O papel do pai na educação dos filhos

Texto extraído e adaptado do livro A Família Criativa,¹ de Daisaku Ikeda

Em algumas famílias, a mulher desempenha as tarefas de mãe e pai sem empecilhos. Parece muito natural que essas crianças cresçam felizes, manifestando amor pela vida. Isso provavelmente porque elas sentem a preocupação de um pai e a afeição de uma mãe nas atitudes dela.

O lar é o local onde os membros da família relaxam e desfrutam a companhia uns dos outros e também o lugar em que todos aprendem. Os filhos obtêm do amor dos pais a sabedoria para enfrentar a vida e a capacidade para distinguir o bem do mal. Cada criança desenvolve plenamente a sua personalidade.

Se a mãe se concentra em assegurar o bem-estar emocional dos filhos, o pai deve trabalhar duro para garantir o desenvolvimento social. Mesmo que ele dedique somente algum tempo às crianças, se usar esse tempo para conversar com elas sobre política, para explicar-lhes algo que está ocorrendo na economia ou partilhar suas opiniões sobre os acontecimentos, as crianças desenvolverão naturalmente uma curiosidade sobre o mundo e aumentarão sua capacidade para fazer julgamentos próprios.

Um embaixador do Reino Unido disse-me em certa ocasião que todos os dias ele passava algum tempo discutindo, mesmo com os filhos menores, sobre os acontecimentos no mundo. É assim que deveria ser. Fiquei muito impressionado com esse pai que abre os olhos dos filhos para o mundo e que reconhece cada um deles como um indivíduo.

De acordo com um estudo feito por um psicólogo, as crianças procuram a mãe para que ela lhes ensine como portar-se e falar e esperam que o pai converse com elas sobre escola, professores, aulas e, então, sobre política, economia e cultura. Elas se satisfazem ouvindo-o partilhar suas opiniões sobre a vida e o mundo. As crianças possuem um senso bem-definido dos papéis da mãe e do pai. (...)

Com a sua profunda experiência de vida, o pai pode valer-se do conhecimento que seus filhos adquiriram na escola para explicar o que esse conhecimento significa em termos de viver como um ser humano e como ele se relaciona com a visão sobre a vida, a sociedade e a educação.

Por meio dessa troca de ideias com o pai, as crianças podem, pela primeira vez, incorporar aquilo que aprenderam na escola para que esse conhecimento se torne parte do seu próprio ser. (...) As crianças necessitam de alguém em sua vida para desempenhar o papel de pai. Quando um pai decide que aproveitará cada oportunidade para manter um significativo relacionamento com seus filhos, a sua orientação dará ótimos resultados.

Nota:

1. IKEDA, Daisaku. A Família Criativa. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, p. 69-71.