandioso pai da Soka Gakkai, primeiro presidente Tsunesaburo Makiguchi, lançou ao mundo sua grande obra criativa Jinsei Chirigaku [Geografia da Vida Humana], que defende a paz, a coexistência e o humanismo, em 1903, ano anterior à Guerra Russo-Japonesa, ele era um jovem de 32 anos. Este ano completam-se 120 anos desde a publicação dessa edição. Cada vez que se abre e se lê essa obra, o coração se expande em uma escala majestosa. O jovem Makiguchi mostrou que os indivíduos são “cidadãos locais”, os quais firmam raízes em sua localidade; “cidadãos do país” e; ao mesmo tempo, “cidadãos globais”, que não se prendem à estreita visão do nacionalismo. Além disso, lançando luz sobre a profunda relação entre o ser humano e o funcionamento do Universo, tais como o Sol, a Lua e as estrelas, ele discerniu de forma aguçada posicionando as atividades da sociedade e da indústria como fenômenos da vida humana que têm o planeta Terra como palco. Hoje, herdando o espírito de Makiguchi sensei, os cidadãos globais Soka emergidos da terra, que surgiram bailando no palco do nosso planeta, hasteiam o Budismo do Sol e dissipam a escuridão dos sofrimentos da atualidade. Neste mês e no anterior [maio e junho de 2023], na nossa vizinha Coreia do Sul e nos Estados Unidos, no Brasil, na Argentina e em cada país e localidade pulsam uma refrescante vida de esperança e de alegria que reverbera os sinos da nova era do kosen-rufu mundial. Pode-se dizer que cada um desses cenários representa o emocionante drama da canção triunfal do povo que comprova os princípios de “prática da fé é a própria vida diária” e do “budismo é a própria sociedade”, tendo o planeta Terra como palco. Como Makiguchi sensei deve estar feliz pela maravilhosa expansão dos jovens emergidos da terra! Orando e apoiando o desenvolvimento Em qualquer país ou localidade, por trás do desenvolvimento das jovens vidas há o apoio e a oração dos nobres veteranos. É a abertura do caminho que se relaciona diretamente com o coração do mestre, Josei Toda, que bradou: “Criemos as pessoas! Esse é o melhor caminho para a vitória que se liga ao futuro”. Em sintonia com o crescente desenvolvimento dos sucessores no mundo, atualmente, no Japão, temos, entre outros: A rede harmoniosa da Divisão das Mulheres que avança com as irmãs Kayo na vanguarda e a geração das jovens “lírios-brancos” [grupo de jovens senhoras da Divisão das Mulheres]! A refrescante vitalidade que transborda na Academia da Divisão Masculina de Jovens em sua luta e em seu treinamento conjunto! A confiança e a originalidade criativa que brilham nos responsáveis pela Divisão dos Estudantes! Meu dia a dia, junto com minha esposa, é o de enviar daimoku de profunda gratidão. A tradição de renomada universidade Há cerca de trinta anos (1994), no mês de junho, fui convidado pela renomada Universidade de Glasgow, do Reino Unido, a visitar a instituição. Houve uma solene cerimônia em que tive a honra de receber o título de doutor honoris causa. Foi o Dr. J. Forbes Munro (na época, presidente do Conselho Universitário) que, ao ler a carta de recomendação para minha indicação, fez ressoar por várias e várias vezes o nome do meu mestre, Josei Toda, no Bute Hall. O Dr. Munro concluiu sua fala recitando o poema Catarata, que havia redigido para representar a Cachoeira Oirase, na província de Aomori, região de Tohoku: “Intenso como a catarata / ... / Radiante como a catarata / Imponente como a catarata / ...”. Até hoje aquela voz profunda não se afasta do meu coração. O Dr. Munro era uma figura de destaque da história da economia africana e, ao mesmo tempo, um modelo para os educadores humanistas que amam os alunos. Mesmo em relação aos estudantes intercambistas da Universidade Soka, ele os treinava, valorizando-os como se fossem seus próprios filhos, junto com sua esposa. Alegria do reencontro do presidente Ikeda e de sua esposa, Kaneko, com o Dr. J. Forbes Munro da Universidade de Glasgow, no Reino Unido. Nesse dia, Ikeda sensei oferece-lhe um poema, e o chama de “meu amigo íntimo” (Tóquio, maio 2007) O nome de uma personalidade que o Dr. Munro citava como orgulho da Universidade de Glasgow é o do “pai da economia”, que foi também professor dessa instituição, Adam Smith (1723–1790). Neste ano, recebemos o 300º aniversário de seu nascimento. Mesmo em meio aos intensos afazeres da escrita e da publicação de sua histórica e renomada obra Teoria dos Sentimentos Morais, Smith revelou seu real sentimento: “Nada é mais sagrado do que me esforçar ao máximo como membro desta universidade para servir aos estudantes”.1 Ele não tinha a menor formalidade e não demonstrava ar de intelectual. Diz-se que ele vivia alegremente junto com os estudantes, e era alguém que, sem se poupar, descobria e desenvolvia as sementes do talento.2 Nossa Universidade Soka do Japão, como também a da América, está expandindo ainda mais os intercâmbios acadêmicos e educacionais, fortalecendo o espírito de “estudante em primeiro lugar”. A rede de sabedoria e de confiança interligando as universidades do mundo nada mais é que a fonte de luz da esperança a iluminar o futuro pacífico dos cidadãos globais. O grande coro em um só coração No local em que se reúnem, crescem e desenvolvem vidas da juventude há sempre uma canção. Nos dias atuais, membros de todo o mundo estão avançando imponentemente juntos com alegres canções. Na SGI-Europa, que há alguns dias iniciou nova partida, há a nova canção Sun Rises in My Heart [O Sol se Levanta em Meu Coração]. Na SGI-Índia, que expande a grande rede da esperança, são entoadas muitas canções. Uma das mais representativas é I am That One Disciple [Eu Sou esse Único Discípulo]. “Esse único discípulo” é a resposta às palavras do mestre de que “a existência de um único discípulo verdadeiro realiza sem falta o kosen-rufu”. De fato, agora, uma multidão de “valores humanos”, alegre e saltitante, baila animadamente tal como na assembleia do Sutra do Lótus Nas canções da Soka Gakkai do Japão, e dos membros do mundo, pulsa o espírito de mestre e discípulo e contém a mensagem do desejo pela paz e felicidade. Para minha alegria, as vozes animadas do coral da Divisão dos Estudantes, nosso tesouro, reverberam novamente de forma sábia e alegre em cada localidade. Recordo-me de ter recebido ilustres visitantes do mundo junto com os companheiros do coral da Divisão dos Estudantes. Eles aprendiam e treinavam com todas as forças a canção entoada nos países desses visitantes e cantavam maravilhosamente na língua deles. Com um sorriso, os visitantes chegavam a cantarolar juntos. Certa vez, um líder jovem, que se dedica atualmente à diplomacia civil e atua como um responsável pela Divisão dos Estudantes como ex-integrante do coral, relatou-me suas lembranças da participação em uma conferência internacional pela paz na Mongólia. No último dia da conferência, o interior do traslado se tornou o local de animada cantoria. Ele