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Estudo
há 3 anos
[21] Religião mundial
Departamento de Estudo do Budismo
11/07/2022
![[21] Religião mundial](https://meubs.com.br/assets/images/ebs-2022-07-12_12-45-27.jpeg)
Capítulo 1: Trechos do Gosho
Budismo do Sol — Iluminando o Mundo: a religião da revolução humana - Parte 3 [de 12]
Terceira Civilização, ed. 618, fev. 2020, p. 50-65
Explanação do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda
[23] Seigan — o mundo anseia por jovens de convicção e de integridade
Explanação
Dezesseis de março, Dia do Kosen-rufu, logo chegará novamente. Nessa data, em 1958, na grandiosa e histórica cerimônia em prol do kosen-rufu, meu mestre, segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, declarou: “A Soka Gakkai é a monarca do mundo religioso!”.
Esse rugido do leão imbuído do poderoso juramento seigan é o ímpeto subjacente ao desenvolvimento notável que a Soka Gakkai alcançou hoje.
O propósito do kosen-rufu não é expandir a esfera de influência de determinada escola budista. Nosso movimento é uma iniciativa popular alicerçada na filosofia do Sutra do Lótus da dignidade da vida e do respeito às pessoas que busca consolidar a paz mundial e a felicidade da humanidade. É uma batalha espiritual fundamentada no diálogo para unir a todos, construir redes da esperança e do bem entre cidadãos do mundo e concretizar assim o ideal de uma família humana global pacífica.
Jovens são a esperança do mundo
Os jovens são protagonistas desse empenho [do nosso movimento]. Quando os jovens com grande desejo pela realização do kosen-rufu se tornam uma força unificadora pela transformação, a época segue o caminho da mudança positiva sem falta. Em qualquer grupo ou movimento, os jovens são primordiais.
Hoje, jovens praticantes da filosofia da revolução humana em 192 países e territórios estão construindo uma rede mundial de cidadãos para ensejar uma nova era. Imensa deve ser a alegria do presidente Josei Toda ao observar os esforços deles!
No dia 16 de março de 1958, Toda sensei transferiu o bastão do kosen-rufu a mim e aos demais integrantes da Divisão dos Jovens (DJ).
Os presidentes Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda sempre amaram e estimularam o desenvolvimento dos jovens. Profundamente convicto de que eles são a luz e a esperança do mundo, eu também venho continuamente incentivando-os.
Atualmente, levantando-se com o mesmo espírito dos três primeiros presidentes [Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e Daisaku Ikeda], nossos componentes da Divisão Sênior (DS) e da Divisão Feminina (DF) do mundo inteiro estão assumindo a liderança no desenvolvimento dos jovens. Um vibrante espírito juvenil pulsa na vida daqueles que são amigos e aliados dos jovens, e os apoiam de forma irrestrita avançando ao lado deles. O modo como essa maravilhosa rede dedicada ao desenvolvimento dos jovens se espalhou pelo mundo pode ser descrito efetivamente como um milagre da época atual.
O nobre e supremo caminho de mestre e discípulo
Eu fui um dos jovens treinados pelo presidente Josei Toda. Ao conhecê-lo e decidir me devotar ao kosen-rufu aos 19 anos, minha vida mudou drasticamente. Graças ao meu mestre, a quem devo profunda gratidão, dediquei-me ao sublime objetivo chamado kosen-rufu, desafiei a conquista da minha revolução humana e trilhei o nobre e supremo caminho de mestre e discípulo.
Por essa experiência própria, posso atestar que selar um grandioso juramento seigan durante a juventude se transforma num tesouro para a vida inteira. O desafio para cumprir esse juramento produz um valor incalculável. Quero compartilhar essa alegria com o máximo de jovens possível.
Com esse desejo, nesta ocasião, gostaria de examinar a importância do juramento seigan pelo kosen-rufu.
Trecho do escrito 1
Abertura dos Olhos
Eu serei o pilar do Japão. Eu serei os olhos do Japão. Eu serei a grande nau do Japão. Este é o meu juramento, e jamais renunciarei a ele! (CEND, v. I, 293)
O juramento seigan de Nichiren Daishonin de conduzir todas as pessoas dos Últimos Dias da Lei à iluminação
Essa é uma conhecida passagem de Abertura dos Olhos,1 na qual Nichiren Daishonin declara seu grande juramento seigan. As palavras “pilar”, “olhos” e “grande nau” são expressões profundas que emanam da sua grande compaixão de habilitar todas as pessoas a atingir a iluminação. Considero especialmente comovente ele ter emitido essa declaração resoluta durante o exílio na Ilha de Sado.
Nenhuma das ferozes investidas dos obstáculos que assolaram Daishonin desde que ele anunciou seu ensinamento pela primeira vez (em 1253) poderia extinguir a chama do juramento seigan que ardia em seu coração. Na realidade, como mostra essa emocionante declaração, quanto maiores as dificuldades enfrentadas por ele, mais ardente era sua paixão de fazer tudo o que estivesse ao alcance para libertar as pessoas do sofrimento.
Embora nessa passagem Nichiren Daishonin mencione especificamente o Japão, seu juramento não se limita apenas a uma única nação. Ele buscou abrir o caminho do kosen-rufu de todo o Jambudvipa (o mundo inteiro), salvando primeiro o país no qual a vida das pessoas estava mais envolta pela calúnia contra a Lei e onde a escuridão dos Últimos Dias da Lei era mais profunda. A afirmação de que jamais renunciaria ao seu juramento também constitui uma retumbante declaração de que vencera as funções da maldade em meio às perseguições que puseram sua vida em risco.
