marcar-conteudoAcessibilidade
Tamanho do texto: A+ | A-
Contraste
Notícias
há 3 anos

65 anos da Declaração pela Abolição das Armas Nucleares

Dr. Daisaku Ikeda

07/09/2022

65 anos da Declaração pela Abolição das Armas Nucleares

Há 65 anos, em 8 de setembro de 1957, o segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, proferiu sua Declaração pela Abolição das Armas Nucleares para cerca de 50 mil participantes do Encontro Esportivo dos Jovens do Leste do Japão, realizado no Estádio de Desportos de Mitsuzawa, em Yokohama. O brado do grande líder tornou-se o ponto de partida dos esforços da organização pelo banimento dos armamentos atômicos e pela construção de um mundo pacífico.

Veja, a seguir, trechos de ensaios do presidente da Soka Gakkai Internacional, Dr. Daisaku Ikeda, em que discorre sobre o significado desse importante evento e a missão de concretizar os ideais de Toda sensei

65 anos da Declaração pela Abolição das Armas Nucleares

Ilustração de Kenichiro Uchida

Herdem o nobre juramento pela paz

Trechos do ensaio especial em comemoração dos 60 anos da Declaração pela Abolição das Armas Nucleares

A verdadeira canção do triunfo como ser humano reside em permanecer fiel a um juramento nobre e perseverante no caminho da missão. A solidariedade das pessoas unidas pelo juramento e pela missão compartilhados são a força motriz para eliminar a miséria e o sofrimento do planeta e construir um mundo de paz e mais humano. (...)

O presidente Josei Toda continuou o legado do seu mestre, Tsunesaburo Makiguchi, que lutou contra a opressão das autoridades militaristas do Japão durante a guerra e morreu na prisão por suas crenças. Advogando o ideal da cidadania global, [Toda] afirmou que nenhum povo deveria ser sacrificado. Ele colocou a questão das armas nucleares como o maior mal que a raça humana deve superar. (...)

Então, em 8 de setembro de 1957, sob um céu azul e claro de outono, no Estádio Mitsuzawa, em Yokohama, fez sua Declaração pela Abolição das Armas Nucleares e confiou sua mensagem, que formulou e estudou profundamente sobre o assunto das armas nucleares, para nós, integrantes da Divisão dos Jovens, como sua primeira instrução para o futuro. Ele declarou: “Digo isto porque nós, seres humanos, possuímos o direito à vida. Quem ameaça este nosso direito não é outro senão um demônio, um satanás, um monstro”.

Isso foi apenas sete meses antes de sua morte. Durante uma breve pausa em sua doença, ele colocou todo o seu ser em seu apaixonado apelo. Suas palavras severas que denunciam o mal das armas nucleares ainda ecoam em meus ouvidos até hoje.

O presidente Josei Toda enfatizou a necessidade do povo, especialmente os jovens, assumir bravamente o desafio de cortar as garras da maldade destrutiva do desrespeito à vida que está subjacente às justificativas dessas armas.

Era seu desejo que despertassem uma base de ativismo popular para proteger o direito da humanidade de viver e criar uma solidariedade de cidadãos do mundo por meio da força e da paixão dos jovens. Esse desejo se tornou o eterno ponto de partida do movimento de paz da Soka Gakkai e da SGI.

Desde aquele dia, com a instrução do meu mestre em mente em todos os momentos, participei de diálogos com líderes e pensadores de vários países, incluindo nações que possuíam armas nucleares. Além disso, pelas minhas propostas de paz anuais e por outras vias, ofereci sugestões concretas para abrir o caminho para a proibição e abolição das armas nucleares — sempre com as palavras e ensinamentos de Toda sensei reverberando forte e profundamente no meu coração.

Fonte: cf. Brasil Seikyo, ed. 2.392, 21 out. 2017, p. B2.

Harmonia — o mundo da igualdade e do reconhecimento da dignidade das pessoas

Trecho da série “Budismo do Sol - Iluminando o Mundo”

O conceito de cidadania global do Sr. Toda estava imbuído do ardente desejo de pôr um ponto final no ciclo de guerras aparentemente interminável e livrar as pessoas da miséria — transcender todas as diferenças étnicas e ideológicas e abrir o caminho da coexistência pacífica e harmoniosa para a humanidade. Consistia numa filosofia que reconhecia todos os seres humanos como habitantes do planeta Terra e que abraçava igualmente povos de todas as regiões. Uma filosofia de paz e harmonia que se contrapunha à violência e à divisão que geravam infelicidade e sofrimento à humanidade.

