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Estudo
há 4 anos
[10] Desenvolvimento de sucessores
Departamento de Estudo do Budismo
04/03/2021
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Capítulo 1: Trechos do Gosho
Budismo do Sol — Iluminando o Mundo - Terceira Civilização, ed. 611, 13 jul. 2019, p. 48-65 - Explanação do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda
[16] Desenvolver sucessores — agora é hora de construir o futuro Soka!
Explanação
“Devemos cultivar excelentes jovens, que possam trabalhar para beneficiar a sociedade, o país e toda a humanidade. Esse é o propósito da Soka Gakkai!” — salientou meu mestre, segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda. Ele sempre reiterava que o propósito fundamental da Soka Gakkai é desenvolver “valores humanos” capazes, que possam contribuir para a construção da paz e para a felicidade das pessoas.
Sinto exatamente o mesmo.
Venho me empenhando de corpo e alma para promover o desenvolvimento dos integrantes da nossa Divisão dos Jovens (DJ), que desempenharão papel de liderança para delinear o futuro da humanidade. Também venho treinando sinceramente os componentes da Divisão dos Estudantes (DE) com o intuito de despertar sucessivas gerações de jovens bodisatvas da terra, tal como consta na frase dos escritos “formem suas fileiras e me sigam” (CEND, v. II, p. 23).
Em minhas viagens pelo Japão e pelo mundo, sempre que possível, tentei me encontrar com membros da DE e criei infindáveis laços de coração a coração com eles.
Sem sucessores para carregar o bastão do espírito Soka, o kosen-rufu mundial não se desenvolverá, e a concretização da felicidade para a humanidade e da paz mundial permanecerá como um sonho.
Fico feliz em afirmar que hoje, nesta nova era do kosen-rufu mundial, valorosos ex-integrantes graduados da DE estão realizando contribuições notáveis no mundo inteiro. E os atuais membros dessa divisão de todos os lugares, que estão crescendo forte e vigorosamente, serão os protagonistas que farão badalar o solene sino assinalando o início do terceiro ciclo dos “Sete Sinos” na segunda metade do século 21.
A base eterna da Soka Gakkai está assentada.
“Cem, duzentos anos à frente”
Toda sensei declarou: “Devemos nos empenhar na luta agora, pensando em daqui a cem, duzentos anos. Daqui a duzentos anos, a história terá demonstrado a retidão do caminho da Soka Gakkai. A posteridade com certeza haverá de testemunhar esse fato”.
Cultivar sucessores capazes é espalhar sementes e plantar as “mudas do ‘kosen-rufu mundial’”, que é a própria “paz mundial”. Significa construir um futuro no qual toda a humanidade possa realmente desfrutar felicidade. Contanto que haja uma correnteza de membros da Divisão dos Estudantes se aprimorando e se tornando excelentes pessoas, o futuro da humanidade estará assegurado.
Visando o centenário da Soka Gakkai em 2030 e o futuro ainda mais distante, vamos nos unir agora e devotar nossas forças para promover o desenvolvimento dos integrantes da Divisão dos Estudantes, na qual todos, sem exceção, possuem uma profunda missão. Esse esforço também garantirá que o caudaloso rio do kosen-rufu perdure e flua eternamente.
Trecho do escrito 1
Abertura dos Olhos
Se examinarmos o capítulo “Torre de Tesouro” do Sutra do Lótus, perceberemos que o buda Shakyamuni, o buda Muitos Tesouros e os budas das dez direções — estes, emanações do buda Shakyamuni — estão todos reunidos num mesmo lugar. E por quê? Conforme o próprio sutra afirma: “Cada uma delas... chegou a este lugar a fim de assegurar que a Lei perdure por muito tempo” [LSOC, cap. 11, p. 216]. Shakyamuni, Muitos Tesouros e os demais budas desejam assegurar a propagação do Sutra do Lótus para todos os filhos do Buda das existências futuras. Considerando as declarações acima, podemos deduzir que a preocupação e a compaixão desses budas superam até mesmo as de um pai e de uma mãe ao ver o sofrimento de seu único filho.1 (CEND, v. I, p. 299-300)
Gerar um fluxo constante de “pessoas que abraçam e transmitem os ensinamentos aos outros” em todo o mundo
No trecho conclusivo do seu escrito Abertura dos Olhos, Nichiren Daishonin discute o significado do capítulo 11, “Surgimento da Torre do Tesouro”, do Sutra do Lótus.
Por que o buda Muitos Tesouros e os budas das dez direções se reúnem diante de Shakyamuni? Foi pelo desejo de eternizar o fluxo da grande Lei para a felicidade de toda a humanidade, transmitindo-o para as pessoas do futuro. A compaixão desses budas é maior que a dos pais tentando salvar seu único filho do sofrimento, afirma Daishonin.
A grandiosa e profunda compaixão do Buda perdura eternamente. O ponto importante é quem dará continuidade ao espírito infinitamente compassivo do Buda e propagará a Lei Mística, o ensinamento que ele revelou, na era maléfica dos Últimos Dias da Lei? O Buda busca ardentemente “valores humanos” capazes, a quem possa confiar a propagação futura desse ensinamento.
Nichiren Daishonin aponta: “Os vários ensinamentos do Buda são todos propagados pelas pessoas” (CEND, v. I, p. 63). Não importa quão grandioso seja o ensinamento, ele não terá poder ou efeito algum, a menos que haja pessoas que o abracem e o propaguem.
Ele também escreve: “Mesmo quando (...) sacerdotes [budistas] partiram do Japão levando [de volta] alguns sutras para a China, não houve ninguém dessa nação que pudesse abraçar esses escritos e ensiná-los aos demais. Era como se houvesse somente estátuas de pedra ou de madeira vestidas com mantos clericais e carregando uma tigela de mendicância” (Ibidem, p. 420).
Se não houver pessoas que abracem e transmitam seus ensinamentos, tudo o que restará do budismo serão “estátuas de pedra ou de madeira” — ou seja, o budismo se fossilizará e perderá a vitalidade.
A única maneira de “assegurar que a Lei perdure por muito tempo” é convocar praticantes genuinamente corajosos que se empenhem por esse propósito na era maléfica dos Últimos Dias da Lei.
Os esforços abnegados de Daishonin, sem poupar a própria vida, para propagar a Lei Mística naquele período comprovaram a veracidade do que havia sido predito no Sutra do Lótus. E o surgimento da Soka Gakkai abriu o caminho para a ampla propagação e a perpetuação dos ensinamentos do Budismo Nichiren. Portanto, se continuar surgindo pelo mundo pessoas que abraçam e transmitem esses ensinamentos, a Lei Mística se propagará ainda mais amplamente e uma era da paz mundial despontará irradiando seu brilho perene.
Nesse aspecto, desenvolver sucessores para o nosso movimento consiste no trabalho sagrado de perpetuar a Lei e é nossa responsabilidade em relação ao futuro do kosen-rufu.
A satisfação de Daishonin pelo desenvolvimento de jovens sucessores
Nichiren Daishonin sentia imensa alegria ao ver o crescimento e o desenvolvimento dos filhos dos seus discípulos, como Nanjo Tokimitsu,2 Tokuro Moritsuna3 e Iyo-bo.4
Ao escrever para a monja leiga Sennichi, Daishonin louvou-a pelo excelente sucessor na fé que o filho dela havia se tornado: “Seu filho, Tokuro Moritsuna, tem seguido seus passos e hoje é um sincero devoto do Sutra do Lótus” (CEND, v. II, p. 313).
