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há 18 horas
A paz é uma certeza
Redação
06/08/2025

Coragem e esperança são essenciais; jamais devemos perder essas qualidades humanas vitais. Cada um de nós deve despertar para essa missão única como protagonistas na transformação da história. E devemos, unidos, numa luta humana comum, confrontar e resolver os inadiáveis problemas com que depara o planeta.1 (Terceira Civilização, ed nº 370, jun. 1999, p. 27).
A declaração acima é do presidente Ikeda, eminente pacifista, que mesmo vivendo os horrores da guerra em sua infância, levantou-se para incentivar e bradar contra a guerra.
Nos dias 6 e 9 de agosto de 1945, as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki foram alvo das primeiras bombas atômicas lançadas pelos Estados Unidos. Estimam que mais de cem mil pessoas e outras milhares nos anos seguintes faleceram ou tiveram complicações em decorrência causadas pela radiação.
Após doze anos deste desastre, em 8 de setembro de 1957, com o pensamento de estabelecer a paz no seio da humanidade, Josei Toda, segundo presidente fez sua Declaração pela Abolição das Armas Nucleares, no Estádio Mitsuzawa, em Yokohama, Kanagawa, diante de aproximadamente 50 mil jovens. Ele afirmou:
Hoje tem início um movimento global que clama pelo banimento dos testes de armas nucleares. É meu desejo ir mais além. Quero expor e cortar as garras ocultas por trás dessas armas... Tanto o país que tentar conquistar o mundo por meio das armas nucleares como as pessoas que fizerem uso delas devem ser condenados como um demônio, um ser abominável.
O presidente Josei Toda continuou o legado do seu mestre, Tsunesaburo Makiguchi, que lutou contra a opressão das autoridades militaristas do Japão durante a guerra e morreu na prisão por suas crenças. Josei Toda colocou a questão das armas nucleares como o maior mal que a raça humana deve superar e Ikeda sensei, como genuíno discípulo, colocou em ação os ideais de seu mestre.
Certa vez, presidente Ikeda bradou:
Eu abomino a guerra! Sou totalmente contra a guerra! (...) Estou decidido a lutar contra qualquer um que apoie ou defenda a guerra.
Ações de Daisaku Ikeda pela paz
Ikeda sensei enviou à ONU suas Propostas de Paz por quarenta anos consecutivos a cada 26 de janeiro, Dia da SGI, além de manter diálogos com líderes e intelectuais do mundo com o objetivo de que tragédias, como a guerra, não ocorressem novamente. Os diálogos realizados por Ikeda sensei alcançaram mais de 1.600, dos quais mais de oitenta se transformaram em livros publicados.
Em maio de 1978, apresentou uma proposta para a Primeira Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre Desarmamento (SSOD-I), na qual reiterou seu apelo de longa data para a proibição de fabricação, teste, armazenamento e uso de armas nucleares por qualquer nação e, por fim, para erradicá-las da face da Terra. Esse apelo de Ikeda sensei era algo que se alinhava totalmente com o Tratado de Proibição de Armas Nucleares (TPAN), que entrou em vigor, em janeiro de 2021.
Em junho de 1982, ele apresentou uma proposta também para a Segunda Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre Desarmamento (SSOD-II). E, em janeiro de 1983, encaminhou sua primeira Proposta de Paz anual para a Organização das Nações Unidas (ONU). Sua última proposta foi enviada em 2022.
Ikeda sensei defendeu um tratado que proibisse as armas nucleares em suas propostas de paz anuais, como também, em todas as outras oportunidades. E, finalmente, em 7 de julho de 2017, o Tratado de Proibição de Armas Nucleares foi adotado pelas Nações Unidas.
Quatro itens de suma importância
Junto com as discussões sobre diversos temas globais, como interrupção de conflitos, direitos humanos, questões humanitárias e meio ambiente, o assunto recorrente em quase todos os debates foi a proibição das armas nucleares com sugestões concretas para abrir o caminho para a abolição de tais armas nas propostas de Ikeda sensei.
Certa vez, presidente Ikeda compartilhou quatro itens:
Nas minhas propostas concretas para a abolição das armas nucleares, vim atribuindo especial importância a estes quatro itens:
- A sociedade civil deve se unir em rede solidária e levantar sua voz contrária às armas nucleares.
