marcar-conteudoAcessibilidade
Tamanho do texto: A+ | A-
Contraste
Humanismo/sociedade
há 4 anos

Diferente, mas igual

As diferenças entre as pessoas não é razão para favorecer algumas e excluir outras

Daisaku Ikeda

25/10/2021

Diferente, mas igual

Trecho extraído e adaptado do diálogo “A Sabedoria do Sutra do Lótus”, publicado em japonês em novembro de 1996 e no Brasil Seikyo, ed. 2.360, 18 fev. 2017, p. B2.

O Sutra do Lótus é o maior registro sobre o budismo na literatura. Nele encontramos a parábola dos três tipos de ervas medicinais e os dois tipos de árvores, que destaca a diversidade dos seres vivos. Trata-se da única parábola, entre as sete parábolas do sutra, a abordar esse tema. Ao mesmo tempo, destaca a natureza amplamente inclusiva da compaixão do Buda.

A compaixão do Buda é totalmente imparcial; ela não discrimina. O Buda vê todos como filhos e busca elevá-los ao mesmo estado de buda que ele atingiu.

Isso não quer dizer que não existam diferenças entre as pessoas, mas que o Buda não faz distinção entre elas. De fato, o Buda aprecia totalmente suas diferenças. Ele respeita a individualidade e deseja que sejam capazes de expressar sua singularidade de forma irrestrita.

As diferenças entre elas não é razão para favorecer algumas e odiar outras. O Buda ama, alegra-se e aciona a individualidade, essa é a compaixão e a sabedoria do Buda.

É importante compreender que a pregação do Buda é pautada pelo reconhecimento da diversidade entre os seres humanos.

O Sutra do Lótus elucida os meios pelos quais indivíduos reais com suas circunstâncias, personalidades e capacidades específicas podem atingir a iluminação e revela o caminho para se alcançar o estado de buda sem jamais se desviar da realidade da vida de cada um.

Prezar cada pessoa é a essência da filosofia centrada no ser humano (ou humanismo) do Sutra do Lótus; é o espírito do Buda. O objetivo fundamental do Sutra do Lótus de capacitar todas as pessoas a manifestar a iluminação também se inicia com o ato de prezar cada uma e só pode ser concretizado quando se aplica tal conduta a todos os aspectos da nossa vida e dos nossos esforços.

É fácil falar de modo abstrato em amar ao próximo ou amar a humanidade, mas pode ser um grande desafio ter amor ou compaixão por pessoas reais.

Um personagem de um romance de Dostoiévski tece a seguinte observação: “Quanto mais amo a humanidade em geral, menos amo as pessoas, em particular, como indivíduos”. E um personagem de outro de seus romances afirma: “No amor abstrato à humanidade, não se ama praticamente ninguém a não ser a si mesmo”.

A Soka Gakkai, concentrando-se nos seres humanos reais, dedica-se a ajudar cada um a obter a felicidade absoluta. É um nobre legado cujo brilho resplandecerá intensamente na história da humanidade.

Compartilhe