A criação de uma rede de paz começa comigo!

Nome do escrito: Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra

Data em que foi escrito: sétimo mês de 1260

Quem recebeu a carta: Hojo Tokiyori

Trecho do escrito:

Se o senhor se importa realmente com a segurança pessoal, deve, primeiro, orar pela paz e segurança nos quatro quadrantes da terra, não é verdade? (CEND, v. I, p. 24)

***

A história por trás

Na época desse escrito, o Japão foi devastado por uma série de desastres naturais, como terremotos e tempestades torrenciais que causaram enchentes, deslizamentos de terra, destruição de plantações, epidemias e falta de alimentos.

Com o objetivo de explicar a razão fundamental dessas tragédias, Nichiren Daishonin encaminhou uma carta a Hojo Tokiyori, autoridade mais influente do governo japonês na época.

O documento foi escrito em forma de conversa entre um anfitrião, que representa Daishonin, e um viajante, supostamente Hojo Tokiyori.

Cultivar a paz ao nosso redor

Nessa passagem do Gosho, Nichiren Daishonin explica que, para sermos verdadeiramente felizes, precisamos combater o egoísmo e pensar sinceramente na felicidade do outro. Assim, ele nos ensina o espírito de olhar e ajudar a todos.

Certa ocasião, num diálogo entre o presidente Ikeda e Adolfo Pérez Esquivel, ativista pelos direitos humanos e Prêmio Nobel da Paz, o Sr. Esquivel compartilhou uma anedota muito interessante:

Certa vez, um fazendeiro cultivou milhos que foram premiados. Quando lhe perguntaram como foi que conquistou isso, respondeu que foi porque compartilhou suas melhores sementes com os fazendeiros da vizinhança.

Ele disse: 

O pólen da planta do milho é carregado para todos os lados pelo vento. Se meus vizinhos cultivam um milho ruim, seu pólen voará com o vento para o meu milho e o tornará ruim também. Para cultivar o melhor milho, devo ajudar todos ao meu redor a criar o melhor milho possível.¹

Usando esse exemplo, o ativista explicou que, se desejamos viver em paz, devemos ajudar as pessoas ao nosso redor a viver em paz também.

O papel da empatia e do diálogo

Para dar passos firmes em direção à paz e combater o egoísmo, é necessário manifestar empatia. Compreender os sentimentos alheios e nos preocupar com a felicidade daqueles que nos cercam são formas de desenvolver a empatia. O presidente Ikeda orientou:

Embora nossas conversas pareçam não ter um efeito imediato, elas ativam a natureza de buda na vida daqueles com quem dialogamos. [...] A única maneira de evidenciar a natureza de buda é por meio do engajamento baseado na suprema causalidade que é a Lei Mística (Nam‑myoho-renge-kyo).²

Assim como aprendemos com o Mestre, o diálogo é a ferramenta ideal para incentivar nossos amigos na recitação do daimoku. Quando conectamos nosso coração ao do outro, criamos uma rede de pessoas que se importam umas com as outras.

Notas:
1. RDez, ed. 210, jun. 2019, p. 6-10.
2. Terceira Civilização, ed. 593, jan. 2018, p. 46.