A expressão “pilar do Japão” pode, portanto, ser interpretada como “pilar da iluminação para todos nos Últimos Dias da Lei”. Ela transborda do intenso juramento e do compromisso de sustentar firmemente o ensinamento do budismo como o pilar da comunidade e da sociedade, o pilar do mundo e da humanidade e também como o pilar do povo e dos bodisatvas da terra.
Cada um deve se tornar o pilar, os olhos e a grande nau
Na época atual, os presidentes Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda gravaram no coração esse juramento de Nichiren Daishonin e se levantaram por iniciativa própria para realizar o kosen-rufu nos Últimos Dias da Lei. Desde a sua fundação, a Soka Gakkai constitui-se numa organização alicerçada nesse juramento seigane diretamente ligada a Daishonin.
Em seus primórdios, a organização era depreciada pela sociedade japonesa como um “bando de pobres e doentes”. Sem se deixarem deter, nossos membros se esforçaram com todo o coração para compartilhar o Budismo Nichiren com as pessoas [shakubuku]. Eles sentiam imenso orgulho de dedicar a vida à nobre missão de concretizar o kosen-rufu e ao ideal de Daishonin de “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra”.
Obviamente, nem todas as pessoas tinham a consciência de sua missão ou compreendiam o ensinamento de Nichiren Daishonin desde o início. Elas se lançavam à prática budista desesperadas para transformar o destino individual de pobreza, doença, desarmonia familiar ou outros problemas. Com o tempo, também passavam a orar pela felicidade das outras pessoas e a agir em benefício delas e da sociedade. Enquanto compartilhavam alegrias e tristezas com os companheiros da organização, pouco a pouco foram despertando para a sua missão como bodisatvas da terra dedicados ao kosen-rufu. Elas desenvolviam a consciência de que eram membros da Soka Gakkai, uma organização que atua como o pilar do país, os olhos do mundo e a grande nau da humanidade.
Nosso orgulho como membros da Soka Gakkai é o fato de cada um de nós assumir a missão de atuar como um pilar central.
O Budismo Nichiren é um ensinamento que empodera as pessoas a mudar da postura de “ser salvas” para a de “salvar as outras”, oferecer apoio e incentivo às demais, transformando-as em pilares, olhos e grandes naus do mundo. A Soka Gakkai cultiva no mundo inteiro “valores humanos” que atuam como pilares do povo, olhos da felicidade e grandes naus da esperança.
Essa é a maior prova de que o Budismo Nichiren é a religião da revolução humana, o exemplo genuíno de uma religião que existe para a felicidade dos seres humanos, tão necessária no século 21.
No Budismo Nichiren, cada indivíduo se torna protagonista da transformação dos seres humanos. Quando cada um se tornar o pilar, os olhos e a grande nau da construção da paz e da felicidade, suscitará uma magnífica civilização global notabilizada pelo radiante florescer da filosofia do respeito ao próximo.
A Soka Gakkai reside dentro de nós
Membros que despertaram para a missão têm a consciência de que não são simplesmente parte da Soka Gakkai, mas que a Soka Gakkai é parte integral da sua vida e reside dentro deles. Eles se orgulham de ser protagonistas do kosen-rufu em sua comunidade.
Na época em que auxiliava Toda sensei nos desafios envolvendo as empresas dele, eu também desempenhava a função de líder de bloco da Divisão Masculina de Jovens (DMJ). Encarava todos os aspectos da Soka Gakkai como minha missão. Eu me afligia, ponderava e orava para encontrar a melhor forma de promover o avanço do kosen-rufue, então, entrava em ação com todas as forças do meu ser.
Como discípulo unido em espírito com Toda sensei, um líder do kosen-rufu inigualável, lidei com todos os tipos de desafios possíveis no curso de nossas atividades nos bairros de Ota, Bunkyo, Katsushika e Arakawa, em Tóquio, bem como nas províncias de Osaka e de Yamaguchi e em outros lugares, sempre me perguntando o que meu mestre faria nessa situação.
Posteriormente, ao viajar para o exterior, estabeleci um diálogo franco e aberto com as pessoas com o sentimento de representar plenamente a Soka Gakkai, de que “Eu sou a Soka Gakkai”. Hoje, à medida que avançamos a passos largos na nova era do kosen-rufu mundial, membros da Divisão dos Jovens (DJ) de cada país e região estão empreendendo ações com esse mesmo espírito. Os jovens Soka são, com certeza, os pilares do futuro do mundo.
Trecho do escrito 2
O Portal do Dragão
Meu desejo é que todos os meus discípulos façam um grande juramento. Somos muito afortunados por estarmos vivos depois das epidemias que assolaram o país no ano passado e também no ano retrasado. Mas agora que a invasão mongol parece iminente, talvez sejam poucos os que conseguirão sobreviver. Definitivamente, ninguém pode escapar da morte. Quando esse momento chegar, o sofrimento será exatamente igual ao que experimentamos agora. Já que de uma forma ou de outra a morte sobrevirá, o senhor deveria estar disposto a oferecer a vida ao Sutra do Lótus. Pense nesse oferecimento como uma gota de orvalho que se reintegra ao oceano, ou como uma partícula de pó que retorna à terra. Uma passagem do [capítulo (7º) “Parábola da Cidade Imaginária” do] terceiro volume do Sutra do Lótus afirma: “Imploramos que o mérito obtido por meio desses oferecimentos se estenda amplamente a todas as pessoas, para que nós e os demais seres vivos alcancemos o caminho do buda” [LSOC, cap. 7, p. 168]. (CEND, v. II, p. 269)
Mensagem a um jovem discípulo em meio a grandes perseguições
Nessa passagem, Nichiren Daishonin ensina a um jovem discípulo, de um modo fácil de compreender, como é nobre o ato de firmar um grande juramento e dedicar a vida para cumpri-lo.