cantou ardentemente, na língua deles, as músicas populares da Mongólia e da Índia que havia entoado como membro do coral por ocasião da recepção aos convidados junto comigo. Então, todos começaram a cantar alegremente formando um grande coro. Superando as diferenças de nacionalidade, de posição e de opinião, uniram os corações. Ele conta que sentiu, mais uma vez, que “a música era a suprema arma para a paz”. “Corra em prol do kosen-rufu” Em breve, receberemos o dia 30 de junho, data de fundação da Divisão dos Universitários [do Japão]. O desafio do “kosen-rufu mundial”, do “rissho-ankoku” e da “perpetuação da Lei” que almejamos é uma longínqua jornada a continuar pelos dez mil anos e mais, por todo o futuro, dos Últimos Dias da Lei. A caminhada do kosen-rufu, de contínuas batalhas contra os “três poderosos inimigos” e contra os “três obstáculos e quatro maldades” não poderia ser nada fácil. Em especial, a Divisão dos Universitários nasceu em meio às ondas furiosas do Incidente do Sindicato dos Mineradores de Carvão de Yubari e do Incidente de Osaka no ano 1957. Essa relação cármica é demasiadamente profunda e essa missão é por demais grandiosa. Foi em 30 de junho de 1978, no 21º aniversário de fundação, que ofereci aos jovens talentos a canção dos universitários Kofu ni Hashire [Corra pelo Kosen-rufu], de profundas recordações. Quando foi anunciada na reunião de líderes, realizada no Centro Cultural de Arakawa, houve uma explosão de alegria, e o fato de termos cantado juntos por doze vezes é inesquecível. Até hoje, muitos companheiros vieram percorrendo uma juventude valorosa junto com essa canção: “A minha vida é o kosen-rufu”. “Nós nos levantamos na vasta planície / visando dez mil milhas, o corcel branco corre imponentemente...” Na época atual, entoando altivamente essa canção dos universitários, os integrantes das Divisões dos Universitários e das Universitárias estão percorrendo as localidades, empenhando-se sinceramente nos diálogos corajosos. Quão digna e gloriosa é essa luta! A vocês, de sabedoria resplandecente, quero dedicar novamente as palavras que ofereci aos companheiros da Divisão dos Universitários da época: “Agora é a vez de vocês. Confio-lhes o século 21”. A canção de luta conjunta em cada localidade Em 1987, quando nasceu a música Kofu ni Hashire, em meio às furiosas tempestades da primeira problemática do clero, compus muitas canções para as províncias e as regiões com o desejo de encorajar os nobres companheiros que lutavam heroicamente. Como canções das regiões, temos: Josho no Sora [Céu de Contínuas Vitórias] de Kansai. Jiyu no Sanka [Hino dos Emergidos da Terra] de Chugoku. Warera no Tenchi [Nosso Céu e Terra] de Shikoku. Hi no Kuni no Uta [Canção da Terra do Fogo] de Kyushu. Kono Michi no Uta [Canção desta Estrada] de Chubu. Aa Kangeki no Doshi Ari [Ah, Companheiros de Emoção] de Tóquio. Aoba no Chikai [Juramento das Folhas Verdes] de Tohoku. Aa Seigan no Uta [Ah, Canção do Juramento Seigan] de Hokuriku. Aa Kyosen no Uta [Ah, Canção da Luta Conjunta] (revisada mais tarde e denominada San Daijo no Uta [Canção do Castelo de Três Mestres] de Hokkaido), onde confiei as transbordantes emoções. E, ainda, para as regiões de Kanto, Tokaido, Shin’etsu e Yamanashi, ofereci as canções de cada província. Em Okinawa, há a adorável canção que entoamos juntos diversas vezes: Okinawa Kenji no Uta [Canção dos Jovens Robustos de Okinawa]. Criei também a música do distrito, da organização de base. É a canção Kitamachi Kofu [Kosen-rufu de Kitamachi] da região de Kitamachi, no distrito de Nerima, em Tóquio. Na letra dessa canção, registrei: “Caminho que trilhamos, eu e você”. O caminho a ser trilhado na localidade é o “caminho dourado” onde percorrem o mestre e o discípulo. E, na conclusão, escrevi “Edifiquemos juntos”, imbuído do sentimento de realizar o kosen-rufu da localidade junto comigo, com espírito indomável de não ser derrotado. O Pico da Águia se encontra aqui O buda Nichiren Daishonin indicou solenemente: “Seja qual for, o local em que se pratica o veículo único do Nam-myoho-renge-kyo torna-se o Pico da águia, a Capital da Luz Eternamente Tranquila”.3 O Pico da Águia não se encontra em algum lugar longínquo. A terra onde se levanta agora para cumprir sua missão é o Pico da Águia e a Capital da Luz Eternamente Tranquila. É a fonte de energia do kosen-rufu mundial. O ato de definir concretamente essa determinação em sua vida é a própria prática da fé. Deve-se recitar daimoku do juramento seigan para a expandir o kosen-rufu e para ampliar o diálogo da coragem e da esperança. Nossa vida é a própria vida do Buda. Por essa razão, quaisquer que sejam os obstáculos e as maldades que surjam competindo entre si, não há por que deixar de realizar a transformação do destino. Não será derrotado em hipótese alguma. Não será destruído por nada, e jamais será violado. O verdadeiro palco para edificar essa condição de felicidade absoluta são nosso honroso distrito e nossa comunidade. Na vanguarda da nova era Receberemos o mês de julho, o mês dos jovens. Em particular, neste ano, completam-se oitenta anos desde a perseguição sofrida por Makiguchi sensei e por Toda sensei em decorrência das opressões do governo militarista, com a prisão deles em 6 de julho de 1943. Na obra Jinsei Chirigaku, visualizando o rumo da humanidade, Makiguchi sensei clamou pela grande transformação da “competição militar”, da “competição política” e da “competição econômica” para “competição humanística”. Os jovens Soka são aqueles a se tornar vanguardistas nessa corrida humanística e da justiça. Em uma passagem dos escritos enviada para a monja leiga Myoshin, que perseverava com uma fé límpida, Daishonin afirma: Este ideograma myo é a lua, é o sol, são as estrelas, é um espelho, são as roupas, a comida, as flores, a grande terra e o grande mar. Todos os benefícios juntos formam o ideograma myo. Além disso, é a joia da realização dos desejos.4 Cidadãos globais emergidos da terra que abraçam e praticam o supremo princípio dos “três mil mundos num único momento da vida”, com o ritmo sonoro da Lei Mística que atravessa a vida e o universo, transformem sua condição de vida e a dos outros, unam-se em rede de solidariedade conjunta e conduzam a sociedade global rumo à paz! Avancemos, fazendo reverberar juntos as vozes de encorajamento e as canções de contínuas vitórias para a localidade e para o futuro! Publicado no Seikyo Shimbun de 27 de junho de 2023. Solene cerimônia de outorga do título de doutor honoris causa pela Universidade de Glasgow. O Dr. Munro profere a leitura da carta de recomendação para a indicação de Ikeda sensei (Bute Hall, Glasgow, Reino Unido, jun. 1994) O início do verão [japonês] é a estação das rosas. Elas desabrocham com elegância. Banhadas pelos raios solares, as flores parecem sentir-se confortáveis. Ao lado, foto tirada por Ikeda sensei, em Tóquio, no mês de maio deste ano [2023]Notas: 1. Incluída na Coleção de Cartas dos Pensadores Britânicos — Adam Smith. Tradução para o japonês: Hisashi Shinohara. Grupo de Publicações da Universidade de Nagoya.2. PHILLIPSON, N. Adam Smith e sua Época. Ttradução para o japonês: Daisuke Nagai. Editora Hakusui-sha.3. Nichiren Daishonin Gosho Zenshu [Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, p. 811.4. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin]. v. II. Tóquio: Soka Gakkai: 2006, p. 879-880. Fotos: Seikyo Press