Nanjo Tokimitsu, por sua vez, conhecia Daishonin desde a infância — da mesma faixa etária dos atuais membros da Divisão dos Estudantes. Numa carta na qual relembra o falecido pai de Tokimitsu, Nanjo Hyoe Shichiro, Nichiren Daishonin também expressa sua imensa satisfação pelo fato de Tokimitsu ter se tornado um excelente sucessor: “Não se trata apenas de uma perfeita semelhança [física, com o pai], mas até o coração é o mesmo [do pai]” (WND, v. II, p. 495).
Em outra carta destinada a Tokimitsu, ele escreve: “A tinta azul é mais azul do que o próprio índigo,5e o gelo é mais frio do que a água. Esplêndido! Realmente esplêndido!” (Ibidem, p. 809). Com a analogia “azul mais azul que o índigo” — ele encoraja seus jovens sucessores a superar seus predecessores.
Nichiren Daishonin sempre valorizou seus discípulos, considerando-os como pessoas “que podem herdar o espírito do Sutra do Lótus” (cf. CEND, v. II, p. 99). Por esse escrito, fica evidente que nada dava maior alegria a Daishonin que testemunhar uma época em que os filhos dos discípulos, que haviam se empenhado ao lado dele, estavam atuando por si sós.
Nesta gloriosa era do kosen-rufu mundial, nascer numa família que pratica o budismo é uma fonte de imensurável boa sorte, e cada uma dessas pessoas possui uma profunda missão. Não há nenhuma dúvida quanto a isso.
“Se não plantarmos mudas, não crescerão árvores”
Toda sensei frequentemente dizia: “Os filhos dos membros da Soka Gakkai nasceram com a eterna e reluzente estrela da felicidade e da vitória — a fé na Lei Mística — dentro deles. Oremos todos pelo crescimento dos nossos filhos! A Soka Gakkai existe para desenvolver jovens ‘valores humanos’”.
Por estar firmemente decidido a dar continuidade a esse espírito do meu mestre, sem perder tempo, assim que assumi como terceiro presidente da Soka Gakkai, estabeleci a Divisão dos Estudantes Primário, Ginasial e Colegial [equivalente a DE-Futuro, DE-Esperança, DE-Herdeiro da BSGI].
Na época, alguns dos líderes centrais da Soka Gakkai sugeriram que havia outras prioridades, mas declarei: “Se não plantarmos mudas, não crescerão árvores. Se esperarmos para plantá-las quando necessitarmos de árvores robustas e altas, será tarde demais. Não devemos deixar escapar a hora certa de agir!”.
A época certa não é aquela em que se fica aguardando; é a que se cria!
O momento do plantio das mudas exige máximo cuidado e esforço da nossa parte. Nos primórdios da Divisão dos Estudantes Colegiais no Japão, dediquei-me de corpo e alma à realização de explanações para os integrantes desse grupo acerca de importantes escritos de Nichiren Daishonin, por exemplo, O Verdadeiro Aspecto de Todos os Fenômenos, A Herança da Suprema Lei da Vida e Carta de Sado, tal como se estivesse provendo luz do sol, água e nutrientes aos jovens brotos. Dei tudo de mim. Conversamos, estudamos e cantamos juntos. Sempre me envolvi pessoalmente no treinamento dos Estudantes desde o início até os dias de hoje.
Considero profundamente gratificante e tranquilizador o fato de todos os nossos membros, que, ao assimilarem no coração meu espírito, o tornaram parte de seu ser, prezando os integrantes da DE e trabalhando incansavelmente para nutrir o crescimento deles, junto comigo.
Ao longo de cinco décadas desde a fundação dessa divisão, muitos membros no mundo inteiro, às vezes em meio a circunstâncias realmente desafiadoras, devotaram-se para cultivar os integrantes da DE com a mesma oração e compromisso meus. Jamais me esquecerei dos esforços abnegados deles. Não seria exagero dizer que a Soka Gakkai alcançou um crescimento tão admirável exatamente porque nos aplicamos a cultivar a Divisão dos Estudantes de forma tão diversificada e criativa.
Aqueles que desenvolvem os “valores humanos” são também verdadeiros “valores humanos”.
Quando nos empenhamos para desenvolver as pessoas, estamos construindo um palco no qual novos seres humanos emergidos da terra atuarão no futuro.
Nichiren Daishonin expressa: “Assim, a flor retornará à raiz, e a essência da planta permanecerá na terra” (CEND, v. I p. 770). De acordo com esse princípio, o benefício acumulado pelos corajosos bodisatvas da terra que propagam a Lei Mística também se torna o benefício e a boa sorte daqueles que se dedicaram para desenvolvê-los. As recompensas ou os resultados positivos de se cuidar dos filhos do Buda são imensuráveis e ilimitados.
Trecho do escrito 2
O Presente de Saquê Puro
Outra passagem de um sutra expõe que os filhos são tesouros.6 O rei Adorno Magnífico, após a morte, estava destinado a cair na grande cidadela do inferno de incessantes sofrimentos, mas foi salvo por seu filho, o príncipe Acervo Puro. O pai não somente pôde escapar dos sofrimentos do grande inferno, como também se tornou um buda chamado Rei da Árvore Sal.7 Uma mulher chamada Shodai-nyo,8 por causa de sua ganância e avareza, foi confinada no mundo dos espíritos famintos; porém, foi libertada desse domínio por seu filho Maudgalyayana.9 Portanto, a afirmação do sutra de que os filhos são tesouros não é de modo algum falsa. (CEND, v. II, p. 358)
“Filhos e pais são unos e atingem o estado de buda juntos”
Nichiren Daishonin endereçou a carta O Presente de Saquê Puroà monja leiga de Ueno, que perdera seu amado filho caçula, Nanjo Shichiro Goro (irmão mais novo de Nanjo Tokimitsu). Ele encoraja de todo o coração essa mãe imersa na mais profunda tristeza, assegurando-lhe que o filho dela virá em seu auxílio quando ela necessitar, transcendendo os laços de vida e morte.
Ele cita dois exemplos de filhos que salvaram os pais do sofrimento — o príncipe Acervo Puro, filho do rei Adorno Magnífico, e Maudgalyayana, filho de Shodai-nyo.
Transcendendo a vida e a morte, a fé do filho pode conduzir, infalivelmente, os pais a alcançar o estado de buda; e, também, a fé dos pais pode fazer com que os filhos atinjam, com certeza, o estado de buda. Famílias que possuem uma ligação com a Lei Mística compartilham um laço cármico que perdura pelas “três existências” — passado, presente e futuro. Como Daishonin expõe, “Minha cabeça, ponderou ele, é a cabeça de meus pais, meus pés são os pés deles, os dez dedos de minhas mãos são os dez dedos deles, minha boca é a boca deles” (WND, v. II, p. 658). Assim, ele nos ensina o princípio de que filhos e pais são unos e atingem o estado de buda juntos.
“Seus filhos são emissários do tempo sem início”
Toda sensei sempre dizia às mães que levavam os filhos com elas às atividades da Soka Gakkai: “Seus filhos são emissários do tempo sem início. Eles nasceram neste mundo para permitir que vocês, seus pais e os outros ao redor deles atinjam o estado de buda”. E àqueles às voltas com dificuldades envolvendo a criação dos filhos, ele ressaltava: “Normalmente, as crianças que dão mais trabalho são as que crescem de forma mais magnífica”.