Essa parte consta da carta intitulada O Portal do Dragão,2 endereçada a Nanjo Tokimitsu, que estava dando continuidade aos passos do pai, também praticante dos ensinamentos de Nichiren Daishonin. O jovem Tokimitsu respeitava Daishonin como seu mestre e se empenhava fervorosamente na prática budista, recebendo constantes incentivos de Nikko Shonin [discípulo direto de Daishonin e, mais tarde, seu sucessor designado].3
Tokimitsu tinha 20 anos quando recebeu essa carta. O adolescente que Daishonin incentivara pessoalmente alguns anos antes havia crescido e se tornado um rapaz excelente.
Na época em que a carta foi escrita, a província de Suruga (atual região central da província de Shizuoka), onde Tokimitsu e sua família viviam, abrigava extensas propriedades de integrantes do clã governante Hojo [adeptos ferrenhos dos ensinamentos da Terra Pura (Nembutsu) e hostis a Daishonin e a seus seguidores]. Era uma área sob forte influência de uma mulher, mãe de Hojo Tokimune,4 regente da época, e filha do falecido Hojo Shigetoki,5 consignatário do regente e um dos principais perseguidores de Daishonin.
Em 1279, vinte seguidores de Nichiren Daishonin, camponeses da Vila de Atsuhara, foram presos sob falsas acusações, e, no fim, três deles6 deram a vida por suas crenças, sendo executados por ordem de Hei no Saemon-no-jo.
Ao longo de todo o período da Perseguição de Atsuhara,7 Tokimitsu se empenhou ao máximo para auxiliar e proteger outros companheiros de prática da região que se encontravam em condições extremamente adversas. Daishonin queria instilar uma convicção plena no coração de seu discípulo; e ele o fez por meio das palavras “Meu desejo é que todos os meus discípulos façam um grande juramento” (CEND, v. II, p. 269).
“Façam um grande juramento”
Consideremos profundamente o significado das palavras “Meu desejo é”, que expressam sua ardente esperança [de Daishonin], bem como o fato de ele direcionar seu chamado a todos os discípulos.
O “grande juramento” é o imenso desejo do Buda de habilitar todas as pessoas a atingir a iluminação, e o grande anseio pelo kosen-rufu. O Buda deseja libertar as pessoas do sofrimento.
No capítulo 2, “Meios Apropriados”, do Sutra do Lótus, o juramento fundamental de Shakyamuni é expresso pelas palavras “Na esperança de tornar todas as pessoas iguais a mim, sem nenhuma distinção entre nós” (LSOC, cap. 2, p. 70).
Os discípulos contemporâneos de Shakyamuni, percebendo que sempre haviam se empenhado junto com ele nas existências passadas, despertaram para sua grandiosa missão.
Além disso, os discípulos originais de Shakyamuni, os bodisatvas da terra, compartilhavam do juramento de Shakyamuni pelo kosen-rufu — a ampla propagação da Lei — desde o remoto passado.
Levantar-se com o mesmo juramento do mestre e se dedicar a propagar a Lei e a incentivar outros a fim de consolidar a própria felicidade e também a felicidade das demais pessoas são a essência do “grande desejo” (juramento). Esse grande desejo, que compõe o âmago da compaixão budista, não é algo sustentado apenas por um grupo seleto de pessoas. Todos os discípulos, na verdade, todas as pessoas, acalentam inerentemente, no fundo do seu ser, esse desejo ou juramento.
O chamado para que “façam um grande juramento” também consiste num chamado para que cada um de nós desperte para o juramento ou desejo fundamental que existe nas profundezas da nossa vida.
Tornar-se “excelente mortal comum”
Como Nichiren Daishonin indica ao escrever “Definitivamente, ninguém pode escapar da morte” (CEND, v. II, p. 269), todos no Japão naquela época se viam diante da possibilidade de morte iminente, pois epidemias devastavam o país, e a ameaça de outro ataque das tropas mongóis assomava no horizonte.
Em vista dessa situação, Daishonin afirma que, como a vida é limitada, “O senhor deveria estar disposto a oferecer a vida ao Sutra do Lótus” (Ibidem). Claro que ele não está encorajando as pessoas a dar pouco valor à vida ou a se sacrificar.
Quando sabemos com clareza como vivemos e o propósito ao qual consagramos nossa vida, conseguimos demonstrar nosso verdadeiro valor como seres humanos. Não há modo de vida mais gratificante que o dedicado ao objetivo supremo de trabalhar em prol da felicidade da humanidade.
Em comparação com a vasta imensidão do universo, nossa vida pode parecer pequena e insignificante — nada além de uma gota de orvalho sobre uma folha ou partículas de poeira. Mas, assim como gotas de orvalho se juntam para formar o oceano, ao devotarmos nossa vida ao grande juramento pelo kosen-rufu, nós nos tornamos unos com a Lei Mística, a lei fundamental intrínseca a todas as existências. Desse modo, cada vida, que talvez aparente não ser nada além de uma gota de orvalho ou uma partícula de poeira, passa a emitir um brilho eterno. Toda sensei dizia com frequência que nos tornamos “Excelentes mortais comuns iluminados desde o tempo sem início”. Desenvolver uma condição de vida tão vasta e ilimitada quanto o universo é a essência do Budismo Nichiren.
