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Nova Revolução Humana
há 5 meses

Louvar, proteger e incentivar os filhos do Buda

Capítulo “Juramento Seigan”, volume 30

Dr. Daisaku Ikeda

03/07/2025

Louvar, proteger e incentivar os filhos do Buda

Shin'ichi anuncia objetivo da Soka Gakkai de construir novos templos. Ilustrações: Kenichiro Uchida

Parte 49

Shin’ichi Yamamoto continuou avançando com todas as forças rumo ao kosen-rufu mundial. O tempo não espera.

No Japão, continuava o processo criminal contra Tomomasa Yamawaki [advogado da Soka Gakkai], que havia sido preso (em 1981) sob acusação de tentativa de extorsão contra a organização. Em outubro de 1982, e novamente no ano seguinte, Shin’ichi compareceu à corte como testemunha de acusação. O Tribunal Distrital de Tóquio proferiu a primeira decisão em março de 1985.

Tribunal Distrital de Tóquio, onde foi proferida a sentença de primeira instância

Tribunal Distrital de Tóquio, onde foi proferida a sentença de primeira instância

Yamawaki foi condenado a três anos de prisão com trabalho forçado e sem liberdade condicional. Na justificativa da sentença, o tribunal declarou:

“Considerando não apenas a grande soma de dinheiro envolvida, mas também a violação do dever de confidencialidade de Yamawaki como advogado, isso deve ser descrito como crime que constitui violação grave de confiança”.

A corte expôs ainda:

“Em conluio com sacerdotes ativistas, dirigiu seus ataques inflamando a opinião pública contra a Soka Gakkai por meio de tabloides”.

Assim, expôs claramente os métodos maliciosos e vergonhosos de Yamawaki para intimidar e ameaçar a Soka Gakkai, organização que realmente desejava a harmonia com o clero.

O tribunal apontou também as táticas desonestas que Yamawaki havia adotado no decorrer do julgamento, concluindo:

“O acusado não apenas negou as acusações desde o primeiro estágio da investigação, como inventou numerosas histórias e apresentou provas falsas, não demonstrando nenhum tipo de remorso. (...) A natureza do crime é perversa e a culpabilidade do réu é extremamente grave”.

No texto da sentença constava várias vezes a frase “O testemunho do réu não é confiável”, deixando claro que Yamawaki mentiu repetidamente no tribunal.

Yamawaki apelou imediatamente da decisão da Corte Distrital de Tóquio, que foi confirmada pelo Supremo Tribunal de Tóquio (em 1988). Ele então apelou para a Suprema Corte. Em janeiro de 1991, no entanto, o tribunal rejeitou o recurso, confirmando sua sentença de três anos.

A Soka Gakkai havia entrado com queixa-crime no Departamento de Polícia Metropolitana de Tóquio em junho de 1980, e Yamawaki foi preso em janeiro de 1981. Dez anos se passaram a partir de então.

Nenhuma conspiração que tente bloquear os esforços em prol do kosen-rufu pode impedir o avanço da Soka Gakkai. Nichiren Daishonin escreveu: “Apesar de as forças do mal serem muitas, elas não podem prevalecer sobre uma única grande verdade”.1

Parte 50

Shin’ichi Yamamoto dedicava-se com todo o seu ser superando obstáculos para criar uma grande onda de paz no mundo com base nos princípios filosóficos do Budismo de Nichiren Daishonin.

Ele sempre fez de tudo para promover relações harmoniosas entre clérigos e adeptos, oferecendo total apoio e proteção ao clero da Nichiren Shoshu.

Após a realização (em 1981) da cerimônia de 700o [septingentésimo] ano de falecimento de Nichiren Daishonin (1282), o clero da Nichiren Shoshu voltava sua atenção para tornar grande sucesso as festividades comemorativas dos 700 anos de fundação do templo principal Taiseki-ji previstas para o outono de 1990.

No início de janeiro de 1984, a pedido do sumo prelado Nikken, Shin’ichi foi novamente nomeado representante-geral dos adeptos [após ter sido obrigado a renunciar a essa posição em 1979].