Mesmo que um filho seja fonte de preocupação e apreensão, se os pais e os familiares assumirem esse fato como uma oportunidade para aprofundar a fé, então se pode dizer que o comportamento desse filho está sendo, na verdade, de devoção filial a seus pais.
Alguns podem ter filhos que não estão se empenhando na prática no momento presente. Contudo, não há necessidade de se sentirem ansiosos ou culpados. O importante é que continuem a orar todos os dias pelo crescimento e pela felicidade deles. Nossas orações infalivelmente alcançarão a natureza de buda dos filhos, e a missão que possuem desde o tempo sem início desabrochará com toda a certeza. E, no futuro, um número incalculável de bodisatvas da terra de forte fé, pela ligação com seus filhos, surgirá um após outro. Não há, em absoluto, um filho que não possua uma missão. Todos nascemos para ser aquele que “conduzirá os próprios pais ao estado de buda” (CEND, v. I, p. 694).
“Tesouro do coração transmitido dos pais para os filhos”
Que riquezas nós, pais, podemos legar aos nossos filhos?
Nichiren Daishonin declara: “Mais valioso que o tesouro do cofre é o do corpo. Porém, nenhum é mais valioso que o tesouro do coração” (CEND, v. II, p. 112). O tesouro do cofre (riqueza material) e o tesouro do corpo (saúde física, habilidades práticas e posição social) são importantes, mas o tesouro do coração é o que produz a felicidade verdadeira.
Pautando-nos por esse mesmo princípio, o maior tesouro que podemos deixar para nossos filhos é, sem dúvida, o tesouro do coração. Como podemos legar aos filhos uma fé e um modo de vida que os habilitem a acumular o tesouro do coração? O fator crucial é nosso “comportamento como ser humano” (Ibidem, p. 113), que por sua relevância chega a ser apontado por Daishonin como o propósito do advento do Buda neste mundo. É pelo nosso comportamento como pais — a maneira como agimos em relação aos filhos e os tratamos — que lhes transmitimos o tesouro do coração.
Num discurso que proferi certa ocasião sobre educação e família,10 propus estas diretrizes a respeito do “comportamento como ser humano” dos pais em relação aos filhos:
1. Pelo fato de a fé constituir uma jornada vitalícia, ajudem os filhos a se concentrar primeiro nos estudos.
2. No dia a dia, reservem um tempo para conversar e interagir com os filhos.
3. Evitem mostrar aos filhos o aspecto de briga entre os pais.
4. Abstenham-se de ambos os pais repreenderem o filho ao mesmo tempo.
5. Sejam imparciais e não comparem um filho com outro.
6. Conversem com eles sobre o modo de vida dos pais em relação à fé.
O importante é o comportamento sábio e carinhoso. O essencial é respeitá-los, e isso faz parte da nossa prática de prezar as pessoas.
Toda sensei também ofereceu conselhos práticos à minha esposa e a mim sobre a tarefa de ser mãe e pai. Ele sugeriu que todas as manhãs enviássemos nossos filhos à escola, despedindo-nos adequadamente com acenos ou outras manifestações de atenção; e ao nos ausentarmos de casa para o trabalho ou para as atividades, nós os incentivássemos pelo telefone ou escrevendo-lhes bilhetes ou cartas.
Às vezes, nossos filhos acordavam atrasados e tinham de sair correndo para a escola sem fazer gongyo. Quando isso acontecia, minha esposa sempre dizia: “Não se preocupem, vou orar por vocês!”, e se despedia deles com um terno sorriso.
A fé é uma jornada para a vida toda. É imprescindível adotar uma visão de longo prazo em relação aos filhos, e não fazê-los sentir que praticar o budismo é penoso. Deixem que se sintam à vontade e se desenvolvam livremente.
Toda sensei costumava expressar: “Tanto os pais como seus filhos são ‘filhos do buda Nichiren Daishonin’. Tudo se transforma a partir da forte determinação de crescerem juntos com seus filhos no jardim da Soka Gakkai”.
Os filhos observam sua sincera participação nas atividades da organização. Também é essencial incentivá-los a recitar gongyo junto com vocês, pais. Se sua determinação num único momento (ichinen) mudar, com certeza vocês, pais, e seus filhos acumularão o tesouro do coração e juntos construirão uma família harmoniosa.
Crescer e se desenvolver juntos no jardim da família Soka
Hoje, torna-se ainda mais relevante reconhecer que as crianças não são somente tesouros de suas famílias, mas também tesouros da comunidade, da sociedade, do país e da humanidade.
Além disso, as crianças que cresceram dentro da Soka Gakkai são nossas herdeiras na fé que continuarão a conduzir o bastão do kosen-rufu. Vamos unir nossas forças para zelar por elas, encorajá-las, treiná-las e desenvolvê-las com todo o carinho. Nesses tempos cada vez mais desafiadores, também é fundamental demonstrarmos consideração ainda maior pelas famílias que estão se dedicando à criação dos filhos.
Quando por acaso algum de vocês se encontrar com crianças ou estiver visitando famílias que tenham crianças, sempre se esforce para falar com elas.
Há coisas que os pais podem ter dificuldade de transmitir aos filhos, mas que talvez eles aceitem prontamente de outros membros, ou dos tios e tias, dos avôs e avós, dos irmãos e irmãs mais velhos da organização em cada localidade.
Devem também falar às crianças sobre as ações positivas que os pais delas estão fazendo. Por exemplo, “Seu pai está se empenhando arduamente por todos. Ele é uma pessoa maravilhosa!”; “Conversei com sua mãe e ela me deu um conselho que realmente me ajudou”. Além do mais, devem elogiar as próprias crianças, dizendo: “Muito obrigado por cuidar de tudo em casa enquanto seus pais estão ocupados com as atividades. Eles são muito gratos a vocês”. As palavras calorosas dos companheiros da nossa família Soka cintilarão como pedras preciosas no coração desses jovens por toda a vida deles.
Trecho do escrito 3
A Declaração Unânime dos Budas das Três Existências a Respeito da Classificação dos Ensinamentos e de Quais destes Devem Ser Abandonados e Quais Devem Ser Mantidos
Contudo, “condições” (ou relação) significa que, embora as três causas inerentes, ou potenciais, da natureza de buda11 sejam algo que todos os seres vivos possuem, se tais seres não depararem com as condições certas encontrando um “bom amigo” ou mestre, então, não se tornarão despertos, não compreenderão, sua natureza de buda não se manifestará. Se depararem com as condições necessárias encontrando um bom amigo, porém, sua natureza de buda invariavelmente se tornará manifesta. Portanto, tais encontros são denominados “condições”. (...)
Quando a primavera chegar e as condições de vento e de chuva predominarem, plantas e árvores desprovidas de mente produzirão brotos, florescerão gloriosamente e farão o mundo notar sua presença. E quando o outono chegar com suas condições de luar de outono, todas as plantas e árvores amadurecerão e darão frutos. Então, elas nutrirão todos os seres sensíveis, sustentarão a vida deles, farão com que amadureçam e, no fim, manifestarão tanto as virtudes como as funções do estado de buda. Alguém pode duvidar disso? Se até mesmo plantas e árvores desprovidas de mente podem fazê-lo, isso se aplica muito mais aos seres humanos.12 (WND, v. II, p. 861)
“Bons amigos” nos ajudam a desenvolver nosso pleno potencial
Esse trecho de A Declaração Unânime dos Budas das Três Existências salienta a relevância das “condições”, ou causas externas, para a consecução do estado de buda por todas as pessoas, o supremo propósito do advento do Buda neste mundo.
