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ABC do Budismo
há 12 horas
Criar vibrantes diálogos
Vamos entender o tema do mês com o escrito de Nichiren Daishonin
Redação
15/12/2025

Nome do escrito: Admoestação a Hachiman
Data em que foi escrito: dezembro de 1280
Quem recebeu a carta: todos os seguidores
Trecho do escrito:
Agora é a época para beneficiar o mundo, assim como fez o bodisatva Jamais Desprezar. Da mesma maneira, vocês, meus discípulos, devem se empenhar diligentemente! (WND, v. II, p. 936)
***
A história por trás
Na época em que a carta foi escrita, o Japão passava por um momento turbulento. Um mês antes, o santuário do grande bodisatva Hachiman, considerado uma divindade protetora do governo militar de Kamakura, foi incendiado. Havia também a possibilidade de o país sofrer uma segunda invasão mongol.
Nesse período, os seguidores de Nichiren Daishonin estavam sendo oprimidos de maneira impiedosa.1 Em meio a esses desafios, Daishonin continuou liderando corajosamente a grandiosa luta em prol do kosen-rufu.
Neste escrito, ele compara os movimentos da Lua e do Sol com a propagação do budismo, primeiro, para o Leste, a partir da Índia, e, depois, para o Oeste, a partir do Japão.
Ato de compaixão
O Budismo Nichiren ensina que cada vida é preciosa, nobre e digna de respeito. Porém, a ignorância ou a escuridão fundamental que surge no coração torna a pessoa incapaz de acreditar no seu potencial interior e no dos demais.
Quando levamos esperança e felicidade às pessoas e fazemos com que despertem para o estado de buda inerente, estamos lutando contra o desrespeito à vida e à falta de fé na humanidade. Esse é o ato de compaixão budista que tem como base eliminar o sofrimento do coração das pessoas.
No Sutra do Lótus, o bodisatva Jamais Desprezar simboliza a compaixão. A cada encontro, ele se curvava como sinal de respeito à dignidade da vida do outro. Quando parecia que ia ser alvo de ataques físicos, corria para longe, pondo-se fora de perigo. Ele evitava sabiamente a violência e, no fim, por sua postura e diálogo, conseguia conduzir todos à iluminação.
É por isso que, nesse escrito, Daishonin enfatiza que “Agora é a época para beneficiar o mundo, assim como fez o bodisatva Jamais Desprezar”. Mas, como fazer isso?
A força do diálogo
Daishonin escreve como conclusão: “Da mesma maneira, vocês, meus discípulos, devem se empenhar diligentemente!”.
Como vimos, a prática do bodisatva Jamais Desprezar era baseada na não violência e mantinha o compromisso da busca pelo diálogo. Portanto, para beneficiar todos a nossa volta e aplicar o trecho conclusivo do escrito, é preciso exercitar o diálogo aberto e respeitoso, assim como o bodisatva Jamais Desprezar fez.
Em suas orientações, o presidente Ikeda afirma:
A pessoa se desenvolve como verdadeiro ser humano em meio ao diálogo. Diálogo significa aprender com o outro. Aí se encontra o respeito mútuo. Aprendendo com o outro, você se enriquece. Por isso, em um rico diálogo, há alegria, há felicidade, há paz. O diálogo é, em si, a prova da vitória do ser humano.2
Com o mesmo espírito do bodisatva Jamais Desprezar, vamos avançar e, por meio de um vibrante diálogo, levar esperança e felicidade a todos!
Notas:
1. Perseguição de Atsuhara: uma série de ameaças e atos de violência contra os discípulos de Nichiren Daishonin ocorridos entre 1275 e 1283 na Vila Atsuhara, no Distrito Fuji, na província de Suruga (atual região central da província de Shizuoka). Em 1279, vinte camponeses seguidores foram presos sob falsa acusação. Ao serem interrogados por Hei no Saemon-no-jo, subchefe do posto de comando militar, exigiu que eles renunciassem à fé. Como nenhum deles cedeu, Hei no Saemon-no-jo mandou executar três deles.
2. Brasil Seikyo, ed. 2.582, 2 out. 2021, p. 3.
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