06/07/2023
Especial
BS
Juventude de coragem e de comprovação
Em 3 de julho de 1945, Josei Toda foi libertado da prisão, após cumprir pena por defender a legitimidade do Budismo de Nichiren Daishonin ante às imposições do governo militarista que desejava unir a nação em torno do xintoísmo. Pelo mesmo motivo, seu mestre, Tsunesaburo Makiguchi, fundador da Soka Gakkai, faleceu no cárcere como mártir. Toda sensei não perdeu tempo em empreender esforços para a reconstrução da organização cuja maioria dos líderes havia se afastado temendo a opressão das autoridades. Seis anos depois, ele vislumbrava uma nova geração de jovens de confiança que assumissem o protagonismo do movimento pelo kosen-rufu por todo o futuro e se dedicou a liderar treinamentos especiais para representantes dessa juventude. Mesmo enfrentando severas dificuldades em seus negócios, empenhava-se diligentemente para incentivar e preparar os participantes, com rigorosidade e benevolência. As condições de saúde de Josei Toda eram extremamente precárias, mas, mesmo exausto física e mentalmente, jamais negligenciava as reuniões de aprimoramento. Sobre esse período, no romance Revolução Humana consta: Na sociedade, a maioria dos políticos sustenta sua fama e posição utilizando-se e sacrificando os jovens. No entanto, um verdadeiro líder se sacrifica pelo glorioso futuro dos jovens, observando-os e protegendo-os nos bastidores. De toda forma, nessas reuniões eram realizados rigorosos treinamentos. Não era permitido um minuto de atraso sequer, qualquer que fosse o motivo. Eram 14 jovens para quem ele confiaria o futuro. Com vigor fora do comum, Josei Toda orientava com base nos escritos de Nichiren Daishonin e em narrativas literárias. O treinamento era realizado com total seriedade. Seu conteúdo era um verdadeiro testamento em relação ao grande objetivo do kosen-rufu.1 Após tomar posse como segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda continuou a promover as atividades de aprimoramento dos jovens constantemente e, no final delas, apresentou de forma solene a proposta de fundação da Divisão Masculina de Jovens (DMJ), a ser realizada no dia 11 de julho de 1951, e da Divisão Feminina de Jovens (DFJ), em 19 de julho. O histórico primeiro passo da DMJ foi dado na atividade de fundação realizada na sede de Nishikanda, em Tóquio, cujo andar superior logo ficou lotado. O clima daquela noite estava quente e úmido somado à respiração ofegante dos participantes, todos na faixa de 20 anos, que chegavam às pressas diretamen-te do trabalho. Poucos tinham o cabelo arrumado e, na sapateira, a maioria dos sapatos e tamancos estava desgastada, assim como os guarda-chuvas depositados ao seu lado. Às 18 horas, foi apresentada a declaração de fundação da nova estrutura dos distritos da Divisão dos Jovens. Os líderes da Soka Gakkai apresentaram suas palavras de incentivo e de cumprimento, e representantes de cada distrito expressaram vibrantemente suas decisões. Ao final, Josei Toda se dirigiu à mesa do orador para proferir suas palavras. Outro trecho da obra Revolução Humana narra esse momento: Josei Toda começou a falar de forma despreocupada algo totalmen-te diferente: — Dentre os que se reuniram aqui hoje, certamente surgirá o próximo presidente da Soka Gakkai. Acredito que ele está aqui com toda a certeza. A ele, quero manifestar as minhas mais sinceras felicitações. As palavras de Josei Toda foram ditas com um tom de voz baixo e ao mesmo tempo alto, mas repleto de sentimento. Com essas palavras inesperadas, os jovens ficaram de repente surpresos e tensos. “Ele diz que o terceiro presidente está aqui dentro. Quem será?” Essa era uma questão que estava muito distante do pensamento deles.2 Entre os participantes da fundação estava o jovem discípulo Daisaku Ikeda. O presidente Josei Toda continuou seu discurso: — O kosen-rufu é a missão que devo cumprir infalivelmente. Quero que se conscientizem plenamente que cada um de vocês da Divisão dos Jovens também se encontra nessa mesma nobre posição. Observando a recente história da revolução de Meiji, notei que sua força propulsora foram os jovens da época. Na época de Nichiren Daishonin, também, os discípulos que mais atuaram foram os jovens. Os jovens sempre moveram e construíram a nova era. Por favor, meu único desejo é que sem falta vocês realizem com as próprias mãos essa nobre e grandiosa missão. A nossa meta não se restringe somente ao Japão. Nichiren Daishonin nos ordena a propagar a grande Lei para a Península da Coreia, para a China, para a Índia, e para os confins de todo o mundo. Isso porque o Nam-myoho-renge-kyo revelado por ele preenche e movimenta, de fato, todo o Universo. E também é a grande Lei da vida. No dia de hoje, envio os cumprimentos à pessoa que se tornará o próximo presidente, e o felicito sinceramente pela fundação da Divisão Masculina de Jovens.3 Oito dias depois, foi realizada a fundação da Divisão Feminina de Jovens. Diferentemente da atividade da DMJ, não havia uma chuva torrencial, e ocorreu em uma noite quente. Na ocasião, Toda sensei incentivou: Todas as moças da Soka Gakkai devem, sem exceção, ser felizes. Até agora, pode-se dizer, em síntese, que a história da mulher sempre foi triste pelo próprio destino trágico. Para as moças que abraçaram a Lei Mística em plena juventude não há mais razões para chorar pela fatalidade do destino. Portanto, é necessário viver uma existência com pura e devota fé. Nessas condições, todas poderão ser felizes. É o que eu desejo e deixo como saudações para hoje. Sejam felizes!4 Tornando realidade as palavras de Josei Toda durante a fundação da DMJ, Daisaku Ikeda tornou-se terceiro presidente da Soka Gakkai em 3 de maio de 1960, sucedendo o mestre após o falecimento dele dois anos antes. Desde essa ocasião, sob os incentivos e a intensa dedicação do presidente Ikeda, o caudaloso rio da juventude criado por Toda sensei percorreu todo o Japão e se expandiu para o mundo em sucessivas ondas de jovens a herdar o sublime ideal do kosen-rufu. Nos jardins da BSGI, em cuja juventude Ikeda sensei deposita máxima confiança e expectativa, desabrocham, um após outro, inúme-ros jovens valorosos que aplicam os princípios humanísticos do Budismo Nichiren e abraçam os ideais do Mestre, apoiados pelos veteranos, para construir uma sociedade de paz e uma nova era de felicidade para todas as pessoas. Fonte: IKEDA, Daisaku. Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 5, 2023. Notas: 1. IKEDA, Daisaku. Incontida Alegria. Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 5, p. 97-98, 2023.2. Ibidem, p. 102.3. Ibidem, p. 108-109.4. Ibidem, p. 111. Um jovem não teme dificuldades Trechos do ensaio “Nosso Brilhante Caminho da Vitória” de autoria do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, publicado no Seikyo Shimbun de 8 de julho de 2010, com o título Jovens! Bailem com Coragem no Mês de Julho!. DR. DAISAKU IKEDA Um jovem não teme dificuldades. Pelo contrário, ele se dispõe a enfrentá-las corajosamente para cumprir o próprio juramento. Isso é ser jovem! Com essa atuação, alcança-se plena realização e desenvolvimento. De acordo com Tiantai, Shakyamuni explicou que um ensinamento superficial é fácil de abraçar, mas encontrar um ensinamento profundo é difícil. Ele também afirma que requer um coração corajoso para abandonar o ensinamento superficial e abraçar o profundo. Quem serão os jovens a herdar esse “coração corajoso” citado por Tiantai? Onde se encontram os seres humanos valorosos que atuarão como verdadeiros “tesouros da nação”? Declaro altivamente que são os jovens da Soka Gakkai. Em todos os momentos, os integrantes da Divisão dos Jovens resplandecem dentro do meu coração. Vocês não poupam esforços na atuação nos bastidores. (...) Alguns estão provavelmente enfrentando dificuldades financeiras. Outros podem estar passando por diversos problemas familiares, de trabalho ou de doen-ça. Mesmo nessas condições, uma vez assumida a sua função, enviam calorosos incentivos aos companheiros com seu comportamento agradável. Por outro lado, refutam qualquer ação da maldade, hasteiam altivamente a bandeira da justiça e ampliam as ondas de vitória. Nichiren Daishonin ensinou seu principal discípulo Shijo Kingo, que lutou vigorosamente contra muitas perseguições, dizendo-lhe repetidas vezes: “Se houver virtude invisível, haverá recompensa visível”.1 Mesmo que ninguém esteja observando, o suor, as lágrimas e as orações são observados pelo Buda. Não há erro nos princípios do budismo. O momento crucial Nas horas decisivas, os jovens devem se inflamar de um espírito indomável. Vocês são revolucionários da Lei Mística que abrem de forma imponente as asas da persistência e da coragem sem temer os vendavais. Os honrosos veteranos (...) também estão na linha de frente para proteger resolutamente a Soka Gakkai. O jovem poeta revolucionário [Lord] Byron bradou: “A ideologia é o último e único baluarte”. Quão sublime é encontrar uma ideologia correta ainda jovem; é um ato muito mais grandioso do que possuir riquezas. Nos escritos constam: “Como a Lei é maravilhosa, a pessoa é digna de respeito; já que a pessoa é digna de respeito, a terra é sagrada”.2 Os jovens que praticam a Lei Mística, além de tornar a própria vida suprema, conseguem criar prosperidade também no local em que vivem. Essa é a grandiosa filosofia de “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra”. (...) A ação convicta para cumprir o grande juramento pelo kosen-rufu eleva, sem dúvida, a condição de vida e também amplia a felicidade de si e de outras pessoas. Ação, ação e ação No verão de 1957, em meio às tempestades de incidentes em Yubari e em Osaka, escrevi um ensaio sobre Byron como mensagem para os jovens: “Byron amou o povo e sua pátria. Encontrou o propósito da sua vida no movimento revolucionário, bradando ação em primeiro, em segundo e em terceiro lugares. Nós, que somos banhados pela luz da Lei Mística, devemos viver em prol do kosen-rufu com a forte paixão que nos une por toda a eternidade”. (...) A base da criação de “valores humanos” é o espírito de mestre e discípulo. Onde pulsa esse espírito, a legião de sucessores cresce para assumir a liderança na próxima época. (...) Meu sentimento, bem como o do presidente Josei Toda, era amar e confiar nos jovens. O mestre disse: “Os jovens são os olhos do Japão. Devem ser perspicazes e ter senso crítico. O que faremos se perdermos os olhos? A nação ficará sem o rumo. Vocês devem sentir a suma importância dessa missão”. Os jovens devem avançar com os olhos límpidos e perspicazes. Conseguir ou não ultrapassar o próprio limite depende de sua determinação, de sua persistência. (...) As funções protetoras do mundo estão aplaudindo a atuação missionária dos nossos jovens. A vitória de vocês é a minha vitória. O sorriso de vocês é a maior alegria dos seus pais. Vocês são heróis que avançam pelo caminho da coragem e da justiça, rumo ao glorioso pico do triunfo de mestre e discípulo. Julho é o mês de mestre e discípulo! Julho é o mês dos jovens! É o mês em que os membros da Divisão dos Jovens herdam o espírito dos Três Mestres e se lançam na batalha pela transformação do destino de toda a humanidade. No topo: Jovens integrantes da terceira turma da Academia Índigo Juventude Soka do Brasil (Centro Cultural Campestre da BSGI, Itapevi, SP, 17 jun. 2023)Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.051, 11 set. 2010, p. B4. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 171, 2017.2. Ibidem, p. 364. Fotos: BS / GETTY IMAGES
06/07/2023
Relato
BS
O caminho da boa sorte
Eu me chamo Pedro de Oliveira, tenho 24 anos e pratico o budismo desde os 17. O caminho até a prática antecedeu os dois anos da minha conversão, quando resolvi fazer o vestibulinho. Graças a um ano inteiro de estudos, em 2014, fui aprovado em três ótimas escolas gratuitas. A que escolhi definiu minha jornada. Meus melhores amigos são os que encontrei lá; depois, ao começar a dar aula em um cursinho popular criado por colegas, descobri minha profissão dos sonhos, a de professor, e minha área favorita, História. Por último, foi por intermédio de colegas de turma, egressos da Escola Soka, que comecei a frequentar a Gakkai. Graças a eles, conheci o budismo e os ensinamentos do Dr. Daisaku Ikeda, presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), humanista que tenho o orgulho de chamar de mestre. Em outras palavras, o vestibulinho foi porta de acesso para meus maiores tesouros e para a estrada que decidi trilhar. Então, em abril de 2016, escolhi fazer parte da Soka Gakkai, engajando-me nas atividades da região da Mooca, zona leste de São Paulo. A boa sorte não demorou a se manifestar: entre janeiro e fevereiro de 2017, em um intervalo de menos de trinta dias, participei da Academia da Divisão dos Estudantes (DE) em Brasília, capital federal, concretizei meu primeiro shakubuku (pessoa a quem apresentamos o budismo) e recebi a notícia da minha aprovação na Universidade de São Paulo (USP). Contudo, logo depois tive de enfrentar uma grande maldade. Foi no fim de 2017 que comecei minha batalha contra um caso clínico sério de depressão e de ansiedade. Consequentemente, em junho do ano seguinte, tentei pôr fim à minha própria existência. Eu via a dignidade da vida de todas as pessoas, menos da minha. Na Soka Gakkai, aprendemos