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Crônica
há 6 anos

Resistir ao rigoroso inverno

12/10/2019

Resistir ao rigoroso inverno

No século passado, Sir Ernest Shackleton1 (1874–1922) conduziu uma expedição composta por 28 membros rumo à Antártica em seu veleiro Endurance (“Resistência”, em inglês). O veleiro ficou preso e foi esmagado pelo gelo, deixando-os náufragos por quase três anos. Apesar dessa situação, Shackleton retornou com todos os 28 integrantes à civilização. Até hoje ele é conhecido como o principal explorador britânico da história, mesmo tendo fracassado em cumprir seu objetivo principal nas quatro grandes expedições que comandou, pois não alcançou o destino em nenhuma delas.

Naquela expedição em especial, o barco ficou preso e começou a sucumbir à força e à pressão do gelo, deixando os tripulantes à deriva na banquisa2 que havia causado a destruição da embarcação. Em vista disso, Shackleton mudou seu objetivo: retornar para casa sem perder nenhum companheiro de jornada. Ele desafiou não só vencer essas adversidades, mas manter acesa a chama da esperança de sair daquela situação no coração dos companheiros.

Ao ler a épica história desse fascinante explorador, refleti sobre esse ímpeto de não ser derrotado por nada. Na batalha pela nossa revolução humana, podemos ficar presos aos desafios que decidimos encarar ou nos sentirmos pressionados por eles. No entanto, com a recitação do daimoku, transformamos aquela banquisa em uma ferramenta de sobrevivência e veículo para atingirmos a vitória. Exatamente como Shackleton fez com a “placa de gelo” que destruiu seu navio.

Mesmo quando o vento sopra contrário, oramos o Nam-myoho-renge-kyo do rugido do leão para “ajustar nossas velas” e utilizar toda essa energia a nosso favor.

Infelizmente não conheci Sir Ernest Shackleton, entretanto percebi que sua melhor qualidade como líder, o espírito destemido de jamais ser derrotado, é o que cultivamos a partir dos incentivos do nosso mestre, Daisaku Ikeda.

Resistir ao rigoroso inverno e fazer das nossas dificuldades o combustível para a vitória, ao mesmo tempo em que incentivamos os outros a fazer o mesmo, representa a essência de um praticante budista.

 

Edjan Souza Santos

Divisão de Tecnologia e Inovação

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