“Todos juntos” — o espírito dos bodisatvas Mahayana
Nessa passagem de O Portal do Dragão, Nichiren Daishonin também cita trechos do capítulo 7, “Parábola da Cidade Imaginária”, do Sutra do Lótus,8 para salientar que o grande benefício que obtemos ao dedicarmos a vida à Lei Mística se estende ampla e vastamente a todos, possibilitando que não apenas nós, mas os outros seres vivos igualmente atinjam o estado de buda (cf. LSOC, cap. 7, p. 168).
O trecho do sutra afirma especificamente: “Para que nós e os outros seres vivos possamos, todos juntos, alcançar o caminho do buda” (LSOC, cap. 7, p. 168).
“Todos juntos” referem-se ao espírito dos bodisatvas Mahayana, que praticam em prol da própria felicidade e da felicidade dos outros, movidos pelo desejo de ajudar as pessoas a atingir a iluminação.
Toda senseiafirmou: “Qual o fator mais necessário na vida e na fé? Convicção. Devemos prezar e valorizar, acima de tudo, a convicção inabalável de Daishonin”.
Avancemos com a firme convicção de que nos dedicar ao kosen-rufu representa o modo de vida mais nobre, inigualável e valoroso de todos.
A convicção inabalável de Daishonin em nosso coração
Toda senseitambém declarou: “Os membros da Soka Gakkai são emissários do Buda. Nós [como membros da organização] fomos enviados pelo próprio Buda. Somos representantes de Daishonin. Embora aparentemos ser mortais comuns, na verdade, somos supremamente nobres e dignos do mais elevado respeito”.9
A Soka Gakkai tornou possível incontáveis preciosas histórias de revitalização humana. Nossa organização poderia ser descrita como um reino nunca antes visto de educação humanística — que nutre o crescimento e o desenvolvimento humano. Isso porque cada um de nós se empenha para concretizar o nobre ideal do kosen-rufu.
Ao devotarmos a vida ao grande juramento (desejo) pelo kosen-rufu, conseguimos realizar a grandiosa revolução humana. Quando nos alicerçamos na Lei Mística e lutamos juntos na Soka Gakkai ao lado dos companheiros, modificamos positivamente os sofrimentos e as adversidades — transformando veneno em remédio — e consolidamos, sem falta, vitórias radiantes.
Trecho do escrito 3
As Ações do Devoto do Sutra do Lótus
Agora, no início dos Últimos Dias da Lei, eu, Nichiren, sou o primeiro a realizar, em todo o Jambudvipa [o mundo inteiro], a propagação dos cinco ideogramas do Myoho-renge-kyo, que são o coração do Sutra do Lótus e o olho de todos os budas. (...) Meus discípulos, formem suas fileiras e me sigam, e superem até a [discípulos do Buda tão notáveis como] Mahakashyapa ou a Ananda, [e a mestres budistas tão esplêndidos] como a Tiantai e a Dengyo! (CEND, v. II, p. 23)
“Formem suas fileiras e me sigam”
A última passagem que estudaremos foi extraída do escrito As Ações do Devoto do Sutra do Lótus.10 Nesse trecho, Nichiren Daishonin conclama com veemência a seus discípulos, seus sucessores, que se juntem corajosamente à grande luta para promover o kosen-rufuno mundo todo nos Últimos Dias da Lei.
O kosen-rufumundial é o desejo de Nichiren Daishonin, Buda dos Últimos Dias da Lei. Ele confiou essa nobre missão aos discípulos que seguiriam seus passos.
O kosen-rufucompõe um empreendimento que se estenderá pelos mais de dez mil anos dos Últimos Dias da Lei com o propósito de habilitar pessoas do mundo inteiro a atingir o estado de buda. Para que isso aconteça, deve haver um fluxo constante e ininterrupto de discípulos que deem continuidade ao espírito e aos esforços de Daishonin. É desejo do Buda que o fluxo do kosen-rufu, da ampla propagação da Lei Mística, jamais cesse.
Nessa parte, Nichiren Daishonin expressa: “Meus discípulos, formem suas fileiras e me sigam” (CEND, v. II, p. 23). Além disso, ele incita seus discípulos a superar discípulos renomados do buda Shakyamuni como Mahakashyapa e Ananda,11 e mestres budistas de épocas posteriores célebres como Tiantai, da China, e Dengyo, do Japão.
Em outro escrito [O Verdadeiro Aspecto de Todos os Fenômenos], Daishonin declara: “Nichiren foi o único que tomou a iniciativa de conduzir a tarefa confiada aos bodisatvas da terra” (CEND, v. I, p. 404). A coragem de “tomar a iniciativa” é a essência do Budismo Nichiren. Precisamos estar dispostos a nos levantar primeiro se quisermos de fato nos tornar sucessores de Nichiren Daishonin.
Por essa razão, devemos nos levantar com firme decisão e tomar a iniciativa de empreender ações resolutas. Pioneiros enfrentam muitos obstáculos, mas tais adversidades proporcionam ainda mais oportunidades para vivenciar uma grandiosa revolução humana. Quando um único e dedicado praticante do Sutra do Lótus passa a agir em prol do kosen-rufu, desperta quem está à sua volta, inspirando duas, três, dez pessoas a seguir seu exemplo. Os esforços sinceros de uma única pessoa infalivelmente criarão uma nova página na história.