Nessa passagem, Nichiren Daishonin afirma: “Se depararem com as condições necessárias encontrando um bom amigo, porém, sua natureza de buda invariavelmente se tornará manifesta” (WND, v. II, p. 861). Encontrando a condição ou influência positiva de um “bom amigo” na fé, afirma Daishonin, despertamos para a existência da nossa natureza intrínseca de buda e conseguimos revelá-la.
Os filhos também necessitam de “bons amigos” para acreditar no potencial inerente deles e construir sua autoestima.
Assim como a chuva da primavera leva as plantas a produzir brotos, e o luar do outono enseja o amadurecimento dos frutos, “bons amigos” estimulam a vida dos jovens a crescer de maneira robusta e positiva.
Reconheçamos e reiteremos que a Soka Gakkai constitui um inigualável conjunto de “bons amigos”.
Os membros da Soka Gakkai revelam o potencial inerente à vida deles por meio da interação e da inspiração obtida com “bons amigos”. Fazendo parte dessa rede de “bons amigos”, nossa missão inata floresce com extrema exuberância.
A fé e a prática da Lei Mística — mediante atos como prezar cada pessoa, trabalhar para eliminar a miséria do mundo e acreditar que cada pessoa pode se tornar feliz — são transmitidas por intermédio da interação entre os afiliados da Soka Gakkai que estão se dedicando ao máximo.
Por isso, é importante criar nossos filhos no jardim da Soka Gakkai. Como parte desse processo, compartilhe com eles como sua família ingressou na organização. Fale sobre as razões que levaram a família a praticar, os esforços dos familiares em prol do kosen-rufuno passado e os momentos decisivos ou acontecimentos que inspiraram a prática deles. Ouvir os membros da sua localidade relatarem, nas reuniões de palestra e em outras atividades, experiências de como transformaram a vida por meio da prática do budismo também constitui uma relevante fonte de inspiração e de encorajamento.
“A bondade e o afeto das pessoas me tornaram quem sou hoje”
Atualmente, não apenas os líderes da Divisão dos Estudantes (DE) e os líderes de apoio da Divisão Sênior (DS) e da Divisão Feminina (DF), mas todos os nossos companheiros das localidades se empenham calorosamente para ajudar a cuidar dos integrantes da DE. Eles estão lá para dar atenção aos problemas desses jovens, para lhes oferecer conselhos e orar ardentemente com eles. O incentivo sincero dos integrantes dessas divisões é a força propulsora do crescimento dos membros da nossa Divisão dos Estudantes.
O dedicado médico bacteriologista japonês Hideyo Noguchi (1876–1928) escreveu numa carta endereçada a um querido professor da época do ensino fundamental: “Minha maior alegria na vida é ter provado que poderia me tornar um grandioso ser humano, e também por ter me tornado amigo dos pobres, o que nem todos conseguem fazer, e ajudá-los”.13
Noguchi quis dizer que a maior felicidade como ser humano consiste em realizar feitos grandiosos e auxiliar os que sofrem.
O que habilitou Noguchi a se tornar uma pessoa assim? Ele explica na parte seguinte da carta: “A bondade e o afeto das pessoas, desde criança, me tornaram quem sou hoje”.14
Na infância, ele sofreu uma terrível queimadura na mão, que o deixou com uma deficiência. Muitas pessoas o ajudaram e o apoiaram. O cuidado e a compaixão delas deram origem ao grande homem chamado Hideyo Noguchi, afirmou o médico.
No mundo Soka também um número incalculável de “valores humanos” capazes surgiu da sinceridade e da preocupação conjuntas de incontáveis companheiros.
Desenvolver nossos sucessores como “valores humanos” que nos superem, oferecendo à geração mais nova encorajamento e apoio ainda maiores do que os que recebemos dos nossos veteranos — esse espírito extremamente nobre de inspirar os outros a revelar seu potencial máximo repousa no âmago da tradição da Soka Gakkai de criar “valores humanos” capazes.
Sete diretrizes para a Divisão dos Estudantes
O dia 5 de maio deste ano (2016) assinalou o 40º aniversário da instituição do “Dia dos Sucessores da Soka Gakkai”. Anunciei a adoção dessa denominação numa reunião da Divisão dos Estudantes realizada no Auditório Memorial Toda de Kansai, nessa mesma data em 1976.
Com sincera esperança no crescimento de todos e com o espírito de selar um juramento conjunto com cada pessoa presente ao local aquele dia, anunciei seis diretrizes para a Divisão dos Estudantes (DE). Posteriormente (em maio de 2013), com o acréscimo de mais uma, apresentei estas sete diretrizes à divisão no século 21:
1. Cuidar da saúde.
2. Ler livros.
3. Sempre empregar o bom senso.
4. Nunca ser impaciente.
5. Cultivar muitos amigos.
6. Acumular boa sorte em sua vida.
7. Zelar pelos pais.
Os integrantes da Divisão dos Estudantes estão se desafiando para corresponder a essas sete diretrizes. Vibro de emoção ao visualizar o futuro brilhante que eles têm diante de si, à medida que continuam a se desenvolver e a se empenhar com toda a energia, e o horizonte magnífico que se estende para o kosen-rufu mundial.
“Eu, determinado a ser um sucessor”
A canção da Divisão dos Estudantes, intitulada Corredores da Justiça [Seigi no Shosha, em japonês], foi anunciada originalmente como uma música da Divisão dos Estudantes Colegiais (em 1º de agosto de 1978). Logo em seguida, no dia 3 de agosto de 1978, membros de todas as partes do Japão se reuniram no Centro Cultural da Soka Gakkai de Tachikawa para participar da 11ª Convenção da Divisão dos Estudantes Colegiais.
Expressei aos jovens ali presentes minha esperança de que todos se desenvolvessem e se tornassem pessoas fiéis ao juramento que firmaram na juventude enquanto vivessem. Propus que, de braços dados, cantassem a nova canção juntos, e eles o fizeram. Unidos solidamente, com o rosto radiante, entoaram:
Eu, determinado a ser um sucessor,
Com orgulho no coração, aguardo o tempo...
Ainda posso ouvir o coro retumbante dos membros da Divisão dos Estudantes Colegiais daquele dia, unidos num só coração.
“Eu”, na letra da canção, indica cada um de nós, sem exceção. Vamos nos unir e trabalhar com maior afinco do que nunca para desenvolver os jovens “corredores da justiça”, para que nosso movimento continue prosperando eternamente no futuro!
(Daibyakurenge, edição de agosto de 2016)
Com a colaboração/revisão do Departamento de Estudo do Budismo (DEB) da BSGI
Capítulo 2: Trechos da Nova Revolução Humana
NRH, cap. “Novos Brotos’, v. 27, p. 55-56
A questão sobre a qual Shin’ichi queria se informar, com o máximo de detalhes possível, durante sua reunião com o corpo docente e funcionários da Escola Soka de Ensino Fundamental 1 de Tóquio, era como os estudantes estavam indo.
Ele formulou perguntas e mais perguntas: “Algum aluno se ausentou por um período prolongado?”, “Há algum aluno órfão?”, “Há algum aluno criado só pela mãe?”, “E só pelo pai?”.
