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Líderes da Juventude Soka do Brasil dialogam com coordenador da Divisão dos Jovens da SGI
Seikyo Shimbun | Redação
19/12/2025

Líderes da Juventude Soka em diálogo com coordenador da Divisão dos Jovens da SGI, Sr. Nishikata. Na foto, Fernando Mendonça, Edjan Santos, Nishikata, Lívia Endo, Cauê Barreira e Bruna Ikeda. Foto: BS
Em outubro deste ano, a BSGI celebrou o 65º aniversário da primeira visita do presidente Ikeda ao Brasil com uma grande onda de expansão juvenil. No ano anterior, com o objetivo de formar uma rede de 100 mil jovens humanistas, cada distrito assumiu o desafio de ampliar os laços com 100 jovens. Todos os distritos foram vencedores e o número de participantes em reuniões de palestras e de estudo ultrapassou 140 mil pessoas!
Por que a filosofia Soka está conquistando tanta empatia na sociedade brasileira? Esse foi o tema abordado pelos líderes da Juventude Soka com o coordenador da Divisão dos Jovens da SGI, Sr. Nishikata, que esteve no país em outubro para os eventos comemorativos.
Um lugar seguro
Nishikata, coordenador da Divisão dos Jovens da SGI
Fui informado que muitos dos participantes no encontro da Juventude Soka eram membros novos ou jovens que despertaram para a prática recentemente. Senti a vibrante força dessa nova geração. Na sociedade brasileira, o que faz com que o movimento da SGI conquiste tão profundamente o coração dos jovens?
Edjan Santos, coordenador da Juventude Soka da BSGI
Creio que, no contexto atual, há realidades muito duras envolvendo os jovens, como a pandemia da Covid-19 e a desigualdade social. Embora a taxa de ingresso nas universidades tenha aumentado, muitos não conseguem trabalhar na profissão que desejam. Não são poucos os que carregam inseguranças em relação ao futuro.
Lívia Endo, vice-coordenadora da Juventude Soka da BSGI
Apesar da popularização das redes sociais, que dão a impressão de que todos estão conectados, sinto que muitos jovens vivem uma espécie de solidão e buscam um lugar onde possam se sentir seguros. Eles desejam acreditar em algo e, por isso, visitam igrejas e exploram diferentes religiões atrás de apoio espiritual. Nesse processo, encontram amigos da SGI que compartilham com eles os ensinamentos do budismo.
Nishikata
No Japão, há muitas pessoas que se consideram sem religião ou encaram a religião como algo especial ou distante.
Cauê Barreira, vice-coordenador da Juventude Soka da BSGI
No Brasil, em todas as gerações, ter fé é algo natural. Na verdade, quando alguém diz que não acredita em nada, as pessoas costumam perguntar: “Mas, como você enfrenta as dificuldades da vida?”.
Nishikata
A diferença decisiva com o Japão está justamente aí. No Japão, ao ouvir a palavra “religião”, muitos imaginam algo em que apenas pessoas fracas se apoiam ou algo suspeito e existe até uma tendência de tratar o tema como tabu. Mas, numa perspectiva global, possuir estudo religioso e capacidade para interpretar informações e ter uma fé como eixo espiritual é a marca de um indivíduo autônomo.
Fernando Mendonça, vice-coordenador da Juventude Soka da BSGI
No Brasil, o budismo é visto como uma filosofia intelectualmente elevada. Ao mesmo tempo, existe uma imagem de que se trata de algo muito formal e distante das pessoas.
Bruna Ikeda, vice-coordenadora da Juventude Soka da BSGI
Por isso, valorizamos criar um espaço em que a diversidade é acolhida. Queremos que as pessoas pensem: “Se eu participar de uma reunião da SGI, haverá amigos que me aceitam como sou” ou “Lá existe um calor humano como o de uma família”. Quando a sensação de solidão se transforma em tranquilidade, a empatia pela filosofia e pelo movimento Soka se expande de maneira natural.
Nishikata
A religião deve contribuir para a pessoa ter força para viver. Os jovens japoneses também carregam solidão e preocupações difíceis de expressar. Sinto que, assim como no Brasil, o Japão precisa desenvolver uma consciência que permita enxergar a religião como uma fonte de esperança e que ofereça felicidade às pessoas.