Em março, por ocasião da reunião de planejamento dos eventos comemorativos do 700o aniversário de fundação do templo principal, Shin’ichi anunciou o objetivo da Soka Gakkai de construir e oferecer duzentos templos novos à Nichiren Shoshu ao longo da próxima década. Ele afirmou:

— Exatamente de acordo com as palavras do buda Nichiren Daishonin — “O grande desejo refere-se à propagação do Sutra do Lótus”2 —, humildemente submeto nossa proposta de construir novos templos para assegurar a perpetuação eterna da Lei e o kosen-rufu.

A doação desses templos foi uma expressão do sincero desejo da Soka Gakkai em promover a relação harmoniosa com o clero.

Em outubro do ano seguinte, em 1985, o sumo prelado Nikken nomeou Shin’ichi presidente do comitê de celebrações do 700o aniversário do templo principal. Shin’ichi dedicou-se de todo o coração aos preparativos, decidido a tornar o evento um sucesso extraordinário.

Em relação ao objetivo da construção de duzentos templos, a Soka Gakkai estava empregando enorme energia enfrentando inúmeras adversidades. Em dezembro de 1990, havia feito progressos significativos completando a doação de 111 templos.

O forte desejo de Shin’ichi era de que os sacerdotes valorizassem sinceramente os membros da Soka Gakkai que lutavam diariamente pelo kosen-rufu.

Nos sagrados ensinamentos consta: “Se tiver a mesma mente que Nichiren, o senhor deve ser um bodisatva da terra”.3 Conforme as palavras de Nichiren Daishonin, os membros da Soka Gakkai, que se esforçam incansavelmente na propagação dos ensinamentos, são os bodisatvas da terra e filhos do Buda. A essência do espírito de Daishonin está na seguinte passagem do Sutra do Lótus que louva a pessoa que propaga os ensinamentos e citada nos seus escritos: “Deve se levantar e cumprimentá-lo de longe, com o mesmo respeito que demonstraria ao Buda”.4

O ato de louvar, proteger e incentivar os filhos do Buda é essencial para o desenvolvimento do kosen-rufu.

Parte 51

No templo principal, no verão de 1990, os jovens da Soka Gakkai se empenhavam dias seguidos de forma incansável nos preparativos visando à realização do Festival Cultural Comemorativo de fundação do templo Taiseki-ji programada para o dia 2 de setembro. Esse festival cultural marcaria o início das atividades comemorativas dos 700 anos de fundação que incluíam grandes cerimônias durante o mês de outubro.

No anoitecer do dia 2 de setembro, o festival cultural ocorreu majestosamente no amplo espaço aberto em frente ao Grande Salão de Recepção (Daikyakuden) do templo principal sob o tema “Que a Luz da Felicidade Brilhe nos Céus!”.

Festival cultural comemorativo do 700o aniversário do templo Taiseki-ji

Festival cultural comemorativo do 700o aniversário do templo Taiseki-ji

Do clero da Nichiren Shoshu, participaram, além de Nikken, altos sacerdotes como o administrador-geral e muitos outros; e da Soka Gakkai, o presidente honorário Shin’ichi Yamamoto, o presidente Eisuke Akizuki, o diretor-geral Kazumasa Morikawa, os vice-presidentes e demais representantes.

No festival cultural foram feitas entusiásticas apresentações musicais de dança típica japonesa, de balé e outras preparadas pelo Departamento de Artistas, e pela Divisão Masculina de Jovens e pela Divisão Feminina de Jovens.

Quando os membros de 67 países e territórios desfilaram orgulhosamente em seus coloridos trajes típicos nacionais, não cessavam os aplausos do público.

Shin’ichi também aplaudiu com toda a sua força procurando corresponder ao sentimento puro dos membros que sorriam e acenavam com o coração repleto de emoção pelo juramento em prol do kosen-rufu mundial.

Sentado ao seu lado, Nikken também admirava as apresentações com sorriso no rosto.

Na ocasião, ninguém podia imaginar que, em dezembro daquele ano, o clero poria em prática a conspiração para separar Shin’ichi dos adeptos e destruir a Soka Gakkai.

Após o término do festival, uma sucessão de eventos e compromissos já aguardavam Shin’ichi: uma recepção aos componentes de uma delegação chinesa que viajou ao Japão para participar da 5a Conferência Não Governamental entre Japão e China; a 12a Convenção da SGI; encontros com o curador do Museu de Arte de São Paulo, Brasil; o subsecretário-geral das Nações Unidas; o fundador da Organização Internacional de Desenvolvimento Cultural da Índia (ICDO) e outros.