A tradição dos jovens como protagonistas
Estive na Argentina pela primeira vez em 1993. Nesse período de mais de duas décadas, a partir de então, a SGI-Argentina construiu uma tradição maravilhosa em que os jovens sempre são os protagonistas. Nos dias de hoje, os integrantes da Divisão dos Jovens estão ampliando extensamente os laços de confiança e de amizade no seio da sociedade.
O argentino recebedor do Prêmio Nobel da Paz e ativista dos direitos humanos Adolfo Pérez Esquivel expressou várias vezes sua satisfação ao observar as atividades dos jovens da SGI-Argentina, enaltecendo seus esforços incansáveis com a vibrante energia e o desenvolvimento contínuo deles.
Os jovens da SGI-Argentina também vêm se empenhando ativamente em promover o diálogo inter-religioso e em estreitar sólidos laços de confiança com líderes de outros grupos e organizações religiosas do país. Em setembro de 2016, houve um evento dessa natureza no Centro Cultural da SGI-Argentina em parceria com a Secretaria Nacional de Cultos e com a participação de representantes de várias comunidades religiosas.
A paixão dos jovens está disseminando e propiciando uma compreensão mais profunda do Budismo Nichiren na sociedade. É um caso em que eles estão dando uma grande guinada no desenvolvimento do nosso movimento.
Uma religião que promove a motivação interna
O falecido professor de filosofia da Universidade de Delaware, David Norton (1930–1995), também elogiou imensamente os membros da nossa Divisão dos Jovens. Salientando o fato de que o propósito básico da religião e da educação consiste em cultivar a motivação interna da pessoa, ele disse que constatou a prova disso no brilho dos olhos dos jovens da SGI, os quais descreve como apaixonados e cheios de esperança pelo futuro.12
Muitos pensadores e líderes perspicazes de todas as partes depositam imensa confiança nos jovens Soka, que se devotam aos seus ideais e agem com sinceridade e integridade.
Em Preceito aos Jovens, o presidente Josei Toda confiou à Divisão do Jovens a missão de edificar uma nova era:
Na luta pela propagação do budismo na era corrupta dos Últimos Dias da Lei, vocês devem buscar merecer o elogio de Daishonin como jovens guerreiros. Para o sábio, ser elogiado por tolos é vergonhoso, ao passo que ser louvado por Daishonin constitui a maior honra na vida.13
Gostaria de transmitir essas palavras do meu mestre a todos os meus amados jovens do mundo inteiro.
Potencial ilimitado é encontrado na força e paixão dos jovens
Hoje, nossos intrépidos rapazes e moças da juventude Kayo estão empreendendo grandes esforços pelo kosen-rufu no mundo como “bravos jovens campeões” que inspiram confiança e convicção e demonstram dinamismo em suas ações.
Vocês, jovens, são os protagonistas deste “Ano da Expansão dos Jovens na Nova Era do Kosen-rufu Mundial” (2017).
Os jovens possuem ilimitado potencial, coragem para vencer qualquer dificuldade ou desafio e transbordante força e paixão para ampliar a rede de pessoas que compartilham do grande juramento seigan de consolidar a paz e da felicidade da humanidade.
Vocês, membros da Divisão dos Jovens, são os protagonistas da era do respeito à dignidade da vida.
Diretamente ligados a Nichiren Daishonin, “formem suas fileiras” indo ao encontro de outras pessoas para dialogar com elas e propagar nossa grande filosofia de paz e humanismo, pela qual as pessoas tanto anseiam.
(Daibyakurenge, edição de março de 2017)
Com a colaboração/revisão do Departamento de Estudo do Budismo (DEB) da BSGI
Capítulo 2: Trechos da Nova Revolução Humana
NRH, cap. “SGI”, v. 21, p. 9-11
Nichiren Daishonin expressa: “Com certeza, a ampla propagação da Lei [kosen-rufu], um dia se concretizará em todo o Jambudvipa [o mundo inteiro]” (GZ, p. 816). Nesse trecho, ele declara que o kosen-rufu mundial definitivamente é algo possível. Isso, é óbvio, não significa que podemos ficar sentados ociosamente e esperar que as coisas aconteçam. O avanço monumental do kosen-rufu só pode ocorrer se aqueles que praticam os ensinamentos de Nichiren Daishonin se empenharem com sinceridade genuína para tornar realidade as predições dele. Portanto, devemos nos levantar como protagonistas desse empreendimento, com a profunda consciência da nossa nobre missão. É o que significa levantar-se como bodisatva da terra. Quando procedemos desse modo, começamos a transformar nossa condição de vida, construímos uma felicidade indestrutível e experimentamos uma vida repleta de alegria.
O budismo ensina que o universo inteiro existe dentro do nosso coração. Segue-se, portanto, que não devemos praticar a fé com a postura de um observador passivo. Como aponta Daishonin: “Esse tipo de pessoa, mesmo que estude o budismo, é considerado não budista” (CEND, v. I, p. 4). Uma vida passiva é triste e maçante, permeada pela escuridão de um coração vazio.
As pessoas que se reuniram em Guam eram líderes em sua respectiva localidade, campeões que haviam se levantado para lutar pelo kosen-rufu com base num firme senso de missão. Eram pioneiros dos ideais Soka. Cada um deles havia se oferecido voluntariamente com a decisão de trabalhar de mãos dadas para construir a SGI, tornando-a uma fortaleza da paz capaz de unir os povos do mundo.
