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há 7 anos

Crer no Gohonzon com toda a sinceridade

O Gohonzon é o objeto de devoção do Budismo Nichiren que incorpora a Lei Mística, que permeia todos os fenômenos do universo. Em japonês, tem o significado de “honra” (Go) e “objeto de respeito fundamental” (honzon). Consideramos esse objeto com profundo respeito, como nossa própria vida. Em forma de um mandala, é inscrito em pergaminho com ideogramas do Nam-myoho-renge-kyo, ao centro, e os dez mundos. Elementos que constituem a própria vida e iluminação de Daishonin. Todos possuem o estado de buda. Quem recita Nam-myoho-renge-kyo com fé no Gohonzon e profunda concentração, independentemente da condição que se encontra, transforma a vida imediatamente, atingindo a mesma condição iluminada da vida do buda Nichiren Daishonin. E assim, evidenciamos todas as características iluminadas do Buda e somos capazes de enxergar a essência da nossa vida e o que precisamos realizar para conquistar a felicidade.

16/06/2018

Crer no Gohonzon com toda a sinceridade

“O gongyo e o daimoku representam a cerimônia na qual nossa vida entra em harmonia com o universo. O gongyo é uma atividade em que, por meio de nossa fé no Gohonzon, vigorosamente colocamos em fusão o microcosmo de nossa existência individual com a energia vital do macrocosmo de todo o universo”

Dr. Daisaku Ikeda

(Juventude — Sonhos e Esperanças, p. 122)


Objeto de máximo respeito

O Gohonzon é consagrado na residência dos praticantes para que possam realizar a prática individual diariamente — gongyo e daimoku — diante dele.  

O objeto de devoção no Budismo Nichiren essencialmente difere de uma adoração a qualquer imagem. A devoção não é ao pergaminho em si, mas à Lei do universo inscrita no Gohonzon – Nam-myoho-renge-kyo. 

O presidente Ikeda relata sobre o valor do Gohonzon na Nova Revolução Humana: 

“O papel pode ter um poder extraordinário, não concorda? Jogaria fora um cheque de 50 mil ou de 100 mil ienes por se tratar ‘apenas de papel’? Se recebesse um telegrama dizendo ‘Sua mãe se encontra em estado crítico’, o impacto não seria profundo apesar de serem apenas palavras escritas no papel? Um mapa é somente papel, mas se confiarmos nele e o utilizarmos, chegaremos ao destino pretendido. O Gohonzon é o objeto de devoção para ativarmos um grandioso estado de vida de modo que possamos nos tornar genuinamente felizes” (BS, ed. 2.276, 23 maio 2015, p. D1).

O Gohonzon existe justamente para que possamos conquistar a felicidade absoluta pelos próprios esforços.


Bandeira do kosen-rufu

O presidente Ikeda diz: “O buda Nichiren Daishonin revelou o Gohonzon como ‘a bandeira da propagação do Sutra de Lótus’ (END, v. I, p. 323). Ele deixa claro que a ampla propagação, o kosen-rufu, era seu propósito ao revelar o Gohonzon. Ele inscreveu o Gohonzon na forma de um mandala para que todas as pessoas dos Últimos Dias da Lei atinjam a iluminação. O objetivo é permitir que um grande número de pessoas orem diante do Gohonzon e desfrutem benefícios” (BS, ed. 2.140, 21 jul. 2012, p. A7).

Para compreender o valor do Gohonzon, é primordial compreender o profundo espírito de Nichiren Daishonin pela felicidade das pessoas e a grandiosidade de sua vida dedicada a este ideal. 

Daishonin afirma que “Se acender uma lamparina para outra pessoa, iluminará também o seu próprio caminho” (Gosho Zenshu, p. 1598). Assim, ao direcionarmos nossas orações ao Gohonzon, cuja essência é o kosen-rufu, estamos realizando a grande causa para a transformação da nossa própria vida. 

Os membros da SGI de todo mundo realizam o movimento do shakubuku visando a propagação da Lei Mística, a grande bandeira da revolução humana, para o bem da humanidade.  


