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Três de julho — o ponto central da relação de mestre e discípulo

Mesmo enfrentando os ataques da maldade, os três presidentes ensinaram, com a própria vida, o espírito abnegado contra a injustiça

Redação

03/07/2025

Três de julho — o ponto central da relação de mestre e discípulo

Os três presidentes da Soka Gakkai [Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e Daisaku Ikeda] foram presos porque partilhavam de um mesmo ideal: a felicidade de todas as pessoas.

Em 3 de julho de 1945, Josei Toda foi libertado da prisão. Ele ficou dois anos preso por defender a Soka Gakkai e acreditar que a convicção religiosa era um direito do cidadão. E, em 3 de julho de 1957, Daisaku Ikeda que, na época, era responsável pela secretaria da Divisão dos Jovens foi preso sob a falsa acusação de ter violado a lei eleitoral. Esse fato ficou conhecido como Incidente de Osaka. Portanto, 3 de julho simboliza a unicidade de Mestre e Discípulo em prol da verdade e da justiça.

Cronologia

Em 1940, passou a vigorar a Lei dos Grupos Religiosos, em todo o Japão. E, em 1941, houve a revisão da Lei de Manutenção da Ordem Pública, a qual tinha como objetivo principal a opressão sobre o pensamento e a religião. Sendo assim, ser contra o talismã xintoísta se tornou motivo de prisão, pois o xintoísmo era a base espiritual do Japão militarista.

Os detetives da polícia especial começaram a vigiar a Soka Gakkai em 1942. No ano seguinte, todas as reuniões estavam sob os olhares atentos da polícia. Além disso, o clero também estava envolvido. Em torno dos militares e da seita Minobu, se juntaram para implantar a unificação de todos os grupos religiosos.

Em junho de 1943, o clero aceitou o talismã xintoísta. No mesmo mês, Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda foram chamados ao templo principal, sendo orientados a seguir as ordens do governo.

Na manhã do dia 6 de julho de 1943, o presidente Makiguchi foi detido em Shizuoka, onde realizava shakubuku. As acusações que caíram sobre eles foram: violação da Lei da Manutenção da Ordem Pública e suspeita de desrespeito ao santuário xintoísta. Em 18 de novembro de 1944, Makiguchi sensei falece na prisão. Toda sensei só soube do falecimento do seu mestre em 8 de janeiro de 1945.

No dia 29 de junho de 1945, Josei Toda foi transferido do Centro de Detenção de Tóquio para o Presídio de Toyotama. Dali, foi libertado às 19 horas do dia 3 de julho do mesmo ano.

Comprovar a verdade e a justiça

Após a sua libertação da prisão e com o objetivo de honrar a vida do seu mestre, Josei Toda deu início à reconstrução da Soka Gakkai. Em 3 de maio de 1951, assume como segundo presidente da organização e sua liderança é marcada pela reconstrução e pelo fortalecimento da Soka Gakkai. No ano seguinte, a denominação Soka Kyoiku Gakkai [Sociedade Educacional de Criação de Valor] foi alterada para Soka Gakkai [Sociedade de Criação de Valor]. Toda sensei dizia: “A Soka Gakkai é mais preciosa do que minha própria vida”.

Nesse ínterim, em 24 de agosto de 1947, o jovem Daisaku Ikeda conhece a filosofia do Budismo Nichiren e decide ser treinado por Josei Toda, fazendo assim o juramento de acompanhar seu mestre por toda a vida

A prisão do jovem Ikeda

Com a grande expansão das conversões no Distrito Osaka e em todo o Japão, muitos inimigos se levantaram contra a Soka Gakkai. Em 1957, Daisaku Ikeda foi para Hokkaido a fim de solucionar o incidente com o Sindicato dos Mineradores de Yubari, que promovia uma perseguição discriminatória contra os membros da organização. O fato culminou com o Incidente de Osaka, quando, em 3 de julho de 1957, Ikeda sensei, com menos de 30 anos, foi preso sob a falsa acusação de fraude eleitoral.

Ao ser recepcionado no aeroporto, o presidente Ikeda disse para uma senhora que estava no local: “Está tudo bem. Como a senhora sabe, eu não fiz nada de errado. Não há com o que se preocupar”.1

Ele também comenta: “Doze anos mais tarde, em 3 de julho de 1957, eu, seu discípulo, segui orgulhosamente seus passos: fui preso por um crime que não cometi — uma perseguição enfrentada por propagar a Lei Mística”.2

