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há 9 horas
Representante da Soka Gakkai participa do Encontro Internacional de Religiões e Culturas
O evento, que está na 39ª edição, discutiu a abolição da pena de morte, dentre outros temas
Seikyo Shimbun
17/11/2025

Integrante da SGI Itália, Enza Pellechia (à dir.), fala sobre abolição da pena de morte em centro cultural construído no século 19. Foto: Seikyo Shimbun
Nos dias 27 e 28 de outubro, a cidade de Roma, na Itália, sediou o 39º Encontro Internacional de Religiões e Culturas, organizado pela Comunidade de Santo Egídio.
Representando a delegação da Soka Gakkai, Enza Pellechia, professora da Universidade de Pisa e membro da SGI Itália, participou na sessão cujo tema era “A justiça não mata: Um olhar sobre a abolição da pena de morte”.
A roda de conversa foi aberta por Mario Marazziti, membro da Santo Egídio e um dos fundadores da Coalizão Internacional contra a Pena de Morte. Em seguida, falou Hideko Hakamada. Na investigação de um latrocínio ocorrido no município de Shizuoka, em 1966, o irmão dela, Iwao, foi preso e sentenciado à morte. Após 58 anos, em 2024, um julgamento em segunda instância declarou a inocência dele. Hideko fez um caloroso apelo para que a injustiça contra o irmão servisse como guia para a extinção da pena de morte e das falsas acusações, além de expressar sua gratidão pelo apoio recebido.
Em seguida, Debra Wallace-Padgett, diretora do Concílio Metodista Mundial, tomou a palavra. Representando a SGI Itália, Enza Pellechia citou as palavras de Ikeda sensei retiradas de um diálogo com o historiador inglês Arnold J. Toynbee: “A nobreza da vida não é avaliada por meio de conquistas ou erros, mas pela igualdade. Portanto, ninguém detém o direito de tirar uma vida, nem mesmo em nome da justiça. Aprovar a pena de morte é uma forma de violência sistematizada, que atribui uma diferença no valor de cada vida”.
Enza também afirmou que a crença no potencial humano está na raiz das ações da Soka Gakkai, que não busca a punição, mas sim o contínuo despertar de consciências tolerantes, e reforçou que esses valores entram em confronto direto com o pensamento que se subordina à pena de morte.
Ela trouxe outra fala de Ikeda sensei: “Desejamos estabelecer um espírito de compaixão que perpasse todas as pessoas a fim de materializar uma sociedade livre da pena de morte”. A professora afirmou ainda que a disseminação desse espírito em todos os estratos sociais, como na cultura, na política e na legislação, possibilitará vivermos em um mundo que verdadeiramente protege a vida.
Ao longo dos três dias do encontro, a delegação da Soka Gakkai falou sobre a paz para organizações religiosas oriundas de mais de 50 países.
O vice-presidente da Soka Gakkai, Hirotsugu Terasaki, e o presidente da SGI Itália, Alberto Aprea, tiveram agradáveis conversas com o cardeal Silvano Tomasi, que se dedicou muito à causa da abolição das armas nucleares na época do serviço diplomático para a Santa Sé, e com o padre Indunil Kodithuwakku, secretário do Dicastério para o Diálogo Inter-Religioso.
O encerramento da conferência contou com a presença do papa Leão XIV, que trocou cumprimentos com o Sr. Terasaki.
Comunidade de Santo Egídio
Trata-se de uma congregação católica com sede em Roma. Surgiu em 1968 com ações de ajuda humanitária focadas na juventude. Atualmente, desenvolve atividades sociais internacionais, como assistência aos necessitados e mediação de acordos de paz no continente africano. Há mais de dez anos vem proporcionando diálogos inter-religiosos e estratégias para a paz em conjunto com a Soka Gakkai.
Em 1998, a Santo Egídio deu início a um abaixo-assinado que clamava pelo fim da pena de morte. Junto com a SGI Itália, foram colhidas cerca de cinco milhões de assinaturas, que foram apresentadas à Organização das Nações Unidas (ONU) em 2007.
Hoje, mais de 140 países já aboliram a pena de morte ou deixaram de implementá-la nos últimos dez anos. Por outro lado, mais de 50 países seguem executando essa punição.
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