O que é ser um jovem adulto?

Algumas pessoas consideram que o início da idade adulta coincide com a chegada dos boletos bancários e das dificuldades, enquanto outras entendem como um momento intenso de construção pessoal e emocional.

Essa mudança de perspectiva aparece em dados recentes. De acordo com uma pesquisa da Consumoteca de março de 2025,¹ diferentemente das gerações anteriores em que a entrada na vida adulta era marcada por experiências simbólicas, como sair de casa, formar uma família ou ingressar no mercado de trabalho, hoje essa passagem de fase é mais fluída e subjetiva.

Como jovens adultos, oscilamos entre querer conquistar um sonho e duvidar dele por conta da realidade que vivemos; tentamos nos manter conectados com o mundo, entretanto, por vezes, esquecemos de nos conectar com nós mesmos; encaramos as ansiedades com perseverança, mas com aquele pontinho de medo.

Sobre esse aspecto, o presidente Ikeda nos incentiva:

Na vida, há muitas preocupações, dificuldades, tristezas e coisas desagradáveis. Nessas ocasiões, há somente dois modos de viver. O primeiro é reclamando, culpando as circunstâncias e acabar, assim, derrotado. Talvez as pessoas se sintam condoídas, mas, no final, quem perde é você mesmo. Tudo que disser não passará de justificativa. O segundo é viver com um espírito invencível, com a disposição de abrir o seu próprio caminho independentemente das circunstâncias. Qual dos dois modos escolher dependerá somente da sua decisão.²

Portanto, ser um jovem adulto Soka é aprender a caminhar mesmo com medo e seguir com a coragem de quem acredita em recomeços. É buscar significado num mundo que corre rápido e, ainda assim, encontrar beleza nas pausas, nas conexões sinceras, nas pequenas vitórias do cotidiano. E, acima de tudo, é manter aceso o sonho de uma vida mais leve, justa e verdadeira, pois, em meio ao caos, sempre haverá espaço para esperança e transformação, seja num gesto de cuidado, numa conversa honesta ou nos encontros com os companheiros da família Soka.

Essa capacidade de continuar, apesar de tudo parecer incerto, é o que chamamos de resiliência. Não se trata de nunca cair, mas de aprender a se levantar com mais sabedoria e gentileza. É essa força silenciosa que nos impulsiona a seguir, a acreditar que dias melhores virão e que, mesmo quando o caminho for difícil, somos capazes de florescer.

O presidente Ikeda incentivou sobre a resiliência:

Os praticantes da Lei Mística ganham ainda mais vigor e resiliência a cada obstáculo que enfrentam. Aqueles que avançam com essa poderosa força e energia vital são os vencedores da história, os vitoriosos na vida.³

Como lidar com a pressão de se tornar um jovem adulto?

Vivemos cercados de comparações nas redes sociais, no trabalho, na vida acadêmica e até nas conversas do dia a dia. Às vezes, sem perceber, começamos a medir nosso valor com a régua dos outros. O sucesso alheio pode parecer um lembrete constante do que ainda não conquistamos, porém, cada trajetória é única. Cada pessoa carrega uma história, um tempo diferente para florescer. Comparar-se é injusto.

A vida não é uma corrida com linha de chegada. Ela é uma construção contínua e respeitar o próprio tempo é um dos maiores atos de amor-próprio que podemos ter.

Sobre isso, o presidente Daisaku Ikeda orientou:

Em vez de ficarem se comparando com os outros, sejam vocês mesmos, valorizem-se a si mesmos e se esforcem para se lapidar e se aprimorar cada vez mais.⁴

Além disso, ele afirmou: “Não há hierarquia entre os seres vivos. Cada ser tem uma natureza singular. A vida de cada pessoa é tão valiosa quanto o universo”.⁵

Lembre-se: sua jornada é só sua. Não existe um modelo fixo de vida adulta, nem um momento certo para se tornar alguém. Ser protagonista da própria história é assumir a responsabilidade por suas escolhas, seus limites e seus sonhos. Ser o que você é hoje já carrega valor, mesmo que ainda não pareça suficiente aos olhos do mundo.

Notas:

1. https://www.instagram.com/p/DHd8j7vuL0y/?igsh=MTYxMWVqaGhwY2x1Zw%3D%3D. Acesso em: julho de 2025.
2. IKEDA, Daisaku. Seja a Esperança. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022, p. 51.
3. Terceira Civilização, ed. 622, jun. 2020, p. 24-32.
4. Brasil Seikyo, ed. 2.328, jun. 2016, p. C2/C3.
5. Ibidem.