sobre o acúmulo de boa sorte; no meu caso, ela evidenciou de forma inesperada: minha mãe me imobilizou antes que eu me lançasse da sacada. Dessa experiência de vida, destaco dois aprendizados importantes. Em primeiro lugar, relembrar que saúde mental não é algo que possa ser ignorado. No primeiro sinal de que ela não está bem, deve-se procurar ajuda. Não há demérito nenhum nisso; pelo contrário, é um gesto de extrema coragem. Em segundo, mostrar qual foi o momento de firmar meu juramento com Ikeda sensei, que ocorreu uma semana depois daquela tentativa de suicídio frustrada. Estava quatro dias internado, tendo ataques de ansiedade fortíssimos, e se aproximava a reunião da Divisão dos Universitários (DUni) da localidade, na qual seria apresentada a Proposta de Paz 2018, sugerida à Organização das Nações Unidas (ONU) pelo presidente Ikeda. Como líder da DUni, sabia da importância daquele encontro. Além de a explanação estar sob minha responsabilidade, participriam convidados da sociedade. Mais que isso, sabia que meu mestre contava comigo. Então, orei intenso daimoku (recitação do Nam-myoho-renge-kyo) e fui para o encontro, acompanhado do meu irmão gêmeo Lucas, em sua primeira atividade. A reunião foi um sucesso! A partir daí, finalmente entendi que a dignidade da minha vida era também importante. Assim, recebi alta do tratamento em 2019, e sigo completamente saudável. Concluí meu bacharelado e licenciatura em História. Também consegui harmonizar as relações com meu irmão e meus pais, Joaquim e Daniela. Eles não são membros da organização, mas são os primeiros a me incentivar em tudo. Eixo das conquistas O sentimento de mestre e discípulo que criei em meio àquela crise me move até hoje. Continuo com meus estudos, atualmente fazendo mestrado na USP com direito à Bolsa de Excelência Acadêmica da Capes. Além disso, permaneço como educador popular, voluntário em um cursinho que luta para que o vestibular não seja um sistema de exclusão que impeça os jovens, especialmente os periféricos, de realizarem seus sonhos. Nos dias atuais, os obstáculos continuam numerosos, mas cada vez menores em relação ao tamanho da minha missão. E ainda mais reforçada depois de tudo que vivenciei na Academia Índigo Juventude Soka do Brasil, no mês passado. Como responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) da Comunidade Castro Alves, parte da RM Liberdade, venho me esforçando na criação de um ambiente que genuinamente preze e incentive cada um ali, junto com meus veteranos da Divisão Sênior (DS) e da Divisão Feminina (DF). Em nossas terças-feiras de daimoku e em nossas reuniões de palestra, estamos verdadeiramente conquistando um local de concentração de benefícios. Com o curso da minha revolução humana, rumo a 2030, quero continuar me desenvolvendo como pesquisador e professor, para contribuir cada vez mais com a luta por uma sociedade menos desigual. No livro Diário da Juventude, de autoria de nosso mestre, lemos: Juventude regada com lágrimas. As lágrimas me fizeram descobrir uma nova força. As lágrimas me fizeram sentir uma emoção inexplicável jorrando do fundo do coração. Juventude, rica em poesia. Juventude, que vive com paixão e suor. Agora, nos momentos preciosos da juventude, quero expressar a mais primorosa obra da arte de viver.1 Amigos e amigas da Juventude Soka, contem comigo! Aonde vocês forem, eu vou também! Muito obrigado! Pedro de Oliveira, 24 anos, educador popular. Na BSGI, é líder da Divisão Masculina de Jovens (DMJ) da Comunidade Castro Alves, RM Liberdade. Pedro faz a selfie na primeira imagem à esquerda, ao lado do irmão gêmeo Lucas e do pai, Joaquim Com a mãe, Daniela, e o irmãoNota: 1. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo. 2019. p. 6. Fotos: Arquivo pessoal
06/07/2023
Conheça o Budismo
BS
Uma vida iluminada
Quando as necessidades ou os desejos de uma pessoa são concretizados, ela se sente feliz. Mas a simples realização desses desejos ou necessidades não pode sustentar essa felicidade. Apesar de não estarmos totalmente satisfeitos com nossa vida atual, podemos sentir que somos mais felizes que antes. Porém, ninguém é continuamente feliz. Por melhor que seja a situação, há também momentos ruins. Com base nos princípios do Budismo de Nichiren Daishonin, o segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, afirmava que existem dois tipos de felicidade: a relativa e a absoluta. Felicidade relativa É uma condição momentânea que muda de acordo com as circunstâncias da vida, é transitória. Nela, buscamos realizar nossas necessidades ou desejos pessoais, acalentando êxito individual representado por posição social, fama, riqueza ou poder. Esse tipo de felicidade também pode ser denominado “falsa felicidade”, pois ele tem como finalidade a busca cada vez maior por bens materiais, que provêm de uma fonte exterior. Ele torna as pessoas egoístas. É como se a pessoa estivesse esperando alguma força externa para definir sua condição de felicidade na vida. O Budismo Nichiren nos incentiva a conquistar uma vida financeira estável, uma boa casa, sucesso profissional, mas nos conscientiza de que não devemos nos apegar aos aspectos materiais ou tornar esses bens o eixo de nossa vida, pois nada disso erradicará nosso carma fundamental. Felicidade absoluta É uma felicidade profunda e duradoura que não depende do objeto de desejo ou de necessidade, do passado e tampouco de fatores externos. O principal ingrediente para essa felicidade encontra-se na própria vida. A felicidade absoluta está diretamente relacionada ao grau em que se pode extrair a própria força vital e a esperança no futuro. A fonte da verdadeira felicidade está dentro de cada um de nós, no âmago da nossa determinação, jamais permitindo que uma situação adversa domine nossa jornada, edificando nossa revolução humana e construindo realmente uma vida magnífica. É uma condição de vida em que, independentemente da situação atual, conduzimos nossa vida com grande alegria e imensa satisfação. Em busca do nosso caminho para uma felicidade inabalável, em nenhum momento devemos fugir ou evitar os problemas que surgem, ou nos deixar levar pelas circunstâncias que sempre tentam nos impedir, baseando-nos em algo superficial que desmorona facilmente. Devemos superar e transformar quaisquer dificuldades, evidenciando a coragem com base na Lei Mística, conquistando a felicidade genuína. Como conquistar a felicidade absoluta? A segunda diretriz eterna da Soka Gakkai é “Prática da fé para conquistar a felicidade”. O buda Nichiren Daishonin afirma: “Não há felicidade maior para os seres humanos do que recitar o Nam-myoho-renge-kyo”.1 Essa frase ensina que todos os seres humanos têm a plena capacidade de desfrutar a felicidade absoluta se recitar Nam-myoho-renge-kyo. Independentemente de origem, etnia, posição social ou quaisquer outros fatores, por meio da recitação do daimoku, extraímos uma força inesgotável que