TC
Artigos
há um ano
Uma coroa de esperança para os mensageiros do futuro
Traduzido do editorial de Minoru Harada, presidente da Soka Gakkai, publicado na revista Daibyakurenge, edição de junho de 2024
Presidente Harada
03/06/2024

Cultivar a Divisão dos Estudantes é a mais sagrada de todas as tarefas para determinar a próxima geração.
Em 7 de junho de 1964, há sessenta anos, foi fundada a Divisão dos Colegiais (DE-Herdeiro). Ikeda sensei dedicou-se, concentrando esforços, à criação dessa divisão. Os líderes máximos da época questionaram abertamente: “Não haveria outros assuntos a priorizar?”. Porém, sensei respondeu, de forma resoluta: “O significado de minhas ações agora ficará bem claro daqui a trinta ou quarenta anos”.
A convicção do Mestre era também a sua determinação. Isso se transformou em ações de incentivo aos jovens talentosos e promissores de cada localidade que ele visitava. Numerosos membros da Divisão dos Estudantes, que receberam o incentivo do Mestre, alçaram voo como líderes da organização e da sociedade. Esse aspecto era o sublime drama da vida que comprovava a passagem dos escritos de Nichiren Daishonin: “Se um mestre possui um bom discípulo, ambos obterão o fruto do estado de buda”.1
O treinamento dos integrantes da Divisão dos Estudantes, realizado por Ikeda sensei, estava baseado na “confiança”. Com o máximo respeito como ser humano, ele se aproximava deles com total seriedade. Era, simultaneamente, uma cerimônia solene e alegre a conceder a “coroa da esperança” para cada pessoa.
Palavras francas e honestas
Em julho de 1966, ocorreu o Primeiro Treinamento ao Ar Livre da Divisão dos Colegiais, no Centro de Treinamento de Kanagawa. Na época, eu era repórter do Seikyo Shimbun e fiquei profundamente impactado com a postura do Mestre. Ele não deixava transparecer qualquer tipo de reserva ou de hesitação. Possuía um comportamento notável e fazia uso de palavras francas e honestas. “Será que os membros colegiais serão capazes de aceitá-las adequadamente?”. Essa era a minha preocupação desnecessária. Todos buscavam, de corpo e alma, o amor rigoroso do Mestre, e absorviam a sua compaixão. As palavras tecidas com o espírito de “este é o último momento da vida” ecoavam na vida desses integrantes da Divisão dos Estudantes em razão da forte convicção do Mestre no potencial deles. Ao mesmo tempo, era o próprio princípio místico da resposta sensível2 decorrente da ligação de mestre e discípulo.
Entre maio e junho de 1974, por ocasião de sua primeira visita à China, Ikeda sensei se lançava naturalmente em meio a uma roda de crianças. Ele não tinha a menor pretensão de se destacar. Com quem fosse, não havia a menor mudança em sua sinceridade. Nas palavras “Eu vim me encontrar com você” dirigidas a uma menina, não havia nenhuma vaidade nem falsidade. Era uma expressão humana para expandir a amizade entre “você” e “eu”. Os chineses passaram a confiar na personalidade autêntica de Ikeda sensei.
Que felicidade é ter um mestre que acredita plenamente em seu discípulo durante a juventude, período emocionalmente tão suscetível! Seguindo esse exemplo do Mestre, vamos desenvolver os tesouros do futuro.
No topo: Neste ano, comemoram-se cinquenta anos desde a primeira visita de Ikeda sensei à China. Ele sempre valorizou o intercâmbio com as crianças que se encarregarão do futuro (Pequim, jun. 1984) Foto: Seikyo Press
Notas:
1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 173, 2017.
2. “Princípio místico da resposta sensível” (kan-nou-myo): Um dos dez princípios místicos que indica o surgimento do Buda em resposta ao desejo das pessoas de buscá-lo. [N.T.]
Compartilhe