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Editorial
há 7 anos

Arigatai – o mais profundo ato de gratidão

13/10/2018

Arigatai – o mais profundo ato de gratidão
Menos de uma semana nos separa da data em que receberemos o 58º aniversário de fundação da BSGI, cuja história nos leva a refletir ainda mais profundamente sobre a gratidão ao Mestre.

Não se trata de simplesmente dizer “Muito obrigado, sensei!” ou olhar com reverência uma foto dele. Mesmo que lágrimas brotem dos olhos, ainda assim isso não corresponde a esse verdadeiro sentimento.

O budismo nos ensina que é fundamental a ação de saldar as dívidas de gratidão com aqueles que nos ajudam. “O que importa é o coração”, e a gratidão só pode ter origem num genuíno sentimento. As pessoas podem até fingir que a têm, mas ela somente brota de um coração sincero e desprovido de vaidade e vem acompanhada de ações concretas.

Nichiren Daishonin definia o mais profundo ato de gratidão com a palavra arigatai, condição muito rara de acontecer, difícil de se realizar, inimaginável. E sua gratidão não era apenas por receber algo. Era grato aos pais, ao país, ao mestre do templo em que ingressou quando criança, ao local em que estudou o budismo, enfim, a tudo o que se relacionava com sua vida e que o possibilitou revelar seu ensinamento e o Gohonzon para a felicidade de toda a humanidade.

Como membros da BSGI, temos infinita e exclusiva dívida de gratidão com o Mestre.

Lembremo-nos então do dia 18 de outubro de 1960. Em Nova York, uma preocupação dominava a comitiva que saíra do Japão no dia 2 de outubro. Depois de visitar os Estados Unidos e o Canadá e fundar organizações nesses países, o objetivo principal da viagem era o Brasil. O presidente Ikeda estava sendo induzido a interromper esse curso por causa da sua saúde muito abalada. Embora compreensível, a preocupação dos membros da comitiva não o desviou do seu grande objetivo.

A força de um juramento

“Contudo, eu irei!” — assim bradou o líder da SGI momentos antes de embarcar para o Brasil. É uma frase curta, mas mudou a história. Expressa o juramento do mestre de vencer de forma absoluta com o espírito de dedicar a vida em prol da concretização do kosen-rufu mundial, mesmo em meio às difíceis circunstâncias.

Esse “juramento” define o profundo significado de seigan. Seigan se refere ao termo em sânscrito pranidhana, que significa “manter algo intocado, imutável diante dos olhos.”

Além disso, pranidhana pode ser entendido também como “comprometer-se”, “engajar-se”, “empenhar-se” e “ato digno de respeito e admiração”.

Estabelecer um seigan já representa uma postura positiva e proativa em relação a ações e atitudes. No budismo, seigan possui um significado importante. Na prática do caminho do bodisatva, o juramento feito logo no seu início é muito importante.

No capítulo “Meios Apropriados” do Sutra do Lótus está registrado: “O verdadeiro seigan de todos os budas é fazer todas as pessoas trilhem o mesmo caminho do buda” (BS, ed. 2.219, 22 mar. 2014, p. A1). É a imensurável benevolência de desejar que as pessoas alcancem a mesma condição elevada de buda. Esse grande juramento é o próprio ponto de partida do budismo.

Para nós, portanto, arigatai é reconhecer que o presidente Ikeda ultrapassou inúmeras dificuldades para visitar o Brasil, fazendo da gratidão um juramento (seigan).

A retribuição ao Mestre é darmos continuidade ao verdadeiro propósito com que ele ofereceu sua vida para concretizar.

Ter gratidão é praticar o shakubuku com o mesmo sentimento do Mestre: a felicidade de cada pessoa. Shakubuku é a maior prova de gratidão ao Mestre; a mais efetiva e poderosa causa para a nossa própria revolução humana.

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