JUVENTUDE-SOKA
Artigo
há um mês
Florescer e produzir grãos
Venha se aprofundar nos temas abordados na 6ª Academia Índigo
Redação
24/09/2025

Nos dias 19, 20 e 21 de setembro de 2025, jovens de vários estados do Brasil tiveram a oportunidade de participar da 6ª Academia Índigo, no Centro Cultural Campestre, em Itapevi (SP), que teve como tema “Eu floresço em meio à adversidade”.
Nesta matéria, vamos nos aprofundar no escrito Florescer e Produzir Grãos, disponível na Biblioteca Gratuita do Clube de Incentivo à Leitura (CILE). O Gosho que foi estudado pelos integrantes da Juventude Soka trata sobre a gratidão ao Mestre, a unicidade de mestre e discípulo, diferentes em corpo, unos em mente, agir com base no juramento e shakubuku.
Cenário histórico:
A carta foi escrita em abril de 1278, no Monte Minobu, para dois sacerdotes seniores que estudaram com Nichiren Daishonin no templo Seicho-ji na juventude. O mestre de Daishonin, Dozen-bo, faleceu dois anos antes desse Gosho.
Trecho 1:
Se a árvore estiver firmemente enraizada, seus ramos e suas folhas não murcham. Se a fonte for inesgotável, a correnteza nunca seca. Sem a lenha, o fogo se apaga. Sem a terra, as plantas não crescem. Eu, Nichiren, tenho uma dívida de gratidão unicamente com meu falecido mestre, Dozen-bo, por eu ter me tornado o devoto do Sutra do Lótus e por ser alvo de inúmeros comentários, tanto bons quanto ruins. Nichiren é como a planta, e meu mestre, como a terra.1
Florescer por meio da gratidão
Esse trecho destaca a gratidão e a consideração genuínas que devemos ter pelas pessoas, situações e condições que possibilitaram nosso crescimento e nos trouxeram até os dias de hoje. Transformar esse reconhecimento em ações concretas é o alicerce de uma vida pautada pela nobreza e dignidade humana.
As metáforas usadas, como árvores firmes, correntes contínuas e plantas que florescem, simbolizam o desenvolvimento das pessoas e a continuidade na transmissão do budismo. O verdadeiro discípulo é aquele que enfrenta dificuldades sem desistir e conduz outros à felicidade.
O trecho também aborda a gratidão presente na relação de mestre e discípulo. Nichiren Daishonin expressa apreço pelo seu mestre Dozen-bo e afirma que o crescimento do discípulo depende do ensinamento recebido e da dedicação do discípulo em propagá-lo.
A gratidão é o coração do espírito de mestre e discípulo Soka. O presidente Ikeda disse:
Quanto a mim, eu não seria a pessoa que sou hoje se não tivesse conhecido Toda sensei numa reunião de palestra no distrito de Ota, em Tóquio, no verão de 1947, e decidido me tornar seu discípulo, quando tinha 19 anos. Sem aprender os ensinamentos essenciais do budismo a partir dele, jamais teria encontrado uma vida dedicada à paz e à felicidade da humanidade junto com os honrados companheiros de todo o mundo.2
A transmissão do juramento e do compromisso com a paz depende do discípulo, que deve “manter o fogo aceso”, ou seja, proteger e renovar a chama espiritual herdada do Mestre.
O crescimento do discípulo, bem como a propagação do budismo e a continuidade da missão pela paz, só é possível com base no espírito de gratidão e no juramento ao Mestre.
Trecho 2:
Dizem que, se um mestre possui um bom discípulo, ambos obterão o fruto do estado de buda, mas, se um mestre cria um mau discípulo, ambos cairão no inferno. Se mestre e discípulo possuem pensamentos diferentes, jamais conseguirão realizar algo. Detalharei sobre esse ponto em outra ocasião.3
Produzir grãos por meio da expansão da felicidade
Esse trecho destaca que, no Budismo Nichiren, a vitória do discípulo é a vitória do mestre. Um bom discípulo, ao seguir fielmente os ensinamentos, conduz tanto a si quanto ao mestre ao estado de buda; já um mau discípulo leva ambos à ruína. A essência está na unicidade de mestre e discípulo, que pode ser comparada às engrenagens que se movem juntas a fim de garantir a propagação do budismo e a vitória.
Ser discípulo é trilhar ativamente o caminho do Mestre. Isso significa colocar os ensinamentos em prática na vida diária e lutar com o mesmo espírito e propósito dele. A missão do discípulo é "manter o fogo aceso": herdar a chama do compromisso com o kosen-rufu e garantir que ela seja transmitida para as futuras gerações, ou seja, o shakubuku.
Traições ao vínculo de mestre e discípulo resultam em queda e sofrimento, enquanto a lealdade fortalece a missão do kosen-rufu.
O trecho também destaca que a unicidade de mestre e discípulo é o núcleo do Budismo Nichiren e cabe ao discípulo determinar o destino e a vitória de ambos.
Conclusão
Não existe prática budista sem gratidão. Assim como uma planta não cresce sem a terra, nossa fé não pode florescer sem um coração profundamente grato ao Mestre, que nos mostrou o caminho da prática budista e da felicidade. Essa gratidão não é apenas um sentimento, mas o reconhecimento de que nossa vida e nossa missão são resultado direto da unicidade com nosso mestre.
A maior prova da nossa gratidão não são palavras, mas a vitória pessoal. O crescimento do discípulo é o que mais alegra o coração do Mestre.
O princípio fundamental é: "A vitória do discípulo é a vitória do Mestre". Ao vencermos nossos desafios, estamos cumprindo nosso juramento e provando a validade dos ensinamentos que recebemos. O discípulo é quem determina o resultado.
Notas:
1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 173, 2020.
2. Terceira Civilização, ed. 552, 16 ago. 2014, p. 46.
3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. II, p. 173, 2020.
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