Trinta anos desde a independência espiritual da Soka Gakkai: a rede da justiça de mestre e discípulo que ilumina o planeta

Traduzido e adaptado do Seikyo Shimbun de 28 de novembro de 2021

Em 2021, comemoramos o 800^o1 aniversário natalício de Nichiren Daishonin [16 de fevereiro de 1222], a nova edição do Nichiren Daishonin Gosho Zenshu (Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin) lançada no Japão e os trinta anos de independência espiritual da Soka Gakkai.

Com o desejo de confirmar a história de luta pela justiça desenvolvida pelo mestre e discípulos Soka, o Budismo do Sol se propagou para 192 países e territórios por intermédio da Soka Gakkai, a organização da ordem e do desejo do Buda que veio perseverando na fé embasada no Gosho e diretamente ligada a Daishonin. Hoje, o brilho das flores humanas emergidas da terra ilumina todo o planeta.

O ponto de inflexão que impulsionou esse progresso dinâmico foi a separação da Soka Gakkai do clero da Nichiren Shoshu (seita Nikken).

Em dezembro de 1990, inesperadamente, o clero submeteu à Soka Gakkai um texto de inquirição sob pretexto de que, ao incentivar os membros a cantarem Ode à Alegria, de Beethoven, em alemão, durante seu discurso na reunião de líderes, realizada em novembro, o presidente Ikeda teria cometido uma calúnia, pois tratava-se de um louvor a um ensinamento não budista.

O clero recusou totalmente o diálogo solicitado pela Soka Gakkai e, no dia 27 de dezembro, destituiu Ikeda sensei, pessoa do mais elevado mérito, da posição de Representante Geral dos Adeptos. Além disso, colocou em ação o Plano C (do inglês cut, cortar) que tinha como objetivo prejudicar o relacionamento entre mestre e discípulos Soka.

Mesmo assim, o avanço do kosen-rufu mundial pela Soka Gakkai, sob a liderança de Ikeda sensei, não parou um instante sequer. No início de 1991, no período pós-Guerra Fria, o Mestre viajou para Hong Kong e Macau (janeiro e fevereiro), para Filipinas (abril) e Europa (junho e julho). Engajou-se com toda a força em diálogos pela paz com várias autoridades, como o presidente da Alemanha, Richard von Weizsäcker. Em maio, após onze anos, reiniciou a publicação em série do romance Revolução Humana e, entre setembro e outubro, visitou os Estados Unidos, onde proferiu uma palestra na Universidade Harvard.

Em contrapartida, o clero aboliu a atividade tradicional de peregrinação aos membros da Gakkai e procurou atrair os membros da organização para os templos.

Esse tipo de violência nada mais era que a manifestação dos três poderosos inimigos e a prova de que a Soka Gakkai é a organização da ordem e do desejo do Buda, tal como afirma no escrito “Se isso não acontecesse, não haveria maneira de saber que esse é o ensinamento correto”.² Por terem estudado esse princípio, os membros não se abalaram.

Com o fracasso dos planos iniciais, no dia 28 de novembro de 1991, o clero entregou um comunicado de excomunhão à Soka Gakkai, que interpretou esse fato como se o “clero tivesse excomungado Nichiren Daishonin”. A data foi definida como o Dia Comemorativo à Independência Espiritual.

No dia 29, quando o referido comunicado chegou à sede da Gakkai, como se felicitassem o novo zarpar, representantes diplomáticos de 26 países do continente africano que estavam em Tóquio outorgaram, em comum acordo, o Prêmio de Contribuição à Educação, Cultura e Humanismo ao Ikeda sensei. Era uma homenagem em reconhecimento à liderança mundial que abriu o humanismo no novo século.

_{No dia em que o comunicado de excomunhão do clero chegou à sede da Soka Gakkai, representantes diplomáticos de 26 países da África concederam o Prêmio de Contribuição à Educação, Cultura e Humanismo ao Ikeda sensei (Tóquio, 29 de novembro de 1991)}

No dia 15 de dezembro, Ikeda sensei participou do Festival Musical de Kanagawa e Kawasaki realizado no Centro Cultural de Ota, em Tóquio. Nesse mesmo dia, registrou para a posteridade a caligrafia Nichiren Sekai-shu Soka Gakkai (Soka Gakkai, a religião mundial Nichiren) com o significado de reconfirmar que a Soka Gakkai é a única organização da ordem e do desejo do Buda a realizar a ampla propagação (kosen-rufu) do Budismo de Nichiren Daishonin para o mundo.

_{No mês seguinte à independência espiritual da Soka Gakkai, Ikeda sensei registra em Ota, Tóquio, no dia 15 de dezembro de 1991, a caligrafia Nichiren Sekai-shu Soka Gakkai (Soka Gakkai, a religião mundial Nichiren)}

No preâmbulo da Constituição da Soka Gakkai, a base fundamental da organização, consta: “Ikeda sensei registrou a identidade e a missão da Soka Gakkai na caligrafia Nichiren Sekai-shu Soka Gakkai (Soka Gakkai, a religião mundial Nichiren). Assim, deixou claro que a Soka Gakkai é a única organização da ordem e do desejo do Buda a realizar o kosen-rufu do Budismo de Nichiren Daishonin no mundo”.

Na reunião de líderes, realizada no dia 18 de novembro de 2021, trinta anos após o dia da independência espiritual, foi exibido o discurso de Ikeda sensei em novembro de 1990, como também a música Ode à Alegria executada pelo Ongakutai e por representantes da Divisão dos Jovens de todo o mundo.

A rede de solidariedade Soka que, na época, era formada por 115 países e territórios se expandiu para 192. Sob a liderança dos jovens emergidos da terra, ela se lança para o progresso dinâmico como uma organização religiosa mundial.

_{Convenção Mundial dos Jovens em que participaram mais de 1,3 milhão de pessoas de todo o mundo (setembro 2020)}

Hoje, o grande brilho do humanismo Soka envolve todo o planeta, e os jovens emergidos da terra surgem bailando em sucessão.

“E ainda mais importante que a razão e a prova documental é a prova real”.³ O sol da justiça de mestre e discípulo se levanta altivamente iluminando alegremente a sociedade global.

Os companheiros da Europa entoam a canção Ode à Alegria

O vídeo apresentado na Convenção do Juramento Seigan da Europa, realizada em junho de 2021, pode ser apreciado aqui: https://youtu.be/vs9ya_tMG5k 

Notas:

1. De acordo com o calendário tradicional japonês, no momento em que nasce, a pessoa possui um ano.

2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 524, 2020.

3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 626, 2020.