NRH, cap. “SGI”, v. 21, p. 46
Em qualquer sociedade ou país, as condições mudam constantemente. Por mais adversas que possam ser as circunstâncias no presente, se continuarmos semeando assiduamente o kosen-rufu, um dia essas sementes florescerão sem falta – ou melhor, nossa decisão deve ser a de garantir que isso aconteça. Devemos orar fervorosamente e aguardar com paciência o momento certo, além de nos esforçar para que esse dia chegue. Como afirma Nichiren Daishonin: “Poderia haver alguma dúvida de que a grande Lei pura do Sutra do Lótus será amplamente propagada no Japão e nas demais nações de Jambudvipa [o mundo inteiro]?” (CEND, v. I, p. 574).
NRH, cap. “Justiça”, v. 27, p. 89-91
A missão da Soka Gakkai é o kosen-rufu mundial, ou seja, concretizar a paz perene e a felicidade da humanidade, incutindo no coração das pessoas os princípios do Budismo de Nichiren Daishonin, que compõem a essência do Sutra do Lótus e um grandioso ensinamento de iluminação universal.
Nichiren Daishonin bradou: “Eu, Nichiren, ciente da época em que vivemos, desejo agora propagar amplamente essa doutrina [das três grandes leis secretas]” (WND, v. II, p. 988) e “Em vista da exatidão dessas profecias, poderia haver alguma dúvida de que a grande Lei pura do Sutra do Lótus [Nam-myoho-renge-kyo] será amplamente propagada no Japão e nas demais nações de Jambudvipa [o mundo inteiro]?” (CEND, v. I, 574)
Daishonin se lançou à propagação da Lei Mística para aliviar o sofrimento das pessoas dos Últimos Dias da Lei e firmou o juramento de assegurar que se estendesse para todo o Jambudvipa, isto é, o mundo inteiro. A Soka Gakkai, uma organização religiosa humanística dedicada à felicidade da humanidade, surgiu para cumprir esse significativo juramento do Buda.
Nikko Shonin, discípulo direto e sucessor que manteve o ensinamento e as doutrinas de Nichiren Daishonin, redigiu um documento conhecido como Vinte e Seis Artigos de Advertência: “Enquanto o kosen-rufunão for realizado, devem empregar toda a força para a propagação, sem poupar sua vida” (GZ, p. 1618).
A Soka Gakkai hasteia a bandeira desse ensinamento do budismo, a bandeira da justiça, em total conformidade com essa advertência. O presidente fundador da organização, Tsunesaburo Makiguchi, lutou contra a perseguição das autoridades militaristas japonesas durante a Segunda Guerra Mundial e morreu na prisão; sua vida é o exemplo mais perfeito da devoção abnegada pela propagação da Lei. Seu discípulo e sucessor, segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, também passou quase dois anos na prisão por suas convicções, e durante o encarceramento obteve a profunda percepção de que era um bodisatva da terra. O Sr. Toda sobreviveu à provação do cárcere e, dando continuidade ao espírito do seu mestre, levantou-se só e empreendeu a luta em prol do kosen-rufu.
Nós, da Soka Gakkai, nos reunimos sob a bandeira da verdade e da justiça. Surgimos neste mundo com a missão de bodisatva da terra — realizar o kosen-rufu! Empenhando-nos pela nossa própria felicidade e também pela felicidade dos outros, compartilharemos com muita paixão a grande filosofia do Budismo Nichiren com aqueles que nos cercam. Nós nos ergueremos vigorosamente das profundezas do sofrimento e desespero, interpretando histórias inspiradoras de revitalização pessoal e comprovando o maravilhoso benefício da fé na Lei Mística. Cultivaremos também força interior invencível e riqueza de coração, lapidaremos nosso caráter e viveremos com transbordante alegria.
Finalmente chegou uma nova era do kosen-rufu mundial.
O mundo não se refere a um local distante. O local que estamos neste instante — nosso lar, trabalho, comunidade — é o magnífico palco onde desempenhamos nossa missão, esses locais são o núcleo do kosen-rufumundial.
Vamos atuar com o sol do “tempo sem início” brilhando em nosso coração.
NRH, cap. “Grande Montanha”, v. 30-I, p. 9-10
Nichiren Daishonin bradou: “Meu desejo é que todos os meus discípulos façam um grande juramento” (CEND, v. II, p. 269) e “O grande desejo se refere à propagação do Sutra do Lótus” (OTT, p. 82). Então, previu: “...poderia haver alguma dúvida de que a grande Lei pura do Sutra do Lótus será amplamente propagada no Japão e nas demais nações de Jambudvipa...?” (CEND, v. I, p. 574). Jambudvipa corresponde ao mundo inteiro.
Nossos companheiros Soka avançam rápido e com grande ímpeto rumo à concretização do kosen-rufumundial.
“Farei felizes todas as pessoas com quem tenho relação!” Familiares, parentes, amigos, vizinhos, pessoas da comunidade local, do trabalho etc. Os indivíduos se tornam seres humanos verdadeiros por meio dos laços com outras pessoas com as quais crescem, se desenvolvem, estudam juntos e se apoiam mutuamente.
Por isso, não existe somente a própria felicidade. É no sentimento de ser feliz e tornar as demais pessoas felizes que se encontra a genuína felicidade.
A propagação dos ensinamentos é a manifestação do coração que deseja a felicidade do outro. Do diálogo dedicadamente a respeito do budismo com uma pessoa do seu meio social, imbuído de seriedade e sinceridade, amplia-se a rede da felicidade e abre-se o caminho da paz.
