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Especial
há 9 anos

A luz da esperança

Cinquenta anos da segunda visita do presidente Ikeda ao Brasil

26/03/2016

A luz da esperança
DA REDAÇÃO

O jornalista fez então uma pergunta mais direta:

— Conforme suas palavras, uma religião deve inevitavelmente ocupar-se da política. Sendo assim, a Soka Gakkai pretende criar um partido político aqui no Brasil?

Shin’ichi respondeu:

— No caso de assuntos relacionados com a crença no budismo, posso prestar meus conselhos e fazer minhas recomendações. Porém, a questão de como tratar e agir no campo da política deve ser analisada e definida pelos membros de cada país.

O jornalista disse, confirmando:

— Entendi perfeitamente sua explicação sobre a fundação do partido político. Para não restar nenhuma dúvida, pergunto-lhe mais uma vez se sua visita não tem nenhum propósito de criar um partido político aqui no Brasil.

— Dou-lhe a minha palavra de que não tenho essa pretensão.

Após a entrevista, Shin-ichi saiu para um passeio com os membros do Rio de Janeiro . Ele fez a seguinte pergunta?

— É uma cidade belíssima! Quantas comunidades existem aqui no Rio?

— Estamos agora com três comunidades e dez blocos, totalizando 166 famílias. Faz cinco anos que estou morando aqui e sinto-me envergonhado por não ter conseguido um avanço maior no movimento pelo kosen-rufu.

— Não seja impaciente. Você partiu de uma única família e em cinco anos conseguiu ampliar para 166 famílias. Este é um resultado extraordinário!

Na edição de 12 de março de alguns jornais do Rio aparecia em destaque a notícia da visita do presidente Yamamoto ao Brasil. Não havia críticas nem comentários de teor preconceituoso contra a Gakkai graças aos contatos e esclarecimentos feitos diretamente com a redação.

Chegou finalmente o dia 13 de março. No período da tarde, às 15 horas, seria aberto o Festival Cultural da América do Sul no Theatro Municipal, em São Paulo. Shin’ ichi Yamamoto e comitiva saíram do hotel e se dirigiram de carro para o local do evento. Durante o percurso, foram seguidos por autoridades do Dops. Quando Shin’ichi desceu do veículo diante da entrada principal do Theatro Municipal, foi focalizado pelas luzes das câmaras dos fotógrafos de prontidão.

Apesar de todo aquele aparato policial, ele manteve a serenidade de sempre e subiu os degraus cumprimentando os policiais.

A serenidade de Shin’ ichi vinha de sua firme decisão. Ele pensava: “Se é para o bem do kosen-rufu, toda a opressão será uma honra. Mesmo que seja injusto, estou preparado e podem me prender quando quiserem!”.

O festival cultural estava programado para iniciar às 15 horas. Por volta das 14h30, o local já estava lotado com 1.700 membros vindos de diversas localidades do Brasil

As cortinas se abriram e no palco surgiu a Kotekitai, composta por integrantes da Divisão Feminina de Jovens (DFJ). Depois houve a apresentação da banda masculina Ongakutai, fazendo ecoar o vigoroso som de seus instrumentos. Em seguida, entrou no palco o coral da Divisão Feminina(DF). Na sequência da programação, os membros da Divisão Feminina de Jovens se apresentaram com uma dança rítmica, criando no palco um jardim de flores com o colorido do uniforme. Desenrolou-se no palco a dança apresentada pelos membros da Divisão Feminina sob o tema Quatro Estações, com traje típico japonês, seguida pelo balé da DFJ e do coral da Divisão Masculina de Jovens(DMJ). Após 1h35 de diversas apresentações, o festival cultural chegou ao grande final com todos os figurantes entoando altivamente uma canção da Gakkai.

Shin’ichi Yamamoto saiu do Theatro Municipal e foi de carro para o Ginásio de Esportes do Pacaembu, onde era aguardado por 5 mil membros vindos de diversos recantos do Brasil.

O Ginásio de Esportes do Pacaembu também estava sob forte vigilância. Depois das palavras dos líderes da comitiva, Shin’ ichi foi até o microfone e disse:

— Estou muito feliz por me encontrar com todos os senhores. O festival cultural a que assisti foi realmente um brilhante evento. Fiquei impressionado também com o progresso da Soka Gakkai do Brasil em tão pouco tempo. Infelizmente, pelo fato de o local não comportar todos, os senhores não puderam apreciar o evento.

— O objetivo da prática da fé é tornar-se feliz. Creio que os membros da Gakkai têm a responsabilidade de se tornarem comprovadores da felicidade declarando altivamente para as pessoas: “Eu sou a pessoa mais feliz do mundo!” Todos concordam?

A partida de Shin’ ichi para a cidade de Lima, no Peru, estava programada para o dia 15 de março. Eles partiriam do Aeroporto Internacional de Viracopos, no voo previsto para a 10h20. Shin’ichi aproveitou então o intervalo até o embarque para conversar com os líderes que foram até lá se despedir.

Shin’ichi disse: Aguardarei com muita expectativa o próximo festival cultural do Brasil.

Yasuhiro, líder da organização, respondeu-lhe:

— Vamos nos esforçar visando esse evento como um novo objetivo.

E Setsuko completou dizendo:

— Promoveremos um progresso tão grandioso que o senhor ficará admirado com a mudança do Brasil.

A visita de Shin’ichi Yamamoto no Brasil em 1966 foi como uma luz de esperança acesa no fundo de um túnel.

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