Fé é o mais importante

Apenas o fato de possuir o Gohonzon, ser associado da Soka Gakkai e praticar o Budismo de Nichiren Daishonin não é garantia de felicidade. O fator essencial para se atingir o estado de buda é a fé. Isso significa que só com uma resoluta fé, realizando a prática budista continuamente, é possível sentir e comprovar a grandiosidade da Lei Mística na própria vida. 

Essa fé pode ser desenvolvida ao estudar o Budismo de Nichiren Daishonin, ao fazer as orações e ao participar das atividades relacionadas ao movimento pelo kosen-rufu. 

Cada um tem a liberdade de desenvolver e cultivar a fé à sua maneira. A sinceridade é o que nos capacita a conectar a vida à Lei Mística por meio das orações diante do Gohonzon.

O Mestre orienta: “Ao estabelecermos uma sólida fé no Gohonzon, podemos nos conectar à realidade e à sabedoria do Buda, que é iluminada para a essência da vida do universo. (...) Avançando com fé, todos nós podemos manifestar o estado de buda e, com isso, ajudar e guiar os outros por meio de nossa conduta e de nossas ações como budas” (BS, ed. 2.260, 31 jan. 2015, p. D2 e D3).

“O Sr. Toda disse também: ‘O que mais importa é a fé de uma pessoa, seu firme comprometimento de continuar orando ao Gohonzon.

A fé dessa única pessoa permitirá que todos a ela ligados se tornem felizes no final’ e

‘Tenham uma forte fé, vivam plenamente e se tornem os mais felizes que puderem’” 

Dr. Daisaku Ikeda

(BS, ed. 2009, 31 out. 2009, p. A3)


A realidade da vida representada no Gohonzon

A seguir, trecho de discurso do presidente Ikeda.

O universo inclui o poder do bem e do mal. No Gohonzon estão representados todos os dez mundos, desde Shakyamuni e Taho, que representam o domínio do Buda, até Devadatta, que representa o estado de inferno. Tanto os representantes das forças e capacidades benignas como das malignas são iluminados igualmente pela luz do Nam-myoho-renge-kyo. O bem e o mal e todos os três mil domínios e fatores da existência emergem realizando uma revolução de 180 graus conduzindo-nos a uma vida de eternidade, felicidade, verdadeiro eu e pureza.

O poder da criação e o poder da destruição, a energia que nos conduz a um universo harmonioso e às violentas correntes fluindo rumo ao caos, o poder da benevolência e o fio cortante do ódio e do mal ­­— este é o nosso universo, o reino do nascimento e da morte, da luz e das trevas, da felicidade e da infelicidade, do avanço e do recuo, do crescimento e do declínio, da compreensão e da incompreensão, da esperança e do desespero, da energia vital criativa e da energia vital destrutiva.

Seguimos as leis que conduzem à felicidade ou nos aliamos a forças das maldades que lançariam nosso mundo num obscuro destino?

Devemos inquestionavelmen­te seguir as leis que nos conduzem à eterna felicidade e construir um mundo de indestrutível e perpétua felicidade. É o nosso dever como budistas. As forças do Buda são as forças da nossa iluminação.

Fonte:Terceira Civilização, maio 1999


Significados do diagrama

As palavras “Nam-myoho-renge-kyo Nichiren” estão no centro do pergaminho, e é cercado por várias palavras referentes a personagens, frases e conceitos que, no todo, simbolizam a essência da vida. Saber tudo o que está inscrito no Gohonzon não é a principal condição para se conquistar benefícios, mas sim a fé pura e resoluta ao orar e agir na vida diária.

As inscrições enumeradas são apresentadas em sua fonética original, acompanhadas pela tradução para o portu­guês, e explicam o diagrama do Gohonzon transcrito por Nichikan.

1. Nam-myoho-renge-kyo.

2. Nichiren.

3. Zai gohan: Selo pes­soal de Nichiren Daishonin.

4. Dai Bishamon-tenno: Grande rei celestial Vai­shra­vana (em sânscrito), também chamado Tamon-ten (Ouvinte de Muitos Ensinamentos).

