Sebastião Salgado — uma vida pela arte

Há um valor único, uma beleza que pertence apenas a este momento, a este dia. É isso que dá vida a uma foto.

Daisaku Ikeda

É com profunda tristeza que recebemos a notícia do falecimento de Sebastião Salgado, um dos maiores fotógrafos documentais do mundo, ocorrido em Paris, no dia 23 de maio, aos 81 anos. Apaixonado por capturar a essência da humanidade e as belezas do planeta, Salgado transformou sua lente em uma ponte de empatia e consciência. Sua obra, marcada por sensibilidade e compromisso social, seguirá inspirando gerações.

Nascido em Aimorés, Minas Gerais, em 8 de fevereiro de 1944, formou-se em Economia pela Universidade do Espírito Santo e concluiu o mestrado na Universidade de São Paulo. Em 1969, mudou-se para Paris, onde escreveu sua tese de doutorado em Ciências Econômicas. A fotografia, que começou como um hobby, logo se tornou sua missão de vida. Em 1973, iniciou sua carreira profissional e, em 1981, como repórter fotográfico do jornal The New York Times, foi encarregado de registrar os primeiros cem dias do governo do presidente Ronald Reagan. 

Desde 2017, era membro da Academia de Belas Artes da França. Recebeu os mais importantes prêmios da fotografia mundial, como o W. Eugene Smith de Fotografia Humanitária, o World Press Photo, o Hasselblad, o Jabuti (categoria reportagem) e foi o primeiro fotógrafo a receber o Prêmio Príncipe de Astúrias das Artes, na Espanha.

O presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Daisaku Ikeda, também encontrou na fotografia uma forma de eternizar a beleza da vida. Na década de 1970, durante sua recuperação de uma enfermidade, recebeu de um amigo uma câmera fotográfica — presente que revelou um talento especial para capturar a eternidade em instantes únicos. Assim como Salgado, Ikeda compartilha uma profunda reverência pela vida e pela natureza, utilizando a fotografia como instrumento de conscientização e promoção da paz.

Esse compromisso com a preservação da vida se manifesta de forma notável na atuação ambiental de Sebastião Salgado. Em 1998, ao lado de sua esposa, Lélia, iniciou o reflorestamento da Fazenda Bulcão, em Aimorés. O projeto resultou no plantio de cerca de 2,7 milhões de árvores e na restauração de mais de 600 hectares de Mata Atlântica, dando origem ao Instituto Terra — hoje uma referência mundial em recuperação ambiental, assim como o Instituto Soka Amazônia. 

Entre suas obras mais impactantes está a exposição “Amazônia — Sebastião Salgado”, fruto de sete anos de imersão na floresta. A mostra percorreu cidades como Londres, Roma, Paris e São Paulo, convidando o público a refletir sobre a urgência de proteger os povos indígenas e preservar a biodiversidade do planeta.

Nós, do Grupo BSGI, honramos a vida e o legado de Sebastião Salgado — e de todos aqueles que, por meio da fotografia, nos ajudam a enxergar o mundo com mais empatia, beleza e compromisso com a dignidade humana. 

Abaixo, algumas fotos de Sebastião Salgado

Fonte: @sebastiaosalgadooficial