O ápice inevitável dessa filosofia de cidadania global consumou-se posteriormente na Declaração pela Abolição das Armas Nucleares proferida por Josei Toda (em setembro de 1957) na qual ele denuncia o uso das armas nucleares como um mal absoluto que ameaça a própria sobrevivência da raça humana. Subjacente a seus ideais pacifistas havia a filosofia de vida da Lei Mística enunciada no Sutra do Lótus e, em especial, nos ensinamentos de Nichiren Daishonin — uma filosofia que reconhece a dignidade e o valor inerentes a todos, igualmente.

Digno de nota é o fato de Toda sensei ter se referido à cidadania global e emitido sua declaração contra a posse das armas nucleares diante de um público de jovens sucessores.

Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.400, 31 dez. 2017, p. B1.

Brado pela justiça

Trecho da série “Avançando a Nova Era junto com o Mestre”

Não tenho dúvida de que meu mestre esteja manifestando apreço e louvando o trabalho dos jovens da Soka Gakkai que (...) vieram conduzindo ação popular com exposições pelo mundo sobre a extinção das armas nucleares. É o grande avanço rumo ao mundo sem armas nucleares. Jamais devemos desistir mesmo diante de situações desesperadoras, pois o futuro do mundo se abre infalivelmente desde que se una o coração fortalecendo os laços de amizade com renovada força. (...)

Devemos corajosamente bradar pela justiça mesmo diante das tribulações da vida, pois quando agimos com forte determinação podemos mudar o coração das pessoas.

Temos como ponto primordial o espírito de “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra” de Nichiren Daishonin e o testamento do meu mestre, e viemos dialogando com sinceridade sem recuar um passo sequer diante das diversas dificuldades. Por isso, as pessoas sensatas de todo o mundo confiam na nossa ação e observam com expectativa o avanço e a vitória Soka.

Vamos dialogar com cada pessoa e criar a relação com o budismo, visualizando o longínquo futuro da humanidade e nos tornando “pilar da paz do cidadão planetário”, “os olhos dos princípios filosóficos que dignificam a vida” e “grande nau de glória da vitória da humanidade”.

Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.392, 21 out. 2017, p. A2.

Somos protagonistas da mudança

Trecho de artigo publicado na revista Daibyakurenge em agosto de 2017

O mundo hoje permanece exposto ao perigo das armas nucleares e continua a ser atormentado pela violência com horríveis ataques terroristas e conflitos armados ocorrendo com demasiada frequência. Não seria exagero dizer que a própria sobrevivência da raça humana repousa no fato de conseguirmos ou não pôr um ponto final nesse círculo vicioso de ódio e desconfiança.

Persistir no diálogo é o meio imprescindível de unir pessoas. O Sutra do Lótus cita o exemplo do bodisatva Jamais Desprezar, que adotou como prática falar a todos com quem se encontrava sobre o potencial de cada um para atingir o estado de buda. Quando nos empenhamos firmemente com esse mesmo espírito em dialogar com aqueles à nossa volta, nunca desistindo de ninguém, não apenas despertamos nossa própria natureza de buda como também a de quem estamos falando.

O Dr. Bryan Wilson (1926–2004), ex-presidente da Sociedade Internacional de Sociologia da Religião, externou grande expectativa em relação à Soka Gakkai Internacional, apontando-a como um movimento religioso que promove de maneira sólida e constante o propósito da paz mundial. Ele afirmou acreditar ser bastante possível que, se a Soka Gakkai continuar crescendo, a transformação interior efetuada pelos membros da organização com a prática budista exercerá um impacto na consciência dos outros e produzirá mudanças positivas na sociedade.

Essas ondas de revolução humana são extremamente importantes e elas sempre são ativadas, em primeiro lugar, pela transformação interior de cada indivíduo.

Assista ao vídeo especial da data



Leia mais sobre os 65 anos da Declaração pela Abolição das Armas Nucleares no BS, ed. 2.617, 27 ago. 2022, p. 8-9.

Fonte: Brasil Seikyo, ed. 2.417, 28 abr. 2018, p. B2.

No topo: ilustração de Kenji Mase

Compartilhe