NRH, cap. “Juramento Seigan”, v. 30-II, p. 255-256
As pessoas não existem por causa da religião. É a religião que existe para as pessoas. A religião existe para a felicidade das pessoas. Interpretar esse princípio ao contrário leva tudo à insanidade. Apontando para o fato de que aí se encontrava o erro fundamental do clero, e visualizando o futuro, Shin’ichi Yamamoto afirmou:
— O Budismo de Nichiren Daishonin é o Budismo do Sol e a religião mundial a iluminar toda a humanidade. O desenvolvimento da Soka Gakkai como organização na qual os membros praticam este grandioso budismo deve ser, sob todos aspectos, global e universal, sem se prender a uma estrutura feudal estreita e fechada.
Nos escritos de Nichiren Daishonin consta: “Quando o sol nasce no lado leste do céu, sua intensa luz ilumina todo o firmamento sobre o grande continente meridional de Jambudvipa” (CEND, v. I, p. 178). O “grande continente meridional de Jambudvipa” indica o mundo inteiro. O Budismo Nichiren, o Budismo do Sol, tem o poder de dissipar as nuvens escuras de todas as formas de sofrimento e de proporcionar o brilho da felicidade para o mundo todo.
E ainda, com base nos comentários dos intelectuais e pensadores acerca da problemática do clero enfrentada pela Soka Gakkai, Shin’ichi discorreu sobre as condições necessárias de uma religião mundial:
1. Administração conduzida de forma aberta e democrática.
2. Rigorosa aderência aos fundamentos da fé, com garantia da liberdade de expressão.
3. Igualitarismo que promove o respeito mútuo e a participação de todos os adeptos.
4. Centralização na fé e não no ritual.
5. Liderança aberta embasada nas pessoas de grande valor e não na hereditariedade.
6. Universalidade da doutrina e propagação apropriada à época.
Ele também compartilhou a orientação do presidente Josei Toda de que “a Soka Gakkai deve permanecer diretamente ligada a Nichiren Daishonin por meio do Gosho”. Enfatizou que a Soka Gakkai continua atuando sempre com base no Gosho, de acordo com a ordem e o desejo de Daishonin, hasteando o “Grande Desejo pela Concretização do Kosen-rufu, a Propagação Benevolente da Grande Lei”.
Ele insistiu que não era necessária a presença de nenhum intermediário entre nós e Daishonin. E, no contexto da Soka Gakkai, a missão dos líderes era simplesmente de auxiliar cada pessoa a estabelecer uma ligação direta com Daishonin.
Capítulo 3: Trechos do Diálogo sobre Religião Humanística
DRH, cap. “O Retorno do Budismo para o Oeste: O Início da Jornada do Budismo do Sol para o Eterno Futuro dos Últimos Dias da Lei”, v. 3, p. 74-76
Pres. Ikeda: No Sutra do Lótus, Shakyamuni faz uma predição da “ampla propagação [kosen-rufu] no último período de quinhentos anos” e a “ampla propagação [kosen-rufu] por todo o Jambudvipa” (LSOC, cap. 23, p. 330), e foi Nichiren Daishonin quem se empenhou incansavelmente para realizar isso.
A predição feita sobre Daishonin não era outra senão o “retorno do budismo para o oeste”, o que atualmente a Soka Gakkai está transformando em realidade. Se a Soka Gakkai não tivesse surgido e propagado amplamente a Lei Mística para o mundo, as palavras de Daishonin teriam sido consideradas uma mentira.
O segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, costumava dizer: “Este budismo certamente será propagado para outras partes da Ásia. Se não for assim, Nichiren Daishonin terá sido um grande mentiroso. Por favor, estejam convictos de que o budismo se propagará infalivelmente”.
(...)
Pres. Ikeda: Pouco antes de falecer, meu mestre disse: “O mundo é o seu palco. Vá e percorra o mundo!” Venho me dedicando de corpo e alma para realizar seus anseios.
O presidente Toda nunca havia viajado para o exterior. No entanto, seus olhos sempre estavam fixos nos demais países da Ásia e do mundo. Especialmente em seus encontros com os jovens, ele falava com uma paixão infatigável sobre o espírito essencial do budismo de compartilhar a Lei com as pessoas de todos os lugares — em outras palavras, sobre o kosen-rufu na Ásia e no mundo. Uma dessas ocasiões foi a reunião de fundação da Divisão Masculina de Jovens.
(...)
Pres. Ikeda: Enfrentando uma chuva torrencial, aproximadamente 180 rapazes se reuniram no antigo prédio da Sede da Soka Gakkai em Nishikanda, Tóquio. Na reunião, o presidente Toda explicou sobre a missão dos jovens. Ele disse:
O kosen-rufu é a missão que eu devo realizar infalivelmente. Meus jovens amigos, espero que cada um de vocês compreenda claramente a honrosa posição que ocupa....
Os jovens estão sempre movendo a época; estão sempre criando uma nova época. Meu único desejo é que vocês realizem infalivelmente esta grande e nobre missão [do kosen-rufu].
Após declarar que o kosen-rufué a missão da Divisão dos Jovens, ele começou a falar sobre o retorno do budismo para o oeste:
Nosso objetivo não se restringe a um único país — o Japão. Nichiren Daishonin ordenou que propagássemos a grande Lei pura não somente para a Coreia, a China e a distante Índia, mas para os lugares mais longínquos da Terra. A razão disso é que os cinco ou sete ideogramas [da Lei Mística] que Daishonin revelou incorporam a grande filosofia de vida que permeia e move o próprio Universo.