Enquanto ouvia as respostas dadas pelos membros do corpo docente, ele ia oferecendo conselhos sobre as várias maneiras de demonstrar carinho e consideração aos alunos que se enquadravam nessa situação. Em alguns casos, solicitou aos professores que transmitissem mensagens dele para os pais ou responsáveis pelas crianças.
Depois de se inteirar dos relatórios deles, Shin’ichi externou com profundo sentimento:
— Tenho certeza de que algumas famílias estão enviando seus filhos para a Escola Soka de Ensino Fundamental 1 lutando contra uma situação financeira difícil. Sei que alguns pais tinham a forte determinação de que os filhos recebessem a educação Soka. Outros provavelmente quiseram mandar seus filhos para cá porque fundei a escola. Quando penso na sinceridade deles, meus olhos se enchem de lágrimas. Todos devem depositar alta expectativa na escola. Devemos nos certificar de que os alunos recebam uma educação que faça sua família se sentir genuinamente feliz por tê-los mandado para a Escola Soka de Ensino Fundamental 1 de Tóquio. Do contrário, nós os decepcionaremos. Espero que mantenham este ponto em mente e se empenhem para tornar esta escola a melhor do Japão e do mundo.
NRH, cap. “Novos Brotos’, v. 27, p. 56-62
Os alunos vinham de várias situações familiares.
Masayoshi Aritake, do primeiro ano, era um garoto pequeno, mas alegre e repleto de energia. Os pais se divorciaram quando ele tinha 5 anos e estava sendo criado pela mãe, Fumie.
Depois do divórcio, Fumie vendeu a casa deles na área metropolitana central e mudou-se com o filho e mãe para a cidade de Higashiyamato, nas cercanias de Tóquio, perto da Escola Soka de Ensino Fundamental 2 e Médio. Ela esperava colocar o filho na Escola Soka, caso fosse possível.
A situação financeira dela, no entanto, era extremamente ruim. Ela era a única fonte de sustento da família composta por três pessoas. Trabalhava num escritório, deixando Masayoshi sob os cuidados de sua mãe durante o dia, mas o que ganhava mal dava para pôr comida na mesa.
Em outubro de 1977, Fumie Aritake viu no jornal Seikyo Shimbun as especificações para ser admitido na Escola Soka de Ensino Fundamental 1 de Tóquio. Ela gostaria de poder matricular seu filho na escola, mas, dada a realidade de suas condições, parecia impossível.
Então, conversou com uma líder veterana da Divisão Feminina (DF) a respeito de seu filho iniciar o ensino fundamental na primavera seguinte. A líder a incentivou entusiasticamente a fixar o objetivo de colocá-lo na Escola Soka de Ensino Fundamental 1 de Tóquio.
Verificando a anuidade e taxas, Fumie fez os cálculos de cabeça para avaliar se conseguiria pagar. Hesitou, pensando: “Se cortássemos nossas despesas, poderia dar certo, mas realmente conseguiríamos fazer isso? Se um de nós adoecer gravemente, não teremos como pagar a conta do hospital...”
Nesse ínterim, a líder da DF foi à Escola Soka de Ensino Fundamental 1 buscar formulários de inscrição para Fumie. Quando examinou os papéis, uma nova determinação de enviar seu filho para aquela escola despertou dentro dela. E pensou: “Estabelecer o sistema escolar Soka foi o desejo acalentado pelo primeiro presidente da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi, e pelo segundo presidente, Josei Toda; e o presidente Yamamoto está empreendendo ações por esse objetivo. O grandioso anseio dos três primeiros presidentes da Soka Gakkai finalmente se tornará realidade mediante o estabelecimento da Escola Soka de Ensino Fundamental 1 de Tóquio. Como será a educação humanística, que visa a felicidade das crianças e eliminar a miséria da sociedade? Realmente desejo que meu filho, Masayoshi, frequente essa escola de ensino fundamental 1. Quero que ele cresça e se torne alguém que possa contribuir para a materialização dos ideais do presidente Yamamoto, que está dedicando a vida em prol da paz mundial”.
Ela então decidiu: “Não importando a luta que tenha de travar, darei um jeito de arranjar o dinheiro necessário para matricular meu filho na Escola Soka de Ensino Fundamental 1!”.
Fumie entregou a inscrição de seu filho na noite do prazo final.
Mães são fortes. Mães são dedicadas. Mães são corajosas. Por causa dessas mães, criam-se jovens campeões.
Os exames e entrevistas para admissão na Escola Soka de Ensino Fundamental 1 de Tóquio foram realizados no fim de novembro de 1977.
Fumie Aritake disse ao filho, Masayoshi, que se certificasse de cumprimentar os professores e funcionários da escola de maneira apropriada e que, se houvesse alguma pergunta durante a entrevista que ele não soubesse responder, fosse honesto e franco a respeito disso.
Ela acompanhou Masayoshi à Escola Soka de Ensino Fundamental 2 e Médio, onde os exames estavam sendo realizados. Ao ver pessoalmente a construção da unidade de ensino fundamental 1 em andamento, o desejo de que seu filho pudesse frequentá-la se intensificou ainda mais.
“Certamente não será fácil para nós no âmbito financeiro, mas quero colocar meu filho na Escola Soka de Ensino Fundamental 1 e vê-lo se tornar um excelente rapaz!”, pensou.
No entanto, ela receava que o filho não conseguisse ser admitido; ouvira comentários de outras mães da vizinhança de que as escolas particulares de ensino fundamental geralmente tendiam a acolher somente alunos vindos de famílias abastadas, com uma boa situação.
Ao pensar que seu filho poderia não ser aceito por não se enquadrar nesses critérios, lágrimas brotaram de seus olhos. Ela os enxugou várias vezes, enquanto aguardavam a entrevista sentados num canto da sala de espera.
Masayoshi foi aprovado no processo de entrevistas para admissão na escola. Quando Fumie foi notificada, ela não conseguia conter sua alegria. Usou todas as economias para pagar a taxa de matrícula e comprar o uniforme escolar.
Quando chegou o dia da cerimônia de início de aulas de Masayoshi, ela compareceu sentindo um misto de imensa esperança e ansiedade em relação a como fazer para conseguir ter dinheiro suficiente para cobrir as despesas.
Ao ver seu filho de uniforme, firmou um juramento em seu coração: “Minha luta começa agora. Darei absolutamente o máximo de mim!”.
O amor profundo de uma mãe pelo filho torna o espírito dela forte. Logo após Masayoshi passar a estudar na escola, um amigo disse a Fumie que uma empresa de contabilidade estava procurando alguém para trabalhar lá, e sugeriu que ela se candidatasse à vaga.
As condições eram boas e Fumie decidiu mudar de emprego. Havia muito mais tarefas a executar no novo emprego, mas o salário era três vezes maior do que ganhava antes.
Para Fumie Aritake, cada dia representava uma intensa luta. A empresa de contabilidade onde estava empregada era pequena, com apenas dois funcionários, porém possuía muitos clientes. Ela ia trabalhar de manhã e, com frequência, não voltava antes das 22 horas. Durante o período de declaração de imposto de renda, a carga de trabalho era ainda mais pesada. Entretanto, seu emprego melhorou as finanças da família e ela não precisava mais se preocupar com o pagamento das mensalidades escolares do filho.
Quando estava no trabalho, a mãe dela cuidava de Masayoshi. Fumie estava determinada a se valer de todas as oportunidades para interagir com o filho, por mais ocupada pudesse estar. Mesmo que voltasse para casa tarde da noite, na manhã seguinte sempre acordava Masayoshi às 6 horas para que pudessem fazer gongyo e passar algum tempo conversando antes de ele ir para a escola.