nos possibilita comprovar imensos benefícios e realizar a revolução humana e, simultaneamente, transmitir esse ensinamento para que outras pessoas possam usufruir a mesma condição. O presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, ressalta: A recitação do Nam-myoho-renge-kyo faz surgir do nosso interior a força para sobrevivermos e também a esperança. O budismo ensina que desejos mundanos são iluminação (bonno soku bodai), ou seja, a pessoa na condição de vida iluminada do Buda transforma aflições em alegrias, sofrimentos em satisfações, insegurança em esperança, preocupações em tranquilidade, negativo em positivo e prossegue a vida transformando tudo. Jamais terá uma situação de estagnação.2 E, em outro escrito, Nichiren Daishonin declara: Contudo, mesmo que recite e acredite no Myoho-renge-kyo, se pensa que a Lei existe fora de seu coração, o senhor não está abraçando a Lei Mística, mas um ensinamento inferior.3 Aqui, ele transmite que a finalidade última do budismo está em conduzir a humanidade para a felicidade absoluta, elucidando o caminho direto para atingir a iluminação. Essa frase ensina a postura correta na prática da fé, salientando que a Lei Mística é ineren-te à vida de todas as pessoas. Com profunda fé, devemos recitar Nam-myoho-renge-kyo, adquirindo forte energia vital e conquistando a felicidade suprema. Ikeda sensei ressalta: A felicidade absoluta significa concretizar o estado de iluminação real no remoto passado. Para atingir esse estado, precisamos lutar resolutamente pelo kosen-rufu e não conduzir uma existência egocêntrica. Isso é o que significa prática da fé do ensinamento essencial. Praticando com um espírito de não poupar a própria vida, podemos romper a escuridão de nosso ser inferior. E à medida que agimos dessa forma, a vida de nosso ser superior surge de nós. Ou seja, manifestar uma genuína convicção na fé e empreender ações altruísticas em prol do kosen-rufu.4 Fontes: Brasil Seikyo, ed. 1.856, 19 ago. 2006, p. A6. Brasil Seikyo, ed. 1.857, 26 ago. 2006, p. A6. Brasil Seikyo, ed. 1.858, 2 set. 2006, p. A4. Notas: 1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 713, 2020.2. Brasil Seikyo, ed. 2.226, 10 maio 2014, p. B2.3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 3, 2020.4. Brasil Seikyo, ed. 1.858, 2 set. 2006, p. A4. Foto: GETTY IMAGES
06/07/2023
Meu Bloco, Minha Alegria
BS
Árvore da felicidade
A hora e a vez de cultivar a semente da coragem e da esperança no coração das pessoas. E nada mais inspirador que utilizar as sutis e verdadeiras lições da natureza, bastando um simples olhar para seu dinâmico sistema de vida. Vamos lá! Sabemos que, uma vez plantada em solo fértil, uma semente de árvore se transforma em frondosos galhos e folhas, flores e frutos, de acordo com sua espécie. Mas o que a sustenta? Suas raízes. O budismo praticado na Soka Gakkai visa elevar a condição de vida das pessoas, para que tenham forças para superar os impasses da vida. No entanto, o verdadeiro desafio em nossa prática budista acontece quando estamos sós. Nós precisamos da determinação para nos empenhar na fé e vencer, mas, por vezes, cedemos ao desânimo. Nossas raízes da convicção enfraquecem. Quem nunca? Em uma de suas orientações, o presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Dr. Daisaku Ikeda, utiliza-se de mais um elemento da natureza para nos inspirar. Ele diz: Sem a terra, os seres vivos não crescem. Em nosso movimento Soka, o bloco e a comunidade são a terra que promove o belo florescimento e disseminação das “flores humanas” que são os bodisatvas da terra. A rica terra do nosso bloco e comunidade é fonte inesgotável de nutrição espiritual para atingirmos o estado de buda nesta existência. A radiante luz do incentivo que generosamente emana do nosso bloco e comunidade aquece e revitaliza até mesmo o mais congelado coração.1 Como começar “Tudo se inicia a partir de uma pessoa — eis a importância de incentivá-la com consideração, sinceridade e calor humano. Desse gesto nasce alegria, orgulho e confiança, e daí se expande a criação de protagonistas do kosen-rufu.”2 Assim direciona Ikeda sensei, fortalecendo o sentido de aproveitarmos cada oportunidade oferecida para ir ao encontro das pessoas. Na Soka Gakkai, essa preciosa oportunidade se dá com as visitas e orientações individuais e familiares, durante as quais são ancoradas as bases da sincera amizade, da compaixão e do direcionamento para a prática da fé capaz de transformar as circunstâncias. Textos e materiais de apoio estão à disposição de todos, por meio dos periódicos e livros da Editora Brasil Seikyo (EBS). Fontes com capacidade de eliminar as ervas daninhas da dúvida, fazendo florescer renovada disposição para solucionar questões de saúde, trabalho e harmonia familiar, entre tantas outras situações que afligem as pessoas, em especial nos últimos tempos. Sobre a importância do incentivo, destacamos abaixo um trecho de Nova Revolução Humana, em que lemos: As visitas familiares e as orientações individuais são atividades que consomem tempo e são quase invisíveis aos olhos dos outros, mas servem para nutrir as “raízes” da fé. A árvore só consegue crescer em direção ao céu e produzir galhos e folhas verdejantes quando suas raízes se expandem profundamente no solo. E prosseguiu: — Mais ou menos da mesma maneira, a fonte de todo progresso no âmbito do kosen-rufu consiste em compartilhar dos sofrimentos dos membros, responder as perguntas deles para livrá-los de quaisquer dúvidas, e possibilitar que eles se empenhem na fé com alegria e cheios de convicção e esperança.3 Eis o retrato da expansão de frondosas árvores da felicidade que se observa no movimento promovido nos blocos e comunidades. Ikeda sensei reconhece que os líderes que cuidam e se preocupam com os membros que, por várias razões, não conseguem ir às reuniões regularmente, visitando-os e conversando com eles para saber como estão “incorporam as ações de Nichiren Daishonin, o Buda dos Últimos Dias da Lei”.4 Para os que já estão arando a terra e cultivando as sementes da esperança em sua organização e para aqueles que estão se pondo em ação a partir de hoje, mais uma inspiração vem dos depoimentos e das imagens retratados nessas páginas. E um convite para todos! A força do incentivo Incentivo é a força para converter desânimo em coragem. Para superar os sofrimentos, é preciso, mais que tudo, o incentivo. O incentivo torna-se a mãe da coragem. O importante no diálogo é saber ouvir. Ouvir é aprender, e é quanto expande o mundo. Ao se aproximar com respeito e sinceridade, o diálogo se estimula naturalmente. O diálogo é para aproximar o coração de cada um. Trecho do poema de Ikeda sensei intitulado A Primavera do Diálogo com Leveza, da série “Incentivos das Quatro Estações”. Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.558, 3 abr. 2021, p. 3. *** Raízes fortalecidas As irmãs Elisabeth e Ana, da dir. para a esq., primeira e terceira na foto, recebem o aconchego da presença da responsável pela Divisão Feminina do bloco, Eleni, à esq. da foto, e da responsável pela regional, de blusa rosa. “Fomos incentivar, e saímos com o convite de realizarmos juntas duas horas de daimoku diariamente, prática que elas conduzem assiduamente. Que desafio maravilhoso! Foi gratificante”, enfatiza Eleni. Bloco Angela Rosa, em Franca, SP Rodrigo, responsável pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ) de bloco está no centro da foto, atrás do Franklin, que recebe a visita. Eles já se conheciam de outra cidade e, por isso, Rodrigo é convidado para o movimento jovem organizado pelas lideranças locais. Da dir. para a esq., Jeane, vice-responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ) de RM; Joseane, pela mesma divisão na Sub; e Aline, de distrito. “Ao fazer visitas em conjunto aprendemos muito. Saí com energia vital elevada e determinado a construir o bloco mais feliz do mundo”, fortalece Rodrigo. Bloco Igapó, em Natal, RN E tem mais cenas de visitas familiares e individuais pelo país. Confira nas imagens: Bloco Canaãzinho, em Ipatinga, MG Comunidade Curuçá, em São Paulo, SP Comunidade Rosário, em Humberto de Campos, MA Distrito Caçador, em Santa Cecília, SC*** Mãos e coração a postos! Bem, ações vigorosas valem mais que mil palavras. Portanto, na abertura desta série, o objetivo é trazer um estímulo visual a todos. O desenho da árvore que ilustra esta matéria pode ser utilizado pelo bloco, pela comunidade ou até pela sua família. Coloque o nome de seus integrantes, e não esqueça ninguém. Depois, visite cada um deles e, juntos, deem renovada partida para que os frutos da felicidade e da vitória germinem firmes e fortes. No comparecimento dos encontros de diálogo humanístico; nos resultados de assinaturas dos periódicos e da participação no Kofu (contribuição voluntária), use a criatividade para florir e frutificar sua árvore. Conte para nós como foi sua experiência. O que vem por aí... Desejamos que você tenha gostado das abordagens e dos bastidores apresentados. Há algum tema que gostaria de ler aqui? Escreva para nós, assim construímos juntos este espaço de conteúdos, interação, e muita alegria! Voltaremos com a continuidade da série. Nosso e-mail de contato é o brseikyo@brseikyo.com (no campo do assunto, cite o nome da editoria Meu Bloco, Minha Alegria). Estamos também nas mídias sociais. Acompanhe-nos! Notas: 1. Terceira Civilização, ed. 582, fev. 2017, p. 12.2. Brasil Seikyo, ed. 1.985, maio 2009, p. A2.3. IKEDA, Daisaku. Empenho Corajoso. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 146-147, 2019.4. Terceira Civilização, ed. 582, fev. 2017, p. 12.
06/07/2023
Relato
BS
A alegria dos bons encontros
Sou Aline Yoko Hori, 17 anos. Moro em Campina Grande do Sul, PR, e pertenço à quarta geração de praticantes budistas da família. Trago aqui um pequeno recorte de minha trajetória, em especial desde 2020, quando me deparei com enormes desafios. Em abril daquele ano, no decorrer de uma única semana, recebi a notícia de que meus pais iriam se separar definitivamente e de que faltavam menos de dois meses para o nascimento da minha meia-irmã cuja existência ninguém sabia até então. Além disso, nesse mesmo período, meu pai foi desligado da empresa em que trabalhava havia quase vinte anos, fato que o deixou extremamente preocupado com o sustento da família. Em meio àquela situação, enquanto eu mal conseguia recitar daimoku (Nam-myoho-renge-kyo) de tanto que soluçava, meu pai, Etsugaku, se mantinha firme e concentrado em sua recitação. No fim daquele ano, outro desafio: o fechamento da escola particular na qual eu estudava, e a separação de meus amigos de infância. A única opção que me restava era fazer o segundo ano do ensino médio numa escola pública. O contraste em relação à qualidade da educação era evidente, aumentando minha angústia. A apatia e as crises de ansiedade se tornaram cada vez mais frequentes. Certa noite, quando chorava por não ver mais sentido em minha vida, olhei em direção à estante do quarto e, nela, estava o Diário da Juventude, de Ikeda sensei. Então, decidi começar a lê-lo. Já no prefácio algo tocou profundamente meu coração: “Em especial, se esta publicação puder incentivar os meus amados jovens do Brasil, será para mim uma alegria além das expectativas”.1 Desde esse momento, empenhei-me a ler diariamente essa inspiradora obra. Passei a atuar nas atividades da organização com muito mais vigor e a me sentir segura para fazer visitas aos membros da localidade. O conjunto dessas ações contribuiu para uma significativa melhora em minhas perspectivas. Passados alguns meses de 2021, meu pai finalmente conseguiu encontrar um ótimo emprego em uma empresa multinacional, o que nos trouxe um alívio quanto à situação econômica da família. Em relação aos meus estudos, continuei persistindo e, no mês de agosto, como consequência das minhas orações e do meu forte desejo de trabalhar no setor de pesquisa da saúde humana, fui convidada a integrar um projeto de iniciação científica na Universidade Federal do Paraná, dentro de um estudo sorológico em aldeias indígenas do Paraná e de São Paulo, a fim de identificar os fatores de risco envolvidos na infecção por toxoplasmose. Uma experiência gratificante! Devido à melhora nas condições financeiras, no ano seguinte, com um curso pré-vestibular, consegui entrar num ótimo colégio. Na escolha da profissão, acabei mudando para medicina, reforçando os estudos até a chegada dos vestibulares. Não conseguindo ingressar numa universidade, logo senti um forte desânimo para voltar a estudar. Porém, refletindo sobre todos os que torciam por mim, meu coração não se permitiu desistir. Com o desejo de cumprir meu juramento seigan, relatei ao Mestre que concretizaria sem falta o sonho de ser médica. Dessa forma, sigo em busca da minha tão sonhada aprovação, dedicando-me com afinco aos estudos, os quais realizo em casa, com auxílio dos materiais do cursinho on-line. Ao mesmo tempo, eu me esforço na harmonização das relações com minha família. Minha mãe, Elisangela, e eu nos falamos toda semana. Todos nós estamos vencendo. Agora, em 2023, recebi a feliz notícia de que tinha sido selecionada para a Academia Índigo Juventude Soka do Brasil, em junho. Seria também minha primeira visita ao Centro Cultural Campestre da BSGI, em Itapevi, SP, onde pulsa a energia da unicidade de mestre e discípulo. Como líder da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) de bloco, determinei que faria um grande movimento de visitas até lá, objetivando tocar o coração de cinquenta jovens vidas. O sentimento de representar cada membro da localidade se intensificou ainda mais, pois todos me apoiaram muito. Quando faltava menos de um mês para o dia 16 de junho, nem a metade do objetivo havia sido concretizada, mas decidi, em meu coração, romper limites. O incentivo de Ikeda sensei, publicado em 19 de maio no aplicativo BS+, impulsionou minha determinação. Ele escreveu assim: “As pessoas que falam sobre a grande Lei do respeito à dignidade da vida e a propagam são as protagonistas da construção da paz. Com a grandiosa missão em mente, criem a rede solidária da felicidade a partir daquilo que está ao seu alcance”. 