Nichiren Daishonin descreve a visão de que o “kosen-rufu mundial é a própria paz mundial” em seus escritos: “O sol se levanta no leste como prenúncio do retorno do budismo do Japão à Terra da Lua [Índia]”.5 Shin’ichi prosseguiu seriamente em seus esforços para realizar esse objetivo. Para ele, cada dia representava um importante passo na construção da paz.

Parte 52

Em 21 de setembro, Shin’ichi Yamamoto visitou a Coreia do Sul pela primeira vez. Como fundador do Museu de Arte Fuji de Tóquio, participou da abertura da exposição Obras-primas de Pintura a Óleo do Ocidente, do acervo do museu, que seria exibida na galeria Ho-Am, no edifício JoongAng Ilbo, sede de um dos principais jornais diários do país [JoongAng Ilbo (The Central Times)], localizada em Seul.

Exposição Obras-primas de Pintura a Óleo do Ocidente realizada na Coreia do Sul pelo Museu de Arte Fuji de Tóquio

Exposição Obras-primas de Pintura a Óleo do Ocidente realizada na Coreia do Sul pelo Museu de Arte Fuji de Tóquio

Para Shin’ichi, a Coreia sempre foi uma grandiosa benfeitora da cultura japonesa, e seu sentimento era de que por meio da inédita realização dessa exposição de pinturas ocidentais do acervo do Museu de Arte Fuji de Tóquio nesse país, o Japão saldasse as dívidas de gratidão com a Coreia, mesmo que fosse uma pequena parte.

Além disso, ele acreditava que o intercâmbio cultural compartilhando tesouros da humanidade poderia estreitar os laços profundos de coração, fomentando a amizade entre Japão e Coreia do Sul. Ele também estava convencido de que elevaria a compreensão do público em relação à Soka Gakkai como uma organização que promove o intercâmbio de paz, cultura e educação com base no humanismo do Budismo Nichiren, tornando-se fonte de incentivo aos membros.

Partindo de Seul no dia 22, Shin’ichi visitou as províncias de Fukuoka, Saga, Kumamoto e Kagoshima, em Kyushu, e retornou a Tóquio em 2 de outubro. Nos dias 6 e 7, ele participou das sessões de abertura da grande cerimônia em comemoração dos 700 anos de fundação do Taiseki-ji. No período que antecedia esse evento, a Soka Gakkai havia contribuído com doações para extensas reformas e manutenções do Grande Templo Primordial (Sho-Hondo), como também para a construção de dois novos edifícios de alojamento no terreno do templo principal.

Em 7 de outubro, o segundo dia das sessões de abertura, foi feita a cerimônia de iluminação do candelabro suspenso no teto em frente ao altar no Grande Salão de Recepção (Daikyakuden).

O enorme lustre doado pela Soka Gakkai ao templo principal, por iniciativa de Shin’ichi, possuía formato de um lótus de oito pétalas, com 5,40 metros de diâmetro e 3,45 metros de altura. Quando Shin’ichi acionou o botão, as belas peças transparentes de vidro brilharam com luz dourada.

Ao proferir seus cumprimentos como presidente da Comissão das Atividades Comemorativas, Shin’ichi expressou firme determinação:

— O buda Nichiren Daishonin escreveu para o eminente seguidor leigo Nanjo Tokimitsu, o doador das terras do templo principal: “Só se pode dizer que alguém compreende profundamente o Sutra do Lótus quando enfrentar perseguições”.6 Estamos decididos a manter profundamente por toda a vida esses ditos dourados dos escritos, sem jamais temer a quaisquer tipos de adversidades em prol da propagação da Lei correta, ou melhor, fazendo das grandes perseguições nosso maior orgulho.

De fato, uma grande perseguição estava prestes a acontecer à Soka Gakkai.

O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku.

Notas:

1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 646, 2017. 

2. Cf. The Record of the Orally Transmitted Teachings [Registro dos Ensinamentos Transmitidos Oralmente]. Tradução: Burton Watson. Tóquio: Soka Gakkai, p. 82.

3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 404, 2017. 

4. Ibidem. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II , p. 14, 2020.

5. The Writings of Nichiren Daishonin [Os Escritos de Nichiren Daishonin], v. II, Tóquio: Soka Gakkai, p. 936.

6. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 58, 2020. 

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