Mesmo que alguns pais não tenham muito tempo disponível para estar com os filhos, ainda assim podem fazer com que saibam o que sentem por eles. O importante é que suas ações e esforços para se relacionarem se baseiem no amor pelos filhos.
Por intermédio dos professores, Shin’ichi Yamamoto tomou conhecimento dos esforços gigantescos que Fumie estava realizando para manter Masayoshi na Escola Soka de Ensino Fundamental 1 de Tóquio.
Em julho de 1980, Shin’ichi participou do Encontro da Via Láctea na Escola Soka de Ensino Fundamental 1. Nessa ocasião, um professor apresentou-lhe Masayoshi Aritane.
— Então, você é Masayoshi Aritake! — disse Shin’ichi ao garoto, que viera à frente da sala e se postara diante da mesa onde estava sentado.
— Você é um rapaz muito gracioso. Vamos trocar um aperto de mãos — afirmou, cumprimentando Masayoshi sorrindo.
— Quero lhe oferecer este selo de presente — disse Shin’ichi entregando-lhe um dos selos postais que havia comprado como presente em sua quinta viagem à China em abril daquele ano.
Em seguida, estendeu-lhe outro selo e expressou:
— Este é para a sua mãe, que está trabalhando arduamente. Peço-lhe que cuide dela por toda a vida e se torne uma pessoa extraordinária. E, por favor, transmita a ela minhas melhores recomendações.
Masayoshi ficou muito feliz pelo fato de o fundador da escola estar consciente do trabalho árduo de sua mãe. Ter alguém que saiba quão bravamente estamos nos empenhando nos dá força. Não há encorajamento maior do que ter nossos esforços reconhecidos.
Masayoshi Aritake cresceu como uma criança alegre e feliz. Ele amava a escola. Ficava ansioso para ir, principalmente quando havia torneios esportivos ou outros eventos especiais.
Fumie Aritake sentia-se exultante sempre que ouvia o filho expressar quanto adorava a escola. “Fico tão feliz por tê-lo colocado na Escola Soka de Ensino Fundamental 1. Todos os meus incansáveis esforços compensaram”, refletia ela.
Fumie levara Masayoshi algumas vezes com ela para a empresa de contabilidade onde trabalhava, e ele demonstrara interesse em digitar os números para inseri-los no computador do escritório. Ela lhe dizia com frequência que a função de contador público certificado era uma profissão importante.
Na primavera de 1984, Masayoshi formou-se na Escola Soka de Ensino Fundamental 1, como integrante da terceira turma. No álbum de formatura, sob o título “Nosso Palco no Século 21”, no qual estudantes compartilharam seus sonhos em relação ao futuro, ele escreveu que queria ser um contador público certificado. Almejava seguir essa profissão por desejar contribuir para a sociedade e, em particular, para aliviar o fardo de sua mãe.
Depois de ingressar na Escola Soka de Ensino Fundamental 2, informou-se melhor sobre como se tornar contador público certificado e soube que o exame de qualificação era muito difícil. Porém, estudou com afinco, determinado a alcançar seu objetivo e também saldar sua dívida de gratidão com Shin’ichi Yamamoto, fundador da escola.
No fim, entrou na Faculdade de Administração de Empresas da Universidade Soka. Em 1992, em seu terceiro ano na universidade, foi aprovado no exame de qualificação e se tornou contador público certificado na primeira tentativa. Seu sonho se realizara, e o longo e árduo esforço de sua mãe fora recompensado.
Situações desafiadoras nos fornecem a oportunidade para fazer nossa vida brilhar. Quanto mais profunda a escuridão, mais resplandecente a luz.
Shin’ichi compartilhou suas convicções com o corpo docente e funcionários na reunião informal que tiveram no dia 4 de julho de 1978:
— Além de alunos que enfrentam condições financeiras difíceis, também pode haver estudantes com deficiência física na Escola Soka de Ensino Fundamental 1. Peço-lhes que promovam o desenvolvimento deles, para que se tornem pessoas fortes, de coração amplo, capazes de viver da melhor forma possível. O propósito da educação Soka é criar crianças que nunca sejam derrotadas por nada.
NRH, cap. Novos Brotos, v. 27, p. 62-65
Em abril de 1979, Tomoyo Kudo transferiu-se de outra escola e entrou para o quarto ano da Escola Soka de Ensino Fundamental 1 de Tóquio.
Aos 18 meses de vida, ela sofrera um acidente de trânsito num cruzamento férreo, que resultou na amputação de sua perna esquerda. Então, quando estava com 4 anos, sua mãe faleceu. O pai, depois de um tempo, casou-se novamente, e Tomoyo logo passou a amar cada vez mais a madrasta, que sempre tinha um sorriso no rosto.
Quando Tomoyo estava no terceiro ano, sua madrasta comentou haver sido fundada por Shin’ichi Yamamoto uma nova e maravilhosa escola Soka de ensino fundamental 1 em Tóquio e a incentivou a se inscrever. Esse também era o desejo do pai da garota.
A Escola Soka de Ensino Fundamental 1 de Tóquio começou com apenas duas classes do terceiro ano, mas planejava ter três classes do quarto ano no período letivo seguinte. Portanto, estava aceitando inscrições para quarenta novos alunos.
Após tomar conhecimento sobre a nova escola por intermédio da madrasta, Tomoyo decidiu que gostaria de estudar lá. Passou pelo processo de exame e entrevista e foi aceita.
Por morar na cidade de Shiki, na província de Saitama, tinha de pegar transporte público levando uns noventa minutos para chegar à escola todos os dias. A princípio, percorria uns quarenta a cinquenta minutos de ônibus, da Estação de Shiki à Estação de Tokorozawa. Daí, de Tokorozawa, tomava o trem até a estação seguinte, Higashimurayama, na Linha Seibu-Shinjuku, e fazia baldeação para a Linha Seibu-Kokubunji, e seguia por mais duas estações até a Takanodai, a mais próxima da Escola Soka de Ensino Fundamental 1 de Tóquio.
Tomoyo precisava viajar de transporte público durante o horário de pico, e tanto as linhas de trem Seibu-Shinjuku como as de Seibu-Kokubunji estavam sempre lotadas. Ela usava prótese desde criança e estava acostumada a caminhar, mas não muito rápido. Viajar de trem no horário de pico era mental e fisicamente exaustivo. Porém, ao ver o rosto sorridente do diretor Araki cumprimentando os alunos todos os dias na entrada da escola, seu cansaço se desvanecia.
O poeta boliviano Franz Tamayo (1879–1956) escreveu: “A vida, seja ela alegre ou infeliz, possui um refúgio supremo — o sorriso!”
O sorriso anima o espírito das pessoas e proporciona-lhes força.
A professora orientadora da classe, Sachie Wakae, explicou aos alunos que Tomoyo Kudo usava prótese. Ela não queria que nenhum deles fizesse gracejos por ela ser diferente.
Quando Shin’ichi Yamamoto visitou a escola no outono de 1979, Wakae apresentou-lhe Tomoyo. Já tinham lhe dito que uma das alunas tinha uma perna protética e ele esperava se encontrar com a menina.
Shin’ichi desejava que Tomoyo fosse forte e segura de si. Há muitos acontecimentos dolorosos, difíceis e tristes na vida, e nem todas as pessoas são amáveis. Na realidade, com frequência, elas podem ser desagradáveis e nos magoar. Shin’ichi acreditava que a chave da felicidade residia em desenvolver um espírito forte e invencível.