Objetivos e iniciativas da Juventude Soka
Nishikata
Desde setembro do ano passado, a Divisão dos Jovens da BSGI uniu forças com a Divisão dos Estudantes e passou a atuar como a Juventude Soka do Brasil. Poderiam explicar o contexto dessa mudança e as iniciativas concretas?
Edjan
O Brasil é um dos países mais multiculturais e multiétnicos do mundo. Nos últimos anos, temos visto, por exemplo, uma das maiores paradas LGBTQIAPN+ do planeta, além do aumento de casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Tudo isso reflete uma sociedade que valoriza cada vez mais a diversidade.
Dentro desse cenário, decidimos iniciar uma nova etapa como Juventude Soka, para que a geração jovem possa atuar de maneira mais autônoma e autêntica. Nós, líderes, assumimos responsabilidades divididas por faixa etária, e não mais por gênero, e focamos em incentivar os membros da mesma idade.
Fernando
Sou responsável por uma faixa etária da Divisão dos Estudantes. Na Juventude Soka, por exemplo, homens e mulheres planejam e organizam eventos e reuniões juntos e trocam opiniões. Ao aprender com o ponto de vista do outro, ampliamos nossa visão de mundo e criamos uma forte união.
Lívia
Uma das principais iniciativas é a Academia Índigo. Índigo significa “azul-anil” em português e foi escolhido porque carrega a determinação de que discípulos “mais azuis que o índigo” se levantem para liderar o kosen-rufu mundial.
Cauê
A característica mais marcante da Academia Índigo é que o planejamento da atividade fica a cargo dos participantes da edição anterior. Ou seja, eles passam a integrar a equipe organizadora na edição seguinte e criam propostas para os novos participantes. Como esse ciclo já está consolidado, cada encontro se torna um programa renovado, com estudo, música, dança e várias atividades criativas.
Lívia
Dessa forma, cada jovem cresce como protagonista do kosen-rufu em sua comunidade, o que tem sido motivo de muita alegria para os membros da Divisão Sênior e da Divisão Feminina.
Construindo a união de 200 mil jovens
Nishikata
Maravilhoso! Recentemente, aconteceu mais uma edição da Academia Índigo?
Edjan
Sim, a 6ª edição foi realizada em setembro e teve como temas “Florescer da Juventude” e “Shakubuku”. Participaram 170 jovens que, juntos, estudaram sobre a importância de expandir para a sociedade o humanismo budista por meio dos escritos de Nichiren Daishonin e das orientações do presidente Ikeda.
Nishikata
No Japão, também temos visto cada vez mais oportunidades em que homens e mulheres da Divisão dos Estudantes e da Divisão dos Universitários atuam de forma conjunta. O essencial é que os jovens adquiram a consciência de que são eles que construirão uma era de esperança. Ver jovens caminhando lado a lado e incentivando-se mutuamente é, sem dúvida, um novo modelo para o kosen-rufu.
Fernando
O objetivo da Juventude Soka é que cada pessoa brilhe à sua maneira. Quando alguém sente alegria ao manifestar provas concretas em sua vida, surge, naturalmente, o desejo de compartilhar a fé com os amigos. Essa expansão da empatia é a chave para abrir uma nova era.
Nishikata
Ikeda sensei já elogiou o esforço da Divisão dos Jovens do Brasil da seguinte forma: “É irresistivelmente alegre dialogar sobre o budismo. É irresistivelmente feliz poder dedicar-se à felicidade dos amigos. Essa alegria se propaga de companheiro para companheiro, de amigo para amigo e, por isso, o shakubuku floresce sucessivamente. É exatamente a prática descrita como ‘alegrar-se em ouvir a voz de alguém que se alegra em ouvi-lo’ (CEND, v.1, p.70)”.
Acredito que esse é um direcionamento eterno que pulsa na Juventude Soka do Brasil. Que a sabedoria e as novas ideias da geração jovem, que fez do coração do Mestre o seu próprio, levem esperança ao mundo inteiro!
Edjan
A BSGI, ao celebrar os 65 anos da primeira visita do presidente Ikeda ao Brasil, assumiu o juramento de construir a história de “50 anos em 5” até 2030.
Nós, da Juventude Soka, vamos nos desafiar no diálogo que constrói a confiança para formar uma união de 200 mil jovens. Com a forte união de itai-doshin, iniciaremos um novo e grandioso avanço rumo ao “Brasil Monarca do Mundo”!
Traduzido e adaptado do jornal Seikyo Shimbun de 17 de dezembro de 2025
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