O presidente Toda clamou aos jovens para tornarem-se líderes de uma religião mundial com uma força extraordinária para beneficiar a humanidade.
Acredito que suas observações nessa ocasião revelam perfeitamente o significado da predição de Daishonin do retorno do budismo para o oeste. Esse desejo de transmitir a Lei Mística para as pessoas do mundo inteiro é o próprio coração do Budismo Nichiren e a essência do espírito da Soka Gakkai.
Notas:
1. Abertura dos Olhos: Carta concluída em Tsukahara, Ilha de Sado, no segundo mês de 1272, e endereçada a todos os discípulos de Nichiren Daishonin. Revela que Daishonin possui as três virtudes de soberano, mestre e pais nos Últimos Dias da Lei.
2. Redigido no sexto dia do décimo primeiro mês de 1279, o escrito O Portal do Dragão enaltece a fé de Nanjo Tokimitsu, que ofereceu inestimável apoio aos seus companheiros de prática durante a Perseguição de Atsuhara. Por meio da parábola chinesa das carpas que se transformam em dragões ao subirem a cachoeira chamada Portal do Dragão, ele ensina a Tokimitsu como é difícil aperfeiçoar a prática budista e o incentiva a perseverar em seus esforços.
3. Nikko Shonin (1246–1333): Discípulo direto e sucessor de Nichiren Daishonin. O único dentre os seis sacerdotes seniores a permanecer fiel ao verdadeiro espírito de Daishonin. Ele se tornou discípulo de Daishonin ainda muito jovem e o serviu devotadamente, acompanhando-o até no exílio na Ilha de Sado. Quando Daishonin se mudou para o Monte Minobu, Nikko canalizou suas energias nas atividades de propagação na província de Suruga (atual região central da província de Shizuoka) e nas áreas circunvizinhas, como a província de Kai (atual província de Yamanashi). Depois da morte de Nichiren Daishonin, os outros cinco sacerdotes seniores pouco a pouco começaram a se distanciar dos ensinamentos do seu mestre. Consequentemente, Nikko decidiu se separar deles. Ele se estabeleceu no distrito Fuji, em Suruga, onde dedicou o restante de sua vida à proteção e à propagação dos ensinamentos de Nichiren Daishonin e à criação de discípulos.
4. Hojo Tokimune (1251–1284): Oitavo regente do governo militar de Kamakura. Durante o período em que ele exerceu o cargo, o Japão foi assolado por muitos desastres naturais e repetidos episódios de contendas entre membros do clã Hojo, além da invasão das tropas mongóis.
5. Hojo Shigetoki (1198–1261): Segundo regente do governo militar de Kamakura. Servindo ao quinto regente, ele atuou como consignatário, a segunda posição mais poderosa na hierarquia do regime. Ardoroso seguidor do Nembutsu, perseguiu Nichiren Daishonin, que acusara esse ensinamento de conduzir as pessoas ao inferno de incessantes sofrimentos.
6. Três Mártires de Atsuhara: Três irmãos — Jinshiro, Yagoro e Yarokuro —, que foram presos e decapitados durante a Perseguição de Atsuhara.
7. Perseguição de Atsuhara: Série de ameaças e atos de violência contra seguidores de Nichiren Daishonin no vilarejo de Atsuhara, distrito Fuji, província de Suruga, que começaram por volta de 1275 e prosseguiram até aproximadamente 1283. Em 1279, vinte discípulos camponeses foram presos sob falsas acusações. Foram interrogados por Hei no Saemon-no-jo, subchefe do Posto de Comando Militar (o chefe era o próprio regente), que exigiu que renunciassem à fé. Contudo, nenhum deles cedeu. Hei no Saemon-no-jo então mandou executá-los.
8. Nesse capítulo, reis Brahma dão seus palácios como oferecimentos ao Buda, expressando o desejo de que o benefício obtido por meio de tais doações seja compartilhado com todos os seres vivos e os habilite a atingir o estado de buda (cf. LSOC, cap. 7, p. 168).
9. Traduzido do japonês. TODA, Josei. Toda Josei Zenshu [Obras Completas de Josei Toda]. Tóquio: Seikyo Shimbunsha, v. 1, p. 304, 1981.
10. Essa carta foi escrita em 1276 e descreve os acontecimentos dos nove anos anteriores, a partir de 1268, na vida de Nichiren Daishonin.
11. Mahakashyapa e Ananda figuravam entre os dez principais discípulos de Shakyamuni. Mahakashyapa era conhecido como o mais notável em práticas ascéticas, denominadas dhuta, e Ananda, como o mais notável em ouvir os ensinamentos do Buda. Tiantai (também conhecido como Zhiyi [538–597]), sacerdote budista chinês das dinastias Chen e Sui. Suas preleções foram registradas como Grande Concentração e Discernimento, e ele desenvolveu a meditação sobre os “três mil mundos num único momento da vida”. Dengyo (também conhecido como Saicho [767–822]), fundador da escola japonesa Tendai (Tiantai) no período Heian. Entre seus escritos estão Os Princípios Extraordinários do Sutra do Lótus e Esclarecimento dos Preceitos.
12. Extraído de um artigo da edição do Seikyo Shimbun de 3 de maio do 1994.
13. Traduzido do japonês. TODA, Josei. Toda Josei Zenshu [Obras Completas de Josei Toda]. Tóquio: Seikyo Shimbunsha, v. 1, p. 61, 1981.
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