Ele disse a Tomoyo:
— Pode haver muitas ocasiões em que talvez sinta que ser uma pessoa com deficiência represente uma grande adversidade, mas se superar esse sentimento, terá um coração mais forte e radiante do que ninguém. Já ouviu falar de Helen Keller? Era surda, cega e não conseguia articular as palavras, mas sobrepujou sua deficiência e se tornou uma pessoa capaz de inspirar grande esperança e coragem a incontáveis outras pessoas. Aprendeu a ler e a falar por instrução de sua professora, Anne Sullivan, estudou com afinco e ingressou numa das melhores faculdades femininas da América. Depois, viajou pelo mundo como palestrante e prestou uma importante contribuição à melhoria das condições sociais de todos com deficiência. Helen Keller transformou o seu destino em fonte de força para ajudar o próximo. Este é o aspecto maravilhoso dela. Espero que estude diligentemente e se torne uma pessoa como Helen Keller.
As palavras de Shin’ichi marcaram profundamente Tomoyo.
Pessoas que possuem ideais e um exemplo a seguir são fortes. Mesmo que experimentem adversidades, a luz da esperança e a chama da coragem ardem intensamente no coração delas.
Shin’ichi Yamamoto às vezes compartilhava com os professores sua opinião sobre como interagir com Tomoyo Kudo.
Ele externou certa vez:
— Sinto que é importante prestar cuidadosa atenção às necessidades dela, mas não lhe conceder tratamento especial. Peço-lhes que a encorajem a tentar fazer coisas novas exatamente como todos os outros alunos. Do contrário, não conseguirá ser independente, e isso será danoso para ela.
Um dos objetivos da educação é permitir que a criança se torne autoconfiante.
Shin’ichi incentivou Tomoyo diretamente em várias oportunidades, e também tirou uma foto com ela.
Muitos anos mais tarde, após se graduar na universidade, ela trabalhou numa importante empresa comercial antes de se casar. Os cuidados dispensados à sogra acabaram por levá-la a se dedicar à área do bem-estar social.
NRH, cap. Novos Brotos, v. 27, p. 65-67
Havia um aluno chamado Masahiro Motokawa que cursava o mesmo ano que Tomoyo Kudo. Quando estava no quinto ano, a gráfica do pai dele faliu. Antes disso, o pai havia tentado desesperadamente manter a empresa em atividade, trabalhando até tarde, sem voltar para casa por dias seguidos. A despeito de todos os esforços, não obteve êxito. No dia que antecedeu o fechamento da empresa, a família se reuniu na casa da avó de Masahiro.
Olhando para Masahiro, o pai afirmou resolutamente:
— Minha empresa faliu. Terei de morar em outro lugar durante um tempo, mas tudo ficará bem, pois um dia viveremos todos juntos novamente. Prometo trabalhar e enviar dinheiro para seu sustento e despesas escolares. Portanto, não se preocupe. Cuide de sua mãe e de sua irmã enquanto eu estiver fora!
O pai, então, partiu. Pouco tempo depois, a família se mudou em segredo. Foram morar numa casa muito velha e em péssimo estado. Não recebia a luz do sol e o mofo tomava conta das paredes. O banheiro estava quebrado e não podia ser usado. Eles não tinham nem televisão.
O pai de Masahiro também possuía dívidas pessoais enormes, e seus credores chegavam até a ligar para a escola de Masahiro com o intuito de obter o endereço dele.
Certo dia, um homem com aparência suspeita apareceu na Escola Soka de Ensino Fundamental 1 de Tóquio e pediu para falar com Masahiro Motokawa.
O professor que o recebeu disse-lhe:
— Não podemos permitir que aborde Masahiro por causa das dívidas do pai dele. O garoto não tem nada a ver com isso, tampouco podemos lhe fornecer seu endereço ou outros detalhes. Poderia, por favor, se retirar?
Além disso, o professor temia que o homem pudesse ficar esperando Masahiro em algum lugar e segui-lo até a sua casa. Masahiro fazia parte da equipe de futebol, portanto, às vezes saía tarde da escola. Em tais ocasiões, o professor responsável pela equipe acompanhava as crianças até a Estação Takanodai. Depois de se certificar que não havia pessoas com comportamento estranho vagando pelo local, o professor as embarcava em segurança nos trens.
Shin’ichi Yamamoto tomou conhecimento sobre a situação de Masahiro Motokawa por um dos docentes. Um dia depois da aula, Shin’ichi visitou a escola levando brinquedos para as crianças. Distribuindo os presentes enquanto se despedia dos alunos na saída deles, disse a um dos professores:
– Se Masahiro Motokawa ainda estiver aqui, poderia trazê-lo até mim?
O professor retornou com ele pouco depois, e Shin’ichi disse ao menino:
– Então, você é Masahiro! Soube de sua situação. Tenho certeza de que está sendo um período difícil para você. Quem mais está sofrendo com a situação é seu pai. Posso imaginar que você se sinta frustrado e chateado com o que está acontecendo agora, mas prometo-lhe que, no futuro, tudo isso se tornará um valioso tesouro para a sua vida. Todas as pessoas grandiosas passaram por sofrimentos. Certifique-se de cuidar bem de sua irmã e de sua mãe na ausência do seu pai.
Shin’ichi então deu a Masahiro um robô de brinquedo inspirado num personagem popular das histórias em quadrinhos.
O pai de Masahiro soube pela esposa que Shin’ichi incentivara seu filho e sentiu-se profundamente grato.
Seis meses após sua empresa ir à falência, o pai de Masahiro decidiu: “Não vou mais me esconder e ficar separado da minha família. Vou me reunir com os credores e conversar sinceramente com eles e quitar minhas dívidas, não importando quanto tempo leve e quão difícil seja. Terei uma conduta na vida da qual meus filhos possam se orgulhar!”.
A família de Masahiro Motokawa vivenciava dificuldades financeiras extremas, só podendo comprar os alimentos mais baratos. Masahiro achava que “carne assada” fosse um prato feito com broto de feijão grelhado e suas roupas eram peças usadas doadas pelos parentes.
Os pais dele trabalharam arduamente, restringindo gastos ao mínimo possível, e conseguiram mantê-lo na Escola Soka, do ensino fundamental à universidade. Sua irmã, dois anos mais nova, também estudou na Escola Soka e na Universidade Soka. Por maior que fosse a luta, os pais estavam determinados a possibilitar que os filhos recebessem a educação humanística oferecida na escola fundada por Shin’ichi Yamamoto.
Na universidade, Masahiro associou-se ao Clube de Estudos Latino-Americanos, esforçou-se para aprender espanhol e foi estudar na Universidade de Buenos Aires como intercambista por um ano.
Depois de se formar na Universidade Soka, foi trabalhar, a princípio, numa grande empresa de traduções e, mais tarde, abriu o seu próprio negócio no mesmo ramo. Almejando promover a paz, continuou prestando importantes contribuições aos intercâmbios culturais.
NRH, cap. “Novos Brotos”, v. 27, p. 67-70
Desde a fundação da Escola Soka de Ensino Fundamental 1 de Tóquio, sempre que Shin’ichi tomava conhecimento de que algum aluno estava enfrentando uma situação difícil, ele se empenhava de corpo e alma para encorajá-lo. Não pode haver educação sem que se estenda apoio aos estudantes que mais estão se esforçando. Esse é o caminho do ser humano.
