Como estão suas finanças?

Você já quis muito comprar algo, mas travou ao consultar o aplicativo do banco? Essa situação, comum entre os jovens, revela um desafio importante: saber lidar com o dinheiro. O xis da questão é: como e quando começar?

Muita gente acredita que educação financeira consiste em conversar sobre finanças ou aprender a guardar dinheiro. Na verdade, envolve um conjunto de hábitos e escolhas do dia a dia que ajudam a desenvolver o controle e a consciência financeira. A afirmação é de Vanessa Cristiane Motta de Matos, bancária e dona de uma startup que ensina pais e responsáveis a tratar essas questões com os filhos desde cedo.¹

O que é educação financeira?

Trata-se de um conjunto de conhecimentos e habilidades que ajudam uma pessoa a administrar o dinheiro para atingir os objetivos, viver com tranquilidade e evitar imprevistos financeiros.

Basicamente, você aprende a:

• Planejar gastos de acordo com sua renda.
• Economizar e formar uma reserva de emergência.
• Investir de forma segura para que o dinheiro gere ganhos a longo prazo.
• Controlar dívidas e evitar juros altos.
• Tomar decisões conscientes de consumo, distinguindo necessidades de desejos.

O presidente Daisaku Ikeda fez o seguinte alerta:

Uma pessoa que ganha 100 reais por mês e gasta 150 reais, certamente, irá sofrer com os cobradores e a falta de dinheiro. Assim, começará a se lamentar dizendo sofrer de ‘carma financeiro’. A falta de sabedoria e o erro de decisão provocaram a manifestação de um sofrimento, e esse sofrimento em si é efeito do carma.²

O economista Márcio Nakane reforça que a educação financeira é essencial em qualquer fase da vida:

Para os estudantes, é quando começa o envolvimento com o mundo das finanças, seja recebendo mesada ou remuneração. É fundamental se organizar para, pouco a pouco, conquistar independência financeira e não depender mais dos recursos dos pais ou responsáveis.³

Como a economia se aplica à nossa vida?

A economia está em praticamente tudo o que fazemos porque trata de como usamos recursos limitados para atender necessidades e desejos.

Ela se manifesta:

• No uso do dinheiro: decidir como gastar, poupar, investir e comparar preços.
• No planejamento pessoal e familiar: definir prioridades, orçar despesas, escolher entre pagar à vista ou parcelado.
• No consumo diário: aproveitar promoções, entender como a oferta e a demanda influenciam os preços.
• Na carreira e no trabalho: escolher áreas valorizadas, entender como o cenário econômico afeta salários e oportunidades.
• Na sociedade: compreender como impostos, inflação, juros e políticas públicas afetam nosso bolso e nossa qualidade de vida.

Dicas de como lidar com seu dinheiro

1. Conhecer sua renda: Anote quanto você recebe por mês (salário, mesada, trabalhos extras etc.). Observação: trabalhe sempre com o valor líquido (o que realmente entra na conta).
2. Registrar todos os gastos: Anote tudo o que gasta, até as pequenas compras (como um café ou um lanche). Use um caderno, planilha ou aplicativo de controle financeiro.
3. Separar por categorias: Divida seus gastos em grupos, como alimentação, transporte, lazer, contas fixas, estudos. E separe-os em essenciais e não essenciais. Isso ajuda a perceber no que está gastando mais.
4. Definir limites: Estabeleça um valor máximo para cada categoria. Priorize despesas essenciais e reduza o que não é prioridade.
5. Evitar compras por impulso: Pergunte-se: “Eu realmente preciso disso agora ou isso é só um desejo?”
6. Criar um objetivo: Tenha uma meta, como fazer uma viagem, comprar algo importante ou juntar uma reserva de emergência. Ter um motivo claro ajuda a manter o foco.
7. Revisar e ajustar: No final do mês, veja se cumpriu o planejado. Ajuste os limites para o mês seguinte, se necessário.

Notas:

1. https://economiasa.com.br/blog/educacao-financeira-que-moldou-uma-vida-legado-de-pai-para-filha/. Acesso em: ago. 2025.
2. RDez, ed. 120, 3 dez. 2011, p. 17.
3. RDez, ed. 219, 2 mar. 2020, p. 18-21.

Referência:

https://blog.pagseguro.uol.com.br/como-organizar-as-financas/