Durante a prisão, o presidente Ikeda passou por diversos interrogatórios. Em 9 de julho de 1957, por exemplo, a promotoria pressionou ainda mais para que admitisse a culpa. A promotoria exigia que Ikeda admitisse a culpa com chantagens como “Faça logo com que o secretário Ikeda admita, senão faremos uma diligência nas empresas de Josei Toda e na sede da Soka Gakkai. E, conforme a situação, prenderemos o presidente Josei Toda”. Essa exigência foi apresentada a Daisaku Ikeda pelo advogado de defesa na manhã do dia 10 de julho. Na mesma noite, ele pensou:

A saúde do mestre é frágil. Não posso deixar Toda sensei morrer na prisão como aconteceu ao presidente Makiguchi. Não permitirei que ele seja preso! Devo minha vida a ele. Não importa o que aconteça, vou protegê-lo! Isso significaria descartar a verdade e mentir conforme o desejo do promotor. Não estaria desonrando conscientemente a estimada Soka Gakkai?3

O presidente Ikeda saiu da prisão no dia 17 de julho de 1957. Foram catorze dias em que sofreu intermináveis interrogatórios e, ao afirmarem que prenderiam o pre­sidente Josei Toda caso ele não confessasse o crime eleitoral, assinou uma confissão porque jamais deixaria seu mestre retornar injustamente para a prisão. Porém, determinou que faria justiça e provaria a verdade.

“Vamos lutar com a convicção de que a justiça do budismo prevalecerá no final!”.

Este foi o brado de Ikeda sensei diante dos membros de Kansai no Centro Cívico de Nakanoshima e no entorno, no centro de Osaka.

Depois de 1.670 dias após a prisão, em 25 de janeiro de 1962, o juiz proferiu sua decisão: “A corte declara o réu, Daisaku Ikeda, inocente”.

Durante a viagem ao exterior, no Egito, o presidente Ikeda recebe o telegrama da sede da Soka Gakkai, informando que não houve apelação dos promotores, indicando a finalização do processo.

Referências

1. Terceira Civilização, ed. 529, set. 2012, p. 36.

2. RDez, ed. 79, jul. 2008, p. 19.

3. Terceira Civilização, ed. 530, out. 2012, p. 30.

Incentivos de Ikeda sensei sobre o acontecimento

Separamos alguns incentivos proferidos pelo presidente Ikeda sobre 3 de julho

O espírito da Soka Gakkai e o espírito de mestre e discípulo continuam pulsando na firme decisão de combater o mal e a injustiça. (...) O laço de mestre e discípulo é o mais solene e profundo. Quando ambos tiverem o mesmo sentimento, não haverá nada que esteja fora de seu alcance. Eles vencerão sem falta.

(Terceira Civilização, ed. 384, ago. 2000, p. 31.)

***

Agi totalmente de acordo com a intenção do Buda. Nunca tive a ambição de me tornar isto ou aquilo nem de receber nenhum tipo de tratamento especial. Tudo o que queria era proteger Toda sensei e devotar-lhe minha vida. Essa era minha oração. Ficaria satisfeito se pudesse deixar um exemplo para as gerações futuras de como um verdadeiro discípulo de Josei Toda, um mestre sem igual, deveria conduzir sua vida.

(Brasil Seikyo, ed. 1.947, 12 jul. 2008, p. A2.)

***

Doze anos mais tarde, em 3 de julho de 1957, eu, seu discípulo, segui orgulhosamente seus passos: fui preso por um crime que não cometi — uma perseguição enfrentada por propagar a Lei Mística.

(RDez, ed. 79, jul. 2008, p. 19.)

***

A saúde do mestre é frágil. Não posso deixar Toda sensei morrer na prisão como aconteceu ao presidente Makiguchi. Não permitirei que ele seja preso! Devo minha vida a ele. Não importa o que aconteça, vou protegê-lo! Isso significaria descartar a verdade e mentir conforme o desejo do promotor. Não estaria desonrando conscientemente a estimada Soka Gakkai?

(Terceira Civilização, ed. 530, out. 2012, p. 30.)

***

Vamos lutar com a convicção de que a justiça do budismo prevalecerá no final!”.

(Brasil Seikyo, ed. 2.380, 22 jul. 2017, p. B3.)

Sugestão de leitura

RH_volume11

O capítulo “Julgamento”, da Revolução Humana, volume 11.

Após as eleições, surgem acusações de a Soka Gakkai ter comprado votos e de se tratar de uma instituição política que apenas finge ser religiosa. Por conta disso, começam a ocorrer perseguições contra a organização e seus membros. Uma delas é conduzida pelo Sindicato dos Mineradores de Carvão, na região de Yubari, movida por mal-entendidos sobre a natureza da organização e pelo receio da perda de votos nas eleições seguintes. Esse volume também narra o Incidente de Osaka, em que Daisaku Ikeda, na obra conhecido como Shin’ichi Yamamoto é levado à prisão.

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