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Solidariedade sem fronteiras
Texto elaborado pelo Comitê de Estudo da Proposta de Paz (CEPP)
Colaboração
24/08/2022

Em 24 de agosto de 1947, num domingo quente de verão, Daisaku Ikeda, com apenas 19 anos, converteu-se ao Budismo Nichiren. Era um período em que o povo japonês buscava reconstruir a vida após o país ser devastado pelas bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki (1945). O jovem Ikeda também se sentia desorientado pela apatia e desesperança de seus compatriotas. Mas, dez dias antes de seu ingresso à Soka Gakkai, no dia 14, conheceu Josei Toda, episódio que alterou o rumo da sua existência. Em um de seus poemas, ele expressa a profundidade do juramento feito na juventude:
Existe uma única estrada e somente uma,
E essa é a estrada que eu amo.
Eu a escolhi.
Quando trilho nessa estrada,
As esperanças brotam e o sorriso se abre em meu rosto.
Dessa estrada nunca, jamais fugirei.1
Neste significativo mês de agosto, a grandiosa e incansável trajetória do presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Daisaku Ikeda, em prol da paz completa 75 anos. São aproximadamente 900 meses [ou 27.400 dias] dedicados à construção de uma nova era de paz, esperança, humanismo e respeito à dignidade da vida.
Em sua 40a Proposta de Paz [2022] enviada à Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente Ikeda destaca qual é a chave para se edificar a nova era:
Os ideais do meu mestre têm profundos paralelos com os da Carta da ONU, pois eles se desenvolveram a partir do seu ardente desejo de efetivar a transformação fundamental na história humana ao quebrar o ciclo aparentemente interminável de violência e de guerra. Inspirada por esse espírito, a Soka Gakkai continuou a expandir sua rede global de pessoas comuns que despertaram para a filosofia da paz e do respeito pela dignidade da vida.2
Ao refletir sobre as lições aprendidas com a experiência da guerra, Josei Toda desejou sinceramente promover uma transformação na trajetória não só de uma nação, mas do mundo todo. Essa visão havia sido proposta setenta anos atrás, em fevereiro de 1952. Naquela época, ele traduziu sua convicção com a frase chikyu minzokushugi (jap.), que pode ser literalmente traduzida por “nacionalismo global” e corresponde ao que denominamos atualmente “cidadania global”.3
Ao mencionar os impactos causados pela Covid-19, Ikeda sensei mencionou a cooperação internacional feita de forma inadequada e a disparidade global no acesso à vacina e propôs a criação de uma consciência de solidariedade que se estenda para todo o mundo.
Quando se acende uma tocha para alguém à noite, produz-se luz não apenas para o outro, mas para si também. Do mesmo modo, quando se aviva o aspecto das outras pessoas, aviva-se o próprio também; quando se fornece força a elas, fortalece-se a si também; quando se prolonga a vida delas, prolonga-se a sua própria vida também.4
Quando esse tipo de círculo virtuoso é gerado a partir de um interesse compartilhado por si e pelos outros, e conforme mais países assumirem o trabalho de cooperação e assistência, a crescente desolação se dispersará. Esse é o caminho para o estabelecimento de uma consciência de solidariedade global. Para isso, necessita-se precisamente desse espírito compartilhado e esclarecido na declaração política citada — o de proteger a vida de todos de forma igual, independentemente da nacionalidade ou da região de origem de cada pessoa e sem qualquer tipo de discriminação.5
Compartilhando o juramento do Mestre e o propósito da Soka Gakkai, vamos juntos — com visão global e ação local — avançarmos na construção de uma nova era, uma era de solidariedade sem fronteiras.
Notas:
1. http://www.bsgi.org.br/quemsomos/o_grande_desbravador_de_horizontes/. Acesso em: 22 ago. 2022.
2. Terceira Civilização, ed. 645, maio 2022, p. 25.
3. Ibidem.
4. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin], v. II, p. 1066.
5. Terceira Civilização, ed. 645, maio 2022, p. 27.
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