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há 4 anos

Trinta anos da primeira palestra na Universidade Harvard

Artigo traduzido e adaptado do Seikyo Shimbun de 18 de setembro de 2021

REDAÇÃO

26/09/2021

Trinta anos da primeira palestra na Universidade Harvard

O renascimento das ligações humanas por meio da força da motivação interior

O conceito de soft power nasceu em 1990. Foi proposto por Joseph Nye, cientista político e professor da Universidade Harvard, nos Estados Unidos. Trata-se do poder de atrair outros países por meio da cultura e do senso de valor e é o oposto do hard power, que prioriza o uso da força armada, a autoridade política e as riquezas.

A Universidade Harvard, em torno do Dr. John D. Montgomery, conhecido como o pai da Escola Kennedy Harvard, e do próprio Dr. Nye, entre outros, enviou um convite solicitando ao Ikeda sensei que palestrasse na universidade em três ocasiões. Na época, o mundo passava por repentinas mudanças, como a democratização do Leste Europeu, o fim da Guerra Fria entre os Estados Unidos e a União Soviética, a unificação da Alemanha Oriental com a Ocidental e a eclosão da Guerra do Golfo. Pode-se dizer que a humanidade buscava um novo caminho já que a velha ordem internacional se arruinava, e a esperança e a insegurança se misturavam de forma intrincada.

Atendendo à solicitação, Ikeda sensei proferiu a primeira palestra intitulada “A Era do Soft Power e da Filosofia de Motivação Interior” em Harvard no dia 26 de setembro de 1991 (dois anos mais tarde foi realizada a segunda palestra).

Com foco na mudança do hard power para o soft power como um poder capaz de alterar os rumos da história, sensei declarou que aquele era o momento em que se fazia necessária a força interior motivada do próprio ser humano a partir de uma filosofia que sustentasse o soft power. Isso porque a cultura nem sempre cria amizade. Muitas vezes, o contato com diferentes culturas leva à repugnância e à hostilidade. Para controlar essa negatividade e criar o bem capaz de unir as pessoas, é preciso buscar uma autodisciplina intrínseca e um autocontrole da mente que não evitam as dificuldades e que mantêm a persistência e a contemplação das circunstâncias.

Ainda hoje o mundo apresenta choques e conflitos do hard power. Por outro lado, observando as cooperações que ultrapassam as fronteiras em relação às mudanças climáticas e às doenças pandêmicas e vendo a tendência de valorização do diálogo na diplomacia internacional, nota-se que a importância do soft power está crescendo concretamente.

[Na palestra] Ikeda sensei expressou também sua expectativa quanto à filosofia da autodisciplina intrínseca, que pode “revivescer de forma refrescante a amizade, a confiança e o afeto como ligações insubstituíveis entre os seres humanos”.

O soft power está próximo dos seres humanos. Ao defrontar-se com pessoas de cultura e senso de valor diferentes, por mais que seja difícil e conflituoso, não se deve desistir do diálogo, sempre acreditando na natureza do bem delas. Palavras embasadas nessa autodisciplina intrínseca tocará, sem falta, o coração do outro. E, juntos, criarão a força para o primeiro passo rumo à paz.

Já se foram 30 anos desde a primeira palestra em Harvard. Com a certeza de que a motivação interior do soft power constrói a paz que pulsa em nossos diálogos, vamos avançar com altivo orgulho.

Saiba mais no Brasil Seikyo: Um discurso pela era do soft power 

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