2 Dessa maneira, pude sentir a alegria de finalmente selar os cinquenta encontros três dias antes da realização da academia. Meu maior aprendizado nessa caminhada foi o de que a única mudança eterna nesta existência é a que fazemos na vida das pessoas. E participar da academia me proporcionou reforçar tudo isso. Assim, finalizo este relato com profunda gratidão e com a convicção de que podemos transformar a vida da maneira exata que determi-namos, criando, ao mesmo tempo, uma grandiosa rede de amizade no local em que estivermos. Sensei, conte sempre comigo! Aline Yoko Hori, 17 anos, estudante. Na BSGI, é líder da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) do Bloco Colina, RM Curitiba Norte. Em projeto de laboratório O irmão Eduardo faz a selfie e, na sequência da jovem, estão a mãe, Elisangela, com o dog Sochi, e o pai, Etsugaku, segurando Júlia, a meia-irmã de Aline. Alguns dos cinquenta encontros promovidos por ela com o objetivo de levar esperança aos amigos Fotos: Arquivo pessoal
06/07/2023
Notícias
BS
Uma aula de humanismo
“A única maneira de os seres humanos dignificarem todos os aspectos de sua vida no plano prático é abandonar o ódio e a injúria e se esforçar para agir com beleza e amor.”1 Com essas palavras, extraídas da obra Escolha a Vida, que traz o diálogo entre o pacifista Daisaku Ikeda e o escritor Arnold J. Toynbee, encerrou-se sob forte aplauso a conferência Direitos Humanos: Daisaku Ikeda, Uma Vida Dedicada à Humanidade, realizada na Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio de Janeiro, no dia 29 de junho. O encontro marcou a homenagem pelos trinta anos da posse do Dr. Ikeda da cadeira 14 como sócio correspondente, com um público presente de duzentas pessoas, entre as quais o secretário-geral da ABL, Dr. Antonio Carlos Secchin, ao lado do acadêmico Arno Wehling e sua esposa, Profa. Maria José, em evento assistido pelo YouTube, com 1.800 conexões, e que chegou a quase 8 mil visualizações no site da entidade (até o fechamento desta edição). O acadêmico Dr. Domício Proença Filho representou no ato o presidente da ABL, Merval Pereira, impossibilitado de participar por conta de agenda pessoal. Antes, porém, recebeu o presidente da BSGI, Miguel Shiratori, acompanhado de diretores e de líderes locais, para a entrega, em primeira mão, da mensagem enviada pelo presidente Ikeda para a cerimônia. Foi-lhe oferecido também exemplar da reedição da palestra proferida em 1993. “É um prazer homenagear o professor Ikeda”, enfatizou Dr. Merval, reforçando a importância da conferência por estar em plena sintonia com o propósito da instituição, a de “ter uma visão humanista do mundo e de favorecer a ampliação do conhecimento para o maior número de pessoas”. A mensagem do presidente Ikeda foi lida na conferência pelo presidente Shiratori, na qual se destaca também a profunda confiança do homenageado à missão da ABL, em seus 125 anos de história “Cada vez mais grandiosa no tocante ao aprofundamento e à evolução da ‘ideologia dos direitos humanos’”. (Veja íntegra da mensagem abaixo.) A exposição do tema foi conduzida pelo Dr. Antônio Celso Alves Pereira, que trouxe uma contextualização histórica impecável da trajetória do homenageado do dia. Foram retratados os bastidores da relação de vida criada pelos Mestres Soka — Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e Daisaku Ikeda —, desde os primórdios da organização, bem como o cenário político-religioso da época, as injustiças sofridas e o triunfo alcançado ao longo dos anos, com o avanço da Soka Gakkai Internacional (SGI), para os atuais 192 países e territórios. Expondo comentários baseados nas diversas obras literárias do homenageado, o palestrante revelou seu profundo conhecimento e apropriação do universalismo humanista, defendido pelo presidente Ikeda. Ambos se conhecem desde 1998, quando da ida do Dr. Antônio Celso ao Japão, na ocasião reitor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), para a entrega do título de doutor honoris causa. “Conheci um ser humano extraordinário, muito importante na vida internacional, na busca da paz, e sobretudo por tudo o que construiu”, destacou. A cerimônia de posse, em 1993, marcou o encontro do Dr. Ikeda com o então presidente da ABL, Austregésilo de Athayde, e uma amizade que selou a visão humanística de ambos na obra Diálogo — Direitos Humanos no Século 21. “Eles anteviram muito do que estamos vivendo hoje”, afirmou em entrevista o Dr. Domício. Para o Dr. Secchin, “Um pensamento pela paz, pela harmonia, deve ser sempre louvado”. Mensagem do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda Digníssimo Dr. Merval Soares Pereira Filho, presidente da Academia Brasileira de Letras, por quem tenho o mais profundo respeito. Senhores acadêmicos: Dr. Antonio Carlos Secchin, Dr. Domício Proença Filho e Dr. Arno Wehling. Prezado Dr. Antônio Celso Alves Pereira. Eminentes confrades e a todos os senhores que prestigiam este evento. Sinto-me profundamente lisonjeado em comemorar os trinta anos de posse da cadeira 14 da Academia Brasileira de Letras, celebrando a data com a realização da presente conferência que traz à luz a discussão sobre os direitos humanos. Em fevereiro de 1993, tive a honra de ser eleito sócio correspondente de vossa prestigiosa academia, e, com isso, estreitar os laços de amizade com o presidente Austregésilo de Athayde e com os demais membros desta instituição. Esses são tesouros indeléveis em minha vida. Em meu discurso comemorativo, citei uma afirmação do presidente Athayde: “O povo brasileiro é um dos maiores da humanidade; é uma fonte de esperança; é com ele que devemos contar para transpor as dificuldades do século 21”. Mesmo hoje, trinta anos depois, essas palavras continuam vividamente gravadas em meu coração. Num mundo que recomeça a se movimentar significativamente, após três anos de pandemia, sem dúvida, o Brasil é a nação que será a grande “fonte de esperança” nas mais diversas áreas, como a preservação ambiental, a paz internacional e a provisão de alimentos. Acima de tudo, a contribuição do Brasil nos campos do pensamento e da filosofia é da mais elevada importância, e estou fortemente convicto de que a vossa academia exercerá uma missão cada vez mais grandiosa no tocante ao aprofundamento e à evolução da “ideologia dos direitos humanos”. Das terras japonesas, oro sinceramente pelo pleno êxito da conferência e pela boa saúde e felicidade do digníssimo Dr. Merval Pereira Filho e de todos os ilustres membros da academia. Daisaku Ikeda Presidente da Soka Gakkai Int