- Colocar a natureza desumana das armas nucleares no centro das discussões sobre desarmamento.
- Avançar na criação do tratado no fórum das Nações Unidas.
- Garantir que a voz das vítimas sobreviventes da bomba atômica (hibakusha) seja gravada no espírito fundamental desses tratados.
Ao lermos a última Proposta de Paz, publicada em 2022 percebemos a convicção de Ikeda sensei.
A natureza desumana das armas de destruição em massa não se limita às consequências catastróficas de seu uso. Não importa quantas pessoas lutem por um mundo e por uma sociedade melhores, ou por quanto tempo, uma vez que o intercâmbio de forças nucleares começar, tudo será em vão. A realidade da era nuclear é que estamos obrigados a viver na constante companhia do pior — o mais incompreensível e absurdo — perigo imaginável.
O compromisso da SGI pela abolição das armas nucleares vem desde a declaração do presidente Josei Toda de 1957 clamando por ela. No meio da corrida armamentista entre os Estados com armas nucleares, a União Soviética havia testado com sucesso um míssil balístico intercontinental (ICBM) no mês anterior [agosto], criando uma realidade na qual todas as partes do mundo estavam expostas à possibilidade de um ataque nuclear.
Em face dessa aterradora realidade, Josei Toda frisou que o uso das armas nucleares por qualquer Estado deveria ser absolutamente condenado, expressando sua indignação pelo pensamento que justifica a posse delas: “Quero expor e extirpar as garras ocultas nas profundezas dessas armas”.
Recordo-me, como se fosse ontem, da indignação do meu mestre com a natureza desumana dessas armas, que podem nos arrancar o significado e a dignidade da nossa vida e destruir o funcionamento da sociedade humana da raiz aos galhos. Como seu discípulo, determinado a tornar realidade a visão do meu mestre, senti sua ira justa nas profundezas do meu ser.
Com a convicção de que o destino da humanidade não pode ser transformado sem que se resolva o desafio das armas nucleares, o mal fundamental da civilização moderna, vim consistentemente tratando dessa questão em minhas propostas de paz anuais desde 1983 e me empenhando pela proibição das armas nucleares.
Muitas décadas depois, o TPAN, um tratado que ressoa o espírito da declaração de Josei Toda, entrou em vigor, e seu primeiro encontro dos Estados-membros está para ser realizado. O estágio crucial dos esforços para abolir as armas nucleares foi enfim atingido, objetivo tão entusiasticamente perseguido por tantas pessoas no mundo, começando pelos hibakusha — as vítimas dos bombardeios de Hiroshima e de Nagasaki e os impactados pelo desenvolvimento e pelos testes dessas armas ao redor do globo.
Completar essa tarefa é a forma de cumprir nossa responsabilidade com o futuro. Firme nessa crença, a SGI continuará a avançar, aumentando a solidariedade da sociedade civil com especial foco nos jovens, rumo à criação de uma cultura de paz na qual todos desfrutem o direito de viver na mais autêntica segurança.
Para ler na íntegra, clique aqui.
O que pensa Ikeda sensei sobre a guerra?
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Foto: Getty Images
O Memorial da Paz de Hiroshima, chamado Cúpula Genbaku ou Cúpula da Bomba Atômica pelos japoneses, localiza-se em Hiroshima, Japão.
O hipocentro da explosão atômica de 6 de agosto de 1945 situou-se apenas a 150 metros de distância do edifício, que foi a estrutura mais próxima a resistir ao impacto. A Cúpula Genbaku deveria ter sido demolida com o restante das ruínas, mas o fato de ter ficado praticamente intacta adiou os planos. Enquanto a cidade era reconstruída em torno do domo, sua permanência tornou-se motivo de controvérsia; alguns moradores queriam sua destruição, enquanto outros preferiam que a estrutura fosse preservada como um memorial do bombardeio.
Em 1966, Hiroshima declarou a intenção de preservar a agora chamada “Cúpula da Bomba Atômica” de forma definitiva. Trinta anos depois, em dezembro de 1996, a construção foi registrada como Patrimônio Mundial da UNESCO, baseada na Convenção sobre a Proteção do Patrimônio Cultural e Natural.
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