5. U kuyo sha fuku ka ju­go: Aqueles que fazem oferecimentos acumularão boa sorte superior a dos dez títulos honoríficos (do Buda). [Nota: No budismo, o ato de fazer oferecimentos tem um profundo significado; neste caso, significa respeitar e louvar.]

6. Namu-Anryugyo-bosatsu: Bodisatva Práticas Consolidadas (Supratishthitacharitra, em sânscrito). [Nota: A palavra namu é acrescentada a alguns nomes no Gohonzon como um indicativo de grande respeito.]

7. Namu-Jyogyo-bosatsu: Bodisatva Práticas Puras (Vishu­ddha­charitra, em sânscrito).

8. Namu-Shakamuni-butsu: Buda Shakyamuni.

9. Namu-Taho-nyo­rai: Buda Muitos Tesouros (Prabhuta­rat­na Tathagata, em sâns­crito).

10. Namu-Jogyo-bosa­tsu: Bodisatva Práticas Superiores (Vishishtacharitra, em sânscrito).

11. Namu-Muhengyo-bosatsu: Bodisatva Práticas Ilimitadas (Anantacharitra, em sânscrito).

12. Nyaku noran sha zu ha shichibun: Aqueles que atormentam e prejudicam [os praticantes da Lei] terão a cabeça partida em sete pedaços.

13. Daijikokuten-no: Grande rei celestial Protetor da Nação (Dhritarashtra, em sânscrito).

14. Aizen-myo’o: Rei da sabedoria Cheio de Anseios (Ra­garaja, em sânscrito). [Nota: O nome é escrito em siddham, ortografia sânscrita medieval.]

15. Daimyojoten-no: Grande rei celestial das Estrelas, ou Deus das Estrelas.

16. Daigatten-no: Grande rei celestial da Lua, ou Deus da Lua.

17. Taishakuten-no: Rei celestial Shakra (também conhecido como rei celestial Indra).

18. Daibonten-no: Grande rei celestial Brahma.

19. Dairokuten-no-mao: Rei demônio do sexto céu. [Nota: Demônio no budismo é interpretado como força ou influência negativa que causa miséria e infelicidade.]

20. Dainitten-no: Grande rei celestial do Sol, ou Deus do Sol.

21. Fudo-myo’o: Rei da sabedoria imóvel (Achala, em sânscrito). [Nota: O nome é escrito em siddham, ortografia sânscrita medieval.]

22. Hachi-dairyuo: Oito grandes reis dragões.

23. Dengyo Daishi: Grande mestre Dengyo.

24. Jurasetsunyo: Dez filhas demônios (Rakshasi, em sânscrito).

25. Kishimojin: Mãe das Crianças Demônios (Hariti, em sânscrito).

26. Tendai Daishi: Grande mestre Tiantai.

27. Daizojoten-no: Grande rei celestial Crescimento e Desenvolvimento (Virudhaka, em sânscrito).

28. Hachiman-dai-bosatsu: Grande bodisatva Hachiman.

29. Kore o shosha shi tatematsuru: Eu respeitosamente transcrevi isto.

30. Nichikan (selo pessoal): Assinatura do sumo prelado que transcreveu o Gohonzon, neste caso, Nichikan, consiste em seu nome e no selo pessoal.

31. Tensho-daijin: Deusa do Sol.

32. Butsumetsugo ni-sen nihyaku san-ju yo nen no aida ichienbudai no uchi mizou no daimandara nari: Nunca, nos 2.230 anos desde o falecimento do Buda, este grande mandala apareceu no mundo.

33. Daikomokuten-no: Grande rei celestial Visão Ampla (Virupaksha, em sânscrito).

34. Kyoho go-nem roku-gatsu jusan-nichi: Décimo terceiro dia do sexto mês do quinto ano de Kyoho (1720), signo cíclico kanoe-ne. 

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