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Conheça o Budismo
há 8 anos
O estudo é a base da expansão da SGI
“O objetivo de Ikeda sensei foi abandonar o estudo que contempla apenas interpretações teóricas e separado da realidade das pessoas, tal como era o estudo no clero. Sensei queria estabelecer o estudo prático da Gakkai — o kyogaku de shitei”
15/04/2017

Kyogaku de shitei
Numa reunião com os editores da revista Daibyakurenge, o presidente Ikeda comentou: “Toda sensei confiou a mim as palavras testamentais: ‘A Gakkai deve se levantar com base no estudo [kyogaku, em jap.’” (Ibidem).
Fiel a esse compromisso, após o falecimento do presidente Toda, ele continuou a promover intensamente o estudo de comprovação ou “kyogaku de ação”, que, no contexto dos discípulos, significa tornar real o ensinamento do seu mestre. Assim, o estudo do budismo servia como fonte de sabedoria para os discípulos cumprirem a missão de dar continuidade à luta pelo kosen-rufu. Esse é o “kyogaku de shitei” ou estudo do budismo focado na consolidação da unicidade de mestre e discípulo.
O jovem Ikeda aprendeu o kyogaku de shitei com as aulas particulares dadas por seu mestre, Josei Toda, às quais chamava de “Universidade Toda”, onde aprendeu sobre o budismo e outros assuntos:
“Estudei ardentemente com meu mestre. (...) Toda sensei começou suas explanações regulares sobre o Gosho, as quais fazia todas as manhãs. Essas explanações iniciavam-se pouco depois das oito horas e prosseguiam por aproximadamente uma hora. Era um estudo intensivo de pessoa a pessoa — somente o Sr. Toda e eu. Cada lição era realmente exigente. Ele era rigoroso, e eu respondia da mesma forma. Recebi suas explanações por aproximadamente dez anos, até pouco antes de ele falecer. Com essa dedicação rigorosa, o Sr. Toda me educou, ensinando-me tudo. Foi isso o que fez de mim o que eu sou hoje. Todas as palavras e frases que o Sr. Toda proferia extravasavam uma profunda fé. Ele enfocava sempre o estudo prático do budismo — o estudo para incorporar o espírito de mestre e discípulo, o estudo para propagar o kosen-rufu” (BS, ed. 1.866, 4 nov. 2006, p. A5).
A época da Universidade Toda foi um período de dificuldades para o estudo budista. A coletânea dos escritos de Nichiren Daishonin não havia sido publicada e não existiam outros materiais que auxiliassem na compreensão do budismo. Por essa razão, o empenho dos discípulos em aprender com o mestre e transmitir para as gerações futuras era imprescindível.
Em seu diário, o presidente Ikeda escreveu: “Renovo ainda mais a minha autoconscientização na necessidade do desenvolvimento dos orientadores da Gakkai da época pós-sensei” (Daibyakurenge, ed. 717, out. 2009, p. 17).
A arte do mestre espadachim
Devido às inúmeras dificuldades e à exigência de uma disciplina diária, o estudo nessa época era comparado à arte de um mestre espadachim. A falta de materiais escritos estimulava o aprendizado dos princípios budistas por meio da aplicação na própria vida. Essa comprovação despertava nos membros a compreensão e os tornava aptos a transmitir o que haviam experimentado.
Para driblar a falta de livros em seus estudos, o jovem Ikeda produzia à mão o próprio material. Em seus cadernos de anotações e diários, ele organizava tudo o que aprendia com seu mestre.
A Sra. Hideko Morita, líder da Divisão Feminina de Jovens na ocasião, relata que, por volta de 1951, uma senhora a chamou e disse: “O Sr. Ikeda esqueceu isso...”, e entregou a ela um caderno com o carimbo “Ikeda” na capa. Ela guardou o caderno e na primeira oportunidade foi entregá-lo ao jovem. Na ocasião, ele disse: “Muito obrigado... Se quiser, dou-lhe o caderno de recordação”. Ela aceitou. Quando o abriu, ficou surpresa com o conteúdo e o capricho. Na primeira página, havia a frase “O Nam-myoho-renge-kyo é como o rugido do leão”, em magníficos traços firmes e vívidos. Na sequência, havia frases principais do Sutra do Lótus e do Gosho registradas caprichosamente.
Ela comenta: “Era uma época em que o Gosho ainda não havia sido publicado e, além do mais, não tínhamos muitas matérias de estudo. O caderno nos transmitia uma vigorosa disposição para aprender” (Ibidem).
Posteriormente, ao ser lançada a primeira edição dos Escritos de Nichiren Daishonin pela Soka Gakkai, em 1952, a disposição de aprender por meio da comprovação se tornou mais forte.
O presidente Toda escreveu no prefácio da obra: “Baseados numa fé firme e sincera, temos perseverado nos dois caminhos da prática e do estudo, e nos empenhamos na propagação dos ensinamentos de Daishonin. Esse rigoroso treinamento, lembrando o incansável aprimoramento de um mestre espadachim, se tornou a tradição e a marca registrada da Soka Gakkai” (BS, ed. 1.815, 15 out. 2005, p. A2).
A responsabilidade pessoal de transmitir o budismo não foi transferida para os livros, continuava com as pessoas comprometidas com a causa do kosen-rufu.
Como afirma o presidente Ikeda: “O ponto importante (sobre o estudo budista) é pôr em prática os ensinamentos do budismo junto com outros companheiros, participando das atividades da Gakkai. Esse processo é igual ao do aprendizado das artes marciais; não se aprende apenas lendo suas teorias” (BS, ed. 1.582, 2 dez. 2000, p. A11).
Assim como um mestre espadachim é disciplinado em seu treinamento, o kyogaku de shitei não se limita aos materiais escritos. Ele se encontra na disciplina dos discípulos que lutam diariamente pela felicidade das outras pessoas.
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