marcar-conteudoAcessibilidade
Tamanho do texto: A+ | A-
Contraste
Datas significativas

Relembrar [o legado] é viver!

Texto elaborado pelo Comitê de Estudo da Proposta de Paz (CEPP)

ícone de compartilhamento

COLABORAÇÃO

08/09/2021

Relembrar [o legado] é viver!

Vendo a situação das pessoas durante a pandemia, é comum perder a esperança e a referência sobre o modo correto de viver. Mas as atitudes demonstradas pelos fundadores e pelos veteranos em momentos cruciais da organização servem como uma bússola para direcionar nossas ações em mares tempestuosos.

Em 8 de setembro de 1957, o segundo presidente da SGI, Josei Toda, fez sua Declaração pela Abolição das Armas Nucleares num momento em que as tensões da Guerra Fria aumentavam.

Essa declaração foi proferida diretamente aos jovens que estavam no Estádio Mitsuzawa, em Yokohama, Japão. Com aquele discurso, Toda avivou a esperança, proveu um direcionamento em meio à tensão social e tocou profundamente os corações ao dizer que não queria mais enxergar a miséria nos olhos de uma pessoa. Inspirados por esse sentimento, os presentes se esforçaram ao máximo para encontrar com as pessoas, dialogar abertamente e transmitir esperança aos que sofriam.

Daisaku Ikeda, que era um dos jovens presentes no estádio, até os dias de hoje cita essa declaração inspiradora nas propostas de paz que redige anualmente. Na de 2012, explicou que superar a escuridão fundamental da vida é a raiz do brado de seu mestre.

O budismo explica que a “escuridão fundamental da vida” é a origem primária dos impulsos negativos, como ira, avareza e estupidez, raízes venenosas da guerra e de outras calamidades.
É desse aspecto tenebroso da natureza humana que surgem o desprezo, o ódio, a crueldade e a insensibilidade diante da vida. A menos que esse impulso de desrespeito e desconsideração à vida seja superado, a mente humana, que dá origem à miséria e ao sofrimento da guerra, permanecerá igual, mesmo que seja evitado o uso efetivo das armas nucleares.1

Na Proposta de Paz de 2015, o presidente Ikeda elucida que a raiz do mal está na ilusão que afeta o indivíduo, a família, a sociedade e o mundo.

O budismo ensina que a mais grave ameaça à dignidade humana é o mal decorrente da ilusão fundamental inerente à vida, conhecida como paranirmitavasavarti-deva ou rei demônio do sexto céu. Trata-se de uma vontade de reduzir a existência de cada indivíduo à insignificância e roubar da vida o seu significado mais essencial. O Sr. Toda considera que o que se esconde nas profundezas das armas nucleares é a forma mais extrema do mal.2

Você pode estar se perguntando: “Afinal, qual é a minha relação com as armas nucleares?”. Ao entender o profundo motivo da declaração do presidente Toda, percebe-se que, ao ajudar outras pessoas a saírem da escuridão fundamental, muda-se também o pensamento, conscientiza-se de não aceitar nada que prejudique a preciosa vida. Com a mudança de cada um, em certo momento, a sociedade sairá da escuridão fundamental e encontrará formas para contribuir efetivamente com o desenvolvimento do indivíduo em vez de buscar as armas nucleares.

Colocar o budismo em prática no dia a dia inclui colocar luz à nossa escuridão fundamental e, consequentemente, iluminar os que estão à nossa volta.

Obrigado, Sr. Toda, pelo grande legado.

Notas:

1. Cf. Terceira Civilização, ed. 524, abr. 2012, p. 24

2. Cf. Terceira Civilização, ed. 561, maio 2015, p. 22

Compartilhar nas