No dia 17 de julho de 1985, sete anos depois de a escola de ensino fundamental 1 ter sido estabelecida, Shin’ichi participou do Festival Anual Glória na Escola Soka de Ensino Fundamental 2 e Médio. Enquanto estava lá, providenciou um encontro para conversar com dois estudantes do ensino fundamental — Shinka Hayashida, aluna do terceiro ano, e seu irmão, Hirotaka, do primeiro ano —, pois soubera que a mãe deles, Chieko, falecera no dia anterior.
Chieko trabalhava como enfermeira num centro de atendimento médico na sede da Soka Gakkai, e Shin’ichi a conhecia bem. Ittoku, marido dela, contribuía para a sociedade como contador público certificado. No fim do ano anterior, ela fora diagnosticada com câncer no reto. Passou por cirurgia um mês mais tarde, mas houve metástase e foi impossível remover totalmente o tumor. O médico lhe deu três meses de vida. Ela recebeu alta do hospital, mas voltou para lá seis meses depois. Essa investida violenta do carma foi implacável para os filhos pequenos.
Sem a força para perseverar diante de dificuldades não podemos alcançar a felicidade.
Na manhã de 16 de julho de 1985, Shinka e Hirotaka Hayashida visitaram a mãe no hospital antes de irem à escola. Sorrindo amavelmente, Chieko apertou forte a mão deles antes que fossem para a aula. Naquela manhã, ela faleceu serenamente com um sorriso no rosto.
Quando Shin’ichi Yamamoto soube do falecimento, decidiu zelar pelos dois filhos dela por toda a vida, de modo que ela pudesse descansar em paz. No dia seguinte, ele se encontrou com Shinka e Hirotaka durante o Festival Glória.
Ele disse aos dois:
— Sua mãe continua viva; está viva em seu coração. Portanto, não se preocupem. Considerem minha esposa sua mãe, e eu, o seu pai. Agora, vocês têm dois pais. Não há com que se afligirem.
Ouvindo essas palavras, lágrimas brotaram nos olhos das crianças. Shin’ichi as envolveu com um abraço carinhoso e disse:
— Não chorem. Vocês são filhos do leão. Por favor, não se deixem derrotar. Quero que se tornem fortes. É importante serem corajosos.
As crianças se esforçaram para não chorar, mas lágrimas caíam de seus olhos.
Antes disso, em março do mesmo ano, quando Chieko estava no hospital, Shin’ichi convidara Shinka para participar de um almoço comemorativo após a cerimônia de formatura, colocando-a para se sentar perto dele. Na ocasião, ele a encorajou, afirmando:
— Sei que deve estar sendo difícil com sua mãe no hospital, mas gostaria que se mantivesse firme. Seja corajosa e jamais seja derrotada.
Mineko, esposa de Shin’ichi, compareceu ao funeral de Chieko em nome do marido, e também encorajou Shinka:
— Torne-se uma pessoa maravilhosa, assim como sua mãe.
Palavras sinceras suscitam coragem no coração das outras pessoas.
Shinka e Hirotaka Hayashida determinaram que viveriam com força e bravura, como leões.
Posteriormente, Shinka seguiu os passos da mãe e se tornou enfermeira, e Hirotaka, repórter do Seikyo Shimbun.
Notas:
1. Abertura dos Olhos: Tratado redigido em Tsukahara, na Ilha de Sado, no segundo mês de 1272, e endereçado a todos os discípulos de Nichiren Daishonin. Revela que Daishonin possui as três virtudes de soberano, mestre e pais nos Últimos Dias da Lei.
2. Nanjo Tokimitsu (1259–1332): Seguidor firme e leal de Daishonin e administrador da vila de Ueno, no distrito Fuji, província de Suruga.
3. Tokuro Moritsuna [s.d.]: Sacerdote discípulo de Nichiren Daishonin, filho de Abutsu-bo e da monja leiga Sennichi, discípulos que apoiaram Daishonin na Ilha de Sado. Moritsuna levou as cinzas do seu pai, que morreu no terceiro mês de 1279, ao Monte Minobu no sétimo mês daquele ano e visitou o túmulo dele novamente no ano seguinte, em 1280. Daishonin o louvou por dar continuidade à fé do pai.
4. Iyo-bo (1252–1317): Discípulo de Nichiren Daishonin. A mãe dele era a monja leiga Toki e quando ela se casou novamente, Toki Jonin se tornou seu padrasto. Iyo-bo recebeu instrução de Daishonin e é citado em várias cartas endereçadas à monja leiga Toki.
5. A analogia “A tinta azul é mais azul do que o próprio índigo” deriva de um texto do filósofo chinês Xunzi. O líquido extraído da anileira não tem um azul intenso; a cor só é obtida depois de se mergulhar repetidamente o tecido no corante até ele obter um tom de azul mais forte que o do líquido da própria planta. A analogia expressa o significado de se aprofundar o conhecimento por meio do estudo. É citada na obra Grande Concentração e Discernimento de Tiantai. Nichiren Daishonin frequentemente emprega a analogia da anileira não apenas no contexto de se aprofundar na prática budista, mas também no que se refere ao desenvolvimento de sucessores.
6. Paráfrase de uma passagem do Sutra sobre a Contemplação da Mente como Solo.
7. A história do rei Adorno Magnífico consta do capítulo 27, “Os Feitos Iniciais do Rei Adorno Magnífico”, do Sutra do Lótus. Embora depositasse sua fé em doutrinas não budistas, sua esposa, Virtude Pura, e seus dois filhos, Acervo Puro e Visão Pura, o converteram ao budismo. Em O Presente de Saquê Puro, aparentemente Daishonin menciona apenas o nome de Acervo Puro como representante do irmão e da mãe.
8. Desconhece-se o nome em sânscrito.
9. Essa história aparece no Sutra da Cerimônia em Memória dos Falecidos e é citada em Oferecimentos em Memória dos Ancestrais Falecidos (CEND, v. II, p. 77).
10. Extraído do discurso proferido numa conferência de representantes da SGI, em Miami, Flórida, em 3 de fevereiro de 1993.
11. Três potenciais inerentes da natureza de buda: Princípio formulado por Tiantai (538–597), que considera a natureza de buda de três perspectivas. Os três potenciais inerentes são: a natureza de buda inata; a sabedoria para percebê-la; e as boas ações ou práticas para desenvolver essa sabedoria e fazer com que a natureza de buda se manifeste. As ações benéficas ajudam a desenvolver a sabedoria, e a sabedoria desenvolvida percebe a natureza de buda. Dessa maneira, os três potenciais constituem causas que atuam juntas para capacitar o praticante a obter o efeito do estado de buda.
12. A data e o destinatário do escrito A Declaração Unânime dos Budas das Três Existências a Respeito da Classificação dos Ensinamentos e de Quais destes Devem Ser Abandonados e Quais Devem Ser Mantidos são desconhecidos. A “declaração unânime” citada no título é a rejeição dos ensinamentos anteriores ao Sutra do Lótus que foram expostos a favor desse sutra. O tratado aponta o Sutra do Lótus como supremo, classificando os ensinamentos apresentados nos outros sutras.
13. NOGUCHI, Hideyo. Hideyo Noguchi: Sono Shogai to Gyoseki [Hideyo Noguchi: Sua Vida e Realizações]. TAN, Minoru (ed.). Tóquio: Kodansha, v. 2 (Letters [Cartas]), p. 73, 1977.
14. Ibidem.
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