A dedicação de um pai, a coragem de um discípulo

Agosto é o mês em que comemoramos o aniversário da Divisão Sênior (DS) e o Dia dos Pais, celebrado hoje, 10 de agosto.

Compartilhamos a história do Sr. Glauber que, com o apoio dos filhos e da organização, desbrava os caminhos alicerçado na sincera relação de mestre e discípulo.

Nossos pais, assim como as mães, possuem um valor elevado e devem ser tratados com extrema afeição e benevolência, como Ikeda sensei incentivou:

Não existe uma fórmula para classificar os pais, colocando um acima do outro. Não importando qual seja a posição social, pai é pai. A própria paternidade é um sinal de grandiosidade.

Relato

Glauber Gonçalves Silva atua como responsável do Distrito Granja Viana da Coordenadoria da Grande São Paulo (CGSP).

Um amigo para todos os momentos

A fé não é apenas um conceito abstrato para Glauber. É uma convicção construída com base em exemplos concretos, transmitida por gerações e posta à prova nos momentos difíceis.

Venho de uma família budista. Meu pai começou a praticar em 1968, quando os médicos disseram que não havia cura para a doença dele. Uma amiga apresentou o daimoku e, com determinação, ele recitava por horas e todos os dias. Um mês depois, ele estava saudável. Ele seguiu praticando por 25 anos até concluir sua missão. Aprendi com meu pai sobre persistência, humildade e, acima de tudo, respeito pelas pessoas.

Pai de Luiz Fernando e Fernanda, Glauber viu seus filhos crescerem nos jardins da filosofia Soka, em um ambiente de alegria e compromisso. Em casa, os valores são claros: mestre e discípulo, diálogo constante e estudo aprofundado. “A relação com Ikeda sensei é um direcionamento para a vida. Nós aplicamos essa base sólida diariamente. Isso me enche de orgulho”, afirma.

A fé verdadeira se revelou nos momentos cruciais.

Em 2023, Glauber foi diagnosticado com carcinoma.¹ As feridas que surgiram na pele não cicatrizavam. As lesões tomaram a testa, o dorso e a região próxima ao olho. O diagnóstico foi duro e o impacto, imediato. “Foi um choque, mas decidi lutar com fé.”

Ele se lembrou de um trecho dos escritos de Nichiren Daishonin: “Os tolos tendem a esquecer o que prometeram quando chega o momento crucial”.²

Glauber não esqueceu nem por um segundo. A primeira cirurgia ocorreu em janeiro de 2024. Vitória! Outras estavam marcadas, mas um revés inesperado testou sua resiliência: “Uma semana antes da segunda cirurgia, o hospital ligou e informou que não seria possível por ausência do médico. Não lamentei. Pensei: Não era para ser agora. A vitória está garantida”.

Lá do Japão, a filha Fernanda conseguiu agendar uma nova consulta em um hospital particular. O valor: mais de R$ 20 mil. Glauber, com os pés no chão e confiança, recusou. “Agradeci o esforço da minha filha, mas renovei minha decisão de continuar meu tratamento no SUS, afinal, sou discípulo de Ikeda sensei, membro da Divisão Sênior e pilar de ouro.” 

Com essa convicção, ele intensificou a prática, buscou apoio e fortaleceu sua decisão. Uma nova consulta foi marcada, desta vez, em outro hospital e com uma médica que se comprometeu a operá-lo, porém, somente em junho. “Pode marcar, doutora, mas nos veremos antes”, respondeu com firmeza.

Dito e feito. No dia 12 de março, o telefone tocou. Era a médica: um paciente havia desistido. No dia seguinte, Glauber passou por uma cirurgia de Mohs, considerada a mais precisa para o tipo de câncer que enfrentava, na Santa Casa. Vitória conquistada! Mais uma!

Mesmo em meio aos tratamentos, Glauber nunca se afastou da organização. Seguiu realizando visitas familiares, apoiando a Juventude Soka e participando ativamente do Departamento de Contribuintes (Kofu).

Não existe beco sem saída quando se luta pelo kosen-rufu”, afirma convicto. “Essa situação me aproximou ainda mais dos meus filhos, que são meus verdadeiros tesouros. Sou extremamente grato a todos.

E, finalizando seu relato, Glauber enaltece a convivência alegre e feliz com seus filhos

Somos uma família como todas as outras, mas o que nos move é o sentimento de aprender um com o outro, respeitando seu espaço. Eu, como pai, sou realizado, pois meus filhos sempre me acompanham. Sinto uma imensa alegria em nossos almoços, passeios e nos diálogos que realizamos. O meu maior presente como pai é saber que eles estão trilhando o caminho correto e são pessoas amorosas. Isso me deixa muito feliz e renovado para vencer.

_{Glauber com os filhos Luiz Fernando e Fernanda}

Notas:

1. É um tipo de câncer que se origina nas células epiteliais, que revestem a superfície do corpo e dos órgãos internos. Os carcinomas podem se desenvolver em várias partes, como pele, pulmões, mama, próstata, cólon, rins e pâncreas.

2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 296, 2020.